Servos da serpente



As coisas haviam melhorado muito para o lado de Alvo. Todos – sem exceção - queriam ser seus amigos para aprenderem algumas coisas engraçadas e tinham pessoas que até lhe pediam autógrafos, como a Kemily e o McTripe. Ninguém mais ousava a mexer com ele e Scorpius parecia mais deprimido do que nunca e Alvo estava se sentindo parcialmente culpado, até que ele decidiu falar com ele.
- Scorpius? – chamou Alvo
A lareira estava crepitando no Salão Comunal e Scorpius jogava pedacinhos de papeis lá dentro, eles queimavam quase que instantaneamente. Scorpius não respondeu ao chamado e continuou a jogar os pedaços de papel.
- Scorpius – chamou Alvo novamente
Ele avançou e se sentou ao lado de Scorpius.
- Cara... Eu...
- Não precisa me explicar nada – disse Scorpius rapidamente – Afinal, toda a sua popularidade é culpa exclusivamente minha...
- Hã? – disse Alvo – Culpa sua, por quê?
- Desde aquela aula de Herbologia... – disse Scorpius jogando um ultimo papelzinho e se levantando – Aquela pastilha vermelha que eu lhe dei... Era só pra te ferrar!
Alvo ficou atônito e levantou também.
- Como assim me ferrar? – perguntou ele
Scorpius sorriu maliciosamente e começou a andar de um lado para o outro, que se estivesse dando uma importantíssima palestra.
- Como você é tolo... – disse ele finalmente – Alias, otário, se encaixa melhor... Eu queria ferrar você em todas as aulas, queria ver você se dar mal, detenções, sabe... Mas não funcionou!
Alvo abriu a boca para falar, mas a fechou novamente.
- O que você quer dizer com isso? – perguntou receoso
- Você não vê? – gritou Scorpius – Você ficou mais alegre do que o normal com aquela pastilha, ficou mais bobo, mais engraçado e ganhou detenções com isso!
Alvo olhou para o teto e sentiu sua face ficar quente de repente. Então era isso a fonte de toda a sua alegria repentina. Então fora aquela pastilha que ocasionara tudo.
- Alvo... – continuou Scorpius – Mas eu não estava satisfeito... Você não havia se ferrado como eu queria, eu queria mais... Quem sabe você ser expulso da escola? Aquela foto horrível... Aquele berrador... Pensei que ia bastar!
- Mas qual foi o motivo? – disse Alvo encarando-o – Por que você queria fazer isso hein Scorpius? O que eu te fiz cara? Pensa!
Scorpius o encarou mortalmente. Alvo desconfiava de que se aqueles olhos fossem uma arma, ele já havia caído morto no chão faria algum tempo.
- Mas não adiantou! – disse Alvo quebrando o gelo
- Pois é... – disse Scorpius levando uma de suas mãos até seu bolso esquerdo – Mas eu tenho outra forma de acabar com você...
Alvo foi recuando, enquanto Scorpius sacava sua varinha lentamente. Alvo também pegou a sua e apontou para Scorpius rapidamente. Pelo menos teria como se defender.
- Scorpius! – disse Alvo – Para!
- Não vou parar...
Scorpius avançava com a varinha apontada para Alvo. Seu olhar se deliciava ao ver a expressão de medo e desconforto do menino.
- Fim da linha pra você... – anunciou Scorpius
- Scorpius! – gritou Alvo – Não!
- Expelliarmus!
Um estampido preencheu todo o ar e um flash vermelho partiu da varinha de Scorpius em linha reta. Alvo pulou para o lado e o feitiço atingiu na parede.
- Scorpius! Pare! Flipendo!
Um circulo azul foi criado e partiu para Scorpius, que desviou facilmente. Alvo se levantou e olhou com desgosto para o Malfoy.
- Só sabe lançar esses feitiços? – disse Scorpius sorrindo – Você é um inútil! A sociedade mágica ficaria muito melhor sem você...
- Carpe Retractum!
Scorpius voou imediatamente em sua direção. Alvo desviou e Scorpius bateu de cara na parede. Ele levantou.
- Seu... Cara de Lesma!
O feitiço atingiu Alvo, que voou para trás, vomitando lesmas instantaneamente. Como era nojento. Sentia cada animalzinho daquele subindo pela sua garganta. Até que ele pegou a varinha e apontou para si mesmo:
- Finite Incantatem!
Ele vomitou a ultima lesma e levantou, limpando sua boca com a manga da blusa. Ele fitou Scorpius raivosamente.
- Everte Statum! – gritou Alvo
Antes que Scorpius pudesse reagir, ele foi lançado para trás, dando inúmeras piruetas do ar, até cair sentado no chão e bater a cabeça na parede. Ele levantou novamente:
- Expelliarmus!
- Expelliarmus!
Antes que o feitiço saísse da varinha de Scorpius, um outro feitiço a atingiu e ela voou longe de suas mãos. Brian foi correndo e pegou Scorpius pela gola da camiseta.
- Miserável... Impedimenta!
