Reconquista



Ela tinha conversado bastante com Remo, chorado bastante também, as coisas não estavam fáceis. A ferida que Severo havia deixado aberta ainda sangrava, como ele podia ser tão cruel e dissimulado, e como ela poderia ser tão burra e não perceber, e o pior, ficar perdidamente apaixonada por uma pessoa que provavelmente a odiava e a tinha usado como uma espécie de vingaça íntima. Ela estava preocupada com Sírius, oito dias haviam se passado desda conversa deles, e ele tinha feito de objetivo de vida alcançá-la de alguma forma, muitas foram as vezes que ela teve de recuar para não ser beijada, como aquilo doía, continuava junto aos seus amigos sempre que podia, suas horas de folga eram dedicadas a Remo, Sírius e Harry, as vezes passava algum tempo com sua mãe, ou no escritório do seu pai, a maioria das vezes observando-o trabalhar. Uma quarta-feira espécialmente chata, ela estava mais uma vez na sala do seu pai antes do jantar, deitada num sofá próximo a lareira, ela girava a varinha entre os dedos, enquanto Dumbledore olhava alguns arquivos.
-Entediada? -ele perguntou por cima de uma pilha de pastas.
-Dia chato. -ela respondeu e apontou a varinha pra cima fazendo sairem faíscas azuladas.
-Onde estão seus "companheiros de aventuras"? -ele anotou alguma coisa num pergaminho novo.
-Só Merlin sabe. -ela fez passarinhos saírem da ponta da sua varinha. -Sírius está escondendo algo de mim. -tinha notado isso há alguns dias, os passarinhos piaram alto.
-Receio que isso seja culpa minha. -ela sentou, acenou a varinha e os pássaros desapareceram.
-E seria por... -ela esperou ele falar.
-Eu pedi que ele não falasse a ninguém, -Dumbledore levantou e foi até um armário quardar alguns arquivos. -mas estou pensando em colocar Sírius como professor.
-Professor !? O que Sírius ensinaria? -ela parecia surpresa que Sírius tivesse concordado com isso, afinal ele nunca havia demonstrado nenhuma inclinação para a profissão.
-Animagia.
-Animagia? -ela levantou. -Papai, ele não pode. Sírius é um animago ilegal. E a quem ele, supostamente, daria essas aulas? -ela tinha as mãos na cintura.
-Meu Deus, como você parece com a Minerva.
-Papai!
-A questão dele ser ilegal já está sendo resolvida junto com o Ministro da Magia. E as aulas serão, um tanto, preparatórias. Eu não pretendo que os nossos alunos virem animagos em seis meses. Ele vai dar explanações sobre o assunto, mas só para os alunos interessado e com mais de dezessete anos, claro.
-O que está por trás disso, papai?
-Sua mãe não tem tempo para fazer isso, então foi bom o Sírius ter aceitado, e eu também não quero que ele saia de Hogwarts. -ela deu um sorrisinho.
-Então está explicado: tudo isso é para o Sírius não sair do castelo.
-Não do castelo, ele pode ir a Hogsmead, sei que ele gosta do bar da Rosemerta. Mas estou fazendo isso para segurança dele. Severo tem sido covocado com um frequência terrível, e ele sempre me traz nóticias de que Bellatrix não se conforma com o fato de Sírius estar vivo. -disso ela já sabia.
-E quando começam essas aulas?
-Janeiro, quando os alunos voltarem de casa depois do natal. Porém as inscrições serão feitas no início de dezembro.
-Ou seja daqui a dois dias.
-Precisamente.
-Então, Sírius, quando você volta pra casa? -ela perguntou com um sorriso inocente, queria saber quanto tempo mais ele ia conseguir esconder. Estavam nos aposentos de Remo desde o término do jantar.
-Ah, é por isso? -ele suspirou e Hannah não entendeu. -Olha, eu não podia contar, Dumbledore me pediu pra ficar quieto por enquanto.
-Como você sabia que era isso? -perguntou surpresa.
-Isso o que? -Remo perguntou, ultimamente ele vivia perdido nas conversas.
