Professora Snape?



-Fora, Black! –ele disse simplesmente, a máscara no lugar, o prof. Snape presente.
-Você deve estar muito contente, não é, ranhoso? –os olhos de Severo se estreitaram. –Conseguiu enganar a todos, conseguiu a minha mulher. –Severo deu uma gargalhada de escárnio.
-Não acredito que ela seja sua mulher já há algum tempo, talvez você precise de que alguém relembre a você que vocês já não estão juntos e que ela está comigo... –abriu um sorriso desagradável - por vontade própria. –frisou as palavras.
-Você não vai poder desfrutar. Você sabe que não vai poder, sua luta é perdida para si próprio. E quando acontecer, e você sabe que vai acontecer, sabe pra quem ela vai voltar depois de seu enterro? Pra mim, para o Black aqui. –apontou para si próprio. –E num instante ela voltará a me chamar de Síri e seu filho vai me chamar de pa... –ele não pode terminar. Hannah viu como um grande borrão negro. Severo tinha avançado em Sírius e o jogado contra a parede com força e tentava estrangulá-lo com as mãos.
-Nunca...nunca...vai...acontecer... –Severo tinha a respiração entrecortada e sibilava palavras raivosas contra um Sírius vermelho que procurava nos bolsos a varinha com a mão que não tentava lutar contra Severo.
-Severo, por favor, pare. –Hannah pediu segurando o ventre que começava a dar algumas pontadas esquisitas. Ele parecia não escutá-la tamanha sua fúria. – Severo! –chamou mais uma vez chegando muito perto deles. –Meu amor. –pousou a mão dela em cima das dele que estavam no pescoço de Sírius, sem tirar uma de seu ventre quando ele deu mais uma pontada, aquilo não era um bom sinal. –Nada disso vai acontecer. Eu amo você. Lembra? –sabia que Sírius ficaria dilacerado por dentro depois de ouvir o que ela havia dito, mas antes dilacerado por dentro do que totalmente morto. Severo tirou as mãos do pescoço do animago e Sírius olhou para Hannah como se a visse pela primeira vez, mas não, ninguém olharia alguém pela primeira vez com tamanho desgosto e despreso.
-Você sabe que vai se arrepender, não sabe, Hannah? Ele nem ao menos te ama. –desdenhou. A garganta de Hannah ardeu, ela não tinha chorado até ali e não iria começar agora, mas não estava nada fácil sustentar e as pontadas não estava ajudando em nada.
-Cale a boca, Black, e saia antes que eu me arrependa de ter soltado você! –Severo bradou.
-Sírius, saia, por favor. –a voz estava difícil de sair, Severo a olhou, ela estava pálida.
-Vou sair, mas vou ter o prazer de assistir de camarote sua queda.
-Sua mãe ficaria orgulhosa, Sírius. Você está se mostrando um verdadeiro Black com essas palavras. –disse com dificuldade e recebeu um olhar nada amigável quando Sírius deixou o quarto.
-O que você está sentindo? –Severo perguntou preocupado segurando o rosto dela.
-Eu acho que nosso bebê não está bem. –ela permitiu que as lágrimas caíssem. –Preciso ir à enfermaria. –ele não esperou nem um segundo, a ergueu nos braços e atravessou a passagem do retrato.
Depois de se acalmar, responder diversas perguntas a enfermeira, Severo ser expulso da enfermaria, ter que inventar diversas mentiras para justificar o motivo de Severo estar com ela, receber duas visitas da mãe, uma muito rápida do pai e uma de Remo que parecia preocupado de abatido. Hannah pode descansar numas das camas da enfermaria. O céu estava se tingindo de rosa e ela teria de passar a noite ali, reclamou, mas calou-se quando Madame Pomfrey usou o argumento de que ela deveria pensar no filho, isso foi o bastante.
-Por que eu não posso simplesmente me alimentar com a comida do salão principal? –perguntou aborrecida quando seu jantar chegou. Uma sopa completamente sem graça estava sobre uma bandeja a sua frente.
