Dia das Bruxas



Dia das bruxas, porém Hannah não tinha muita certeza se comemoraria no fim do dia. Precisava ter uma conversa com Remo, que aos olhos dela, não seria nada fácil. Ela já estava a algum tempo de olhos abertos, mas Severo dormia tranquilamente, passou a mão pelo rosto dele.
-Bom dia. -ele se mecheu um pouco sem abrir os olhos a abraçando.
-Feliz dia das bruxas. -ela disse para depois beijá-lo de leve.
-"Feliz dia das bruxas". -ele bufou exasperado.
-Qual problema?
-Não suporto essas datas festivas. Esses idiotas só as usam como desculpa para beberem e fazerem coisas que não tem coragem. Idiotas!
-Nossa, quanta farpa logo cedo...
-É o que eu acho, ou você queria que eu saisse por aí desejando "Feliz dia das bruxas" para meus alunos?
-Falando assim...Até que seria bem interessante se você hoje chegasse ao salão principal e desse uma caíxa de bombons ao Harry. -ela riu com gosto. -Realmente seria interessante!
-Muito engraçado... -ele lançou um olhar mortal.
-Eu vou fazer você gostar de todas as datas festivas! Você vai ver! No próximo dia das bruxas você vai me dar uma cesta da Dedos-de-mel, no Natal vai cantar junto com as armaduras enfeitiçadas e no Ano Novo vai entourar tantas champanhes que vai fazer calos nos dedos. -disse tudo entre risos e Severo cada vez mais fechava a cara.
-Talvez você esteja precisando de um medi-bruxo, acho que a maldição de Lucius fundiu seu cérebro. -um sorriso irônico.
-Qual é o problema, Severo? Você não acha que as pessoas podem mudar?
-Acho. Por essa razão que eu peço a Merlin que me ajude a fazer você ter noção da realidade.
-Ah, cala a boca. -ela riu e o puxou mais pra perto.- Eu estava brincando!
-Eu não. -riu e a beijou.- Tenho que ir. -ela concordou com a cabeça e Severo levantou.
-Estou preocupada com Remo.
-Mesmo? -com desdem.
-Mesmo. -ela fingiu que não tinha notado o tom.
-Hannah, por Salazar, você não deve satisfação da sua vida ao Lupin!
-Ele é meu amigo, Severo.
-E daí?
-Não dá pra conversar com você! -ela escostou nos travesseiros. -Simplesmente você não entende.
-É, eu não entendo. -foi até ela e a beijou. - Tenha um bom dia.
-Vou tentar.
Quando Severo saiu, Hannah ainda ficou algum tempo revirando-se na cama, pensando em algo que pudesse amenizar o que Remo sentia. Ele era um doce, mas quando ficava chateado com algo, só Merlin sabia. Ela nunca tinha tido problema algum com ele, mas uma vez ele discutiu com Sírius, até agora ela não sabia por que, mas ele ficou dias calado enquanto Sírius fazia todo tipo de peripécia para ser perdoado.O salão estava enchendo rapidamente quando ela entrou para o desejum. Sua mãe entrou logo atrás.
-Feliz dia das bruxas, querida.
-Para senhora também, mamãe.
-Está sentindo-se bem? A maldição não afetou mais?
-Não, mamãe, só foi nos instantes seguintes. Não preocupe-se. -deu sorriso largo para que a mãe acreditasse no que ela dizia.