-Eu não vou voltar para mansão Black. Irei ficar aqui e ensinar, ou melhor, introduzir uma turma na Animagia.
-Mas isso é ótimo! -Remo animou-se.
-É! É, ótimo. -Hannah disse, porém não parecia muito satisfeita. -Como você sabia que era disso que eu falava?
-Você me olha esquisito desde o jantar, e eu conheço você a tempo suficiente para saber quando você dá esse sorriso inocente alguma coisa boa eu não fiz, e como ultimamente era isso a única coisa que podia chatear você... -ele deu de ombros.
-Ele não podia falar, Hannah. -Remo a olhou profundamente. -Tente ser um pouco complacente com essa história de compartilhar t-u-d-o, sim? -ela entendeu o que ele queria dizer, não tinha dito a ele quando estava com Severo, e Sírius não tinha idéia que era pelo "maior inimigo" dele que ela estava caída de amores.
-E desse jeito eu penso que você me quer longe, só me ver uma ou duas vezes por mês nas reuniões da Ordem. -ele fez cara de ofendido.
-Sírius, isso não combina nada com você. -ela o empurrou um pouquinho, e ele fez o mesmo. -E eu não quero me livrar de você. És meu amigo, e meus amigos sempre que possível estão ao meu redor.
-Olha, Aluado, ela me quer por perto sempre que possível. Sabe, Princesinha, é possível que eu me mude para o seu quarto, assim vou ficar mais tempo ainda perto de você. -ele riu e Remo acompanhou.
-Sírius!
-Eu não posso ir também, pois apesar de nós sermos como irmãos a minha Ninfa não vai gostar muito, você entede, né? -ele zombou.
-Você também, Remo Lupin? Zombem de mim, vão, aproveitem, enquanto eu não mato vocês. -ela fez cara de mau.
-Você não mete medo em ninguém, Princesinha. -Sírius.- E que história é essa de "Ninfa"? -ele riu alto e Remo ficou vermelho.
-É como eu chamo a Tonks. -ele respondeu num fio de voz.
-E ela não te bateu ainda? Ela odeia o nome dela, e "Ninfa"...Que brega.
-Para com isso, Sírius. É uma gracinha, Remo.
-Ela gosta. E não é por causa do nome dela, é porque ela é a minha ninfa, tão linda como uma.
-'Tá vendo, Sírius. Você é um insensível.
-Não sou. Certo vou apelidar você.
-Não precisa, você já o fez.
-Hum...deixe-me pensar...
-Remo, me salve.
-Não posso fazer nada. -ele estava divertindo-se.
-Ok. Minha fada.
-Que parar, Sírius Black?
-Ah, não, é uma fada mordente. -eles riram e Hannah também entrou na onda.
Nevava, e os terrenos da escola já estavam brancos, era o segundo sábado de dezembro, e ela sentiu uma certa melancolia com a proximidade do natal. No sábado anterior havia acontecido mais um jogo de quadribol, entre a Lufa-lufa e Corvinal, a casa amarela saiu vitoriosa. Dalí a uma semana eles teriam a ultima visita a Hogsmead antes das festas, e ela fazia sua lista de presentes. Iria fazer suas compras junto com os outros alunos, já que não estava tendo muito tempo para passar em Hogsmead. Nessa duas semanas eles já haviam tido cinco reuniões da Ordem, os comensais não estavam dando descanço, e ela se viu obrigada a participar de uma ação defensiva, que não deu muito certo, já que quando os membros da Ordem chegaram ao local os comensais já haviam desaparatado, e eles só puderam ajudar os aurores e medibruxos do ministério a apagar memórias e fechar feridas. Ela tinha brigado com Severo algumas milhares de vezes, sempre que se viam sozinhos em algum ambiente se atacavam, e quando estavam acompanhados recorriam as indiretas mais diretas e bem direcionada possíveis, fazendo com que a faca que cada um tinha encravada no peito afundasse cada vez mais. O quadro avisou que havia alguém a porta, ela morria de dó da pintura, era tão pertubada que ela tinha a impressão que era o quadro que mais trabalhava em todo o castelo, logo depois, é claro, dos quadros dos dormitórios das casas. Apontou a varinha ainda sentada na cadeira e o quadro girou abrindo a passagem, voltou a acrescentar mais um item a lista.
