Antes das Férias...



Draco correu o mais veloz que pode até a sala. Subia as escadas desesperadamente. Quando chegou em frente a porta estava ofegante e sem ar. Esperou um minuto até sua respiração voltar ao normal. Entreabriu a porta em silêncio. Viu Sarah sentada na mesa olhando para a brilhante Lua no céu, que começava a escurecer. Estava linda. “Como sempre” ele pensou sorrindo para si mesmo. Entrou e caminhou até ela. Sarah estava tão distraída que nem havia percebido a presença do rapaz ali. Draco pegou a varinha em suas vestes e conjurou, no maior silêncio possível, uma rosa vermelha. Chegou pelas costas dela e, com uma mão, tapou seus olhos.
- Quem é? – Sarah perguntou sobressaltada. Tentava se virar, mas não conseguia. – Quem está aí? É você Gina?
Ela, tentando descobrir quem era pessoa, acariciou a mão que tapava seus olhos e, com surpresa e felicidade, logo reconheceu. Aquele toque apenas uma pessoa tinha.
- Draco? É você, não é?
- Parabéns, mas demorou um pouco. – respondeu enquanto lhe entregava a flor.
- O que é isso? – perguntou com olhar desconfiado ao pegar a lindíssima rosa. A aproximou do nariz e sentiu o aroma maravilhoso.
- O que será? Acho que é uma vassoura. – ironizou, tentando quebrar a tensão. Riu, mas parou ao perceber que Sarah não fazia o mesmo. Deu uma leve tossida e passou a mão na nuca enquanto olhava para os pés.
- Eu falo sério. – Ela disse realmente séria, fitando o loiro.
- É um pedido de desculpas. Eu sou um completo idiota. – Sentou ao lado dela. Preferiu não encará-la e permaneceu com a cabeça baixa. Os olhos agora fixados nas próprias mãos. Ficaram em silêncio durante alguns minutos que pareciam uma eternidade. Percebeu que ela não falaria nada. Talvez ela não estivesse disposta perdoá-lo e voltar com ele. Resolveu ir embora. – Bom... era só isso. Agora eu já vou... – Levantou-se lentamente querendo dar tempo para ela tomar alguma iniciativa, mas ela nada falou. Foi até a porta e a abriu.
- Espera, não vá! – pediu Sarah de repente e deu um salto da mesa. Não poderia deixá-lo ir e perder a chance de ser feliz como antes.
Os dois se entreolhavam fixamente. Era como se o mundo tivesse parado naquele momento para os dois e não restasse mais nada a não ser o que sentiam. Contudo, não conseguiam explicar o que exatamente era aquilo e esse era o problema. Principalmente para Draco que se sentia cada vez mais vulnerável ao estar com Sarah.
- Me deixe explicar o que aconteceu naquele dia.
- Não precisa. – Voltou para perto dela. – Eu entendo que...
- Não! – Ela o interrompeu novamente. Precisava falar antes que explodisse. – Eu quero deixar tudo muito bem explicado. Quando você me mandou aquela coruja eu já tinha marcado um encontro com Harry. Mas não foi nada disso do que você pensou. Ele simplesmente queria fazer uma surpresa pra Gina e como eu sou a melhor amiga dela ele me pediu ajuda. Aquele abraço que você viu foi só de amizade porque eu estava ainda um pouco mal pelo o que tinha acontecido em Hogsmeade e ele estava me confortando. Não aconteceu nada demais e você viu isso.
- Eu sei. A Weasley me falou e eu também aumentei um pouco as coisas.
- Você falou com ela?
- Fui perguntar onde você estava e ela falou várias coisas. Disse que você esteve muito triste e magoada. Eu machuquei você, não foi? – perguntou com medo da resposta. A resposta que já conhecia.
- Você quer que eu diga a verdade? – indagou com os olhos começando a lacrimejar, mas não iria chorar. – Sim e muito. Primeiro foram as coisas que você falou quando me viu com Harry. Depois você colocou Gina contra mim e aquilo definitivamente acabou comigo. Você não imagina o que é ter sua melhor amiga te chamando de traidora sendo que a única coisa que você estava querendo é o bem dela. Aí, quando vi você naquele dia nos corredores perto dos dormitórios da Sonserina já estava péssima. Aqueles idiotas falando e você sem fazer nada. Só me olhando como se estivesse me odiando. Depois quando fui te ver na enfermaria, você fala sobre Harry de novo. Esses dias foram os piores de toda minha vida. Eu nunca chorei tanto. Mas o pior de tudo acho que foi a carta que você me mandou. Você escreveu palavras tão duras. Palavras que realmente me magoaram. – terminou aliviada por ter dito tudo o que queria.
- Me desculpe. Eu não sei como isso foi acontecer. Tudo o que eu fiz foi por raiva e também por mágoa. Quando você brigou comigo eu fiquei muito confuso. Depois, quando mandei a coruja querendo marcar um encontro com você, naquela manhã eu vi o Potter te mandando um bilhete escondido. Então você me responde que não poderia me ver pois já tinha um compromisso. Eu encontro você e ele sozinhos num lugar a noite. Você tem que entender o meu lado. E, além do mais, eu odeio o Potter e você sabe disso. Eu sei que não foi o suficiente pra ter dito aquelas coisas, mas...
