E como importa...
Sua mãe já estava reclamando junto ao seu pai, devido à hora tardia e os alunos ainda estavam fazendo festa. Dumbledore ria e dizia que era apenas uma vez no ano, mas sua argumentação não durou muito tempo e Minerva conseguiu a permissão de mandar os alunos aos dormitórios. Encostada no parapeito, Hannah, observava os alunos descerem as escadas enquanto Remo conversava com Tonks, Sírius e, supostamente, ela. Viu quando Severo pouco tempo depois dela sair de onde ele estava desceu sorrateiramente as escadas. Depois que os alunos já haviam saído Dumbledore e outros professores também se foram deixando somente na torre os quatro amigos.
-Vamos. -Sírius chamou mais uma vez.
-Não, Sírius, eu não quero. -e ela respondeu a mesma coisa.
-Eu não entendo como você pode estar tão perto da festa de Hogsmead e não querer ir pra lá, você adora as festas do povoado.
-Só não estou afim hoje, simples, estou com um pouco de sono. -na verdade ela queria era descobrir o que havia pendurado em seu pescoço.
-Tudo bem. -respondeu, mas Hannah sabia que ele estava chateado. -Vamos Remo, Tonks? -chamou o amigo.
-Vamos sim. -depois de "boa noite." e "divirtam-se" eles se separaram.
Ela iria às masmorras, mas não antes de olhar bem para o que tinha no pescoço, parou no meio do corredor e puxou a corrente que mostrou-se prateada. O metal bem trabalhado numa corrente fina que terminava numa pedra retangular verde "A esmeralda sonserina.", virou a pedra e do outro lado havia uma placa também prata. Nomes gravados numa letra muito pequena, tão pequena que ela não conseguia ler, três nomes estavam escritos com uma letra um pouco maior, aproximou a pedra dos olhos. Leu os três nomes na ordem. "Júlia, Eileen, e... Oh, Merlin!" O nome dela estava lá, gravado junto dos outros, ela não sabia quem eram aquelas pessoas, mas tinha certeza que significava algo muito... Grande, por assim dizer. Parada, logos minutos, parada. Passou diversas vezes a mão pela pedra, virou, desvirou, leu, releu. Apenas para ter certeza que não tinha entendido errado. Não sabia se tinha coragem suficiente para descobrir o que aquilo tudo significava realmente. "Você é uma grifinória, ou o que?" reclamou para si mesma e tomou o caminho das masmorras. Olhou o relógio, era tarde, muito tarde, mas não iria esperar para o amanhã, não, sua curiosidade não permitia tão façanha. Encontrou Madame Norra no meio de um corredor e tratou de desviar o mais rápido possível, não era nada bom ela virá o assunto da semana de Filch. Finalmente quando chegou, algo que pareceu uma verdadeira eternidade, bateu e esperou longos minutos, pensou em tirar a varinha e ver se conseguia encontrar o feitiço que alguém havia lançado sobre o tempo quando, ele, abriu a porta. O robe preto por cima da calça de dormir levantou uma sobrancelha. Por que ele fazia aquilo? Será que sabia que tirava o fôlego dela? Entrou e a porta se fechou as suas costas.
-Sabia que eu estava dormindo? -perguntou com uma ponta de arrogância forçada.
-Mentira. -um pequeno sorriso. -O que é isso? -puxou a corrente. A encarou por instantes. Hannah nada falou, esperou a resposta.
-Um colar. Não parece óbvio? -irônico.
-Sério? -arregalou os olhos. -Sério. O que exatamente é este colar? -Severo segurou a pedra na mão. Estavam muito próximos.
-Uma insígnia. -ele virou a pedra e Hannah viu que seu nome estava brilhando. -Antes pertenceu a minha mãe, - passou o dedo fino sobre o nome "Eileen" gravado no metal. -agora é seu. -guardou novamente a pedra no decote do vestido dela.