-Precisamos de sua ajuda. -Sírius entrou com Harry logo atrás.
-Você não devia estar no salão principal estudando? -perguntou ao garoto.
-Já acabou. -ela olhou no relógio e viu que tinha passado mais tempo do que ela tinha notado.
-Ajuda pra que? -ela perguntou achando que coisa boa não vinha por aí.
-Nós vamos fazer a Gina voltar a namorar com o Harry. -ela levantou as sombrancelhas. -Nos ajuda?
-O que pretendem fazer?
-Por isso que precisamos de sua ajuda. -Sírius respodeu como se fosse óbvio.
-Ok. Harry, quais os motivos para o fim do namoro?
-Ela disse que eu a superprotegia, e que não aguentava mais, e mais um monte de coisas.
-Já tentou falar com ela?
-Já.
-E...?
-E quando nós estavamos conversando eu tentei ajudá-la a passar numa escadaria estreita, então ela ficou brava e foi embora.
-Esquentada, não?
-Olha quem fala. -Sírius reclamou.
-Cala boca, Sírius. -ela jogou nele uma bolinha de papel. -Para começar nós temos que saber se ela ainda gosta de você, -Harry fez uma cara de desgosto. -desculpe, mas é possível que ela não goste. Precisamos saber, certo? -perguntou, mas não esperou resposta. -Se a resposta for negativa, vamos tentar reconquistá-la. Mas, se tivemos sorte, e acredito que teremos já que o jeito que ela te olha não é de oposição, vamos fazê-la te escutar.
-Como? -Harry e Sírius perguntaram juntos.
-Calma, tudo tem seu tempo. Harry, será que nós podemos contar com a ajuda de Hermione? -o menino confirmou com a cabeça. -Bom, a traga aqui que eu tenho um trabalho pra ela. -Harry nem precisou ser mandado outra vez saiu pela passagem do quadro e correu em disparada em busca de Hermione.
-Não parece Tiago e Lílian? Ele correndo atrás e ela fugindo, e alguém ajudando para colocá-los juntos.
-Ele não é Tiago, Sírius.
-Eu sei, eu sei. Por que vocês vivem me dizendo isso? -ela o olhou com incredulidade. -Esquece. -o quadro chamou. -Ele realmente está desesperado. -Hannah novamente apontou a varinha e o quadro virou no eixo, porém não era Harry que alí estava, ela levantou num salto e nem reparou na expressão de desesprezo de Sírius, o homem de preto não moveu-se, mas Hannah pode notar algo muito sutil que mudou na expressão dele quando baixou seus olhos em Sírius.
-O que quer? -perguntou quanto chegou até a passagem. Ele não respondeu, apenas ficou a olhando nos olhos, ela levantou as sombrancelhas. -Sim?
-Preciso falar-lhe. -respondeu com o queixo alto. -Venha comigo. -ela riu num deboche.
-Quem você pensa que é, Snape? -ela falava baixo para que Sírius não escutasse.
-Acho que já respondeu sua pergunta: Snape.
-Não estou afim de suas piadas engraçadíssimas. Não tenho nada para falar com você. Então, adeus.
-Pare de gracinha e venha logo que não tenho tempo a perder com você fazendo charme pra essa cachorro.
-Ele não está nem escutando. -ela virou o rosto para os passos no corredor. - Harry, Hermione. -ela chamou. -Vamos entrem. -os garotos passaram por ela. -Adeus, Snape. -ela fechou a passagem. Assim que virou-se para olhar as pessoas no aposento encontrou rostos de dúvida. -Deixa pra lá, nada importante. Sentem. -Sírius chegou próximo a ela.
-Que foi isso? -perguntou baixo.
-Depois, Sírius, depois. -ela sentou de frente para o casal de amigos alí sentados. -Harry, você já explicou a Hermione.