Quando sentou-se a mesa, alguns professores já estavam lá, desejou "bom dia", porém Remo não havia chegado. Severo percorria o salão com os olhos, ela prestou atenção, de vez em quando ele parava e fixava em algum aluno, e lançava um olhar venenoso. Alguns alunos tremiam visivelmente, outros desviavam rápido. O motivo pelo qual ele fazia aquilo ela não sabia. O cutucou e sibilou um "pare com isso", ele apenas a olhou pelo canto dos olhos, mas logo os levantou para fixar-los no homem magro que andava em direção a mesa, apertou os olhos e Remo o encarou, andou rápido e sentou sem falar nada e com a expressão fechada. Hannah comeu devagar, só sairia da mesa quando Remo o fizesse, conversaria com ele antes da primeira aula do dia, quando ele levantou Hannah demorou um minuto ou dois para também fazê-lo, caminhou por entre as mesas com calma para que ninguém notasse que ela estava no encalço do outro professor, já que ele passou como um ráio. Quando chegou a sala de DCAT bateu várias vezes, mas não houve se quer um ruído vindo de dentro. Abriu a porta e lá dentro não havia ninguém, seguiu até uma pequena porta, ela nunca tinha entrado lá, minto, havia entrado uma vez quando era estudante e teve de levar algumas anotações para o professor da época, sabia que era um pequeno escritório, nem bateu, entrou. Bingo! Ele estava lá com muitos pergaminhos, levantou a cabeça e ofereceu a Hannah seu olhar mais frio.
-Esse olhar, definitivamente, não combina com você.
-Não, mas você já deve estar acostumada com olhares assim, não?
-Remy, por favor, eu não tinha dito a ninguém.
-Eu não sou "ninguém", Hannah! Eu sou seu amigo ou achava que fosse.
-Você é! Sempre foi.
-Lembra o que prometemos quando ainda estudavamos aqui? "Nunca mentir, nunca esconder, sempre confiar e confiando se entregar. Se você não puder se salvar, eu te salvo. Se eu não puder me salvar, você me salva. Nunca trair, nunca enganar. Dividi meu coração e dei a cada um uma parte, recebi de cada um uma parte de seus próprios corações e assim fiquei completo..." -então ele pegou um pergaminho antigo dentro de uma caixinha, ela sabia o que era, ele entregou a Hannah que abriu, não precisava ler sabia de cor o que tinha escrito, era o que Remo tinha citado e outras frases a mais, logo embaixo tinha seis assinaturas três tinha a cor de sangue, Tiago, Lílian e Sírius, uma estava em preto forte, Pedro, e duas num azul-pálido, Hannah e Remo, mas a dela estava começando a ficar verde, ela dobrou o pergaminho e entregou de volta.
-Eu não esqueci. "...Perdão é um dos nossos direitos quando arrependidos."- ela também citou um trecho.
-Eu sabia que você me escondia algo, mas não queria forçar achava que uma hora iria me contar, mas você não ia.
-Ia, mas não sei quando. -confessou. -É tudo tão difícil, Remo!
-Seu pai sabia.
-O que é que meu pai não sabe? Eu não disse a ele também, minha mãe não sabe. Ninguém sabe, ninguém pode saber, ou Severo pode -ela engasgou. -morrer. -ele parou o olhar sobre ela.
-Quanto tempo?
-Quase um mês.
-Você realmente gosta dele não é?- ela afirmou com um aceno da cabeça. -E ele gosta de você de verdade?
-Eu...eu acho que sim.
-Mas não tem certeza.
-Não. -uma lágrima caiu. -Por favor Remo me desculpe.
-Nunca mais, -ele levantou- nunca mais esconda nada de mim novamente. Você brigou com ele por que ele te escondeu algo, mas você fez o mesmo comigo.-ele a abraçou.- Acho que temos aulas a dar. -disse ainda abraçado a ela.
-Temos sim. -ela afastou-se e ele enxugou as lágrima dela. Hannah o beijou no rosto e saiu encontrando o lado de fora da sala cheio de alunos. Não tinha dado nem dois passos e o sinal tocou anuciando o início das aulas.
Ela viu Remo no almoço muito rápido, mas ele já tinha voltado a habitual expressão, o sorriso. Ela ficou pensando o que Sírius havia feito de tão grave para que Remo ficasse dias com ráiva dele. Deu suas aulas tranquilamente a tarde, já não tinha mais peso na conciência, é, o dia das bruxas estava correndo tranquilamente.
