Férias e Duelos
Quando Draco acordou, já era quase de manhã. Deixara Sarah esperando sem motivos e justamente naquele dia. Resmungou e bebeu um copo d’água que estava sobre a mesinha ao lado da cama. Não adiantaria deitar de novo pois logo teria que se levantar. Resolveu se ajeitar logo. Depois de tomar banho e se vestir, pegou seu material e foi para a Sala Comunal que estava vazia. Sentou-se em uma poltrona e acabou por se lembrar do dia anterior, embora não quisesse fazê-lo. Levantou-se furioso consigo mesmo e sua falta de auto-controle e foi andar pelo castelo. Precisava espairecer. No caminho, deixou um livro cair. Abaixou-se para pegá-lo e se surpreendeu ao ver Sarah com os amigos no corredor. Percebeu um sorriso triste nela e não pôde deixar de pensar que era culpado. Por sorte ela não o vira. Não estava preparado para encará-la. Esperou que eles saíssem do corredor e foi para o Salão Principal. Sentou-se ao lado de Crabbe e quando olhou para frente acabou encontrando os olhos de Sarah, que tentou disfarçar desviando o olhar para o outro lado. Draco reprovou-se por sua atitude de antes. Como poderia se chatear por aquela bobeira? Sarah fora a pessoa mais maravilhosa que ele poderia ter encontrado em todo mundo. Não queria deixá-la. Além do mais, talvez estivesse exagerando com toda aquela história de Voldemort. Por que pensar no futuro? Ele queria aproveitar o momento que estava vivendo. Nem sabia direito se ia seguir os planos do pai. De qualquer forma, aquilo não o interessava naquele momento. A única coisa que o interessava era Sarah.
- Nos vemos hoje a noite? – perguntou movendo os lábios depois de conseguir chamar sua atenção. Ela concordou com a cabeça sorrindo.
À noite, Draco encontrou Sarah como o combinado. A garota ficara muito feliz pela atitude madura de Draco. Eles conversaram e o rapaz deixara bem claro que a única coisa que queria era ficar com ela, sem se importar com suas famílias ou com qualquer um que pudesse atrapalhá-los. Contudo, de maneira alguma, mencionou sobre o que o havia perturbado realmente. Não poderia falar sobre o possível futuro que seu pai o reservava. Além do mais, ele não queria pensar naquilo de forma alguma. Estava com Sarah e não desistiria dela. Estava disposto a enfrentar todos em qualquer situação. Tanto seu pai quanto as próprias pessoas do colégio. Todos diziam que era impossível Draco Malfoy se apaixonar. Pois todos estavam enganados. No começo, ele tinha muito medo de se entregar, mas aquilo era passado. Agora ele não tinha receio algum de estar nas mãos de Sarah. Tinha consciência de que era vulnerável a ela e aquilo não mais lhe incomodava. Sabia, acima de tudo, que ela não daria motivos para ele se preocupar ou se arrepender.
Sarah sentia que estava cada vez mais apaixonada por Draco. A maneira dele falar as coisas era algo que a impressionava e lhe trazia lágrimas aos olhos. Muitas coisas haviam mudado desde quando eles se conheceram. Ela podia ver, naquele momento, que os olhos de Draco estavam mudados. Ainda eram misteriosos, mas agora eles tinham um brilho diferente. Um brilho quase imperceptível que emitia a felicidade que ele estava sentindo. Isso deixava Sarah mais feliz. Sabia que havia feito diferença na vida daquele garoto que antes era tão insuportável e mal-compreendido.
Estavam sentados, um ao lado do outro. Sarah apoiara sua cabeça sobre as pernas de Draco enquanto ele acariciava seus cabelos. De repente, a garota se levantou e ficou de frente para ele num pulo rápido.
- Eu queria que soubesse que eu não suportaria que você tivesse me deixado pelas coisas que você descobriu. Sua presença é importante pra mim.
- Sarah, eu fiquei um pouco confuso, só isso. Eu só queria associar tudo que tinha ouvido. Eu também não poderia deixá-la. Seria uma tortura pra mim. Eu não posso mais viver sem esse seu perfume inesquecível, seu jeito sempre tão doce, seu amor. – Beijou-a levemente ao ver que os olhos da menina lacrimejavam de emoção.
- Pois pra mim também seria uma tortura viver sem esse seu sorriso encantador e sem esses momentos tão mágicos que passo com você.
Beijaram-se novamente. Precisavam a todo momento sentir um ao outro. Ter certeza de que sempre estariam juntos era razão para viverem.
Na manhã seguinte, logo depois do café da manhã, Sarah foi procurar seu tio. Queria falar com sua mãe. Ficou feliz ao vê-la na sala dele, sentada em uma poltrona lendo um livro antigo já sem título. Abraçou-a e contou que tudo estava bem entre ela e Draco. Sabrina ficara feliz. Nos poucos minutos que passara na presença do sonserino percebera que ele poderia ser uma boa pessoa, diferentemente de seu pai.
O dia passou normalmente e a noite Sarah foi se despedir de sua mãe que, iria embora. Despediram-se com pesar, mas logo se veriam novamente já que as férias estavam chegando.
