Velho amor
Hannah e Sírius estavam passeando perto do lago, os alunos tinham sido informados da presença de Sírius na escola na segunda-feira na hora do café da manhã, logo em seguida o Profeta Diário chegou e o mundo bruxo ferveu, por tantas coisas acontecendo o mesmo tempo. Sírius vinha recebendo desde esse dia cartas, tanto de mulheres subitamente apaixonadas, ou de palavras de conforto e até uns dez fãs. Era sábado e estava fazendo uma semana que Sírius havia sido tirado do arco.
-Eu adoro esse lugar. -ele disse quando chegaram próximo a uma enorme e antiga árvore que sombreava o lago, não eram muitos os alunos que conheciam aquele lugar, mas é claro que Sírius conhecia.
-Eu sei. Parece bastante com você. Passamos várias tardes aqui. -ele riu, mas com um som de tristeza, ela fingiu não notar, sabia o que vinha logo depois.
-Case comigo. -ele pediu ficando de frente pra ela.
-Sírius, nós já conversamos sobre isso. -na verdade eles tinham conversado várias vezes e não só da vez que ela foi pedir desculpas por o ter jugado errado, e ele tinha aproveitado o momento e a pedido em casamento. -É a décima vez que você me pede em casamento só essa semana. -ele riu.
-E só vou parar quando você aceitar.
-Madrinha. -ela escutou Harry chamar, ele agora quando estava a sós com ela só a chamava dessa forma. Ela agradeceu por Harry ter chegado, quando Sírius começava não era fácil fazê-lo parar.
-Oi! -ela respondeu por cima do ombro de Sírius estava de frente pra ela impossibilitando a visão.
-Está atrasada.
-Meu Deus, Harry. -ela correu. -Sírius nós nos falamos mais tarde. Vem Harry. -ela teria que supervisionar os alunos do sétimo ano, todos agora se reuniam por duas horas aos sábados, os que não tinha quadribol nem idas a Hogsmead, para estudar, na verdade era para exclarecer dúvidas, sempre dois professores ficavam supervisionando os estudos e respondendo as dúvidas dos alunos, duas matérias específicas por sábado, hoje seria o primeiro "sábado de estudo" e Hannah estava escalada para tomar conta dos alunos, mas ela tinha esquecido completamente disso. -Harry, quanto estou atrasada?
-Não muito. Cinco minutos. Mas o Snape já chegou. -"Droga!" ela também havia esquecido que faria dupla com ele. Eles não se falavam a uma semana, nem se olhavam.
-Prof. Snape, Harry. -corrigiu. -Como você me achou tão rápido, ou você estava procurando a tempo?
-Mapa do Maroto. -ele riu e mostrou o pergaminho.
-Claro! A segunda geração de Marotos. -eles chegaram à porta do salão principal e entraram. Os alunos estavam sentados nas mesas das casas, o silêncio reinava e só era rompido pelo som de páginas de livros sendo viradas ou o barulho das penas arranhando o pergaminho. Os alunos levantaram a cabeça para ver quem tinha entrado, mas logo voltaram aos livros. Snape estava sentado na mesa principal, e supostamente, ela pensou, deveria sentar-se lá também, ao lado dele, no lugar onde ela fazia suas refeições, estava com penas, tinteiro e pergaminhos, da mesma forma estava o lugar onde Snape estava sentado, alguém tinha arrumado o lugar para eles. Ela passou ao lado da mesa da Grifinória. -Melhor sentar, Harry, antes que Snape venha lhe tirar pontos, por atraso ou qualquer outra coisa.
-Por qualquer outra coisa tudo bem, mas atraso não. Cheguei na hora ele que me pediu para sair, para ir te buscar. -disse isso e sentou junto dos amigos. "Muito bom! Ele não vai perder a oportunidade de me encher." Não foi sentar, ficou andando entre as mesas, esperando que os alunos tivessem alguma dúvida. Deu algumas voltas no salão quando uma aluna levantou a mão na mesa da Lufa-lufa, a essa altura Snape também estava caminhando pelo salão, ela se apressou e chegou junto a garota que tinha uma dúvida na matéria de poções.
-A srta. não acha melhor perguntar isso ao Prof. Snape?
-É que ele parece não querer responder, e eu pensei que a senhora pudesse me responder. -a garota falou vacilante.