- Tudo bem. Não vamos mais ligar para isso. Obrigada pela rosa, é linda.
- Não tão linda quanto você. – Draco falou secando algumas lágrimas do rosto de Sarah, que ruborizou. – Você me perdoa?
- É claro. – sorriu.
Draco se virou de frente para Sarah e acariciou seu rosto. Aproximou-se lentamente e beijou os lábios suplicantes de Sarah com muita ansiedade. Sentia como se tivesse que recuperar o ar que precisava para respirar e só encontraria em Sarah.
- Obrigado por ter ido me ver na enfermaria. Acho que se você não tivesse ido, talvez não estaria aqui agora. Eu juro que não vou magoar você de novo. Eu não poderia. Quando eu via você daquele jeito triste tentava me convencer de que não era nada de mais, que a culpa não era minha, mas no fundo sabia que era culpa minha e me sentia um monstro, a pior pessoa do mundo. Ninguém nunca me fez sentir assim. Você despertou sentimentos em mim que eu não poderia imaginar que existissem. Culpa, arrependimento, ciúme, mágoa... Acho que nunca sentiria isso se não fosse por você...
- Eu não sei o que dizer... – falou emocionada com a confissão do garoto. Lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. – Eu realmente não sei...
- Então não diga nada e me deixe terminar. A coisa mais surpreendente que você despertou em mim foi um carinho que eu não pensei que poderia sentir. Eu gosto muito de você e nunca senti isso por ninguém. E foi muito rápido, em muito pouco tempo.
Sarah não resistiu e o beijou apaixonadamente. Chorou ao ouvir todas aquelas coisas. Nunca poderia imaginar ouvir aquilo de Draco. Ele estava dizendo tudo que sentia e ela nunca esperaria isso.
- Eu também gosto muito de você, Draco. Mais do que você pode imaginar. – Ela disse ao se levantar da mesa.
Beijaram-se docemente como se quisessem sentir cada sensação que aquele carinho os proporcionava.
- Sarah, você quer namorar comigo? – Draco perguntou, fitando-a profundamente.
- É sério? – Sarah parecia não acreditar. – Mas e as outras pessoas...
- Ninguém precisa saber por enquanto. – interrompeu. – Eu só quero ter um laço firme com você, algo sério. Diz que aceita...
- Sim. Não há nada que eu queira mais. – falou e se beijaram novamente.
Estavam sentados na mesa. Sarah, com a cabeça encostada no ombro de Draco e as mãos dos dois entrelaçadas, assim como suas vidas pra sempre. O silêncio os envolvia naquele momento que estavam tão próximos. No entanto, Draco queria muito dizer algo, mas não tinha coragem. Não conseguia tomar iniciativa. Respirou fundo e começou:
- Eu quero dizer uma coisa muito importante.
- O que? – indagou ao levantar a cabeça e encará-lo com um doce sorriso.
- Bem...como eu posso dizer...eh...eu... Há, nada! Esquece! – desistiu irritado ao ver que não conseguiria. Ela sorriu desconfiada.
Draco queria poder dizer que gostava dela mais do que tudo, queria dizer que a amava, mas não conseguia. Era algo que significava muito. Além do mais, ele nunca havia usado o verbo amar com ninguém. Era algo quase desconhecido para ele.
- Pode falar.
- Não é nada.
- Mesmo? – Ela estranhou a atitude.
- Sim. Não é nada de mais.
Ficaram conversando durante um bom tempo sobre o último jogo de quadribol e quando Draco pegou o pomo. Ele confessou que havia pegado o pomo pensando em Sarah. Também comentou sobre o desenho que tinha visto no caderno e do poema. Perguntou se ela escrevera aquele poema realmente pensando nele e ela, muito envergonhada, disse que sim.
Depois de um tempo, resolveram voltar para seus dormitórios. Estava tarde e precisavam dormir. Despediram-se com um beijo mais apaixonado que os outros e combinaram de se ver como antes.
Sarah entrou no seu dormitório pulando de alegria. Pegou um vidro fino e comprido que usava nas aulas de Poções, encheu de água e colocou a rosa. Ao trocar de roupa, deitou na cama e rapidamente dormiu. Sonhou durante toda a noite com Draco. Sonhos bons, felizmente.
Sarah acordou e não havia mais ninguém no dormitório. Trocou-se enquanto cantarolava musicas românticas e foi direto para o Salão Principal contar sobre a noite passada. Para Gina, nada foi novidade. Já não duvidava da mudança de comportamento de Draco.

Draco acordou com uma grande claridade entrando no dormitório. Crabbe e Goyle ainda dormiam e roncavam pesadamente. Vestiu-se e desceu sem esperá-los. Queria ver Sarah. Quando entrou no Salão Principal ela já estava lá, sentada entre os amigos. Sentou-se de frente para ela, mas, distraída com a conversa, Sarah não o viu. Depois de alguns minutos ela olhou para frente sem querer e o viu. Encararam-se durante alguns minutos com um pequeno sorriso. Levaram um susto ao cair um pacote perto do prato do loiro. Ele olhou para cima e viu sua coruja já voltando. Pegou o envelope que estava do lado de fora do pacote e leu.