Sarah levantou-se com os raios de sol que entravam pela janela na direção de seu rosto quando Gina ainda terminava de guardar alguns livros em um dos malões. Olhou pela janela e viu o sol já se pondo. Sorriu. Havia cochilado um pouco.
Já haviam passado muitas semanas. Semanas de alegria quando encontrava Draco, brincava com seus amigos e conversava com seu tio. Não podia acreditar que iria embora e só voltaria muitas semanas depois. Um ano letivo passara como um raio. Todos prestaram seus exames com facilidade. Sarah havia ficado um pouco nervosa, mas seus amigos a confortaram. Depois de todos os exames, escritos e práticos, comemoraram por poderem descansar dos estudos. Hermione achara um absurdo aquela comemoração já que, segunda ela, o estudo não deveria parar. Todos haviam preferido ignorá-la.
Depois que terminaram de se arrumar, Sarah e Gina foram para a festa de fim de ano. O salão mantinha uma decoração muito bonita com as cores de todas as casas. Elas se sentaram em meio aos amigos. Enquanto conversavam, Sarah encarou Draco com um sorriso e ele correspondeu interrompendo uma conversa com um sonserino ao seu lado. Ficaram se encarando durante alguns segundos até que Rony percebeu e chamou sua atenção para que ela participasse da conversa. Draco ignorou a atitude dele. Quando Dumbledore chegou, a algazarra de vozes parou.
- Mais um ano passou e eu espero que vocês tenham aprendido muitas coisas. – disse alegremente, encarando a todos com carinho. – Embora esse ano tenha sido um pouco conturbado com alguns acontecimentos de fora do colégio, foi muito bom tê-los aqui. Sei que foi muito produtivo, mas sei também que nada disso importa a vocês. O que querem saber é qual casa ganhou a Taça. – Todos riram. De uma certa forma era verdade. – Vamos ver a contagem de pontos, então. – Pegou uma pequena folha da mesa e colocou seus pequenos óculos sobre o nariz pontudo. Tossiu levemente e continuou. – Em quarto lugar está Lufa-lufa com trezentos e trinta e cinco pontos. Corvinal, em terceiro lugar com trezentos e oitenta e dois pontos. Sonserina, com quatrocentos e cinqüenta e sete pontos, está em segundo lugar. E, em primeiro lugar, está Grifinória, com quatrocentos e setenta e três pontos. Parabéns para todas as casas, mas a Grifinória é a grande ganhadora! – Não disfarçou o gosto pela vitória.
Dumbledore bateu duas palmas e todo o salão se envolveu nas cores vermelha e dourado e grandes bandeiras da Grifinória apareceram no teto e, no centro, uma grande imagem do leão imponente da Grifinória. A mesa da casa irrompeu em palmas e gritos. Todos davam vivas e berravam sem se importarem se exageravam no tom de voz. A balbúrdia era ensurdecedora. Sarah e seus amigos pulavam de felicidade enquanto se abraçavam. Rony e Andrew encararam Draco e toda a mesa da Sonserina com um imenso sorriso orgulhoso no rosto cheio de provocação.
Draco ficara raivoso e perplexo. Ainda mais com a cara dos amigos de Sarah que o olhavam com deboche. Tentou controlar sua raiva ao perceber que Sarah parecia muito feliz.
Ainda estavam tão eufóricos pela conquista do campeonato das casas que quase se esqueceram dos resultados dos exames. Todos passaram com boas notas. Hermione fora a melhor entre eles, mas isso não era surpresa para ninguém. Draco também tirara ótimas notas e isso deixou Sarah muito orgulhosa.
Em pouco tempo, os guarda-roupas ficaram vazios. Todos já haviam feito suas malas. Sarah se sentiu melancólica. Seria mais uma separação de Draco e isso a deixava triste. Não queria ir, mas sabia que seria divertido. Além do mais, poderia encontrá-lo quando quisesse em Hogsmeade. Bastava combinar com ele. Pegou suas coisas e desceu, deixando tudo ao lado das malas de Rony, que estava na entrada do Salão Principal. Foi falar com seu tio. Despediu-se com um pouquinho de tristeza, mas sabia que o veria logo.
Enquanto embarcavam no Expresso de Hogwarts, alguns alunos riam e conversavam animadamente enquanto outros apenas observavam os campos pela janela. Harry e os outros se mantinham no vagão sem muito barulho. Comiam alguns feijõezinhos de todos os sabores e conversavam sobre o que fariam nas férias. Pararam na plataforma nove e meia de King’s Cross e despediram-se com tristeza de Adriene e de Andrew que iriam estudar em outro país. Sarah e Gina ficaram muito tristes, mas sabiam que seria bom para os dois estudar em outro país e ainda por cima juntos. Depois que o casal foi embora, Sarah procurou por Draco em toda a plataforma. Encontrou-o ao lado de Crabbe e Goyle. Ele, que antes parecia irritado, ao ver Sarah sorriu e foi em sua direção.
- A gente vai se encontrar logo, não é? Não vou agüentar muito tempo. – gemeu manhosa, segurando a mão do loiro a sua frente.
- Claro! Vou esperar cartas suas.
- Sim. Eu vou escrever uma por dia. – brincou e sorriu, mas não conseguia disfarçar o desgosto em ter que se despedir. Abaixou a cabeça triste.