-Aos cochichos enquanto me empurrava por escadas. -Hermione respondeu meio chateda, porém com uma ponta de excitação.
-Bom. Hermione, você é amiga da Gina, certo? -a menina concordou. -Ela ainda gosta do Harry, ou nós teremos mais trabalho do que espero?
-Não, eu creio que ela gosta dele sim, só que ela tem o gênio muito forte.
-Foi o que pensei. Só o que temos a fazer é juntar os dois de uma forma que ela não possa sair e então o Harry faz a sua parte. Mas onde e quando?
-Vestiário de quadribol. -Hermione disse.
-Mas como vocês vão fazer com que todos os outros jogadores saiam e me deixe sozinho com a Gina sem que ela perceba e proteste?
-Pra tudo tem um jeito, Harry, e nós vamos dar um. -Hermione respondeu imperativa.
-Muito bem, quando é o próximo treino de vocês?
-Terça-feira à noite.
-Então será na terça. Acho que você deveria perdir umas dicas a Remo. Que acha? -Harry concordou.
-E eu? Não sirvo pra nada? O maior conquistador de Hogwarts...-Sírius começou a reclamar.
-Lindo título, Sírius Black, ainda mais para dizer ao seu afilhado que quer reconquistar a namorada. Remo é mais sensível, talvez você devesse escutá-lo também. -ela riu com o canto do lábio.
-Você me paga. -ele ameaçou rindo.
-Desse jeito? -ela zombou. -Vão logo. -Harry e Hermione levantaram também. -Hermione, você pode ficar? Tenho ainda alguns "pontos" para combinar. -a garota sentou-se novamente. -Ok, você tem como atrasar a Gina, e fazer com que ela entre no vestiário quando as pessoas já tiverem saído? -perguntou depois que Sírius e Harry haviam deixado a sala.
-Creio que sim, professora.
-Por Merlin, Hermione, não estou lhe passando nenhuma lição, então, por favor, esqueça o "professora". Bem, tenho uma pergunta muito pessoal para fazer, me permite? -perguntou com cautela.
-Pode. -respondeu com certo receio.
-Você está namorando o Rony, não está? -Hermione a olhou surpresa.
-Como descobriu? -respondeu com uma pergunta.
-Acho que tenho o dom de descobrir os relacionamentos, não sei se como você tenho um olhar mais apurado, ou se é mais um dos dons vindos do meu pai. Não importa. Minha pergunta, na realidade, vem com um terrível tom de curiosidade, e seria, com certeza, repelido terminantimente por minha mãe. Porém vou perguntar mesmo assim: Por que vocês estão escondendo de Harry que estão juntos?
-Ow, é isso. -Hermione olhou um pouco as paredes como se alí tivesse acabado de surgir formulas de poções muito raras. -Nós começamos o namoro no dia em que ele e Gina brigaram...
-O primeiro passeio para Hogsmead.
-Isso. E o Harry estava tão triste que nós decidimos não contar para ele não sentir-se de alguma forma excluído.
-Querida, o Harry iria ficar feliz por vocês, não vão deixar de ser amigos por estarem namorando, ele deixou você e o Rony por causa da Gina?
-Não. Você tem razão.
-Já passei por isso, meu bem. Mas comigo foi pior, minha melhor amiga odiava meu namorado e o grupo de amigos dele, mas no final, quem diria, casou com um deles. -ela riu com uma saudade que nunca lhe abandonava.
O dia inteiro havia sido de espectativas, frio, mas o Harry estava tão agitado que parecia não perceber a neve lá fora. Tinha chegado a terça-feira, e o "plano" estava andando como eles haviam previsto. Hannah certas horas se achou bem idiota por estar se envolvendo num plano adolescente para fazer um casal fazer as pazes, ela não tinha mais idade para isso, definitivamente, não tinha. Porém todas as vezes ela lembrava que a felicidade era do seu afilhado e que ela não tinha tido muitas oportunidades de fazê-lo feliz, Sírius parecia ter voltado aos seus 17 anos e andava pela escola numa alegria descomunal. Estava observando o time da Grifinória treinando da janela do terceiro andar, esperava a chegada de Sírius, ela havia concordado em trancar a porta do vestiário, supostamente Gina não conseguiria quebrar um feitiço feito pela própria professora da matéria.