“Draco,
estou enviando o que você pediu. Tenha mais cuidado pois isso não é como qualquer veste que se compra facilmente. Estou esperando as informações que lhe pedi.
Atenciosamente,
L. M.”


Somente então se lembrou do que o pai havia pedido. Com tantas coisas que vinham acontecendo, acabou esquecendo. Pegou o pacote, saiu da mesa e foi direto para a aula.
Quando Sarah estava voltando para o dormitório depois da última aula, Harry a chamou para conversarem. Foram para os jardins e sentaram num banco perto do lago. Harry, muito empolgado, disse que tudo estava preparado para aquela noite. Pediu que ela levasse Gina para uma sala na Torre da Lufa-lufa às nove horas da noite. Mostrou o conjunto de brincos e cordão que daria para Gina. Sarah tinha certeza que a amiga amaria.
Quando deu oito e meia, Sarah chamou Gina para se arrumar. Disse que iria tocar pra todo mundo e, embora não fosse nada de mais, não custava nada se arrumar um pouquinho. Gina mal desconfiou. Depois que se ajeitaram, foram para a sala que Harry havia dito.
- Se lembra que eu falei que ia tocar pra todo mundo? – Sarah indagou ao chegarem em frente a sala.
- Sim. – respondeu estranhando.
- Era tudo mentira. Agora você vai ter seu tão esperado momento. Boa sorte. – falou ao abrir a porta e empurrá-la para dentro da sala.
Depois de deixar a amiga onde Harry a esperava, Sarah correu até a sala onde se encontraria com Draco. Olhou no relógio e viu que estava um pouco atrasada. Começou a correr mais rápido. Não sabia que era tão longe por aquele caminho. Quando chegou na sala correu para dentro ofegante. Fechou a porta e se apoiou nos joelhos para descansar e respirar. Assim que se virou, viu Draco sentado na mesa a olhando.
- Veio correndo? – Ele perguntou com um sorriso meio debochado.
- Sim. – respondeu e caminhou até ele. – Tive que levar Gina até uma sala que é longe daqui. Harry preparou um jantar para ela. Vai pedi-la em namoro. – contou animada imaginando como eles estariam.
- Há... aquela história. – concluiu com um pouco de remorso por ter duvidado de Sarah daquela vez.
- Vamos esquecer isso. – Sentou ao lado dele e o beijou.
- Eu tenho um presente pra você. – disse e entregou um pacote embrulhado em papel prateado.
Sarah sorriu para o rapaz e abriu. Ficou encantada ao ver o que era.
- Uma capa de invisibilidade pra mim?! Obrigada! – agradeceu ao abraçá-lo.
Draco iniciou uma conversa, fingindo não estar muito interessado, tentando descobrir algo sobre a mãe de Sarah. Só descobriu que ela havia estudado com seu pai, coisa que ele já desconfiava, que ela não gostava dele, que também para Draco não era nenhuma novidade já que praticamente ninguém gostava de Lúcio Malfoy e que ainda morava no Brasil, pois havia passado por coisas ruins. Fora tudo que Sarah contara, e ele não poderia perguntar mais se não ela desconfiaria desse interesse tão repentino. Além do mais, ele não estava disposto a bancar o detetive pra descobrir sobre a vida da mãe de Sarah por pedido de seu pai. Mesmo com sua curiosidade, estava feliz demais aproveitando aquele momento para pensar em outras coisas. Não tinha certeza se o que sentia era amor pois nunca tinha amado ninguém, mal sabia o que significava amor. Mas uma coisa sabia. O que sentia era muito forte, a coisa mais forte que havia sentido em toda sua vida.

Gina e Adriene ainda dormiam quando Sarah acordou. E, ao abrir os olhos, a primeira coisa que veio em seu pensamento foi a lembrança da noite anterior. Sorriu sozinha. Estava apaixonada como nunca estivera. Arrumou-se e foi para a Sala Comunal esperar os outros. Encontrou Rony e foi com ele para o Salão Principal. Ficaram conversando até que todos os outros, com exceção de Harry, chegaram. Gina se sentou ao lado de Sarah e a amiga percebeu que ela estava com um imenso sorriso que não conseguia ser contido.
- Você vai me contar tudo, hein? – cochichou Sarah ao ouvido de Gina que riu e corou furiosamente.
- Foi maravilhoso. Olha o que ele me deu. – disse e mostrou os brincos e o cordão que estava usando. – Foi lindo o jantar, Harry estava lindo, tudo estava lindo. Estamos namorando e estou esperando ele para contarmos a todos. – terminou com um sorriso ainda maior. – Obrigada por ter ajudado Harry. Obrigada por ter feito isso por mim.
- Tudo bem. Amigas servem pra isso. – Sabia que a amiga ficaria feliz daquela maneira. Seus olhos brilhavam como estrelas a noite e esse era a maior recompensa de Sarah, apesar de tudo que havia acontecido.
Quando Harry chegou, se sentou ao lado de Gina, que corou novamente. Sarah disfarçou um sorriso e uma piscadela para a amiga.
- Antes que vocês comecem a tomar o café, – Harry começou sorrindo. – eu gostaria de falar uma coisa. – segurou a mão trêmula da ruiva ao lado e continuou. – Eu e Gina estamos namorando.