-Severo, eu acho que não posso ficar. Você deveria guardar, afinal era algo de sua mãe. -ela sentiu o peso da pedra que carregava.
-Se eu lhe entreguei é que porque você pode e deve ficar com ela. -não deixou espaço para discussão. -Eu não devo ficar com ela. A insígnia era passada para as mulheres da família de minha mãe, e como ela foi a última eu guardei até achar alguém que pudesse usá-la.
-E sou eu...? -ela ainda duvidava que ele estivesse fazendo aquilo.
-Hoje você está usando perguntas retóricas demais, vou pensar assim, é melhor que pensar que você está obtusa. -ela sorriu, ele estava no estado mental normal.
-Isso é loucura. -enlaçou o pescoço dele.
-Encare assim, então, é a loucura que eu quero fazer no momento, e olhe que não sou dado a muitas. -e um beijo selou o acordo mais doce da vida dos dois.
Mais uma daqueles estudos com os professores, os alunos estavam de volta há três dias, e a escola estava a "todo vapor". Estava sentada numa cadeira da mesa principal, entediada, de vez em quando observava Severo andando entre as mesas dos alunos fazendo alguns tremerem, ele também a fazia tremer, mas os motivos eram outros. Depois de algum tempo ele sentou ao seu lado puxando uma pena e começando a arranhar um pergaminho.
-Estúpidos. -resmungou para si mesmo. -Salazar, o que fiz para merecer uma turma de grifinórios como essa? -ele estava muito irritado, levantou a cabeça e olhou venenosamente para o Longbottom que havia virado-se para falar com Hermione Granger, mas que parou no caminho percebendo o olhar do professor.
-Calma. -falou baixo. -Talvez se você parar de implicar com eles as notas melhorem.
-Muito boa essa sua teoria. Vou começar a ser doce com esses grifinórios burros, quem sabe até compro uns doces para eles na Dedos-de-mel. -a olhou com o canto do olho. - Eu conheço esses malditos grifinórios, todos estúpidos, descerebrados, obtusos e com um maldito talento nato para derreter caldeirões. -Hannah o olhava boquiaberta.
-Desculpe, mas eu não me encaixo em nenhum dos adjetivos citados e sou uma grifinória com muito orgulho. -olhou com raiva. -Mas se você quiser que eu comece a dizer as qualidades do sonserinos... Vamos começar pelos bruxos das trevas e assassinos, no caso, a maioria de vocês. -levantou num impulso. -A classe está dispensada. -saiu pela porta principal e só depois olhou o relógio, faltavam apenas cinco minutos para o fim do horário. "Ainda bem!"
Severo, no jantar, estava com a expressão mais estranha que ela já havia visto em toda a sua vida. Talvez não devesse ter dito o que disse, afinal acabou o chamando de assassino, não, não chamou, ou chamou? De qualquer forma ele poderia ter entendido desta forma, mas porque ele tinha que ficar falando mal dos grifinórios o tempo todo, ela era uma, droga! Entrou no corredor do seu quarto uma hora depois do término do jantar, havia ficado esse tempo com Remo e Sírius. Passou pela passagem do quadro e ele estava lá encostado na escrivaninha, estancou. Severo saiu de sua inércia e a alcançou puxando-a para bem junto de seu corpo.
-Maldição! Você sabe que eu não estava falando sobre você! -não estava nem um pouco delicado, segurava-a com força.
-Desculpe. –baixou os olhos envergonhada. -Nem eu estava falando sobre você, mas não gosto quando começa a falar mal de nós. -não respondeu apertou mais e a beijou. -Como consegue entrar aqui? -perguntou quando separam-se para respirar.
-Esse é um dos meus segredos mágicos. -e os lábios se colaram.
-Hoje é o aniversário dele, Remo. -falou quando encontrou o amigo na entrada do salão principal.
-E onde ele está? -perguntou notando a ausência de Snape.