- Não fica assim. A gente nem vai estar longe. Vai ficar na casa do Weasley? – indagou apertando delicadamente os dedos da menina entre os seus. Ela concordou com a cabeça. – Então, vamos nos encontrar sempre que pudermos.
- Ok. Eu já vou. – Abraçou-o e o beijou rapidamente, mas ele a puxou de volta e a beijou com mais intensidade. Já não sentia mais vergonha de ninguém. Ela corou sorrindo e foi encontrar novamente com os amigos.
Draco a observou indo com os amigos e a senhora Weasley. Arrepiou-se por um segundo ao se lembrar de tudo que acontecera aquele ano. Fora o melhor de sua vida inteira. Nunca poderia ao menos imaginar que seria tão feliz com um sentimento que, para ele, era impossível de acontecer de verdade com alguém. Não poderia imaginar que fosse assim e nem quisera se apaixonar. Tudo parecia novo para ele. Poderia gritar ao mundo que sabia o que era aquele sentimento que tanto o fazia se sentir bem. Sabia que, com Sarah, tinha aprendido a amar.
As férias foram uma maravilha. Diversão que não acabava mais. Sarah, Rony, Gina e Harry se divertiam de todas as maneiras possíveis. Brincavam como crianças todos os dias ao sol quente e radiante. Só faltava Hermione, mas esta estava viajando com os pais e só os encontraria no começo do ano letivo. Quem mais parecia se afetar com isso era Rony. O garoto às vezes ficava triste, mas as cartas da namorada não permitiam que ele ficasse assim por muito tempo. Sarah também fazia o possível para que o amigo não sentisse tanta a falta da menina.
Muitas vezes, Gina e Harry saiam para passear a sós e Sarah e Rony aproveitavam para conversar e se divertirem também. Enquanto Rony tentava ensinar xadrez de bruxo para Sarah, ela tentava ensinar para o amigo alguns jogos trouxas de cartas. Sempre acabavam desistindo, tanto ele quanto ela. Mas de uma coisa nunca desistiam: discutir sobre Draco. O ruivo não se cansava de tentar fazer com que Sarah desistisse do namoro e visse Draco como um simples sonserino arrogante, mas era inútil. Aquela visão já sumira da mente da garota há meses. Rony, por sua vez, não conseguia confiar em Draco. As vezes parava para pensar e tentava se convencer que talvez estivesse exagerando em relação ao rapaz, mas ao lembrar de todas as ofensas que recebera dele ficava irritado e esquecia aquela idéia. Não conseguia acreditar que Draco Malfoy pudesse ser uma boa pessoa, como Sarah dizia.
Sarah saiu para se encontrar com Draco em Hogsmeade muitas vezes. Sempre se encontravam no 3 Vassouras e passeavam juntos. Eram os momentos em que Sarah se sentia mais feliz e o loiro também. Os passeios com Sarah o ajudavam a suportar o tempo que ficava em casa escutando as coisas que seu pai falava que não o interessavam.
Mas nem tudo era simplesmente alegria. Ocorreram muitos atentados por toda a Europa no mundo bruxo. Poucas mortes, mas muitas pessoas machucadas e feridas. Todos que haviam se recuperado não sabiam descrever o que acontecera de fato. Só diziam que se lembravam de um vulto escuro e sombrio se aproximando e de mais nada. Muitos lugares haviam sido destruídos por motivos desconhecidos. Harry desconfiava que Voldemort estivesse escolhendo o lugar onde se refugiaria e as pessoas atacadas eram como um aviso. E estava absolutamente certo, segundo o que Lúcio contara ao filho.
Draco não queria se envolver na história de Voldemort, mas não podia impedir que seu pai falasse o que estava acontecendo. Lúcio sempre falava as coisas que Voldemort fazia entre gargalhadas e isso enojava Draco. O rapaz não pensava mais naquela maneira de vida. Também não esquecia de sua mãe, que ainda se escondia. Recebera algumas cartas secretas dela. Sempre mandava boas notícias. Narcisa parecia feliz apesar do pouco luxo do qual podia usufruir. De qualquer forma, as cartas sempre deixavam Draco tranqüilo. O rapaz teve também que escutar seu pai falando de seu namoro com Sarah. Dizia que ela não era a pessoa certa e que não daria certo, mas Draco simplesmente lhe ignorava. Poderia discutir com o pai durante as férias inteiras que não mudaria sua posição e seu pai percebeu isso. Então, Lúcio preferiu esquecer o assunto. Sabia que quando o filho assumisse seu lugar ao lado de Voldemort teria que esquecer a garota e, além do mais, imaginava que ela seria apenas um caso na vida dele e que logo a deixaria. Mal sabia ele que estava muito enganado. Sarah não era apenas um caso. Era o grande amor de seu filho e ele não a deixaria tão facilmente.
E assim as semanas se passaram até que o dia de voltar para Hogwarts chegou. Sarah e Rony estavam excitados com a idéia de encontrarem seus respectivos namorados. Arrumaram as malas uns dias antes e, para surpresa de todos, não estavam atrasados para irem até a estação. Chegaram na plataforma por volta das 10:30h e às 11 em ponto ouviu-se um apito. Rapidamente todos os outros alunos que estavam fora da locomotiva entraram. Assim que o trem começou a andar, Hermione abriu a porta do vagão onde todos estavam.