Scorpius foi jogado para trás sem dó nem piedade. Ele tentou levantar, mas Brian foi mais rápido:
- Incarcerous!
Cordas sairam de sua varinha e se prenderam a todo corpo de Scorpius, que ficou se debatendo violentamente, tentando sair delas. Brian sorriu e guardou sua varinha, pegando a de Scorpius.
- Você está bem Alvo? – perguntou, indo até ele
- Ah estou! – disse Alvo – Mas sujei o chao...
Brian olhou com nojo, as lemas que rastejavam vagarosamente abaixo de seus pés. Ele sacou sua varinha e com um movimento simples, elas desapareceram.
- Pronto! – disse Brian olhando de esguelha para Scorpius que continuava a se debater – Espero que tenha aprendido a lição... Malfoy! Vamos Alvo, ele vai conseguir se soltar quando alguem ajudá-lo, coisa que eu duvido muito...
Dizendo isso, Brian saiu acompanhado de Alvo do Salão Comunal da Sonserina, deixando Scorpius amarrado e caido no chao, se debatendo freneticamente para se desprender das cordas.
- E eu estou com a varinha dele! – disse Brian enquanto andava ao lado de Alvo – Sem varinha, sem feitiços, sem duelo... E a propósito, você se saiu muito bem... Onde aprendeu os feitiços?
- Meu irmão... A Rosie... E você! – disse Alvo enquanto dobravam a esquina de um corredor – Bem, ele vai conseguir sair de lá não vai?
- Claro! – disse Brian entediado – Por incrível que pareça, ainda tem gente que gosta de ser capacho do Malfoy, ridículo se você quer saber, bem, está quase na hora do jantar...
- É, está! – disse Alvo pensativo
Eles entraram no Salão Principal e logo se se sentaram à mesa da Sonserina, que estava quase vazia. Alvo já estava com algo muito preocupante em mente. Não faria mais sucesso. Sentia que o efeito daquela pastilha estava acabando e seu humor estava se esvaindo. Scorpius estava certo. Fora tudo culpa dele o seu sucesso.
Alvo só viu Scorpius no dia seguinte, no café da manhã, pois ele nem ousou olha-lo no dormitório. Ele estava muito abatido e olhava para Brian toda hora. Alvo suspeitava que ele tentava entrar no campo de visão do Sonserino para pedir a varinha de volta. Até que ele tomou iniciativa e foi até Brian, que estava ao lado de Alvo.
- Me devolve a varinha! – disse ele grosseiramente
- Não! – disse Brian
- Agora! – ordenou Malfoy
- Cala a boca! – disse Brian – Se você não quiser ser azarado novamente, mas só que dessa vez vai ser bem pior... Malfoy!
Scorpius olhou furiosamente e enfiou a mão rapidamente em um dos bolsos das vestes de Scorpius e tirou de lá uma varinha, apontando imediatamente para o seu peito.
- Obrigado por me devolver! – disse Scorpius ironicamente e saiu andando rapidamente, mas Brian nem se importou.
- Antes ele ter pegado à dele do que a minha... – disse ele a Alvo – Bem, agora ele sabe com quem ele está tentando brigar não é mesmo? Se seu irmão soubesse...
- Você não vai contar a ele não é mesmo? – suplicou Alvo imediatamente – Ele não ficaria nada feliz, não mesmo e iria querer se vingar dele e...
- Não, não vou contar... – interrompeu Alvo sorrindo – Ele iria ficar mesmo irado sabe, mas se bem que seria muito bom, pois ai não sujaria mais minhas mãos acabando com o Scorpius novamente...
Naquele mesmo momento, centenas de corujas invadiram o Salão Principal com as correspondências do dia. Uma coruja parda pousou na frente de Brian e lhe entregou um exemplar do Profeta Diário. O Sonserino tirou algumas moedas e deu a coruja, que decolou novamente.
- Vamos ver o que tem escrito... – disse Brian desdobrando o jornal e lendo a primeira pagina em voz alta.

Servos da Serpente

Um grupo de pessoas com mascaras em formas de serpente e vestes verdes, invadiram hoje, um órgão publico trouxa. Um grupo de aurores aparataram lá no mesmo instante, pois estes usavam varinhas. As pessoas se identificaram como “Servos da Serpente” e atacaram os aurores, deixando um trouxa morto e mais três feridos. Os Aurores disseram que poderia ser uma nova geração de Comensais da Morte. Obliviadores já estão cuidando da memória dos Trouxas que presenciaram o ataque. Estamos aguardando mais informações oficiais. O Ministro da Magia não quis se pronunciar sobre tal caso lastimável.

Alvo ficou de boca aberta, enquanto Brian dobrava o jornal e colocava ao seu lado.
- Será Brian? – disse ele – Podem ser novos Comensais da Morte?
- Não sei... – disse Brian – Mas podemos esperar de tudo...
- Pois é... – disse Alvo olhando de esguelha para Scorpius

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