-Não sei. -olhou preocupada. -Talvez nas masmorras. Ontem ele foi a um dos... -olhou para os lados. -"encontros", você sabe.
-Sei. -uma ruguinha surgiu entre as sobrancelhas. -Que presente maravilhoso.
-De fato. -concordou e sentou ao lado da cadeira vazia dele. Imediatamente virou-se para seu pai que comia tranquilamente um generoso pedaço de grapefruit. -Papai. -chamou e o velho a olhou com um sorriso. -Ele chegou? -teve medo que alguém a escutasse.
-Chegou, sim. -um sorriso bondoso, passou a mão pela cabeça dela. -Está tudo bem, não se preocupe. Só deve estar cansado e dormiu demais.
-Ele não dorme. -falou muito baixo.
-O que foi, meu bem? -os olhos dele cintilaram, Hannah tinha certeza que ele sabia o que ela havia dito.
-Ele não dorme sem mim quando volta das reuniões, ou melhor, ele, sem mim, dorme pouquíssimo. -já havia passado por isso algumas vezes.
-Então, acho que você deve ir resolver este problema. Creio que as aulas de poções e feitiços terão que ser substituídas hoje, e talvez os professores devessem passar o dia fora do castelo, quem sabe Londres... -falou com ar pensativo. -é, um certo professor precisa comemorar o aniversário dele, uma vez em muitos anos não vai matá-lo. -piscou o olho para ela. Hannah não precisou ser mandada outra vez, levantou sem nada comer e correu até a masmorra dele. Bateu diversas vezes até que ele viesse abrir, entrou antes de falar se quer uma palavra. Ele estava com um vidro de poção na mão, vazio, provavelmente havia tomado uma série delas para ser o "Professor Snape" que os alunos estavam acostumados a ter. Já que ela não falou, ele também não. Virou-se e foi guardar o vidro.
-Você vai me dizer o que é, ou vou ter que esperar mais? Não tenho muito tempo, afinal temos de dar aula. -cruzou os braços esperando.
-Não vamos dar aulas hoje. -disse esperando a reação.
-Agora é oficial. Você ficou completamente maluca. Por que diabos eu não iria dar aulas hoje?
-Ordens do diretor. -ele tirou o sorriso irônico do rosto e ficou muito sério de repente.
-O que houve? -perguntou e foi em direção do armário de poções.
-Calma! Nada sério. -ele não parou. -Hey! Ninguém precisa de poções! Além da que precisamos normalmente, a contraceptiva, além dessa mais nenhuma. -falou mais alto e ele parou, lançou um olhar reprovador.
-Então o que foi? -estava irritando-se.
-Nós vamos para Londres.
-Fazer o que?
-Nada. -ela riu com a cara que ele fez. -Vamos sair um pouco da tensão da guerra, comemorar seu aniversário. Falando nisso. -chegou perto dele, passou os braços pelo pescoço. -Parabéns. -o beijou.
-Não mesmo. -respondeu, mas não livrou-se do abraço dela nem dos beijos que ela lhe dava.
-Você está bem?
-Estou. -beijou o pescoço dela. Como não conseguia se controlar quando ela estava por perto?
-Dormiu? -ele levantou a cabeça para olhá-la, uma sobrancelha erguida.
-Maldita mania de perguntas retóricas. Claro que não dormi.
-Merlin, como ele é doce. -falou irônica.
-Está aprendendo, não? -os cantos dos lábios curvaram-se para cima.
-Tenho um professor eficiente. -mordeu o lábio inferior dele. -Mas deixando essas amenidades. Vamos logo. Para Londres. -o puxou pela mão. -Você não tem roupas trouxas, tem? -ele abriu a boca e depois fechou várias vezes.
-Eu não vou. -por fim falou.
-Vai sim! Ou quer que eu te azare? -puxou a varinha e apontou para ele que riu.
-Vou acreditar que você faria isso. -ela riu e guardou a varinha.