- Sério?! – gritou Adriene que parecia não acreditar. – Parabéns! Parabéns! – Assim como os outros, estava muito feliz.
Todos cumprimentavam o novo casal e em menos de quinze minutos todo o Salão já sabia da notícia. Gina ficava cada vez mais envergonhada ao perceber que a notícia se espalhava.
O dia passou rapidamente e quando Sarah deu por si já era noite. Foi ao encontro de Draco como todas as noites. A cada hora, a cada minuto que passava ao lado do loiro o amava mais. Conversaram durante horas e depois voltaram, cada um para seu dormitório, contrariados por terem de se separar.
Ao chegar no dormitório, Draco trocou de roupa e se deitou, mas não conseguiu dormir. Não conseguia parar de pensar em Sarah nem por um minuto até que lembrou de seu pai. Pensou se realmente deveria fazer o que o pai pedira afinal, para que ele queria informações sobre aquela mulher que, por coincidência, era mãe de Sarah? Pensou bem e concluiu que não seria bom contestar o pai. Levantou-se e foi escrever uma carta para ele.

“Pai,
consegui descobrir poucas coisas sobre Sabrina Wynette. Agora ela mora no Brasil, no mundo trouxa porque passou por coisas difíceis aqui. Posso descobrir mais se eu souber o porquê de seu interesse.
Atenciosamente,
Draco”


Os dias foram passando e já estavam em meados de Dezembro. A felicidade podia ser vista por todos nos rostos de Sarah e de Gina. Logo que a ruiva mandou uma carta para sua mãe falando sobre o namoro com Harry, Molly mandou um berrador parabenizando os dois. Molly não poderia ficar mais feliz. Harry sempre foi o genro de seus sonhos. Assim como Gina, Sarah também nunca se sentira tão feliz em toda sua vida. Draco também não andava mais tão mal-humorado. Evitava ao máximo brigar com os garotos da Grifinória, mas não resistia às vezes. Uma vez, se encontrara com Rony nos jardins e brigaram. Ganharam uma detenção, mas continuaram as provocações mesmo na biblioteca, onde a cumpriam. O jeito foi separá-los mandando cada um para um lado. Sarah havia ficado chateada com o ocorrido, mas não poderia esperar que aquilo acabasse. Só lhe restava se acostumar. Ela e Draco se encontravam todas as noites. Às vezes discutiam, mas nada que um beijo não resolvesse. Combinaram de que depois do Natal, Draco daria aulas de vôo para ela. Não sabiam como, mas dariam um jeito. Draco sempre procurava obter mais informações sobre a mãe de Sarah, mas não havia mandado para o pai porque ele ainda não tinha respondido a carta. Mas, em compensação, havia recebido uma carta da mãe onde ela dizia que estava bem e continuava a tentar convencê-lo de que ele deveria desistir da idéia de se tornar um Comensal. Também comentou sobre o ataque aos dois alunos em Hogsmeade e falou que aquilo era apenas uma mostra de que Voldemort voltaria. Draco havia ficado muito feliz com as notícias da mãe. E, coincidentemente, naquela manhã, os alunos que haviam sido atacados receberam alta e saíram da enfermaria. Entraram e o Salão inteiro prorrompeu em aplausos. Dumbledore disse algumas coisas e tudo voltou ao normal. Draco não havia comentado nada com Sarah sobre sua mãe e nem pretendia fazê-lo da mesma maneira que Sarah não contara o que realmente aconteceu para ela ir pra Hogwarts. Ainda tinha segredos um com o outro, mas haveria um momento certo para tudo. Contudo, apesar de toda a alegria, Draco se sentia cada vez mais confuso. Quando estava perto de Sarah tudo parecia um sonho do qual não queria acordar, mas quando voltava para as masmorras da Sonserina se via confuso às vezes. Sentia-se vulnerável perante ela e isso de uma certa forma o incomodava. No entanto, não conseguia deixar de encontrá-la todas as noites. No fundo, gostava de se sentir vulnerável à Sarah. Gostava de depender dela, de depender de alguém que ele poderia confiar.

Numa manhã de sábado, Sarah dormia tranqüilamente quando foi acordada aos berros por Gina e Adriene que disseram que havia uma surpresa para ela. Sarah não entendeu, mas não perguntou nada. Arrumou-se e vestiu algo quente por conselho das amigas. Foi para o Salão Principal se encontrar com os outros. Enquanto tomavam café, conversavam sobre as férias de Natal e pareciam muito empolgados. Quando terminaram, foram em direção aos jardins, mas uma coisa fez com que Sarah ficasse paralisada na entrada do castelo. Toda a paisagem a sua frente estava coberta por neve. O lago estava completamente congelado e inúmeras pessoas brincavam com bolas de neve.
- Ah... É tudo tão... – Sarah procurava as palavras, mas não conseguia expressar o que estava vendo. Ficou admirada com tudo que nunca tinha visto. Simplesmente lindo.
- Vem. – Hermione falou e puxou Sarah pela mão correndo em direção as pequenas montanhas que a neve formava.
- É maravilhoso! É perfeito! – Sarah, encantada, ainda olhava em volta querendo registrar tudo em sua mente.