-Querida, eu não posso responder as matérias de outros professores, e eu garanto que o Prof. Snape irá responder se a srta. perguntar. -Hannah levantou a mão e acenou para Snape que levantou uma sobrancelha, ela apontou a menina, e saiu de perto indo até um garoto da sonserina que tinha dúvida no feitiço aguamenti, muitos outros alunos a chamavam tentado tirar dúvidas de poções e todas as vezes ela chamava Snape, ele parecia estar um tanto irritado com a situação.
Quando os alunos estavam mais quietos ela foi sentar. Fez algumas anotações dos tópicos que os alunos tinham mais dúvida, talvez na próxima aula ela preparasse algo para eles. Hermione Granger levantou a mão, Hannah não viu, tinha a cabeça baixa fazendo anotações num pergaminho, Snape foi até a menina, mas ela queria falar com a professora. Snape foi até a mesa que Hannah estava sentada ficou de frente pra ele, porém ela nem notou.
-Seus alunos estão esperando, mas você parece ocupada demais pensando no que deixou no jardim. -ela levantou a cabeça e o olhou nos olhos, deixou transparecer o ódio que estava tendo dele, então ele estava observando para onde ela ia com Sírius, era melhor que ele fosse cuidar da vida dele e das muitas mulheres que ele devia ter, ela levantou e observou as mesas para ver quem estava a chamando, a Srta. Granger balançou a mão e Hannah foi até ela. Hermione não tinha dúvidas na matéria do N.I.E.M's, ela tinha dúvida em matérias da faculdade de feitiços.
-Srta. Granger, isso não vai ser pedido no seu N.I.E.M de feitiços. -Hannah disse.
-Eu sei, professora, mas eu queria saber mais. -a menina pediu.
-Olhe, eu até posso te ensinar essa matéria, mas se outro aluno tiver dúvida na matéria que é pedida no N.I.E.M, eu vou parar de ensiná-la e vou tirar a dúvida de seu colega, certo? -a menina abriu um grande sorriso, ela realmente gostava de aprender e era também muito inteligente, Hannah não precisava repetir nada, era ótimo ensiná-la. -O que pretende cursar, Srta. Granger? -Hannah perguntou quando o horário de estudo já tinha acabado e a menina andava do lado dela até a mesa dos professores.
-Por favor me chame de Hermione. -pediu e Hannah concordou. -Não sei ao certo. -ela torceu as mãos. - Pensei em fazer o teste para auror com Harry e Rony, mas também pensei em fazer a faculdade de transfiguração, ou poções, ou feitiços. Daí pensei que podia ser medi-bruxa, meus pais ficariam muito felizes, sabe é alguma coisa que eles entederiam um pouco.
-Nossa, Hermione, você está mesmo em dúvida. -Hannah arregalou os olhos. -Mas você deve pensar um pouco no que você gostaria de fazer, e não o que seu pais gostariam, por que se você for pensar assim qualquer profissão que você escolher vai agradar e desagradar alguém. Por exemplo: se você escolher fazer transfiguração a Profª. McGonnagal ficaria radiante, ela queria que eu tivesse feito, mas se você escolher poções ela ficaria bastante chateada. Pense no que você quer fazer, de que Hermione Granger gosta. Compreende?
-Compreendo. -ela sorriu. -Obrigada, professora. -Hannah, assim que a garota saiu, acenou com a varinha e os pergaminhos se arrumaram o tinteiro se fechou e as penas ficaram arrumadas num canto.
Depois de guardar o material da aula, ela desceu novamente para os jardins, talvez Sírius estivesse lá ainda, e como ela o conhecia, estava de baixo de uma grande árvore com Harry, Rony e Hermione, ela foi na direção deles. Os meninos estavam rindo de alguma coisa que Sírius contava animado fazendo gestos com as mãos.
-...então nós nos escondemos atrás da tapeçaria do "Gigante Tonto" e as bombas explodiram fazendo o maior estardalhaço, Filch passou uma semana pra conseguir limpar tudo. -eles não haviam notado que Hannah tinha chegado.
-Acho que você engoliu um pedaço da história. -Hannah disse rindo da expressão de desagrado que ele fez.
-É apenas um detalhe.
-Que detalhe? -Harry perguntou.
-Bem, não é nada demais...
-Filch viu quando eles saíram detrás da tapeçaria, e quem ficou limpando o corredor durante uma semana...
-Fomos nós. -Sírius acrescentou com desagrado e os garotos gargalharam.
-Como conseguem ficar sentados no chão com esse frio?
-Assim. -Sírius piscou pra Harry e os dois puxaram Hannah fazendo ela cair sentada.