-Não, não faria, mas posso chamar o meu pai aqui, e você sabe como ele sempre consegue que façamos o que ele quer.
-Maldição! -Hannah sabia que ele havia concordado em ir.
-E as roupas trouxas, você tem?
-Não.
-Tudo bem, depois resolvemos isto. Vamos logo que pretendo passear por Londres, mas antes você precisa descansar.
-E você pretende me levar para onde?
-Você verá. Vamos.
Foram até os portões sem trocar uma palavra. Severo parecia preocupado em não deixar que ninguém em toda Hogwarts o visse saindo da escola, umas duas vezes ele escondeu-se atrás de uma parede ou estátua, achando que havia escutado passos, e foi o caminho todo ameaçando os quadros. Quando Hannah o deixou por um momento para fazer algo que ele não tinha idéia do que fosse, sua tensão só aumentou.
-Vou desaparatar você. -Hannah avisou nos portões.
-Para onde?
-Você vai ver. -abraçou-se a ele e com um "crack" sumiram no ar. O ar invadiu seus pulmões novamente e Severo abriu os olhos, estavam numa casa. Uma casa bruxa. Uma casa bruxa com objetos raros e esquisitos até para um bruxo. -Que foi, você não achou que nós não tínhamos uma casa, não é? -ele continuava a olhar tudo. - Minha infância foi divida entre Hogwarts e essa casa. -olhou saudosa. – Você precisa dormir um pouco, Severo.
-Estamos na "Londres trouxa"? -perguntou incrédulo.
-Mais ou menos. Aqui no bairro tem muitos bruxos, mas não estamos na "Londres bruxa”, então fica mais fácil sairmos sem sermos percebidos.
-E como vamos nos movimentar por Londres? Faz muito tempo que não lido nem com transporte nem com dinheiro trouxa.
-Resposta número um: táxi, ônibus, metrô... Resposta número dois: Faz tempo que eu não lido com dinheiro e transporte trouxa inglês, mas eu fazia isso na França, ou você não sabia que eu vivi esses anos no meio dos trouxas?
-Não eu não sabia.
-O único contato que eu tinha com bruxos era com Olímpia e cartas do meu pai e da minha mãe. Agora que estamos esclarecidos, vem.
-E o dinheiro? -ela abriu uma bolsinha e tirou algumas notas.
-Peguei com o papai antes de sair. Ele consegue esse tipo de coisa com uma facilidade incrível. Agora venha, pela milésima vez você precisa dormir um pouco, você parece horrível.
-Onde você, supostamente, acha que vou dormir? –cruzou os braços contra o corpo. Ele estava cansado e a noite havia sido péssima, mas não faria tudo que ela queria tão fácil. Hannah revirou os olhos.
-No meu quarto, acredito que ele ainda existe. – ele abriu a boca e fechou, ela esperou.
-Não. Não mesmo.
-Qual é o problema da vez, Severo?
-Não vou dormir no seu quarto, na casa dos seus pais, na casa de Alvo. Salazar, não na casa de Minerva. –fez uma cara de desespero quando lembrou de Minerva, se ela soubesse o que ele fazia com a filha dela...Não queria nem pensar.
-Godric me ajude. –suspirou.- Severo, a idéia foi do papai, e você vai subir agora mesmo comigo, dá pra me escutar uma vez, por favor. –não respondeu, mas subiu a escada atrás dela. Aquela situação estava sendo, no mínimo, estranha. Depois da escada veio um corredor com as paredes repletas de fotos, a maioria dela. Pode ver Hannah bebê comendo algo que parecia ter sido esmagado violentamente por um trasgo. Hannah com cerca de sete anos em cima de uma vassoura que subia poucos metros e ela descia aborrecida querendo voar mais alto. O dia em que ela começou o primeiro ano em Hogwarts, as malas e uma coruja na gaiola, o sorriso maior que ela podia sustentar. Passou por várias fotos dela nos braços de pessoas que ele não fazia idéia de quem fossem. Algumas com Minerva e Alvo. Quem diria que Minerva um dia havia sido bonita? Bom, talvez se ela sorrisse ficaria bonita, mesmo para uma senhora. Hannah em cima de uma vassoura com o uniforme do time de quadribol, ela pegava a goles e acertava nos aros, para logo sair de cena e repetir o lance. O dia da formatura, de vestido de baile, como estava linda, como ele não lembrava dela neste dia? Ela segurou sua mão, sem perceber ele havia parado observando as fotos, recebeu um sorriso doce e se deixou levar observando a ultima foto dela como era hoje num lugar cheio de flores. Definitivamente eles adoravam fotos, e ele próprio tinha tão poucas. Hannah abriu uma porta quase no fim do corredor.
