Apenas um Passeio?
- Eu não acredito! – Arthur e Sabrina disseram ao mesmo tempo e correram na direção um do outro para um forte abraço.
- Quantos anos... – Ele parecia muito contente em vê-la.
- É verdade. E Molly, como está? E Gui, Carlinhos, Percy? Quando os vi eram tão pequenos.
- Tenho muito pra te contar e acho que você também tem muitas coisas pra contar, não é?
- Sim. – Sabrina respondeu meio triste.
Rony e Sarah, completamente abismados, não entendiam nada. Então seus pais já se conheciam? Mas como se Arthur sempre falava que não conhecia muitos trouxas e jamais havia comentado sobre a mulher? E Sabrina? Será que conhecia o mundo bruxo?
- O que está acontecendo? – Sarah perguntou inconformada com aquela situação tão confusa.
- Bem... é... – Sabrina não encontrava as palavras. – Fomos amigos há muito tempo.
- Sim, é verdade. – Arthur concordou.
Sabrina pediu que Rony e Sarah fossem para o quarto enquanto conversava com Arthur. Os dois, apesar de estarem confusos e quererem saber o que estava acontecendo, obedeceram. Não entendiam como Sabrina e Arthur poderiam ter se conhecido antes. Com certeza alguém estava escondendo alguma coisa. Mas, naquele momento, o mais importante para eles era que o pai de Rony convencesse Sabrina a deixar Sarah ir para a Toca. E o fato deles já se conhecerem só parecia facilitar as coisas.
Eles conversaram durante mais de uma hora e Rony e Sarah estavam cada vez mais impacientes. Depois de um tempo, no quarto de Sarah se escutou batidas na porta.
- Sarah, posso entrar? – Sua mãe perguntou.
- Claro !
- Então... – Sabrina falava em tom de vencida. – O que você está esperando para fazer sua mala? – Quando Sarah escutou, deu um pulo de alegria e foi abraçar a mãe.
- Obrigada mãezinha! – Depois de se soltar do abraço da mãe, foi em direção à Rony e lhe abraçou também. Logo os dois estavam pulando de alegria no quarto. – Eu vou arrumar minhas coisas. Vou levar poucas roupas.
- Não. Você vai precisar de muitas coisas. Leve roupas, alguns sapatos, coisas pessoais e tudo que for essencial, como se fosse uma viagem.
- Ok. – Concordou mesmo sem entender o porquê.
Enquanto Sabrina descia para falar com Arthur, Sarah pegou duas malas e as abriu em cima da cama. Começou a pegar muitas peças de roupa e dobra-las dentro da mala. Peças íntimas e sapatos. Também pegou várias bolsinhas pequenas e colocou dentro da outra mala. Foi no banheiro e trouxe várias coisas.
- Pra que tudo isso? Você parece que vai se mudar ou vai começar a vender coisas... – Rony comentou querendo entender as mulheres. Sua irmã era exatamente igual.
- Que tantas coisas? Eu tô levando tão pouquinho... São coisas essenciais que não dá pra ficar sem.
- Isso tudo você não pode ficar sem? – indagou, segurando três frascos de perfumes diferentes. – Por que não um só?
- Há Rony, você não entende. Agora me ajude.
As malas tinham tantas coisas que não estavam fechando. Rony e Sarah ficaram se jogando em cima para tentar fechá-las. Cada um se jogava em cima de uma. Riram com aquela situação engraçada. Quando conseguiram, desceram para a sala, mas pararam perto da escada para escutar o que estavam falando. A curiosidade era grande.
- Então logo nos falaremos.
- Claro... Mas ele já sabe?
- Sim, ele sempre me manda cartas e a última vez que falei com ele disse que estava pretendendo manda-la para lá. Só não imaginava que isso aconteceria e acabou facilitando tudo. Mas eu ainda não entendo como aconteceu.
- Mas ela não sabe, não é?
- Não. Ele se encarregará de fazer isso.
- Ótimo. – Arthur falou em tom de que o assunto estava encerrado. – Logo nos falaremos então.