Arrumou-se para o banquete, ela adorava o dia das bruxas. Colocou um vestido comprido, azul-escuro. Sempre comemorava muito esse dia, quando estudava os alunos iam dormir bem tarde, ficavam sempre no salão comunal, estendiam a festa até quando podiam, ou seja, quando sua mãe entrava e colocava todos no dormitório acabando com a festa. Em seu último ano seus amigos a convenceram a "fugir" do castelo, foi a primeira e única vez que fez isso, não que tenha dado errado, mas seu desafio as regras não era tamanho. Foi sua primeira festa em Hogsmead, foi o máximo, havia tanta gente que nem os poucos professores de Hogwarts conseguiram reconhecê-los, estava lá junto, claro, com os marotos, eles tiveram, quase, que amarrar Lílian para que ela fosse junto. Dançaram a noite toda, voltaram faltando pouco para o dia amanhecer. Pela manhã não tinham forças para nada, os garotos não pertubaram nem o Severo, tão cansados que estavam. Lutou diversas vezes para não dormir nas aulas até que não resistiu a História da Magia.
Tinha alunos a porta do salão ainda, conversando. Entrou logo, Severo estava em pé num canto perto da mesa dos professores escutando o que Vector dizia a ele, continuou andando, ele desviou o olhar pra Hannah e ela teve a impressão de que por um momento os olhos dele brilharam, seguiu.
-Boa noite, Sinistra, Snape. -cumprimentou.
-Boa noite. -a professora falou entusiasmanda, enquanto Severo apenas meneiou a cabeça. -Está muito bela esta noite.
-Obrigada. -sorriu.
-Vai a Hogsmead? -perguntou Sinistra.
-Não tenho planos ainda.
-Estou aqui tentando convencer Severo a ir, vai ser uma festa maravilhosa. -"Severo?" ela está o convidando para sair? Hannah sentiu-se esquentar, sorriu para disfarçar, mas Severo percebeu e esbouçou um sorrisinho infame.
-Realmente. Talvez Severo -ela usou o mesmo tom que a outra mulher.- devesse ir.
-Já disse a você, Sinistra, que não vou a essa idiotice! E se eu for não vai ser de acompanhante!-ele saiu.
-Eu...não...eu...-ela estava desconcertada.
-Não se preocupe, Sinistra, Snape não tem muito jeito com as pessoas. Não deixe de ir a festa.
-Não vou deixar.
-Licença. -ela saiu em direção onde Remo estava chegando.
-Então?Vamos a Hogsmead, ou você vai com Snape? -ele perguntou baixo, mas ao falar o nome de Severo diminuiu mais o tom.
-Não com ele, ao menos eu acho. Ele não gosta de datas festivas -Remo rolou os olhos. -eu sei tá?Eu vou ou melhor vamos! -ela sorriu. -Tonks nos encontra lá?
-Sim, recebi uma coruja dela hoje pela manhã.
-Ótimo então. Vamos nos sentar que papai já chegou. -ela indicou a porta onde o senhor entrava conversando animadamente com um garotinho do 2° ano.
Eles jantaram, os alunos estavam em fogo, Hannah pensou que eles deviam manter a tradição de continuar a festa no salão comunal. Seguiu junto com Remo para sala da diretoria, a festa em Hogsmead só começava mais tarde e eles tinha dever a cumprir. Como normalmente Severo já estava lá. Ela adiantou-se e colocou a mão no ombro dele, alí dentro eles não precisavam mais se esconder. Ele olhou pra cima e curvou os cantos dos lábios, ela sorriu e sentou entre os dois homens.
-Ótimo que todos já estão aqui. -Alvo apareceu assim que eles sentaram. -Vamos começar logo, pois vou liberar vocês mais cedo hoje, creio que vão querer aproveitar a festa de Rosemerta. -Remo e Hannah concordaram e Severo bufou exasperado.- Então, de pé!- ele parecia bem mais animado do que em dias.