Em menos de cinco minutos todos estavam numa grande guerra de bolas de neve e depois de um tempo as meninas estavam, além de encharcadas, cansadas, ao contrário dos meninos que continuaram com a guerra enquanto elas faziam enormes bonecos.

Draco e Johnny estavam conversando quando decidiram ir para os jardins, como a maioria dos alunos. Caminharam até uma parte onde havia vários sonserinos. Draco observou em volta e viu Sarah e seus amigos brincando. Queria muito falar com ela, mas esperaria uma oportunidade.
Rony e os garotos finalmente ficaram exaustos e ensopados. Resolveram, então, voltar para o castelo e trocar de roupa. As meninas fizeram o mesmo. Estavam voltando para o castelo quando “sem querer” Rony esbarrou em Johnny e uma discussão começou entre eles e outros sonserinos e grifinórios que estavam em volta. Draco percebeu que todos que estavam ali ou estavam na briga ou estavam observando. Aproveitando a situação, foi se aproximando de Sarah e a puxou para trás de uma árvore meio escondida.
- Você é louco?! – indagou assustada, mas muito feliz de ver aquele lindo sorriso.
- Sim. Você não sabia? Eu sou louco... por você.
- Seu bobo... – falou e o beijou apaixonadamente, mas se afastou ao escutar uma voz histérica gritando ali perto.
- Sarah! – Hermione, estática, gritou ao vê-la com Draco. – O que está acontecendo aqui?!
- Mione! – Sarah correu em direção à amiga que estava sem ação. – Me deixa explicar.
- Eu não acredito... Você e o Malfoy... – Estava completamente chocada. Chocada e enojada.
- Por favor, Hermione, não conte nada pra ninguém.
- Tudo bem, eu não contou, mas você vai ter que se explicar direitinho. – falou e olhou para Draco que estava atrás de Sarah com ódio enquanto ele ria debochado. – Venha comigo. – falou e puxou Sarah pela mão.
Voltaram para o castelo em silêncio. Os outros, após terem a briga apartada por Hagrid, já tinham ido. Hermione parecia extremamente furiosa e realmente estava. Nunca poderia imaginar que um dia veria o que tinha visto. Sentia vontade de gritar pra todo mundo o que tinha visto, mas não faria isso. Não até que Sarah se explicasse. Quando chegaram na Sala Comunal viram que estava vazia. Hermione a olhou com um olhar reprovador e se sentou na maior poltrona seguida por Sarah.
- O que foi que eu vi lá embaixo? Você e o Malfoy estão juntos? Por favor me diga a verdade.
- Sim. – respondeu de cabeça baixa, como uma criança. – Estamos namorando, mas não fique brava.
- Namorando? – indagou mais para si mesma. Não estava acreditando. – Há quanto tempo?
- Mais ou menos desde o baile de dia das bruxas.
- Mas tem muito tempo! – Cada vez parecia mais incrédula. – Você não contou pra ninguém?
- Só a Gina e meu tio sabem.
- Como você consegue ficar com aquele... – Não conseguiu terminar, arrepiando-se de tanto nojo.
- Você está chateada?
- Eu vou te dizer a verdade. Eu estou chateada porque você não me contou, estou chocada porque eu nunca imaginaria isso e estou com raiva. Estou com raiva porque eu acho que o Malfoy não merece uma pessoa tão maravilhosa quanto você. Eu não sou sua mãe, sou sua amiga. Você fez a sua escolha e só me resta apoiar você e te alertar. Não confie tanto no Malfoy, ele não é uma boa pessoa.
- Mas comigo ele é diferente. Eu não quero que você concorde comigo, só quero que você confie em mim e me apóie. – resolveu encarar a amiga.
- Então pode contar comigo. Não vou contar para ninguém.
- Obrigada. – Sarah falou e abriu um gigante sorriso.
- Só tenha mais cuidado. Se Rony por acaso soubesse disso seria terrível. Ele mataria Malfoy e não te perdoaria.
- Eu sei. – falou pensando seriamente nessa hipótese.
Depois de uns minutos Gina desceu. Estranhou ver Hermione e Sarah daquele jeito.
- O que aconteceu? – perguntou ao se aproximar mais.
- Mione já sabe de mim e de Draco. – Sarah falou baixinho.
- Sério? – indagou surpresa.
- Sim. Mas não se preocupe. Não direi nada.
- Sabe Hermione, – Gina começou a falar ao se sentar ao lado dela. – você pode até estar brava. No começo eu também fiquei assim, mas depois Malfoy me surpreendeu. Ele gosta de Sarah. Eu também não gosto dele, mas temos que aceitar.
- Eu sei, Gina. Agora vamos mudar de assunto que os garotos e Adriene estão descendo. – comentou disfarçando.
- Onde vocês estavam? – perguntou Rony com um enorme olho roxo.
- O que aconteceu? – Sarah perguntou assustada.
- Aquele idiota do Johnny. Ele consegue ser quase tão imbecil quanto o Malfoy.
Sarah e Hermione foram trocar de vestes e depois foram para o Salão Principal. Sentaram-se na mesa, mas os pratos ainda estavam vazios. Dumbledore daria um aviso. Os alunos que gostariam de ficar no colégio no Natal deveriam assinar a lista que estava passando pelas mesas. Sarah olhou para Draco e viu ele perguntando apenas movendo os lábios se ela assinaria a lista. Respondeu que não.