- Olá, pessoal! – gritou animada e Rony correu para abraçá-la. Todos fizeram o mesmo. A menina, com os cabelos mais claros e ligeiramente mais curtos, estava muito feliz em reencontrar os amigos.
- Como você está, Mione? – Rony perguntou ao beijá-la.
- Ótima! Por causa da conferência de trabalho do meu pai fomos todos para a China. Lá é tudo encantador! E as férias de vocês? Como foram?
Conversavam entusiasmados, mas Sarah não parecia muito interessada no assunto. Queria realmente ver Draco. Não suportava mais ver todos ali com as pessoas que amavam e ela sozinha, sabendo que Draco estava tão perto. Resolveu procurá-lo. Saiu do vagão sem dar explicações a ninguém. Foi logo para o vagão onde ele costumava ficar, mas, para sua surpresa, não o encontrou lá. Viu apenas algumas meninas do segundo ano da Sonserina. Chamou uma delas e pediu para que fosse dar um recado a Draco. Para uma nova surpresa de Sarah, a simpática menina que não parecia ser realmente uma sonserina fez o favor com espontaneidade.
Draco estava com alguns garotos da sonserina em um vagão conversando sobre as férias e os planos para quando acabassem a escola quando, de repente, uma menininha morena abriu a porta do vagão.
- Draco, você pode assinar a minha nova vassoura? – Ela perguntou exatamente o que Sarah havia mandado, com um sorriso meio forçado. – Minhas amigas vão morrer de inveja quando verem seu autógrafo nela!
- Claro! – confirmou, passando a mão pelo cabelo, deixando o ego transbordar. Os outros o olharam com inveja. – Onde está?
- Nesse vagão vazio aqui do lado. Vem comigo. – disse e Draco a seguiu até o vagão do lado. Levou um susto ao ver, com a porta aberta, Sarah sentada em um banco com o olhar fixado nele.
- Sabia que sua vaidade iria trazê-lo. – comentou sorrindo debochada.
- Bastava ter dito que você estava aqui. – Correu e a abraçou com força, sentando-se ao lado dela. Alisou os cabelos da garota e a beijou. Estava com muitas saudades e tê-la com ele era um alívio, um descanso, uma alegria imensa.
- Obrigada, querida. – Sarah agradeceu e deu um sapo de chocolate e um saco de feijõezinhos para a garotinha que havia feito o favor.
- De nada. É um prazer ajudar um casal tão lindo. – falou com os olhos brilhando, como se estivesse vendo a sua frente dois personagens de contos de fadas. Saiu e fechou a porta do vagão.
- Definitivamente, ela não é da Sonserina. – Sarah comentou, olhando para a porta do vagão recém-fechada.
- Os sonserinos não são tão ruins... – Draco comentou ao puxá-la pela cintura para mais perto de si com um sorriso mordaz.
Sarah o fitou diretamente nos olhos. Gostava de fazer aquilo. No silêncio, um buscava o olhar do outro, como se aquela fosse a forma de obterem felicidade. Os dois, juntos, tinham o dom de mudar o destino, de iluminar. Ela apoiou sua cabeça sobre o ombro dele e falou baixo, próxima ao seu ouvido:
- Eu te amo, Draco. Você é o amor que a vida me deu de presente.
- Ah Sarah... Você sim é um presente que ganhei em minha vida. Te amo... – sussurrou, perdendo o ar, perdendo as forças e perdendo a vida que antes lhe pertencia, mas agora pertencia somente a Sarah.
Beijaram-se apaixonadamente como há muito tempo não faziam. Sentiam que cada vez mais precisavam um do outro. Não queriam se separar nunca. Ignorando a paisagem voando pela janela, os dois se deitaram sobre o banco, ainda beijando-se. Sarah sentiu as mãos frias de Draco percorrerem suas costas, levantando um pouco sua blusa. Num impulso, ela começou a abrir os botões da camisa do loiro, mas percebeu o que estava fazendo e se levantou rapidamente, ajeitando suas vestes.
- Não, ainda não é hora. – falou ofegante, passando a mão pelos cabelos.
- Por que? – O rapaz se levantou e ficou a frente dela, com a camisa amarrotada e semi-aberta.
- Porque não. Não estou preparada para isso ainda. – disse firme sem deixar escolhas ao rapaz.
- Eu entendo, me desculpe. – pediu e a abraçou. – Eu espero todo o tempo do mundo. – Esperar uma menina? Nunca poderia imaginar que diria aquilo um dia.
- Tudo bem. – Já recomposta, fechou os botões da camisa do namorado e ajeitou seus cabelos. – Agora vamos.