-A senhorita está em recuperação. –a enfermeira respondeu tão aborrecida quanto ela.
-E por isso eu tenho que comer a comida do “O caldeirão furado”, ou será que isso aqui foi feito por elfos cegos?
-Eu mesma fiz sua sopa, senhorita. –agora sim ela tinha aborrecido como nunca a enfermeira.
-Está explicado. –respondeu baixo para que a senhora não a escutasse.
-Sempre reclamando de tudo não é, Dumbledore? –a voz inconfundível chegou até sua cama, um sorriso passou rápido por seu rosto, para logo ela fazer uma expressão de raiva, não podia deixar que Madame Pomfrey descobrisse.
-Não tanto quanto você, Snape! –respondeu atrevida.
-Prof. Snape, a srta. Dumbledore não pode se aborrecer.
-Preciso falar com ela, temos detenções de alunos para acertar.
-Mas ela está... –não continuou quando Severo lançou-lhe um olhar mortal.
-A escola não pode parar por causa de uma professora que vive passando mal. Se nos der licença. – empurrou a senhora pra fora e fechou as cortinas ao redor da cama dela. A expressão dele mudou num instante, Severo sentou-se de frente pra ela na cama e a beijou demoradamente. –Como vocês estão? –perguntou preocupado.
-Estamos bem. Foi só uma reação a preocupação.
-Bom. –ele segurou as mãos dela e ficou muito sério.
-Que foi?
-Aquilo que o Black falou... –ela não sabia o que era, afinal o Sírius tinha dito tantas coisas... –uma idiotice, uma verdadeira idiotice.
-Severo, o que Sírius mais disse naquela sala foi idiotices. –ele respirou fundo.
-Esqueça, com certeza você sabe que é estupidez. –Hannah sorriu.
-Eu não acredito! Severo Snape está desistindo de falar alguma coisa? Eu pensei que entre vocês, sonserinos, as palavras eram bem pensadas antes de começar a sair pela boca.
-Exatamente por isso que estou parando. Diferente de vocês, grifinórios, eu penso antes de falar. –Hannah estreitou os olhos como ele faria, divertida.
-Vamos, diga o que está o incomodando. –ela encorajou.
-O terrível fato do Black existir. –respondeu mal-humorado.
-Se eu lembro bem Tiago e Sírius usavam essa definição para atormentar você, estou certa? –fingiu estar pensativa.
-Não me provoque, Hannah.
-Eu não desisto fácil... –informou, apesar de não ser necessário.
-O Black está errado. –fitou um ponto acima da cabeça dela, as mãos dele estavam estranhamente frias. –Ele está errado quando diz que eu “nem ao menos amo você”. –ela subiu uma mão e o puxou pela capa.
-Eu sei. –disse antes dos seus lábios se tocarem. Eles estavam perdidos um nos lábios do outro, e Hannah escutou Severo soltar um gemido de dor, ele afastou-se rápido. –O que foi?
-Nada. –os olhos dele tinham ficado sem brilho. –Machuquei minha perna num ferro solto da cama. –disse levantando-se. –Preciso ir. Papoula pode desconfiar do tempo que estou aqui. Boa noite. –ele estava estranho, afastou-se apressado. E só quando saiu da enfermaria em direção as masmorras pode esfregar o braço esquerdo que irradiava uma dor brutal. Sabia que Hannah tinha achado estranha a mudança dele, mas não poderia deixá-la saber que ele estava sendo chamado. Não depois de tudo que havia acontecido hoje.
Sabia que tinha algo de errado. “Um ferro solto da cama”, ela já tinha escutado desculpas melhores, Severo parecia nervoso. A curiosidade a tomou, porém nada iria fazer, pela primeira vez na vida decidiu que ficaria na enfermaria, o que ela carregava era bem mais importante que sua curiosidade, e no final das contas ela iria descobrir mesmo.