-Ele é demais no ar, não? -Sírius perguntou as costas dela.
-Voa como Tiago, mas acho que todo mundo já disse isso.
-Provavelmente. Você não me contou o que o ranhoso queria com você sábado.
-Já disse para não chamá-lo assim, pare de ser criança. -reclamou. -Não queria nada de importante, encher minha paciência, reclamar de qualquer coisa ou algo bem parecido com isso.
-Vamos? -Remo apareceu no início do corredor.
-Não sabia que você também vinha, Aluado.
-Nem eu, Remy.
-Eu sou tímido, quieto e outras tantas atribuições, mas eu não perderia essa por nada.
-É isso aí, Aluado.
-Merlin, vocês são terríveis. Vamos, seus marotos incorrigíveis. -desceram até próximo ao campo de quadribol, assistiram Harry dispensar o time, e Hermione passou correndo na direção de Gina, puxando a garota pelo braço até um canto afastado do vestiário, Hermione parecia nervosa e Gina tentava consolá-la de alguma coisa. -Ótima atriz. -Hannah comentou. -Porém dá sinais claros de mentira, devia estudar oclumência.
-Você não vai querer ensinar mais alguma coisa a Hermione, não né? -Sírius perguntou zombando.
-Fiquem quietos! -Remo reclamou. -Olhe, as pessoas estão saindo. -apontou a porta do vestiário.
-Temos de ter certeza que todo time já saiu. -Hannah disse e contou quantos tinham saido. -Três, faltam dois.
-Robins e Rony. -Sírius informou.
-Rony vai sair por último, combinou isso com Hermione. -Hannah explicou e logo Rony saiu com a cara emburrada e empurrando Demelza Robins para fora do vestiário, eles não conseguiram segurar o riso.
-Será que precisamos avisar Hermione, ou ela já viu o Rony. -Hannah perguntou.
-Já viu. -Remo apontou. -Elas estão se separando. -esperaram Gina passar pela porta e Hermione e Rony correram até os três professores.
-Tive que colocar a Demelza pra fora. Ela queria ficar arrumando o cabelo antes de sair. -Rony ainda estava aborrecido.
-Tudo bem, bom trabalho garotos. -Sírius agradeceu. -Agora é nossa parte. -foram até a porta do vestiário. -Princesinha, é com você.
-Ok, você e Remo vão trancar as janelas. -ela só podia estar maluca. Empunhou a varinha e começou a murmurar feitiços diversos.
-Tudo pronto. -Sírius disse quando ela afastou-se da porta.
-Resta saber quem vai espiar. -Remo disse sem jeito.
-Eu vou, afinal ele é meu afilhado. -Sírius insinuou-se.
-Não, eu que vou, Gina é minha irmã.
-Nenhum dos dois, acho melhor a Hermione ir. -Hannah falou. -Você vai? -perguntou a garota que concordou. -Ótimo, vamos desiludi-la, então. -tocou com a varinha a cabeça de Hermione que sentiu como se um fio de água gelada percorresse seu corpo provocando arrepio. Remo conjurou uma espécie de banco para que Hermione pudesse alcançar uma das janelas e já que estava coberta pelo feitiço da desilusão não seria vista pelo casal do lado de dentro. Depois de algum tempo em que Hermione narrava as tentativas de Gina em abrir a porta, Hannah já estava cansada, com frio e acreditava que as outras pessoas alí sentiam o mesmo, resolveu que era melhor aplicar um feitiço aquecedor, pois as roupas já não estavam mais funcionando com o escurecer que trazia mais frio. Quando Hermione suspirou e segurou uma lágrima ela soube que tudo tinha dado certo, desfez o feitiço da garota, foi até a porta e tirou a série de feitiços que tinha colocado. Sírius estava bem satisfeito. -Vamos entrar que eu acho que perdemos o jantar.
-Quero ficar pra falar com o Harry. -Sírius tentava ver alguma coisa pela janela que Hermione havia deixado pra trás quando voltou ao castelo com o namorado.