A primeira semana passou com muita tranqüilidade e alegria. A entrada de uma quantidade um pouco menor de alunos comparada com outros anos preocupou Dumbledore. Alguns pais estavam assustados com os acontecidos e não queriam que os filhos freqüentassem a escola. Para os professores, esta era uma maneira absurda de proteger os filhos. Então, para treinar melhor os alunos e distrai-los também, Snape propôs um Clube de Duelo novamente no colégio. Os outros professores concordaram e aprovaram. Era uma boa idéia. Havia panfletos por todo o castelo sobre o Clube e o local onde todos que estivessem interessados poderiam se inscrever. Todos os alunos ficaram muito interessados e rapidamente foram até o local de inscrição, que ficava na parte de fora do castelo. Rony, Sarah e todos os outros amigos se inscreveram. Pouquíssimos alunos não participariam. Alguns queriam realmente testar suas habilidades e outros queriam apenas se divertir. Nesse último grupo, Draco estava incluído. O rapaz não estava interessado em saber se poderia se defender de Voldemort. Queria apenas correr o risco de duelar com algum aluno que ele não gostasse, especialmente Harry ou Rony.
Muitos duelos já haviam acontecido até um mês depois do inicio das aulas. Enquanto dois alunos, postos um frente ao outro, duelavam, os outros alunos que assistiam pareciam estar numa arquibancada de quadribol torcendo e gritando. Era engraçado às vezes quando algum aluno saia com dentes gigantes ou com rabo de rato, coisa que irritava Snape já que aquele tipo de feitiço não serviria de nada numa verdadeira batalha.
Draco e Sarah se encontravam todas as noites e ficavam juntos conversando durante horas. Ninguém poderia negar que os dois eram muito felizes. Todos percebiam já que não brigavam mais tanto quanto antes. Na verdade, não queriam perder tempo. Lembravam das antigas brigas que, para Draco, foram todas por motivos “simplesmente estúpidos e idiotas”.
Um dia, enquanto Sarah e Gina iam para a sala de aula, escutaram um enorme burburinho em volta de uma parede. As duas meninas ficaram muito curiosas para saberem o que prendia tanto a atenção dos alunos. Infiltraram-se entre as pessoas até chegarem onde estava colado um papel com o próximo duelo.
- Ai, não... – As duas gemeram levando a mão na testa. Não podiam acreditar. O que tanto temiam estava por acontecer.
- Não pode ser verdade. – Sarah falou ao olhar o papel novamente esperando que tivesse lido mal, mas não tinha. O papel dizia claramente: Draco Malfoy(Sonserina) X Harry Potter(Grifinória).
- Vamos logo! – Gina disse e puxou a amiga pela mão até fora do grupo amontoado.
Depois das aulas foram até o Salão Principal onde, pela movimentação diferente, parecia que todos já sabiam dos próximos alunos que iriam duelar. Chegando perto dos amigos, Sarah percebeu que Rony estava contando algo engraçado. Aproximou-se para ouvir sem que o amigo percebesse.
- É lógico que Harry vai ganhar! – Ele dizia bem convicto à Hermione e à Simas, que também parecia animado. – Viemos estudando bastante para caso um de nós pegasse o Malfoy. Sabemos todos os pontos fracos dele e, se tivermos sorte, poderemos até causar um pequeno machucadinho no Malfoy. – Todos riram com o sorriso quase diabólico de Rony e Sarah se aproximou irritada sem poder se controlar.
- Harry, você não vai machucar o Draco à toa, vai? – perguntou encarando Rony que, com certeza, era o autor daquele plano bobo.
- Bem Sarah, tente entender... – Ele começou a falar, mas foi interrompido.
- Se você fizer isso, Harry, sabe que vai atingir a mim também. Seria capaz disso?
- Sarah, não irei machucá-lo à toa. – disse e percebeu um desagrado em Rony. – Mas não me peça para deixar que ele me ataque e eu apenas me defenda para não machucá-lo.
- Não? – indagou.
- Lógico que não! – Gina se meteu na conversa e ficou ao lado de Harry. – Você está pedindo que Harry não faça nada para o bem do Malfoy?! Por favor Sarah, não fale besteiras! Quer que Harry se machuque?
- Não, não é isso! Eu só não quero que ele machuque Draco como Rony estava falando, por pura maldade.
- Eu só estava brincando quando disse aquilo. – Rony disse com uma feição contrariada, se levantando da cadeira. – Sarah, acho que seu namorado não precisa de uma defensora. Ainda mais se você for contra seus amigos. Vai acabar acontecendo o que eu havia dito antes. Você irá nos abandonar para ficar com ele. Por que não troca logo de casa e se torna uma sonserina?!
- Não começa, Rony. – Hermione falou autoritária, puxando-o para que se sentasse novamente.
- Se é o que você realmente quer eu vou, tá legal?! Pelo menos Draco vai me encher menos a paciência do que você! – Sarah gritou irritada.
- Escuta, – Harry puxou Sarah para sua direção vendo que ela e Rony começariam a discutir seriamente. – Eu vou duelar com ele como se fosse qualquer outro, mas se ele me atacar mais do que se deve, eu vou responder as provocações dele ao mesmo nível. Nada mais justo, não acha?
- Sim, é lógico. – Abaixou a cabeça meio chateada. – Me desculpe. Eu não quis que vocês me interpretassem mal... – Tentou se explicar, mas perdeu as palavras e foi embora.
Draco percebeu que havia acontecido alguma discussão entre os amigos de Sarah e a viu sair do Salão com um jeito estranho. Levantou-se rapidamente da mesa e foi atrás dela. Quando a alcançou no corredor, a agarrou pela sua cintura dando-lhe um susto.