- Mas ela vai passar o Natal e as férias aqui comigo não é? – Era mais uma afirmação do que uma pergunta.
- Claro, claro...
Rony e Sarah não sabiam sobre o que eles estavam falando, mas logo esqueceram. Não tinham tempo para se preocupar com nada. Tinham que aproveitar o tempo que passariam juntos. Embora a felicidade e a animação fossem grandes, Sarah ficou preocupada com sua mãe.
- Eu não queria te deixar sozinha ... – lamentava.
- Eu não vou ficar sozinha. Vou chamar Clara para ficar aqui em casa enquanto você está fora. Ela se separou de Roberto e não tem onde ficar. Acabou ficando tudo certo.
- Que bom! Assim eu fico mais tranqüila. – Despediu-se da mãe com um longo beijo na bochecha e um abraço. – Logo estarei de volta
- Espero que sim. – Ela deu outro beijo na filha. – Mande-me muitas cartas, hein?! – Sarah fez que sim com a cabeça, mas não entendeu novamente. Só iria ficar alguns dias para conhecer. Não iria se mudar para a casa de Rony. Pelo menos era o que ela pensava.
Arthur pediu para Rony e Sarah irem logo para o carro, que ele trouxera junto, para guardarem as malas enquanto ele resolvia algumas coisas com Sabrina. Quando ela confirmou que eles já tinham ido, foi até a estante, abriu uma gaveta e pegou uma caixa, onde havia uma carteira. Pegou o conteúdo que havia nela e deu para Arthur.
- Tome, para as despesas e o material de Sarah. – O dinheiro que ela dera para Arthur era dinheiro bruxo. – Esse aqui... – Agora pegara uma outra carteira com alguns dólares. – ...dê para ela. Se não Sarah pode estranhar que eu não lhe dei nenhum dinheiro.
- Tudo bem. Acho que isso é o suficiente para o material.
- Mande lembranças para todos e principalmente para Molly.
Rony levou as malas de Sarah até o carro. Esta não agüentou a curiosidade quando Arthur chegou e perguntou:
- Senhor Weasley, como o senhor fez com que minha mãe concordasse com essa viagem?
- Não importa, é um segredo. – Ele respondeu em tom despreocupado com um sorriso. – Agora temos que parar na loja onde deixei os gêmeos.
- Jorge e Fred vieram? – Rony estava cada vez mais alegre. Queria ver sua família.
- Sim. Como eles já vieram aqui para o Brasil me ajudaram.
Foram até a loja. Rony e Sarah ficaram no carro e Arthur entrou para chamar os gêmeos. Levou um susto ao ver que eles tinham comprado várias coisas.
- Como vocês compraram tudo isso? – Ele perguntou ao ver as várias sacolas no chão.
- Nós pegamos dinheiro em Gringotes ontem. – Fred respondeu muito animado com as bugigangas que tinha
comprado.
Quando Rony viu seus irmãos chegando no carro, puxou Sarah pra fora, querendo apresentá-la a eles. Ela ficou com um pouco de vergonha mais concordou. Quando os gêmeos viram o irmão correram para abraça-lo. Estavam com saudades e muito preocupados. De repente, ficaram boquiabertos ao verem aquela garota atrás do irmão. Rony apresentou os três, contou o que havia acontecido e como Sarah o ajudara. Assim que disse que ela ficaria na casa deles, os gêmeos demonstraram muita animação.
- Esse encanto vai ficar lá em casa? Finalmente você fez algo de útil, Rony. – Jorge comentou parecendo não
acreditar.
- Pare de falar besteira e entrem no carro. – Arthur disse rindo da reação dos filhos.
Fred, Jorge e Rony ficaram discutindo quem iria ao lado dela no carro e enquanto isso ela ia ficando cada vez mais envergonhada até que Arthur deu basta naquilo.
- Chega! Rony vem na frente. – Arthur falou seriamente e entrou no carro, não deixando escolhas para Rony.