-Oh, Merlin! –ela fez uma expressão de desgosto. –Eles não mudaram nada. –entrou sem soltar a mão dele.
O quarto era claro, grandes janelas estavam abertas, e deixavam a luz pálida do sol iluminar timidamente o ambiente. Uma grande cama estava no centro do quarto, de um lado um guarda-roupa e do outro uma escrivaninha e uma estante vazia. Ele reparou que haviam mais fotos espalhadas pelo quarto, em cima da escrivaninha e dos criados-mudo. As mãos se soltaram, Hannah começou a tirar a colcha de cima da cama e arrumar os travesseiros, Severo foi olhar as fotos de cima da escrivaninha. Evans e ela. Os Marotos (que protestaram quando ele chegou perto). O Potter, Evans, Harry e Hannah rindo. Foi a um dos criados-mudo, o que era do lado que ela dormia quando estava com ele. Bom, a foto não era muito agradável, Severo sentiu algo queimar dentro dele. Ela estava sendo abraçada pelo Black, as mãos dele na cintura dela, beijinhos no pescoço e ela ria batendo na mão dele tentando, não muito convincentemente, fazê-lo parar. Severo pegou a foto com uma das mãos, os olhos semicerrados, o Sírius do retrato reparou no homem que olhava a foto, fez um olhar de ódio, gritou impropérios mudos e fez gestos desagradáveis a Hannah da foto segura Sírius por um braço o chamando de volta, Severo continuava a olhar ameaçadoramente quando sentiu o porta-retrato ser retirado de sua mão. Hannah pegou o objeto, deu uma pequena olhada e o guardou na gaveta longe dos olhos que qualquer um dos dois. Ela não falou, Severo achou que era melhor não pensar quando Hannah tirou-lhe a capa e o abraçou descendo a mão pelo seu peito, ela começou a desabotoar os botões do paletó dele, passou as mãos pela camisa branca que estava por baixo, subindo até os ombros e tirou o paletó, as mãos delicadas dela começaram a massagear seus ombros tensos, Severo fechou os olhos, as mãos dela desceram novamente e se entrelaçaram as deles o guiando até a cama, ele deitou e Hannah tirou-lhe os sapatos e as meias, desabotoou a camisa branca e ele levantou o troco para tirá-la ficando apenas com a calça preta. Hannah passou a mãos pelos a mão pelo rosto dele.
-Severo. –ela chamou fazendo-o abrir os olhos. –Você precisa comer alguma coisa. –sem falar que ela também precisava. Ele concordou com um aceno quase imperceptível com a cabeça. –Volto já. –ela curvou-se sobre ele e depositou um beijo nos lábios dele. Severo sentou-se para esperar por ela. Hannah desceu rápido a escada e correu para cozinha onde dois elfos estavam sentados.
-Ah, a menina Hannah está mesmo aqui! –um dos elfos exclamou de alegria, Hannah abriu um sorriso, aqueles elfos a conhecia desde antes dela nascer.
-Como vai Tero, Pink? –falou com o casal.
-Oh, a menina mestre continua gentil! –exclamou a elfo fêmea.