À noite, assim que Draco entrou no dormitório, escutou batidas na janela. Foi abri-la e uma coruja de sua família entrou, pousando na cabeceira. Pegou o envelope e abriu.

“Draco,
tive alguns contratempos e só pude responder sua carta agora. Apesar de não ter ganhado a taça de quadribol, fico feliz por ter pegado o pomo. Você fez sua parte e eu te parabenizo. Direi-lhe o que deseja, mesmo achando atrevimento de sua curiosidade. Eu quero saber sobre Sabrina Wynette porque estudei com ela e, como posso dizer, tivemos um breve relacionamento. É apenas uma curiosidade. Agora faça o que pedi.
L. M.”


Draco ficou chocado. Era coincidência demais seu pai ter tido um relacionamento com a mãe de Sarah. Mas que tipo de relacionamento teria sido esse? Rápido ou duradouro? E por que ele queria saber dela agora? Sua cabeça se encheu de perguntas que ninguém responderia. Era muito estranho. Procurava respostas para suas perguntas, mas não encontrava. Estava ainda mais confuso. Ao invés de chegarem explicações, só chegavam dúvidas. Quando olhou no relógio, viu que já eram nove horas. Estava atrasado. Arrumou-se rapidamente, pegou sua capa e saiu. Quando chegou na sala, Sarah já estava lá sentada na mesa olhando para a janela que permitia ver a Lua cheia. Apesar de ter ficado um pouco aborrecida, não brigou com o rapaz. Contou a ele que Hermione sabia de tudo e que não contaria nada para ninguém. Draco estranhou, mas não pôde deixar de se surpreender. Primeiro Gina e depois Hermione. Elas estavam apoiando aquele namoro e ele não esperava por isso. Ficaram conversando durante um bom tempo. Sarah notou que Draco estava estranho, distante. Ficava perguntando a si mesma o que deveria ter acontecido, mas não sabia. Não sabia que o motivo pelo jeito estranho de Draco era a carta de seu pai. O sonserino não conseguia parar de pensar naquela carta e também estava se sentindo muito inseguro e confuso. Estavam acontecendo coisas que ele jamais poderia imaginar que pudessem acontecer. Quando foram se despedir, Sarah deu um beijo nele.
- Draco, eu te amo. – falou ao abraçá-lo, sem intenção alguma.
Ela o fitou esperando uma resposta. Uma resposta que não chegou. Draco não esperava que ela falasse aquilo. Não sabia o que responder, ainda mais naquele momento de tanta confusão.
- Vamos que já está tarde, não é? – Draco disse e saíram da sala.
Cada um pegou sua capa e andaram até o fim do corredor perto da escada.
- Nos vemos amanhã? – Ele perguntou.
- Sim. – respondeu com uma voz um pouco triste e Draco percebeu. Sabia o porquê.
Quando ele se aproximou para beijá-la, Sarah virou e foi embora descendo as escadas, deixando a certeza de que havia ficado magoada. E com razão afinal dizer para uma pessoa que a ama e ela não responder é uma coisa terrível. Assim que entrou no dormitório, ela se jogou na cama e sentiu que seus olhos se encheram de lágrimas, mas não chorou. Havia se arrependido do que tinha dito tão impulsivamente. Havia sido precipitada em falar algo tão sério.
Draco voltou para o dormitório e logo se deitou. Ainda estava um pouco estarrecido com o que tinha acontecido. Não sabia o que faria para reverter a situação. Sarah estava magoada, mas não poderia ter dito o que ela queria ouvir naquela hora, naquele momento em que sua cabeça estava cheia dúvidas e perguntas. Só queria dizer o que tinha certeza que sentia.
O domingo passou rapidamente. Draco passara o dia todo pensando e buscando respostas. Escreveu uma carta para o pai dizendo tudo o que descobriu, mas nem lhe passava pela cabeça contar que estava namorando Sarah. Quando a noite chegou, foi para a sala encontrá-la. Ficou esperando durante alguns minutos quando escutou a porta abrindo e depois fechar. Olhou e viu que era Sarah entrando.
- Oi. – falou e andou até ela, um tanto receoso.
- Oi. – disse sem animação alguma.
- Como foi o dia hoje? Aconteceu alguma coisa? – Não sabia o que falar.
- Nada de mais. Fiquei estudando o dia todo. Aproveitei que não tinha nada para fazer.
- Ahm...
Um silêncio se fez na sala. Sarah evitava olhá-lo nos olhos. Mantinha o olhar fixo na janela enquanto Draco a observava.
- Aconteceu alguma coisa? Você está estranha. – Quando terminou de falar, achou que aquela pergunta era a mais idiota que já tinha feito em toda sua vida. Claro que havia acontecido alguma coisa e ele sabia o que era.
- Não. Está tudo bem.
- Então... está se preparando pro Natal?
- Sim. Vou para a casa de Rony. Minha mãe vai e a família de Hermione também. Será muito divertido. – Um mínimo sorriso apareceu em seu rosto.
- Legal...