Queria que a noite tivesse sido tranqüila, mas não foi. Acordou diversas vezes pensando o que teria feito Severo mentir para ela. Descansou quando o sol nasceu e ela pôs na cabeça que estava tudo bem ou então já saberia de algo. Acordou ainda sonolenta e viu a enfermeira a olhando, franziu a testa.
-Tome seu café que o prof. Dumbledore a espera em seu escritório. Um absurdo! Se quer saber, a senhorita não deveria sair daqui por no mínimo uma semana ou talvez duas... –resmungou enquanto posicionava uma bandeja no colo de Hannah. Comeu apressada, algo lhe dizia que aquilo não era bom. Os corredores estavam vazios, os alunos deveriam estar espalhados pelos jardins ou apreciando o conforto das salas comunais. Deu uma senha e passou pela passagem que dava a sala do diretor. Bateu apenas uma vez e entrou, encontrando seu pai e Severo, que tinha uma expressão muito cansada.
-O que houve? –perguntou de uma vez.
-Calma, querida, sente-se. –seu pai mandou calmo como sempre. Ela obedeceu, mas não ficou mais calma.
-Então...? –olhou para Severo esperando uma resposta.
-Nós tínhamos esperança que Voldemort tivesse deixado de lado a idéia de alcançá-la. –Dumbledore começou. –Ele deixou, por um tempo. E agora ele retomou a idéia. –as mãos de Hannah ficaram geladas e seu estomago parecia querer sair pela boca. –Estamos lhe dizendo, querida, pois você mesma pediu para não ficar desinformada a cerca do que lhe atinge, e também, de qualquer forma, essa informação será passada para Ordem. –ele continuou doce e calmo. –Teremos uma reunião amanhã à noite e até lá, peço-lhe que não vá se preocupar com esse assunto, não irá lhe fazer bem. Severo, - dirigiu-se ao homem na cadeira a sua frente. – me ajude com isso, sim? E, Hannah, tente não ser tão teimosa apenas por hoje.
-Certo. –Hannah não conseguia dizer muita coisa, argumentar então seria um suplicio, acabou por concordar para poder sair da sala o mais rápido possível.
Quando entrou em seu quarto jogou-se na poltrona mais próxima, tentou respirar fundo e pediu por tudo que aquele mal-estar passasse. Severo apareceu logo em seguida, sério como já estava na sala do diretor, dirigiu-se até a lareira, acendeu o fogo e focou olhando para ele, como se esperasse que ele lhe respondesse uma pergunta realmente complexa. Ela levantou-se e foi sentar-se no sofá, queria ficar mais próxima a Severo, como se para sentir-se segura. Depois de algum tempo ele virou-se e a encarou. Hannah estava com medo, com muito mais medo do que já tivera algum dia, agora não corria perigo só, tinha uma criança a quem ela devia proteger, uma criança que agora corria o risco de não nascer. Não iria admitir que estava com medo, não iria. Era uma grifinória e a palavra “medo”, em seu dicionário, vinha depois de “orgulho”. Não admitiria, não diria nada...
-Severo, estou com medo. –choramingou. Certas horas ela simplesmente não conseguia frear sua língua.
-Nada irá acontecer. –falou firme, mais para convencer-se que para convencê-la. –E não vamos conversar sobre isso, não hoje. –não deixou espaço e foi sentar-se junto com ela no sofá. Hannah encostou-se nele, a cabeça deitada no ombro de Severo. –Você poderia ir dar um daqueles passeios em volta do lago, poderia chamar o Lupin para ir com você. –sugeriu.
-Não quero.
-Tudo bem, mas nada adianta não falar sobre o assunto e ficar pensando nele!
-Quem disse que estou pensando no assunto?
-Vamos, Hannah, tente novamente, dessa vez você não me enganou. –ela levantou aborrecida.
-Me poupe, Severo! –começou a andar pisando duro, e ele a puxou pelo braço, colando seus corpos e logo as bocas estavam juntas num beijo forte em que ele a prendia, logo ela cedeu aos braços que a enlaçavam e ao sabor dele.

