O Quatro Olhos



- Al, onde está a varinha de Voldemort? – perguntara Harry pela décima vez no jantar de boas vindas.
Rosie, entre Rony e Hermione, tinha um olhar de censura para Alvo, que insistia ao pai que não contaria. Iria mostrar a todos que era capaz de descobrir os segredos de uma varinha.
- Não agüento mais ouvir pessoas falando “O quarto Potter não fez nada, é um bastardo!” – falou Alvo, com a voz baixa para Gina não ouvir. – Não vou deixar meu nome mudar para “Potter bastardo” porque eu não sou bastardo!
- Al, não é assim que você vai conseguir ganhar respeito! – falou Harry. – Você sabe que está ajudando mais que seu irmão...
- Mas ele é bonito, querido, simpático e blá blá blá! – interrompeu Alvo. – É como se ele fosse Cedrico Diggory em seu tempo ou o vovô como você fala que ele era!
Harry desistiu. Sabia que a cabeça de seu filho continha um certo ciúme de seu irmão.
Rony, Hermione e Rosie ficaram para dormir. Ficariam em Godric’s Hallow até acabar o Natal. Lílian não parava de perguntar como era Hogwarts, já que James nunca falara nada a ela.
- É fantástico! – respondeu Alvo na véspera de Natal. – O castelo é muito grande, até dá pra você se perder por lá!
Lílian tinha seus olhos brilhando. Com um sorriso, Alvo saiu do quarto da garota e foi encontrar-se com Rosie.
- Onde você escondeu a varinha Al? – perguntou ela pela milésima vez.
- Se eu te contar você vai correndo falar pro meu pai! – retrucou Alvo, sentando-se em uma poltrona.
- Não vou! – falou ela. Quero que você pare com essa besteira de querer ser maior logo!
- OK, vem comigo.
Os dois passaram por um corredor e chegaram ao jardim, onde havia um alçapão encostado na casa. Alvo o abriu e deixou Rosie passar, e fechou.
- Lumus! – exclamou Rosie, e ponta de sua varinha acendeu.
O alçapão era completamente bagunçado. Alvo olhou para o chão iluminado, e se ajoelhou diante de uma madeira. Tirou-a do chão e pegou ao meio de muita palha uma varinha.
- Então é essa a varinha que tantos querem? – perguntou Rosie, olhando para a varinha. – É uma varinha extremamente normal.
- Ou talvez contenha alguma coisa não? – perguntou Alvo, fitando Rosie. – Bom, temos de descobrir.
- Vocês não, nós! – falou uma voz atrás deles.
Ambos se viraram. Harry, Rony, Hermione e Gina estavam encolhidos na porta do alçapão. Alvo recusou-se a entregar a varinha com um movimento na cabeça.
- Ou você entrega ou não vai ter sua vassoura! – falou Harry.
- Conta quantos meses você prometeu isso e vai perceber que já perdi as esperanças! – urrou Alvo, ponto a varinha no próprio peito, enquanto Harry corava.
- Harry, dei o dinheiro a você desde que recebemos a carta! – falou Gina. – Alvo, devolva a varinha, e nós vamos comprar imediatamente a vassoura.
- Não!
Harry empunhou a varinha. Por um momento Alvo pensou que seu pai iria enfeitiçá-lo, mas logo achou impossível.
- Accio varinha! – ordenou Harry.
A varinha voou ao ar, e Alvo foi junto. Por um longo momento ele e o pai começaram a disputar a varinha. Alvo queria a qualquer custo descobrir por ele mesmo o segredo, então começou a falar palavras estranhas, até que deu um branco, e tudo ficou preto.

- Enevate! – ordenou uma voz muito longe.
Alvo abriu os olhos. Estava tudo embaraçado, e só percebia cores diferentes a cada lado. O que havia acontecido?
- Al, quantos dedos tem aqui? – perguntou uma voz, mostrando inúmeros palitinhos.
- Mais de cem! – respondeu Alvo, vendo palitinhos para todos os lados.
Os palitinhos sumiram. Pareciam ter fechado sobre uma caixa. Um contorno ali em frente se abriu, revelando uma fala:
- Gina, pega ali no armário meus antigos óculos.
Uma coisa se mexeu. Abriu uma caixa e parecia estar segurando alguma coisa, mas era muito fino e Alvo não conseguiu distinguir o que era.
Aquela coisa foi a caminho de seus olhos e tudo ficou claro. Alvo agora usava óculos.
Rony, Hermione, Gina, Harry, Lílian, Tiago, Rosie e Hugo o olhavam atentamente. Alvo sentou-se na cama, olhando para todos em volta. Tinham os rostos surpresos, e lá atrás a mão de Harry ia de encontro com as costas de Rosie, que se moveu rapidamente e foi para ao lado do primo.
- A varinha! – exclamou Alvo, fitando Rosie. – Onde está a varinha?
- Peguei logo depois que vocês dois caíram. – contou Rosie, mostrando a varinha firmemente. – Coloquei um antifeitiço convocatório nela, por isso não podem pegar. – ela olhou de esguelha para os adultos presentes.
- Que da hora, o pai ficou sem óculos e o Alvo ficou de quatro olhos! – exclamou Tiago, dando boas risadas.
Gina deu um tapão na cabeça de Tiago, que ficou de quatro na cama.
- Querido, levante-se. – falou ela, ajudando Alvo. – Confio em você, sei que pode descobrir sozinho. – ela olhou para Harry e Rony. – E nenhum de vocês vai tentar impedi-lo!
Hermione deu um abraço forte em Rosie, exibindo um sorriso.
- Ah filha! – falou ela. – Você é tão inteligente como seu mãe! Estou orgulhosa de você...
- E de mim? – perguntou Rony. – O que ela herdou de mim?
- A coragem é um bom exemplo! – falou Rosie, largando a mãe e abraçando o pai. – Talvez o medo por aranhas também!
Ela largou o pai, fitando uma aranha peluda do tamanho do dedão do pé de Alvo. Rony rapidamente pegou a varinha, e tremendo, ordenou “Estupore”.
A aranha, muito frágil, a ser estuporada morreu. Rony deu vivas junto com Rosie até todos irem comprar a vassoura de Alvo e de Rony, que jogava no Cannons.

Todos estavam reunidos na mesa, no jardim de Godric’s Hallow quando uma coruja pousou sobre o Peru de Natal preparado por Gina e Hermione. Rosie pegou a carta e leu alto para que todos ouvissem:

Rosie e Alvo,
Desejo um feliz natal á todos vocês! Estou da Albânia comemorando com meus bisavós (não agüento mais o cheiro de gato). Espero que todos vocês estejam bem, e que já descobriram o segredo da varinha!
Atenciosamente, Christian Dorimam.

Com um sorriso, todos voltaram a comer, ao meio dos choros de Lílian e Hugo que não queriam comer o Peru por causa da pena da coruja de Chris, que mandou a resposta de Alvo minutos depois.

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