- Eu tenho que ir, estou cansada. – Sarah falou de repente e saiu rapidamente deixando Draco surpreso e perturbado.
Durante dois dias Sarah e Draco não se encontraram. Não por causa de Draco, mas sim por Sarah. Havia o deixado esperando nos dois dias. Não queria vê-lo. Sabia que se fosse, logo ao vê-lo, voltaria correndo. Não tinha mais certeza se Draco gostava dela. De uma coisa ela sabia, se ele gostasse dela, teria dito qualquer coisa carinhosa naquele dia, mas não. Ele não disse nenhuma palavra. Mas e tudo que ele tinha feito quando brigaram? Tudo que ele já tinha feito e dito? Não tinha sido por nada? Estava muito confusa. Só não estava tão confusa quanto Draco porque esse sim estava cheio de dúvidas e conflitos. Se já não bastassem as dúvidas sobre ser ou não um Comensal e o que sua mãe havia dito, agora estava experimentando um sentimento totalmente novo e não tinha certeza do que realmente sentia. Ou seja, ele não tinha certeza de nada e estava a ponto de perder Sarah novamente e ele sabia o quanto aquilo o fazia se sentir mal. Precisava tomar uma decisão e só poderia tomá-la depois de conversar com Sarah.
No Salão Principal, enquanto tomava seu café, Sarah resolveu encontrar Draco naquela noite. Não poderia mais ficar fugindo dele. Não queria brigar com ele por um motivo um tanto bobo.
Draco estava se arrumando em seu dormitório quando parou. Pensou em desistir de ir, mas algo o impediu. Estava sentindo que Sarah estaria lá hoje e sua intuição estava certa. Confirmou isso quando chegou na sala e a viu debruçada sobre o parapeito da janela.
- Sarah... – chamou num tom de voz quase incompreensível e repentinamente Sarah virou em sua direção.
- Oi. – cumprimentou num muxoxo, mas ficou feliz ao vê-lo.
- Por que você não veio ontem e nem anteontem?
- Eu não sei...
- Mas eu sei. – interrompeu e se aproximou. – Você estava e ainda está chateada comigo, não é?
- Bem, é. Eu estava chateada com você, mas já passou.
- Por que? Por que você estava chateada?
- Por que você acha? – respondeu com uma outra pergunta.
- Eu não sei. Se eu soubesse não estaria te perguntando. – mentia todo o tempo. Sabia o motivo pela chateação de Sarah, mas era preciso que ela tocasse no assunto pois ele não saberia como fazê-lo.
- Vou ser sincera, Draco. Uma garota quando confessa o que sente a alguém espera pelo menos uma palavra de carinho. Eu disse que te amava e você não me falou nada.
- Desculpe, mas eu não posso dizer uma coisa pra você da qual não tenho certeza.
Aquelas palavras entraram nos ouvidos de Sarah e a fizeram ficar estática. Apesar de ter passado todo o tempo que estava com ele tentando se convencer de que realmente não poderia esperar muito dele, escutar aquilo daquela maneira era duro e machucava.
- Então por que está comigo?
- Não vá se precipitar como você sempre faz! Acontece que eu não posso dizer que te amo se eu não sei se te amo. – Ao terminar de falar sentiu que não era exatamente aquilo que pretendia dizer e que sarah entenderia de uma forma bem mais negativa.
- Se você não sabe o que sente, então não deveria se envolver com ninguém. Ou será que você queria apenas me iludir? Fale direito, Draco, eu não estou entendendo... – Sarah estava ficando cada vez mais nervosa, igualmente a Draco.
- Droga! Você está entendendo tudo errado! Eu estou dizendo tudo errado! Se a gente não consegue se entender, como você quer que eu tenha certeza do que sinto?! – Arrependia-se de cada palavra que saia de sua boca.
- Eu quero estar com uma pessoa estável e você não é assim. Você não sabe nem o que sente.
- Então vá procurar outra pessoa! – gritou nervoso e magoado, mas não deixou transparecer.
- Talvez não devêssemos ficar juntos. Já brigamos demais, não pode dar certo. – concluiu dolorosa olhando para baixo.
- É... talvez você tenha razão. Não nos entendemos nem um pouco. – Olhou para o lado evitando encará-la. – Conseguimos brigar por qualquer motivo e, além do mais, temos muitas dúvidas. Tanto em relação a nós mesmos como com nosso relacionamento.
- Eu não tenho dúvidas, Draco! – Aproximou-se mais dele e o encarou. – Você que precisa se compreender um pouco mais.
- Quem sabe? Talvez você esteja certa.
- Que bom que você sabe. Talvez, quando você estiver mais esclarecido, a gente volte a conversar.
- Depois de hoje talvez eu não tenha mais dúvidas.
- Ótimo! – disse aborrecida.
- Ótimo! – concordou irritado.
Rapidamente Sarah deu as costas e saiu da sala e Draco, por sua vez começou a dar socos na mesa. Os dois simplesmente não tinham entendido nada. De repente, eles começaram a discutir e terminaram tudo. Tanto Sarah como Draco eram impulsivos e só pensavam depois de agir. Esse era o maior mal dos dois.
Sarah entrou no dormitório, deitou na cama e começou a chorar sem se preocupar se alguém estava vendo e havia alguém vendo. Adriene e Gina estavam acordadas conversando quando Sarah entrou no quarto.