-Não vou permitir que nada aconteça a você. –prometeu num sussurro e voltou a beijá-la deixando que seus corpos caíssem unidos no sofá.

A noite fora péssima. Mesmo com Severo ao seu lado sussurrando, todas as vezes que ela levantava, que tudo ficaria bem. E foi piorando gradativamente, quando o céu passou a clarear um terrível enjôo lhe acometeu. Não havia comido nada desde o jantar (que só fora engolido devido aos diversos olhares inquisitórios em sua direção), e claro que àquela hora da madrugada já não havia mais nada em seu estomago, mas de uma forma surpreendente havia algo para colocar para fora garganta acima e foi o que aconteceu, não uma, mas três vezes. Severo já estava começando a citar todo o tipo de poções que poderiam ajudá-la, e diga-se de passagem, não estava ajudando em nada. Cada vez que ela ouvia o nome de uma poção seu estomago parecia vivo e quando ele falava os ingredientes... Merlin que a ajudasse a sobreviver nove meses grávida de um mestre em poções. Levantou-se da cama mais uma vez.

-Novamente? –ele perguntou preocupado. –Tenho certeza que tenho a poção “reverter regurgitação” em minha sala - ele já estava de pé. –eu posso ir...

-Xixi, Severo. Eu vou apenas fazer xixi. –falou pausadamente esperando que sua visita ao banheiro não se tornasse mais que o xixi depois de ouvir o nome da poção, coisa que seria bem difícil depois de lembrar da maldita mistura que ela teve de tomar quando adolescente. Seu cérebro parecia estar funcionando incrivelmente, pois após escutar o nome lembrou-se exatamente do gosto, na época ela havia definido como uma boa mistura de água de banho de trasgo, banheiro sujo, o uniforme de quadribol de todo o time da Sonserina e as meias de Sírius. Aquilo era horrível e se Severo resolvesse que ela teria de tomar aquilo, o efeito com certeza seria o inverso.

-Certo. -respondeu ainda desconfiado.

Seu enjôo tinha passado após o café da manhã, mas não seu mal-estar, e isso não tinha nada a ver com a gravidez. Ministrou suas aulas com a mente longe, e logo ela já estava rearrumando, com Remo, a sala da aula conjunta.

-... Então você sabe o motivo? –Remo perguntou, enquanto ela apenas o olhava interrogativamente.

-Motivo de que?

-Hannah, é você mesmo? –ele passou a mão na frente dela.

-Claro que sou eu, Remo! –que tipo de pergunta era aquela?

-Então qual foi o nome que a Lílian deu ao seu patrono? –perguntou com a mão apertando o punho da varinha.

-Flipper. –respondeu rolando os olhos. –Seria de bom tom não me lembrar de certas coisas ridículas que a Lílian fazia.

-Depois dessa frase acho que você é o Severo, vou perguntar outra coisa...

-Você quer que eu diga o nome que ela deu ao seu patrono?

-Não!

-Bom. Você perguntava se eu sabia o motivo de que?

-Do Harry não ter vindo para aula. –ela franziu a testa, nem tinha notado que o Harry não estava na sala e, pensando bem, não tinha certeza se ele estivera em sua aula de feitiços mais cedo. Uma súbita idéia em sua cabeça e o estomago afundou como se ela tivesse despencado de algum lugar muito alto.

-Remo, o Sírius não fez nenhuma besteira, não é? Ele não contou ao Harry, contou? –perguntou apreensiva, não tinha conversado exatamente com Remo sobre o que tinha acontecido no sábado, e ele parecia estar evitando o assunto.

-Não que eu saiba, mas é provável, ainda mais no estado que ele estava... –falou baixo.

-Que estado, Remo? –estava alarmada, Harry parecia ter o gênio do pai nessas horas. Lílian apesar de ser conhecida como “estourada”, na hora em que havia algo sério a ser tratado ela ficava calma e resolvia tudo na conversa, mas Tiago, bem, ele queria matar todos no grito.

-Sírius ficou no “Três Vassouras” até muito tarde e ainda estava com muita raiva, ele pode ter tido a brilhante idéia de falar com o Harry.

-Oh, Merlin! –sentou-se pesadamente numa das cadeiras de alunos. – Parece que tudo quer acontecer de uma só vez!

-Do que você está falando?

-Logo saberá na reunião.

-Falando em reunião, é melhor nos apresarmos.

E eles foram. Aparatar poderia não ser saudável a Hannah, então ela usou a lareira do escritório do diretor. Chegou à cozinha do número doze do Largo Grimmauld, que já estava movimentada com alguns membros da Ordem. Sensação ruim no estomago devido o rodopiar do transporte, mas ainda assim era melhor que o Nôitibus. Foi abraçada por Molly e sentou-se muito quieta numa cadeira no meio da mesa, logo Sírius apareceu na cozinha, aparentemente ele já estava na casa há algum tempo, sentou-se do outro lado da mesa há três cadeiras de distância e não olhou para Hannah. Remo chegou sorriu, perguntou se não tinha tido problema na viagem e sentou-se ao lado de Sírius, Severo e Dumbledore chegaram juntos e os outros membros da Ordem que ainda estavam dispersos pela casa entraram na cozinha e ocuparam seus lugares, lógico que nem todos os membros da Ordem estavam na reunião, ela sempre era dividida em duas, os “postos” não podiam ficar abandonados devido o encontro, Hogwarts, por exemplo, não podia ser deixada sozinha aos alunos. Dumbledore na ponta da mesa com Severo ao seu lado deu início a reunião. Primeiro, como sempre, os avisos. Depois as escalas de horário feitas por Moddy, e então os relatórios de Severo, mas hoje não houve relatório. Severo continuou quieto, quando Dumbledore continuou.