Uma hora depois Alvo anunciou que eles tinha terminado por hoje, a mulher e os dois homens desceram as escadas.
-Severo. Espere um minuto. -Hannah pediu.
-Espero você lá embaixo, Hannah. -Remo saiu.
-Vou a Hogsmead.
-Notei.
-Tem certeza que não quer ir?
-Absoluta!
-Não vai ficar chateado se eu for, não é?
-Não me importo. -deu de ombros.
-Ok. Tchauzinho. -ela riu e saiu. Ele provavelmente não estava gostando nada dela ir para uma festa dessas sozinha, mas ela não daria "corda" a isso.
Ela foi com Remo até a entrada do Três Vassouras, lá era onde acontecia a melhor festa ficariam esperando Tonks na alí. A cidade estava toda enfeitada de abóboras e morcegos as música do bar era ouvida do lado de fora. Tonks não demorou a chegar, com os cabelos amarelo-banana e uma roupa que Hannah podia jurar caberia outra dela dentro. Eles entraram e conseguiram, a muito custo, uma mesa no fundo do bar longe da pista de dança que havia se formado, a música muito alta e o ambiente escuro. Hannah disse que ia buscar as bebidas, gesticulando e gritando, era melhor ela ir do que separar o casal que não se via todo dia.
-Três cervejas amanteigadas. -ela gritou ao barman que ergueu uma das mãos para que ela esperasse.
-Oi. -alguém disse muito próximo ao seu ouvido, ela virou-se instantaniamente com a mão dentro da veste segurando a varinha. Era um homem lindo, de tirar o folego, alto com os cabelos num castanho-claro e os olhos eram de um azul tão claro que ofuscavam no escuro.Ela sorriu.
-Oi.
-Dança comigo?
-Ah, não, desculpa, mas é que eu tenho namorado. -ela respondeu sem graça.
-Eu só estou te chamando pra dançar. -ele sorriu encantadoramente.
-Eu não sei se ele iria gostar. -ela tinha certeza que ele odiaria.
-Onde ele está que vou perguntar a ele.
-Ele não veio, tá trabalhando. -mentiu, mas ela não precisava descrever como era Severo.
-Só uma dança vai. -ele pediu de um jeito tão doce que ela não pode resistir.
-Tá bom. -ela sorriu. -Mas antes deixa-me levar essas bebidas pra mesa.
-Ah, você vai fugir de mim.
-Não vou, não.- pegou as garrafinhas e seguiu para a mesa onde Remo beijava Tonks de uma forma que Hannah nuca tinha visto ele beijar ninguém. Colocou as garrafas na mesa e o casal quebrou o beijo, Remo ficou sem graça, e Hannah riu disso. -Já volto. -avisou.
-Onde você vai? -Tonks perguntou.
-Dançar com um cara.
-Você acha isso prudente? Você sabe...
-Não tem problema. -ela deu de ombros. -É só uma dança. -e saiu.
-Qual o problema dela dançar? -Tonks perguntou quando Hannah saiu.
-Nada. -Remo não podia falar, ele não tinha perguntado se Hannah permitia. -Só que ela não o conhece e você sabe nesses dias..
-Ah, Remy. -ela o beijou.
-Você não fugiu!- o homem disse quando Hannah voltou.
-Eu disse que não ia. -ele a puxou para o centro da pista e começaram a dançar juntos a música não era lenta, mas ele tinha a mão na cintura dela. -Como você se chama?
-Linney. Rowan Linney, muito prazer. -sorriu mais uma vez fazendo charme. -E como é o seu nome?
-Ah, Hannah Dumbledore. -ele ficou levemente surpreso.
-Dumbledore? -a girou. -Você é parente do Diretor de Hogwarts? -a puxando de volta.
-Eh...eu sou filha. -ela odiava aquilo, sempre as pessoas ficavam incrivelmente impressionadas por ela ser filha de Dumbledore e blá, blá, blá. Mas parecendo que tinha adivinhado o homem sorriu.