Fred e Jorge ficaram muito alegres. Quem entrou primeiro foi Jorge, depois Sarah e por último Fred. Ela ficou muito constrangida entre eles e Rony percebeu.
- Se um de vocês dois fizerem alguma coisa com ela, eu os jogo do carro. – Rony disse bravo.
- Nós não vamos fazer nada. – Os dois falaram em uma única voz. Sarah riu. Nunca tinha visto duas figuras tão hilárias.
Arthur entrou em uma rua deserta, apertou o botão para fazer o carro ficar invisível e começou a subir. Sarah
ficou muito assustada, mas logo os gêmeos explicaram como o carro funcionava e ela ficou maravilhada, principalmente quando o carro ficou em alta velocidade voando entre as nuvens. Ela teve a impressão de que o carro era bem rápido e realmente era. Viu que Arthur pegou outra chave no bolso.
- Uma Chave de Portal? – perguntou Rony.
- Sim. – respondeu e tirou a chave que estava antes e religou o carro com a outra que acabara de pegar.
Minutos depois apareceram sobrevoando uma casa humilde, mas muita grande e gozada, a Toca. Os gêmeos também explicaram o que acabara de acontecer e Sarah ficou ainda mais deslumbrada. Cada segundo se fascinava mais.
Ela ficou encantada com a casa, com o jardim e com tudo mais. Era muito bonita e diferente. Assustou-se ao ver um pequeno duende se mexer em meio a grama. Pensou que fosse sua imaginação, mas se lembrou que naquele mundo tudo seria possível.
Quando Molly escutou o barulho do carro saiu correndo da cozinha em direção a sala. A campainha tocou e ela abriu a porta eufórica. Quando viu Rony deu um abraço apertado nele, quase o sufocando. Ela não estava
agüentando de tanta felicidade. Depois de examinar, beijar e apertar por completo o filho viu Sarah.
- Olá querida. Quem é você? – Molly falava com uma doçura inexplicável.
- Eu sou Sarah. – respondeu um pouco envergonhada.
- Molly, Rony ficou na casa dela. Sarah cuidou muito bem do nosso filho. Até o levou para conhecer a praia. –Arthur olhava pela janela a entrada. – Venha cá querida, precisamos conversar. Enquanto isso, Rony, leve Sarah para conhecer sua irmã e seus amigos. – Ele chamou Molly até a cozinha para lhe contar tudo.
- Irmã? Quantos irmãos você tem? – Sarah perguntou curiosa.
- Somos sete. – Fred respondeu antes de Rony. – Agora venha conhecer o pessoal. –Sarah não pode deixar de ficar assustada com a resposta. Sete irmãos? Ela nunca tinha conhecido uma família com tantos filhos.
- Todos moram aqui? – Ela perguntou.
- Não. – Jorge tomou a vez. – Gui, Carlinhos e Percy já moram sozinhos.
- Deve ser legal ter tantos irmãos.
- É bom, de uma certa forma. – Rony disse antes dos gêmeos, encarando-os com um olhar reprovador. –Você pode pedir ajuda em tudo que precisar e no Natal, quando toda a família se reúne a mesa fica cheia e isso dá uma alegria muito grande. Mas também tem a parte ruim.
- Em Hogwarts nunca ganhávamos nada novo. – Jorge falou se lembrando da época no colégio. – Varinha, coruja, vestes e ratos. Tudo dos irmãos mais velhos.
- E também a vigilância é maior. Não se pode fazer nada escondido, principalmente quando se tem um irmão
igual a Percy. – Fred concluiu. – Mas agora não é tão assim porque eles já foram morar sozinhos e agora temos mais liberdade.
- E também agora temos a nossa própria loja e ganhamos o nosso próprio dinheiro. – Os gêmeos falaram ao mesmo tempo tentando impressionar Sarah. – Agora nós tomamos conta, somos os chefes.
- Venha, vamos subir. Você vai adorar Gina. – Fred segurou sua mão e já ia subindo as escadas quando Rony interrompeu.
- Com licença Fred. – Rony puxou a mão de Sarah. – Mas a amiga é minha então eu a apresento.