-Tero viu quando a menina chegou, mas não quis incomodar por que viu que ela estava acompanhada com um homem. –Tero parecia envergonhado.
-Não tem problema, Tero. –passou a mão pela cabeça do elfo. –Nós não tomamos café da manhã, será que vocês podiam levar uma bandeja para nós lá em meu quarto?
-Certamente, menina, Pink vai preparar tudo que a menina gosta.
-Obrigada, Pink. E tem outra coisa. Queria que vocês não comentassem com ninguém que nós estamos aqui, nem com os elfos de Hogwarts, sei que tem muitos amigos lá, mas não comentem sobre isso, sim?
-Sim. Tero e Pink não falaram nada a ninguém, nem se nos torturarem, se nós falarmos vamos nos deitar embaixo de um hipogrifo.
-Não, por Merlin! –Hannah arregalou os olhos, será que todos os elfos eram mesmo malucos por natureza? –Só basta não falar, ok? Estou esperando vocês lá em cima. –Hannah saiu da cozinha e voltou para o quarto. Abriu a porta devagar, talvez Severo tivesse adormecido e ela não tinha a intenção de acordá-lo. Ele estava sentado encostado nos travesseiros, os olhos fechados. Hannah chegou perto e ele abriu os olhos. –Pensei que tivesse adormecido. –sentou na cama ao lado dele e Severo a puxou para perto.
-Estava esperando por você. –afundou o rosto na curva do pescoço dela e Hannah passou os braços pelas costas dele.
-Os elfos vão trazer o nosso café da manhã.
-Você estar sem comer também? Por quê?
-Eu havia sentado à mesa quando o papai me disse para te trazer para Londres, então levantei e fui te ver na masmorras.
-Hum...- fechou os olhos sentindo o cheiro dela, uma batida na porta.
-Pode entrar. –Hannah falou mais alto e soltou Severo que jogou a cabeça para trás, os olhos fechados, os braços ao lado do corpo. O elfo entrou.
-Menina, Tero trás a comida do jovem casal. –Severo abriu os olhos quando escutou ser chamado de “jovem casal”, mas fechou os olhos logo em seguida, hoje ele ia tentar não se importaria, ao menos por hoje. O elfo foi até a cama e colocou a bandeja lá. –Precisa de mais alguma coisa...- o elfo soltou uma exclamação abafada pela mão, Severo assustou-se e levantou a cabeça para olhar qual era o problema, o pequeno ser tinha os olhos azuis tão arregalados que Severo pensou que talvez eles fossem sair da órbita. Olhou para Hannah que começava a seguir o olhar do elfo, ele fez o mesmo e então...
-Calma, Tero. Não é o que você está pensando. –Severo cobriu o braço instantaneamente.
-A marca... É a marca daquele-que-não-deve-ser-nomeado.
-É, Tero, é marca sim, mas Severo não é mais comensal.
-Ninguém bom tem essa marca. Menina, vou falar com seu pai, ele ficará muito desapontado... –o elfo escondeu o rosto com as mãos, Severo não sabia o que dizer, queria matar aquela coisa.
-Tero! –Hannah gritou repreendendo o elfo. –Meu pai sabe sobre Severo! E ele é uma das pessoas que meu pai mais confia na vida. Agora você vai pedir desculpas ao Prof. Snape. –o elfo baixou a cabeça.
-Perdoe Tero, Prof. Snape. Tero não sabe o que diz. Tero é um elfo muito burro! –ele começou a bater a na própria cabeça repetindo “burro!”.
-Tudo bem, Tero. Pare com isso. –Hannah mandou, e o elfo saiu. Olhou para Severo e não sabia o que dizer. –Vamos comer, sim? –falou depois de pensar. Comeram em silêncio e quando acabaram com um aceno da varinha Hannah fez os restos desaparecerem. Severo encostou-se novamente nos travesseiros olhando o nada. –Você ficou chateado? –perguntou fazendo movimentos circulares nos ombros dele.