- O que houve? – Adriene perguntou preocupada com o choro da garota.
- Não foi nada. – respondeu tentando se conter.
- Claro que houve alguma coisa. – disse Gina tendo quase certeza do que havia acontecido. – Mas se você não quer falar tudo bem.
- Obrigada. – Logo Sarah percebeu que Gina já tinha entendido que não era possível falar na frente de Adriene.
Draco entrou no dormitório furioso. Sentiu que se dormisse lá e Crabbe ou Goyle começassem a roncar, com certeza ele poderia lançar uma Maldição Imperdoável. Assim, preferiu ir dormir em outro lugar. Pegou seu travesseiro e sua coberta e foi dormir na Sala Comunal. Demorou algum tempo para pegar no sono. Ficava pensando e tentando entender o que tinha acontecido. Havia ido conversar para tomar uma decisão e acabou voltando mais confuso. E se Sarah estivesse certa ao dizer que eles não dariam certo? Talvez agora pudesse colocar realmente seus sentimentos em ordem.
Os dias passaram e nada mudou. Sarah e Draco não se viam e, se por acaso, se encontrassem nos corredores, viravam o rosto para não se encararem. Sarah contou tudo para Gina, que já não sabia mais o que falar. Sabia que isso um dia aconteceria e Sarah não podia reclamar já que sabia que ele, como Malfoy, não iria dizer a frase Eu Te Amo tão facilmente assim. Sarah sempre soube daquilo e, no entanto, ficava triste. Preferiu não contar para Hermione pois não estava disposta a ficar ouvindo o que ela falaria. Agradeceu por ter as férias naquele momento em que precisava tanto pensar. E o mesmo pensava Draco. Por mais que ele não quisesse ficar em casa com seu pai, seria bom. Estava decidido a tomar suas decisões naquelas férias. Estava cansado de estar cheio de dúvidas.
E o sábado chegou no momento mais propício. Os alunos, mais que qualquer outro dia, estavam eufóricos e histéricos. Logo no café já estavam com suas malas prontas para embarcarem de volta pra casa. De todos, Sarah era a mais desanimada e Gina sabia o porquê. Foi a sua sala pegar o violão e arrumou suas coisas lentamente. Preferiu não descer para tomar café. No Salão Principal, Draco a procurava entre os grifinórios, mas não a achava. Depois de um tempo Sarah foi à sala de seu tio despedir-se dele. Depois, foi para o Salão Principal onde seus amigos a esperavam com suas malas. Quando entrou, tentou evitar, mas não conseguiu deixar de olhar para a mesa da Sonserina e não viu Draco. “Ele já deve ter ido” pensou. Pegou suas malas e saiu do castelo junto dos outros. Uma certa nostalgia a invadiu. Sabia que sentiria falta de seu dormitório e de tudo que havia naquele castelo. Especialmente de Draco. Em pouco tempo já estavam embarcando no Expresso de Hogwarts.
Alguns minutos depois daquela conversa no vagão, já estavam parando na plataforma nove e meia na estação de King’s Cross. Levou um bom tempo para todos desembarcarem. Estavam todos agitados. Sarah e os outros esperavam pelos pais de Rony e Gina. Hermione foi a primeira a ir embora pois seus pais logo chegaram. Enquanto esperavam, Sarah procurava Draco e o viu, com muito esforço, em um canto meio isolado sozinho.
- Gina. – chamou baixinho.
- O que é?
- Você pode me encobrir rapidinho. Preciso falar com Draco.
- Claro, mas vá rápido.
Agradeceu com um sorriso e foi até onde Draco estava. Aproximou-se lentamente.
- Olá. – falou por trás dele. – Me desculpe. – terminou ao ver que ele havia se assustado e sorriu.
- Tudo bem. O que faz aqui? – indagou ainda surpreso.
- Estou esperando o senhor e a senhora Weasley. E você? O que faz aqui sozinho?
- Esperando meu pai. – respondeu sem nenhuma animação. – Agora acho melhor você ir. Se não me engano, aqueles são os Weasleys.
Sarah olhou para onde Draco olhava e viu os pais de Gina a abraçando.
- É verdade. Bom... eu só queria desejar Feliz Natal.
- Feliz Natal para você também. – disse a fitando nos olhos. Desejava naquele momento agarrá-la e levá-la para bem longe dali.
- Obrigada. Então, tchau.
- Tchau. Até o ano que vem. – Quando disse isso, percebeu que ficaria muito tempo sem vê-la. Morreria de saudade.
Sarah foi andando muito devagar. Queria fazer algo que estava tentando segurar a algum tempo. De repente voltou e, para surpresa de Draco, o beijou intensamente.
- Isso é só pra você saber que eu não vou deixar de pensar em você nem por um momento. – falou e correu de volta para junto de seus amigos, deixando Draco admirado com sua atitude e um sorriso bobo nos lábios.
Logo que Draco chegou na Mansão, subiu para o seu quarto arrumar suas coisas. Não queria dar chance para que seu pai começasse a falar sobre inúmeras coisas que não o interessava. Naquele momento, a única coisa que realmente o interessava era Sarah e o beijo que havia ganhado dela na estação.

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