O bastardo



Alvo seguia o monitor Tom com o resto dos alunos de primeiro ano. Rosie estava quieta, não falava nada, até que começou um assunto:
- Al, você percebeu que nenhum dos professores ou o diretor não estava no banquete inicial?
- Acho que eu estava muito nervoso para perceber isso. – respondeu Alvo. – Para faltar ao banquete inicial eles devem ter uma boa razão...
- Vamos descobrir isso logo. – falou Chris. – Essa escola não consegue guardar segredo por muito tempo. Seu pai sabe isso mais que ninguém, Al.
- É, eu sei.
Finalmente eles chegaram ao sexto andar. A escada para o sétimo estava extremamente lerda ao ir em direção ao grupo, mas finalmente os alcançou.
Primeiro Tom subiu, logo após vieram os primários. Havia um retrato de uma mulher extremamente gorda colocada na parede. Era a tão falada Mulher Gorda.
- Tom? – perguntou o retrato. – É você mesmo? Devolva imediatamente este distintivo!
- Ele é meu! – falou Tom, indignado. – Eu já o devolvi quando o coloquei em meu peito! Ah, e a senha é “Quatro Patas”.
A mulher Gorda o fitou um momento depois abriu passagem. A sala comunal da Grifinória era quase totalmente vermelha. A lareira quente iluminava totalmente a sala, mas magicamente não havia sombra.
- Como você conseguiu Clark? – perguntou uma voz ao lado de Alvo. – Fazer as sombras desaparecerem assim. Acho que nem Harry Potter conseguiria...
- Claro que conseguiria! – gritou Alvo, indignado. – Ele é o segundo maior bruxo da história!
- Al, não exagera! – falou Rosie. – Você sabe que ele é o quarto.
- Mas até o quarto consegue fazer desaparecer sombras! – falou Alvo, sentando-se em uma poltrona.
Ele olhou para o monitor Tom. Ele exibia seu distintivo como prêmio, mas havia alguma coisa estranha naquele garoto.
- Você está estranho, Alvo. – falou uma voz atrás dele.
Ele olhou. Um menino encapuzado o olhava, claro que não exibia seus olhos, mas estava óbvio.
- Como você sabe meu nome? – perguntou Alvo.
- Quem não sabe? – falou o garoto. – Você é filho do famoso Potter...
Alvo o olhou. A única vez que vira Draco Malfoy falar com seu pai, ele citou a frase “famoso Potter”.
- Scorpius Malfoy? – perguntou Alvo.
- E se fosse? – perguntou o garoto, com malícia. – E se eu fosse o famoso Scorpius Malfoy...
Alvo pegou a varinha e apontou para o menino.
- Aqui é só para Grifinórios! – urrou ele – Sonserinos não podem entrar aqui!
- E quem disse que eu sou Sonserino? – perguntou o garoto, mostrando sua camisa. – Acho que aqui diz “Grifinória”, ou eu me enganei?
Alvo olhou para o brasão. De fato era da Grifinória.
- Então, quem é você? – perguntou Alvo.
- O filho bastardo de Draco Malfoy. – respondeu o garoto.
- Se você acha que aqui vai ter um daqueles climas de suspense. – falou Alvo, o fitando. – Mas... Eu não sabia que Malfoy tinha um filho bastardo, e nem que algum Malfoy pudesse vir para Grifinória.
- Bom, vamos nos apresentar, não é? – falou o menino. – Seu nome é Alvo Severo Potter, e o meu é Brian Anderson... Seria Malfoy se ele tivesse me aceitado. Minha mãe é trouxa, sabe. Acho que foi por isso que vim para Grifinória. Então, boa noite.
Alvo seguiu com seus olhos Brian ir ao dormitório dos meninos de terceiro ano.
- O que aquele menino queria? – perguntou Chris, se aproximando junto com Rosie. – Ele era meio estranho...
- Ele é o filho bastardo de Draco Malfoy, Brian. – falou Alvo, olhando a porta do dormitório. – Veio para Grifinória por causa que sua mãe é trouxa.
- Acho que devíamos dormir, não é? – perguntou Rosie. – Amanhã temos de ficar procurando as salas de aula. Que emocionante, primeiro dia de aula!
- Não vejo a hora de receber meus horários! – falou Chris, levantando-se de um salto. – Boa noite pessoal!
- Também vou dormir. – falou Rosie, também se levantando. – Boa noite.
Alvo ficou ali, olhando a lareira e pensando. Se Draco Malfoy odiava trouxas como seu pai lhe dissera, por que teria feito um filho com ela? Aquele mundo estava cada vez mais estranho...
- Al?
Alvo virou. Tiago estava parado ali, o fitando.
- Você ta quieto... – falou ele. – É meio estranho ver você quieto. Pensando na vida?
- Você sabia que Malfoy tem um filho bastardo, Tiago? – perguntou Alvo.
- Draco Malfoy tem um filho bastardo? – perguntou Tiago, aparentemente indignado.
- Tem. – respondeu Alvo. – Brian Anderson. Está no terceiro ano, e é da Grifinória. O mais interessante é que a mãe dele é trouxa.
De repente a lareira soltou faíscas. A cara de Harry Potter emergiu em meio as chamas, com seus óculos redondos.
- Eu ouvi bem Al? – perguntou Harry. – Draco Malfoy tem um filho bastardo?
- Ouviu pai. – falou Tiago. – Al acabou de me contar sobre Brian Anderson Malfoy.
- Não é Malfoy. – falou Alvo. Draco não colocou o nome Malfoy em alguém cuja mãe é trouxa.
Harry olhou para o horizonte da janela. Depois, ao seu lado, emergiu Lílian, sorrindo.
- Oi Al! Oi Ti!
- Oi Li! – falaram Alvo e Tiago em coro.
- Bom, agora vocês dois tem que dormir. Nos falamos amanhã ok?
Harry e Lílian desapareceram em meio de faíscas que a lareira soltou. Alvo levantou e foi para o dormitório, dizendo “boa noite” para Tiago e indo sonso para sua cama.
Chris ainda estava acordado. Olhava a janela, como se não visse nada em sua volta.
- Sem sono? – perguntou Alvo.
- Pensando em certas coisas. – respondeu Chris.
- Bom, acho melhor você dormir. – falou Alvo, se trocando. – Amanhã antes do café da manhã vou tomar um banho...
E Alvo dormiu minutos depois, enquanto Chris passou a noite inteira olhando para a janela, percebendo que a Floresta Proibida não habitava somente monstros e bichos.

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