-Devia estar acostumado. Tenho de pagar pelo que fiz pelo resto da minha vida.
-Não, Severo. Você sabe que não me importo com o que aconteceu.
-Mas devia, pois importa e muito. –não deixou que ele falasse mais cobriu os lábios dele com os seus.
-Durma um pouco, Severo.- fez com que ele deitasse por inteiro na cama. Passou a mão pelo peito dele, massageando, acarinhando. Rosto, pescoço, ombros, braços, tórax. As mãos dela passeavam relaxando-o, as vezes um gemido se fazia ouvir quando ela tocava mais forte em algum lugar. Severo pensou logo antes de adormecer que não podia existir uma forma mais prazerosa de ser colocado para dormir como aquele.Ele acordou com o barulho de algo caindo. Abriu os olhos a procura, Hannah estava sentada no chão perto do guarda-roupa aberto, algumas coisas no chão, inclusive um par de botas horríveis que ele jurava que não era a primeira vez que via.
-Você caiu? –perguntou com a voz rouca.
-Ai, desculpa, eu te acordei, não foi? –ele levantou uma sobrancelha e Hannah foi de quatro até a cama, subiu e se arrastando subiu nele. –Não caí, não. Mas derrubei aquela bota ali. –roçou os lábios nos dele, Severo desceu as mãos passeando pelo corpo dela, girou ficando por cima dela, Hannah riu, a beijou pressionando o corpo no dela.
-Que botas são aquelas? Tenho a impressão que conheço. –ela ficou séria por um instante.
-São de Sírius. –como uma reação instantânea ele saiu de cima dela.
-O que as botas do Black estão fazendo no seu quarto?
-Por favor, Severo. Elas estão aqui há séculos. Encontrei algumas coisas dele em meu guarda-roupa, ninguém mexeu no quarto desde que fui embora, os elfos entram aqui só para limpar, então esta quarto é cheio de coisas antigas. – ele voltou a posição em cima dela e voltou a beijá-la. “O Black é só mais uma das coisas antigas.”, pensou. –Precisamos ir ou não vai dar pra fazer nada.
-Garanto que se ficarmos aqui vamos fazer muitas coisas.
-Severo! –ela riu jogando a cabeça pra trás e ele passou a beijar-lhe o pescoço.
-E você quer que eu use roupas de trouxas? –ele perguntou pela enésima vez.
-É, Severo, nós vamos andar pela “Londres Trouxa” não podemos chamar atenção.
-Oh, Slytherin me proteja. –levantou as mãos numa ação bem atípica.
-Vou colocar em prática os conhecimentos dos filhos de professores de transfiguração. -puxou a varinha novamente. -Fique só com a camisa.
-Não mude a cor. -disse jogando a capa em cima de uma cadeira. Ele já havia se vestido novamente achando que teria uma chance de sair com as roupas de bruxo. Hannah rolou os olhos e acenou a varinha, a calça virou jeans e a camisa ficou feita de lã preta, a gola alta. Ele não sentiria frio.
-Isso é ridículo.
-Você está lindo. -sorriu e foi a vez de Severo de rolar os olhos.
-Vou levar minha capa. -afirmou.
-Você pode levar, mas me deixe mudar só um pouco. -acenou a varinha e a capa ficou um pouco menor e perdeu alguns botões.
-E você?
-Só preciso de um espelho. -seguiu para o banheiro e ele foi atrás.
-Não vai ser justa como as trouxas usam, vai? -o olhou de esgueira. -Essa camisa é apertada. -puxou a camisa.
-Não é nada. Para de reclamar. -mexeu o punho. Uma saia marrom até os joelhos e bota de cano alto. Mais uma vez, blusa de lã mostarda, o decote deixava a mostra a corrente prata que ela não tirava do pescoço, a pedra ainda escondida.
-Eu disse. Está muito justa. -reclamou.