-Nada disso, fale com ele amanhã. -Hannah foi andando acompanhada de Remo. -E venha logo que o meu feitiço de aquecimento já está se dissipando e eu não vou colocá-lo outra vez. -relutante ele a seguiu.
-Vamos até a cozinha? Estou com fome. -Remo chamou depois que eles confirmaram a perda do jantar.
-Podem ir, eu não quero, tomo um chá no meu quarto.
-Tem certeza? -Sírius perguntou.
-Hum-rum. Boa noite e por favor não vão fazer nada impróprio. -pediu.
-Nós não somos mais adolescentes, Hannah. -Sírius reclamou.
-Bem, mas as vezes agem como tal. -subiu até o corredor do seu quarto já estava chegando até a entrada, mas ainda não havia notado tão distraída que estava.
-Por onde andou? -ela teria achado que ele tinha aparatado na frente dela se não soubesse que isso era impossível em Hogwarts, de onde ele havia surgido? -Preciso falar-lhe. -ele estava aborrecido, Hannah conhecia aquele olhar, mas também parecia perturbado com algo. Ignorou, deu um passo para o lado e seguiu seu caminho. Ele podia voar? Ela não sabia que ele podia voar. Bem, ele não voou, ela pensou que sim devido a rapidez em que ele se aproximou dela segurando-a no meio do corredor. -Não estou com o mínimo de paciência para seus joguinhos. -a puxou pelo corredor até ficar de frente para o quadro, Hannah não tinha dito uma palavra e pretendia não dizer, se ele achava que iria entrar em seu quarto estava muito enganado. Foi quando ele disse a senha que ela quase caiu no chão.
-Como sabe a minha senha? -Hannah tentou livrar-se da mão dele, enquanto era empurrada pela passagem.
-Sei de muito mais coisas que pensa. -a empurrou no sofá.
-Snape, saia daqui antes que eu faça algo contra você. -ameaçou.
-Já disse que não tenho paciência para seus jogos. Você vai me escutar e me responder o que quero saber.
-Quero ver quem vai me obrigar. -desafiou e ele deu um sorriso mau.
-Você disse ao Linney que tinha algum "namorado"?
-Quem é Linney?
-Rowan Linney, o comensal que quase te levou ao Lord. Você disse a que ele que tinha alguma espécie de namorado?
-Ele não "quase" me levou até Voldemort, eu apenas dancei com ele.
-Começa assim, mas isso não vem ao caso, você disse ou não.
-Não sei, acho que disse.
-Ótimo. -disse com desdem.
-Qual é o problema, Snape? Ele não sabe que era você, não tem como saber.
-Não sabe, -respondeu irritado. -mas o Lord sabe que você namora alguém, então é melhor aparecer com algum namorado para que ele saiba logo quem é e pare de me perguntar. Assuma logo seu namoro com o Black para que eu pare de ser importunado por causa disso e possa me preocupar com os assuntos importante para Ordem.
-Mas eu não namoro o Sírius. -respondeu com um sorriso zombador nos lábios.
-Ah, não? -perguntou com falso interesse. "Idiota!", pensou Hannah. -Pouco me importa se você namora ou não o imbecil do Black, o que me interessa é que resolva essa imbecilidade que cometeu. Como é que uma mulher, que já participou de uma guerra anteriormente, olha para um comensal da morte e diz "Eu tenho um namorado, se você quizer atacá-lo eu te dou o endereço dele também.", por Salazar só se for muito obtusa mesmo, eu duvido que até o Longbottom faria uma estupidez dessas.
-Não falei desse jeito e não sabia que ele era um comensal!- gritou e Severo supirou cansado.
-É o seguinte: você precisa resolver isso. -ele foi até a saida.
-Deve ser muito difícil para você, já que não deve ter tido nenhum problema desse tipo com as suas outras mulheres. -disse quando ele já estava com metade do corpo para fora, ele virou o rosto pra ela e lançou-lhe um olhar que Hannah podia jurar que era de tristeza e arrependimento.

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