-Gente, o que é isso? -ela ria também. -Vocês vão me fazer acabar com a reputação da familia McGonnagal. Nós somos rígidos. -ela fez um olhar de reprovação para os meninos.
-Princesinha, isso não funciona conosco.
-Princesinha? -Rony perguntou e levou uma cotovelada de Hermione.
-Ela é a Princesa dos Marotos. -Sírius disse dando um beijo estalado na bochecha dela. -Cada um tinha seu apelido, mas Hannah não era um Maroto, mas mesmo assim era tão amiga de todos os marotos, como se fosse um deles, então nós fizemos uma reunião especial e a elegemos "Princesa", era bem mais fácil desconcertá-la quando ela vinha reclamar de algo que nós tinhamos feito, nós sempre diziamos que ela era a nosso inspiração.
-Claro que é mentira. Vocês conseguem me imaginar sendo inspiração para algo do tipo deles.
-Não. -Hermione respondeu. -Tanto que a senhora foi até monitora-chefe.
-Primeiro, sem a senhora, por favor. Segundo, eu pensei que ninguém sabia que eu tinha sido monitora-chefe. Você contou, Sírius?
-Não precisa contar. -Rony falou meio aborrecido. -Ela sabe da vida de todo mundo que passou por Hogwarts.
-Não é assim, Ronald. -ela falou autoritária, e Harry olhou para Hannah e Sírius rolando os olhos. -A diferença é que eu não passo todo meu tempo falando de quadribol ou jogando seus jogos bárbaros. Eu leio e nós livros podemos encontrar de tudo.
-Ela é sua filha? -Sírius perguntou no ouvido de Hannah levanto uma tapinha na perna como resposta. -Então? Vamos dar uma voltinha? -ele perguntou levantando-se.
-Não sei...-Hermione ficou um pouco vermelha, e Hannah tentou ver qual era o problema. -Acho que temos de estudar, não é, Rony? -ela olhou para o menino que também ficou vermelho e concordou com a cabeça. Hannah pensou que eles fariam tudo, menos estudar.
-Você vem conosco Harry? -Hannah chamou ficando de pé com a ajuda de Sírius. Harry ficou de pé e eles foram caminhando. -Quando é que esses dois vão assumir esse namoro? -ela perguntou a Harry.
-Quem?
-Rony e Hermione. -ela respondeu. -Vocês não perceberam?
-Não, Madrinha, eles não estão namorando, é que a Mione está ajudando o Rony em poções. -Sírius riu.
-Conheço essa história.
-Fica quieto, Sírius. -Hannah mandou. - Acho que não, veja bem, ela também te ajuda em alguma matéria?
-Humrum. Poções e História da Magia.
-E por que ela não ensina aos dois juntos? Por que eles vivem desaparecendo e aparecendo do nada? Eles estão juntos! -ela finalizou como se tivesse resolvido um grande mistério.
-É melhor acreditar, Harry, ela sempre descobriu essas coisas...- Sírius respondeu meu desgostoso.
-Mas por que eles não me diriam?
-Ah, isso eu ainda vou descobrir. -ela respondeu com ar de mistério e saiu andando na frente.
-Você não devia ter perguntado. Não devia mesmo.
Hannah estava descendo para sua aula conjunta com DCAT, Remo não estaria com ela, era o segundo mês seguido que ele ficava impossibilitado no dia da aula deles, Dumbledore havia dito que mandaria alguém para dividir a aula com ela, porém não tinha dito "quem". Ela abriu a porta pedindo a todos os deuses disponíveis que Severo não estivesse naquela sala. Parecia que ela tinha algum crédito com eles.
-Eu não acredito que vou dividir uma sala de aula com você! -ela disse rindo.
-Nem eu! -Sírius respondeu sentado na mesa. -Seu pai falou que queria me testar numa sala de aula, não me pergunte porque.
-Primeiro, desce daí. -ela o puxou pelas mãos. -Segundo, eles não mordem, mas podem fazer algo parecido. E terceiro, mas não menos importante, não faça suas "façanhas" nem comente sobre elas, você corre o risco de perder o respeito. -Sírius fez uma careta.