-Esta semana Severo trouxe a mim um plano que Voldemort retomou. –olhou diretamente para Hannah, que se mexeu incomoda na cadeira. –Nós já havíamos discutido o assunto numa das reuniões, e eu achei que não era o momento de nos preocuparmos, porém dessa vez é mais complexo. Voldemort decidiu investir no plano de capturar Hannah. –houve um murmúrio que se levantou por toda a mesa. Tonks virou-se para encará-la e Hannah teve a terrível sensação de que os olhos da moça saltariam da órbita. Teve até a impressão que Sírius tinha virado-se para ela. – Mas claro que isso não irá acontecer. –Dumbledore falou calmamente como se discutisse se iria chover ou não. –Ele designou um comensal diretamente para o trabalho, mas para nossa sorte o comensal é o nosso Severo. –então era por isso que Severo havia repetido diversas vezes que nada iria ocorrer, era ele o responsável! –Porém, Voldemort deu autorização a qualquer comensal que tive oportunidade de levá-la, mas ainda contamos com Severo para que isso não aconteça. –Sírius soltou um risinho de deboche e Hannah o olhou recriminando. –Isso é importante, não é só uma vida que está em jogo. –o estomago de Hannah afundou, era o que ela estava pensando desde que soube o que estava acontecendo, não era mais apenas ela, e agora para completar tinha ainda Severo correndo risco, era a família dela, a família que ela pretendia construir.

-Claro que não é, tem o fruto do ranhoso, ranhosinho talvez? –Sírius falou baixo e com raiva, mas Hannah escutou e não gostou.

-Cala a boca, Sírius! –mandou.

-Qual o problema? Não é verdade? –agora os membros da Ordem prestavam atenção neles, e Hannah só prestava atenção em Sírius.

-Não o chame assim! Não chame nenhum dos dois assim, não tem o direito!

-Todos têm o direito a partir do momento que você começa a agir como uma vadia.

-Cale a boca, Black! –Severo levantou-se de sua cadeira e Sírius fez o mesmo logo em seguida.

-Qual é Ranhoso? A verdade é dura demais? Mas o que posso fazer? Pense no lado bom, você vai poder dá um comensalzinho ao seu mestre, talvez você tenha sorte e ele nasça com a marca negra. –Severo puxou a varinha e já ia avançar em Sírius por cima da mesa.

-Chega! –Dumbledore levantou-se e irradiou uma áurea de poder que fez os dois homens sentarem na hora. –Não irei mais tolerar isso vindo de vocês, não estou trabalhando com crianças, nem um terço dos alunos do primeiro ano são tão infantis quanto os dois. Sírius se você não consegue manter sua boca fechada nas horas sérias, nem sabe resolver seus problemas corretamente vou ter de deixá-lo fora das reuniões. E Severo pare de puxar a varinha toda vez que escutar um insulto, você é um adulto e resolva suas diferenças como tal. Da próxima vez que isso acontecer trancarei os dois no quarto em que os meninos dividem nas férias e vocês terão de fazer as mesmas coisas que eles fazem para tentar descobrir o que está acontecendo. – Hannah olhou para os dois homens, eles mantinham a cabeça baixa, não era nada fácil receber um “sermão” de Alvo Dumbledore, ela mesma tinha experimentado poucas vezes na vida e, sinceramente, não queria novamente. A sensação que ela tinha era que seria melhor se ele gritasse, mas não, ele falava calmamente e o sentimento de culpa e vergonha ficava imenso.

Logo a reunião foi encerrada e mais que rapidamente ela apanhou um pouco de pó de flú e sumiu daquela casa. Saiu da sala de seu pai e andou rápido pelos corredores desejando não encontrar ninguém no caminho para seu quarto, mas aquela noite não iria acabar cedo. Quando chegou ao corredor onde ficava a entrada para seu quarto viu que tinha alguém de frente para o quadro, segurou a varinha dentro do bolso, aproximou-se mais, era um aluno, as vestes negras denunciaram. Chegou mais perto, reconheceu.

-Harry? – o rapaz virou-se para ela, e não parecia nada contente.

-Professora Dumbledore, ou devo me acostumar a chamá-la de Professora Snape?

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