- Te peguei! – falou lhe dando um beijo no pescoço.
- Você me assustou, como sempre. – Virou-se e sorriu tentando disfarçar seu aborrecimento. – Mas um susto dado por você sempre é bom.
- O que aconteceu entre você e os grifinórios metidos?
- Eu meio que discuti com eles, mas não era minha intenção. – Abraçou-o e sentiu o calor de seu corpo.
- Mas qual foi o motivo? Eu? – Parecia adivinhar o que acontecera.
- Mais ou menos. É por causa do duelo...
- Qual duelo? – perguntou confuso.
- E qual mais seria? O duelo entre você e Harry. Não sabia?
- Não! – afirmou sorrindo. – Então o próximo é entre o Potter e eu. Será divertido... – comentou com um semblante travesso. – Mas o que tem isso com a sua briga?
- Rony novamente falou coisas que não deveria e...
- Com licença. – De repente, Rony apareceu ao seu lado e se meteu entre os dois. – Eu preciso falar com você, Sarah.
- Eu não concordo. – Draco se pôs ao lado de Sarah colocando o braço sobre seus ombros e encarando Rony.
- Você mudou de nome? Agora se chama Sarah, Malfoy? – indagou sarcástico tentando controlar a paciência que rapidamente se perdia com aquele sonserino.
- Não, mas logo sua amiga terá esse nome. – falou e não percebeu que Sarah corou furiosamente com a resposta dele.
- Eu não quero falar com você, Malfoy! Eu quero falar com Sarah! – gritou já irritado.
- Vá Draco, depois nos falamos. – pediu, vendo que aquilo poderia piorar. Beijou-o levemente e o loiro se foi sem olhar para Rony. – O que quer?
- Me desculpar. Você me conhece, eu não consigo controlar meu gênio e nem minha boca. – Parecia sinceramente arrependido.
- Você falou o que você pensava e eu não posso fazer nada se pensa assim.
- Não é bem assim. É que eu não penso muito bem nas coisas que eu falo e me irrito facilmente e....
- Rony, você pensa exatamente o que falou. Mas não é verdade o que disse. Eu nunca trocaria vocês por Draco, mas também não poderia escolher. Não me peça para dar as costas para meu namorado.
- Eu sei. Eu sou meio idiota as vezes. Me desculpa? – pediu segurando as mãos da amiga.
- Tudo bem. – sorriu e o abraçou sorridente.
- Eu posso lhe fazer só uma pergunta? – pediu e continuou a falar quando viu um sinal afirmativo. – Se eu e o Malfoy estivéssemos nos afogando no lago e você só pudesse salvar um. Quem salvaria?
- Rony! – reprovou. – Que pergunta de criança, como pode fazer isso comigo?
- Só responde. Pode ser sincera que eu não vou ficar chateado. Só quero saber.
- Eu amo os dois de maneiras diferentes, então não poderia fazer essa escolha. Eu morreria tentando salvar os dois. Não poderia viver tanto sem ele, quanto sem você.
- Se saiu bem, Dona Sarah... – Sorriu e a abraçou. Depois voltaram para o Salão Principal. Draco viu e, apesar da pontinha de ciúmes, ficou feliz. Sabia como a namorada sofria quando brigava com um de seus amigos.
Ao final da tarde, todos se reuniram em volta do fino e comprido palco onde aconteceria o duelo. Gina e Sarah se localizaram bem ao meio para que pudessem ver bem. Combinaram de não torcer para ninguém para que não brigassem afinal, uma torceria para Harry e a outra para Draco. Era melhor que ficassem quietas. Quando os dois subiram ao palco muitos alunos começaram a gritar. Aquele duelo sim parecia um jogo de quadribol entra Grifinória e Sonserina, justamente na parte em que Draco e Harry estivessem cabeça a cabeça atrás do pomo. Os dois se encararam desafiadores.
- Preparado para sair daqui carregado por seus amigos, Potter? – indagou Draco com um sorriso maldoso.
-Não, pois sei que isso não vai acontecer. Já não posso dizer o mesmo de você...
- Sonhe, Potter! Sonhar não é proibido, mesmo para idiotas como você.
Snape se meteu entre os dois percebendo que poderiam brigar ali mesmo. Mandou que eles se preparassem. Cada um foi para seu lado. Gina desejou sorte ao namorado quando ele a olhou e sorriu. Sarah fez o mesmo e percebeu que o sonserino estava tranqüilo.
Então começou o tão esperado duelo. Gina e Sarah tentavam se controlar, mas não conseguiam. Ninguém conseguia se controlar. Era uma grande gritaria entre os alunos. Feitiços de um lado para o outro. Densaugeo, Petrificus Totalus, Immobulus, Expelliarmus, Estupefaça, Incarcerous, Estupore, Furnunculus... Nenhum os atingia. De repente, Harry se distraiu e Draco aproveitou. Lançou-lhe um Tarantallegra e Harry não pôde mais. Começou a dançar freneticamente como um maluco. Todos começaram a rir e Draco quase caiu no chão de tanto rir. Nesse instante, Harry, aproveitando a situação, lançou-lhe um Relashio. O sonserino, desesperado, apagou as faíscas que chamuscaram toda a sua roupa.