-Você está falando como uma professora, e o pior uma professora filha da McGonnagal. -eles riram. -Mas ainda sou apaixonado por você. -ela fechou os olhos e respirou, como aquilo doia nela, era tão mais fácil se ela dissesse que também era apaixonada por ele, daí eles casariam teriam filhinhos e viveriam felizes para sempre, mas não era isso que ela sentia, não era o que ela queria. Ela o amava, mas não do mesmo jeito que amava Severo, mas também não era do jeito que amava Remo. Estava tão confusa que ia acabar fazendo uma besteira. -Tudo bem, hora errada. -ele admitiu.
-Vamos abrir a porta para os alunos. -ela informou apontando a varinha. Tranquila não é o nome que se dá a uma aula com Sírius Black, ele soube ensinar, na verdade ele era mais um "ajudante", fazia o que Hannah mandava, mas ele tinha jeito com a classe, não resistiu deixar de contar algumas piadinhas, nem de fazer bricadeiras com alguns alunos. Os sonserinos não pareciam muito amigáveis, mas quando eles eram?
-Como fui? -ele perguntou quando sairam da sala.
-Bem. -ela sorriu pra ele. -A maioria gostaria que ter você como professor. Principalmente aquele grupo de garotas da Corvinal.
-Quais?
-As que você contou a piada da esfinge bêbada. -ele riu alto.
-Não sabia que você tinha visto.
-Eu tento ver tudo que acontece dentro da minha sala de aula.
-Entra? -eles tinham chegado a porta do quarto de Sírius, ela concordou com a cabeça, e ambos entraram. -Mas não se preocupe que eu não gosto de "menininhas", e além do mais eu sou comprometido.
-Mesmo?
-Claro, eu sou noivo, há -ele contou nos dedos e Hannah sentou no sofá, cansada. - mais ou menos vinte anos.
-Pensei que você tinha sido noivo há mais ou menos vinte anos. Todo esse tempo já devia ter casado.
-Ah, eu fiz muita besteira, mas vou casar o mais rápido possível. Basta você dizer "sim".
-Sírius, eu estou com sono. -ela disse de olhos fechados. -Você vai começar com isso novamente?
-Já disse que só paro quando você me aceitar como seu marido, mas com relação ao seu sono, minha cama está à, apenas, alguns passos de você. De fato, você resolveria essas duas questões.
-Você é muito cara-de-pau. -ela acomodou-se no sofá. -Por isso que eu odeio ficar sem o Remo por perto, ele sempre me salva de você. -ele sentou no espaço do sofá que ela deixou vazio, quando deitou-se.
-Ninguém precisa te salvar de mim, meu amor. -ele passou a mão na cintura dela subindo, e ela tremeu.
-Sírius, não devemos...- ele colocou o dedo nos lábios dela, ele sempre fazia isso.
-Shh. -ele beijou o queixo dela, precisava resistir a ele, precisava. - Eu disse que te amava mais do que a mim mesmo. Eu não menti. -ele tomou-lhe a boca, ela derreteu. Agora, sim, ela tinha acabado com tudo. Não podia permitir, ela não só machucar Sírius, ia se machucar. Ela sentiu o gosto salgado de lágrimas, mas ela não estava chorando. Se afastou.
-Sírius. -ela passou a mão pelo rosto dele exugando as lágrimas, ele estava chorando por ela.
-Eu sei que você não me perdoou pelo o que fiz. A culpa foi minha. Você teve razão de acabar o noivado, mas já passou tanto tempo. Não me deixe.
-Sírius, não é isso. Mas já se passou vinte anos, nós somos diferentes.
-Não, não somos. Eu continuo o mesmo, continuo sentindo do mesmo jeito.
-Sírius, -ela teria que dizer, ele precisava enteder que não tinha nada a ver com o que passou. -eu estou apaixonada por outra pessoa. -ele parecia ter levado um balde de água gelada.
-Você está com ele? Você namora ele?
-Não. Ele não gosta de mim, mas eu estou te dizendo que eu gosto dele, e muito, por isso não posso ficar com você, eu não posso te magoar.
-Não me importo. Vou fazer você esquecer. -ele olhou determinado e se inclinou para beijá-la, mas ela colocou a mão entre eles.
-Não, não vou fazer isso com você, mesmo você querendo. Eu vou esquecê-lo, -ela disse desconfiando das próprias palavras. - e quando isso acontecer você será o primeiro a saber. -ele fechou os olhos estregando os pontos.
-Vou respeitar sua decisão. Por enquanto. Mas não vou desistir de você. Nunca. -ele beijou a mão dela e levantou saindo do quarto, e Hannah teve certeza que ele ia pensar em todas as possibilidades de fazê-la apaixonar-se novamente por ele.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!