-A blusa é tão justa quanto à parte de cima de meus vestidos, Severo, por Godric, pare de reclamar. -arrumou a corrente no pescoço. -Eu ainda vou por a capa. -ele não respondeu.
Ganharam à rua, Severo observou as casas algumas ele não sabia distinguir se era trouxa ou bruxa outras, porém eram descaradamentes bruxas com uma que tinha um caldeirão cozinhando na varanda, seria um prato cheio para o ministério. Hannah continuou andando achando tudo muito normal, na verdade ela reparou um pouco aqui e ali, mas a rua não tinha mudado muito, andaram dois quarteirões e pararam numa estação de ônibus, esperaram alguns minutos até que um ônibus vermelho aparecesse e eles subissem.
-Não entendo por que esse ônibus trouxas só tem dois andares, e além de tudo são lentos.
-Ainda prefiro andar nesse a no noitibus, ele me deixa terrivelmente enjoada.
Eles foram a muitos lugares desde parques até um tal de cinema, que Hannah havia conhecido quando era adolescente através de Lílian Potter. Ela contou a Severo que na França era seu passatempo favorito, ele achou muito interessante, apesar de a única diferença dos retratos bruxos era que as imagens falavam, mas ele não tinha dúvida que naquele exato momento havia algum bruxo pelo mundo tentando inventar um feitiço que fizesse as fotos emitir sons. No final do dia eles voltaram para casa dos Dumbledore, faltava pouco para escurecer e Hannah havia ido a cozinha despedir-se dos elfos, depois de retransfigurar as roupas.
-Vamos? –perguntou quando ela reapareceu na sala. Hannah concordou com a cabeça e ele a puxou pela mão colando os lábios levando-a consigo, quando separaram-se estavam de frente para os portões da escola.
-Os alunos devem estar no jantar. –Hannah informou.
-É melhor um de nós ir ao jantar, se os dois forem ou não, esses pestinhas vão começar a especular.
-Quem vai? –perguntou abrindo os portões.
-Vá. Eu como qualquer coisa em meu quarto, tenho detenção com o Potter. –Hannah rolou os olhos, andaram até a entrada do salão principal, uma despedida muda, Severo deu as costas e foi em direção a porta que dava nas masmorras, ela ficou observando, de repente ele virou-se e correu até ela, Hannah arregalou os olhos quando ele a beijou ali. –Obrigado. –murmurou antes de ir embora. A semana estava ganha só por causa de gesto dele. Abriu as grandes portas, cabeças se viraram pra ela, fingiu que não era com ela. Quando passou pela mesa da Grifinória escutou Harry chamar, ela apenas sibilou um “Está tudo bem.”, sentou a mesa dos professores, sorriu para o pai, tranqüilizou a mãe, Remo olhou-a desconfiado e Sírius preocupado, ela respondeu com um grande sorriso infantil que fez os dois rirem.
-Tenho algo para você. –avisou a Sírius.
-O que?
-Algo que encontrei. Depois do jantar, sim? –ele concordou, e depois do jantar nos aposentos dela os três amigos entraram.
-Vai me mostra.
-Espera. –enfiou uma das mãos no bolso da capa tirou algo com a mão fechada pôs em cima da mesa ficando de costas tapando a visão dos dois que estavam curiosos, tirou a varinha e desencolheu o que tinha trazido, saiu da frente dos objetos.
-Cara, eu não acredito! –Sírius exclamou e correu para algumas peças de roupa que tinham em cima da mesa.
-Nossa, Hannah, onde você encontrou isso? –Remo perguntou surpreso.
-Estavam no meu quarto na casa dos meus pais. Da pra acreditar?
-Eu era maluco por essas botas. Espera, o que você foi fazer em Londres?
-Precisava fazer umas coisas por lá, nada com que se preocupar.
-Hum... E essa jaqueta, não lembro quando esqueci lá na sua casa.
-Eu lembro. –Hannah e Remo riram da cara que Sírius fez.
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