- Seu idiota! – Draco gritou irritado ao ver suas vestes. – Incarcerous!
Cordas surgiram em volta do corpo de Harry, o imobilizando. Draco o encarou com um sorriso triunfante. Todos aplaudiam. Alguns por que gostaram da vitória, outros por educação. Harry o olhou com raiva e tentou se levantar enquanto Snape parabenizava Draco.
- Finite. – O sonserino proferiu ao ver que o adversário não conseguia se levantar e sorriu. Foi até ele. – Agora você já sabe que não pode me vencer, não é? Sempre estou preparado para qualquer duelo.
- Imagino que os futuros Comensais tenham que se preparar desde cedo, não é? – Harry disse seriamente deixando Draco mudo e perplexo.
- O que você quer dizer com isso? – indagou tentando disfarçar o nervosismo num tom de voz muito baixo para que ninguém ouvisse.
- Você deve saber. – Deu as costas ao loiro e foi até onde Gina estava.
Draco o encarou com raiva. Sabia exatamente o que ele queria dizer com aquilo. Só não imaginou que ele fosse capaz de dizê-lo tão friamente em sua cara. Era lógico que Harry tinha consciência de seu envolvimento com Voldemort. Tentava esquecer aquilo, mas as palavras de Harry continuaram a incomodá-lo. Imaginou se ele havia alguma vez feito algum comentário do gênero perto de Sarah. Preferiu esquecer isso naquele momento e desceu do palco. Viu Sarah correndo em sua direção.
- Parabéns, Draco! Você foi muito bem. – elogiou se segurando para não abraçá-lo ali mesmo.
- Obrigado. – falou sorrindo maliciosamente para ela. – Vem comigo. – Segurou-a pelo braço de repente e a puxou, se afastando da multidão de alunos que estava ali.
Levou-a até uma sala vazia naquele corredor. Entraram e ele fechou a porta. Sarah não entendeu.
- O que houve, Draco? Por que viemos até aqui? – indagou confusa procurando um motivo sensato.
- Eu não sei. Só para ficarmos sozinhos agora. Não agüentaria até a noite. – Abraçou-a com força e a beijou intensamente. Sarah se deixou levar, mesmo não entendendo o motivo do garoto agir daquela maneira. – Você estava linda hoje. – Continuou ao se afastar. – Estava aflita e preocupada comigo e ninguém nunca ficou assim por mim a não ser você.
- Eu me preocupo muito com você. Não gosto de pensar que você corre perigo e que alguma coisa ruim pode acontecer. Eu poderia fazer tudo para te proteger.
- Não existe ninguém como você. – Sorriu e a beijou novamente.
Ficaram ali até a noite, quando voltaram cada um para seu dormitório. Draco demorou muito tempo para dormir. Lembrou-se do que Harry havia dito e do rosto de Sarah cada vez que um feitiço vinha em sua direção. Refletiu bem sobre tudo o que estava acontecendo em sua vida desde o ano que se passara e tomou uma decisão. Não seria um Comensal. Não poderia sê-lo se isso o afastaria de Sarah. Percebeu como ela se importava com ele e imaginou como ela ficaria se soubesse que ele se tornaria um Comensal. Ficaria arrasada e decepcionada. Não. Não poderia ver aqueles olhos tão bonitos tristes. Reuniria coragem e enfrentaria seu pai. Só ele e mais ninguém poderia decidir seu futuro e seu pai não iria mais interferir. Sentiu-se ligeiramente mais feliz e tranqüilo. Tomara uma decisão sobre algo que o perseguia há tempos. E Sarah foi a grande razão dessa decisão. Imaginou que sua mãe ficaria muito feliz com a notícia. Sentiu saudades. Estava muito tempo sem vê-la e queria que ela soubesse o quanto havia mudado. E queria também que ela soubesse quem era o grande motivo.
Em um certo dia de outubro, Sarah e Draco estavam mais ansiosos do que nunca para se encontrarem. Aquele era um dia especial. Fazia um ano que estavam juntos. A noite, se encontraram como sempre e trocaram presentes entre beijos. Draco dera a ela um lindo buquê de rosas brancas e ganhara de Sarah um porta-retrato com uma foto dos dois tirada um dia em Hogsmeade nas férias. Ambos adoraram os presentes. Voltaram para os dormitórios no alto da madrugada. Estavam muito felizes. Tudo estava dando certo.
As semanas se passaram, os duelos acabaram, as folhas das árvores caíram e o frio chegou. Já era começo de Dezembro. Os dias pareciam passar cada vez mais rápidos.
Draco estava cada vez mais feliz. Continuava o mesmo orgulhoso e debochado de antes com algumas pessoas, mas havia mudado de certa forma. Não implicava tanto com Gina e não ofendia a família dela, muito pelo contrário, era muitas vezes simpático, para a desconfiança da ruiva. Porém, não poderia deixar de provocar Rony. Era impossível que isso acontecesse. Com o ruivo e com Harry também continuava as mesmas brigas, discussões e provocações. Isso nunca mudaria.
A vida parecia melhorar já que não havia mais tantas noticias de ataques. Ocorrera alguns, mas não havia vítimas nenhuma. Isso era um grande alívio para Harry e para os outros que temiam a volta de Voldemort
Sarah e seus amigos combinaram de ficar no colégio no Natal. Draco, ao saber que a namorada ficaria no castelo, não pensou duas vezes em decidir ficar também.