- Mas as minhas malas? – Sarah tentava falar enquanto estava sendo puxada por Rony em direção a escada.
- Nós levamos. – Os gêmeos falaram e cada um pegou uma.
Harry escutou um barulho vindo da sala. Imaginou que Rony havia chegado e desceu rapidamente.
- Rony! – exclamou feliz ao ver o amigo. Estava muito preocupado com o que poderia ter acontecido.
- Harry. –Rony ficou feliz em vê-lo. Harry ia falar uma coisa quando viu Sarah entre os gêmeos e parou.
- Quem é ela? – Ele perguntou baixinho para Rony muito intrigado.
- É a Sarah. Eu fiquei na casa dela.
- Olá. –Harry cumprimentou simpaticamente a menina, mas essa não escutou por estar ''fugindo'' dos gêmeos que a cercavam. – O que os seus irmãos estão fazendo?
- Ai, por Merlin... – Rony foi na direção deles e puxou Sarah pelo braço. – Vocês podem deixá-la em paz!
- Não estamos fazendo nada. – Fred se defendia cinicamente.
- Vamos levar suas malas lá pra cima, Sarah. – disseram os gêmeos enquanto subiam as escadas com as malas.
Rony apresentou Harry a Sarah. Ela ficou super feliz em conhecer o famoso menino-que-sobreviveu e ele também ficou feliz em conhecê-la. Harry também achou Sarah muito bonita, mas não foi tão descarado como os gêmeos. Ele subiu até o quarto de Gina para chamar as meninas. Bateu na porta e elas o chamaram para entrar.
- O que foi, Harry? – Hermione perguntou enquanto se levantava da cama onde ela e Gina estavam sentadas.
- Rony chegou e está lá em baixo! – Deu a notícia com um imenso sorriso, mas estava um pouco preocupado. Sabia que Hermione iria ficar com muito ciúme com a presença de Sarah.
- Que bom! – Gina saiu correndo pela porta e logo atrás Harry e Hermione desceram.
Quando as meninas viram Rony, deram pulos de alegria e saíram correndo para abraçá-lo e Rony também estava muito feliz em vê-las, principalmente por ver Hermione. Ele apresentou as duas à sua nova amiga e falou que ela ficaria durante algum tempo na casa deles. Gina foi muito simpática com Sarah, mas Hermione foi muito fria, fazendo com que Sarah ficasse muito sem jeito. Gina percebeu que Hermione estava com ciúmes e Sarah também percebeu. Chamou Rony em um cantinho e perguntou:
- Rony, por acaso é dela que você gosta? – Sarah falava baixinho para ninguém escutar.
- O que! – Ele gritou, mas abaixou o tom de voz ao ver que todos olharam. – Por que você está perguntando isso?
- Eu vi quando vocês se viram aqui na sala e ela está morrendo de ciúmes.
- Claro que não. – Rony desviou o olhar e mudou de assunto. – Agora vem. – Ele saiu puxando a menina que tinha certeza do que falava e a atitude de Rony apenas confirmava.
Hermione não estava gostando nada da cena que via. Ela tinha certeza que Rony a abandonaria e ficou muito
chateada. Já Gina, Harry e os gêmeos conversaram bastante com Sarah e a trataram muito bem. Perguntavam
várias coisas enquanto ela contava várias histórias.
Já em Hogwarts, naquele momento, o professor Dumbledore recebia uma coruja com uma carta.
“Querido irmão,
Sarah está na casa da família Weasley. Tenho certeza que você tem alguma coisa a ver com isso. Vá logo falar com ela para dar tempo de comprar o material. Estou muito feliz em saber que tudo está bem e que ela poderá seguir seu caminho sem medo. Estou com muitas saudades de você, mas logo estarei aí para conversar com Sarah, afinal, quem dará a grande notícia será você. Lembre-se que ela já sabe tudo até o quarto ano por isso ela deverá entrar no quinto ano, creio eu.
Com amor,
Sabrina Wynette”
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