Numa noite, Sarah mandou uma coruja para Draco marcando um encontro em outro lugar. Ele estranhou, mas foi até onde ela indicara na carta. Quando chegou, viu a garota em pé, encostada em uma parede. Lembrou-se do dia que foram pegos por Filch e ganharam detenção. Riu com a lembrança maravilhosa. Sarah o levou até sua salinha secreta. Ao entrarem, ela fechou a porta e acendeu as tochas enquanto Draco observava cada detalhe da sala. Gostara muito, mas não sabia ao certo porque ela o levara até ali. Sarah disse que se encontrariam ali agora. Ele concordou de imediato afinal, aquela sala era bem mais confortável do que a outra.
Uma vez começada as férias de Natal, começava também a grande diversão. Quando Sarah não estava com Draco passeando pelos jardins, estava com seus amigos em guerras de bola de neve ou na Sala Comunal assando mashmallows em um garfo. Ela e Rony adoravam fazer isso. Às vezes ficavam horas conversando enquanto comiam muitos mashmallows ou outros bolinhos que pudessem ser assados na lareira. Também adorava ficar com Draco em sua sala, que era bem mais quente que a outra onde se encontravam antes. Ficavam conversando e sempre abraçados. Era a melhor maneira de afastarem o frio. Estavam felizes por poderem passar o Natal juntos.
Todos acordaram bem cedo na manhã de Natal. Sarah, ao abrir os olhos, correu para abraçar Gina. As duas se desejaram Feliz Natal e fizeram o mesmo com a outra companheira de quarto que ficara no lugar de Adriene. Correram para suas respectivas pilhas de presentes ao lado de suas respectivas camas. Gina ficara felicíssima com todos os presentes e especialmente o cachecol que ganhara de Harry. Sarah também amou todos os presentes que abrira um por um. Por último viu uma pequena caixa verde e prata e logo soube de quem era. Um imenso sorriso se abriu em seu rosto. Abriu-a com ansiedade e parou ao ver o lindo cordão com um pingente de coração de brilhantes. Correu até o espelho e o colocou. Era realmente muito bonito. Somente Draco poderia ter um gosto tão fino.
Draco levantou-se de repente com a respiração pesada. Outro pesadelo. A imagem de Voldemort e de seu pai lhe perturbava até em seu sono há semanas. Olhou em volta e não viu Crabbe e Goyle. Já deveriam ter decido. Viu os presentes ao lado da cama. Nenhum chamou sua atenção a não ser pelo pacote embrulhado com perfeição que estava um tanto escondido. Com certeza era de Sarah. Abriu e pegou o tecido escuro. Era uma capa muito bonita em tom verde bem escuro. Dentro havia também um envelope e um outro pacote bem pequeno, onde se encontrava uma pulseira. Reparou que era a pulseira que sempre estava no pulso de Sarah. Abriu o envelope e pegou a carta.
Draco
espero que goste da capa. Pedi que minha mãe me mandasse. Pertenceu ao meu pai e eu quero dá-la a você. Cuide dela, pois tem um valor muito especial para mim. A pulseira também é algo muito importante, mas quero que fique com você para que, mesmo quando estivermos longe, você se lembre dessa pequena grifinória que tanto te ama.
Com amor,
Sarah
Draco guardou imediatamente os presentes, se arrumou e desceu para o Salão Principal. Logo ao entrar, dirigiu-se até a mesa da Grifinória, onde Sarah e os outros estavam sentados. A garota, ao vê-lo, se levantou e foi abraçá-lo, sem se importar com a presença dos amigos.
- Obrigada pelo colar. – disse dando-lhe um leve beijo. – É lindo.
- Ficou ainda mais bonito em você. – Sorriu ao segurar o pingente no pescoço da menina. – Também gostei muito do seu presente, mas acho que não mereço. Era de seu pai, sei que é muito especial pra você e...
- Por isso quero que fique com você. – Viu que ele contestaria e interrompeu novamente. – Quieto, Draco.
- É, quieto Draco! – Rony disse aborrecido sem encará-lo. – Não sabe a hora de calar a boca...
- Escuta aqui, Weasley, é melhor você não se meter, entendeu? – Draco ameaçou ir pra cima de Rony, mas Sarah o segurou.
- Ou você vai fazer o que, Malfoy idiota? – Rony se levantou, encarando o loiro a sua frente com raiva.
- É melhor você ir embora, Malfoy. – Gina se levantou, metendo-se entre eles.
- E é melhor você se afastar do estúpido do seu irmão antes que você se contamine com ele, Weasley. – disse à Gina e deu as costas a todos, indo para a mesa da Sonserina.
Rony o encarou com fúria. Não sabia se sentia mais raiva dele por ser tão atrevido ao ponto de ir até a mesa da grifinória ou por não ter sido estúpido com Gina, o que seria um motivo para uma briga. Harry encarou a namorada sério.
- Você se contaminar com seu irmão? Por acaso o Malfoy tem certa simpatia por você e estão ficando amiguinhos, Gina? – perguntou ciumento.
- Ah, Harry, por favor...
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