-Legal. Não sabia que ele tinha filhos. Então o que você faz?
-Filhos, não. Filha, só eu. -ela corrigiu. -Eu sou professora em Hogwarts. Feitiços.
-Quando eu estudei lá era o professor Flitwick. -ele devia ser mais velho ou mais novo que ela, pois não tinha lembrança alguma de ter conhecido esse homem.
-Ah, ele se aposentou.
-Entendo. Mas você gosta de ensinar? Com todas aquelas crianças...Eu tenho quatro sobrinhos e as vezes eles me enlouquecem. -ele riu e Hannah também, ele era legal. Já tinha passado várias músicas e Hannah não tinha a menor vontade de sair dalí.
-Eu gosto sim, acho que é de família, mãe e pai professores, você sabe...-ele ficou olhando e ela riu. -Não, você não sabe. Minha mãe é a Minerva McGonnagal. -ele fez uma cara de "agora estou entendendo". -E as crianças, bem, é só ter um pouco de paciência e quando isso não resolve...É só ameaçar com pontos. -ele riu. -Ok, já falei muito de mim. Agora: Quem é você, Sr. Linney? -ele fez uma careta.
-Sr. Linney é meu pai. Por favor, só Rowan.
-Tudo bem, "só Rowan", o que você faz?
-Auror. -ele fingiu bater continência. -A sua disposição.
-Obrigada.-ela fez uma reverência- Acho que você conhece uma amiga minha, a Tonks.
-Tonks, Tonks. Não lembro, você sabe o quartel-general é muito grande e nós não conseguimos conhecer todas as pessoas.
-Claro. -aquilo era estranho, não conhecia a Tonks, mas todo mundo conhecia a Tonks. Ele estava mentindo.
-Você quer tomar alguma coisa? -essa era a deixa que ela precisava.
-Não, obrigada. Acho que vou sentar um pouco. Ficar com meus amigos.
-Tudo bem. -ele fez uma expressão de desapontamento. -Mas depois nós poderiamos dançar mais um pouco e conversar. Adorei ficar aqui com você.
-Claro. Por que não? -ela sorriu e saiu. Ela sentiu algo estranho com o Rowan, ele mentiu quando falou que não conhecia Tonks, mas qual seria o motivo, ela iria descobrir. Foi andando entre as mesa e avistou a que ela, Remo e Tonks tinham ficado, só que o casal não estava só, um homem de preto com um copo de firewhisky na mão estava lá sentado junto com eles. Severo. Ela andou mais rápido, há quanto tempo ele estava lá? Esperava que não fosse muito, não podia ver o rosto dele, via sua nuca, mas Remo estava falando alguma coisa, ela tentou mas não conseguiu ler seus lábios, estava escuro demais pra isso e quando ele viu que ela estava chegando calou-se no mesmo minuto.
-Oi. -ela disse quando chegou sentando na cadeira vazia ao lado de Severo, ele a olhou pelo canto do olho, isso não era bom sinal. Era melhor ingnorar. -Tonks você conhece todo mundo do quartel-general, certo? -perguntou puxando um garrafinha de cerveja amanteigada.
-Certo. -respondeu sem entender.
-E todo mundo te conhece, certo?
-Certo, eu não sou difícil de achar. -ela apontou para o cabelo. -Mas por que isso?
-Não, é que o cara que eu estava dançando, -ela iginorou o fato de Severo ter se mexido de forma estranha ao seu lado. - ele falou que era auror, mas que não te conhecia.
-Impossível. Qual o nome dele?
-Rowan Linney. -as coisas aconteceram bem rápido. Severo quase engasgou com o líquido que bebia, Tonks deixou o queixo cair e Remo derrubou uma das garrafas da mesa. Hannah olhou tudo atônita.
-Vamos embora. -Severo falou num tom baixo e perigoso.
-Não. Eu não vou embora. Quê tá acontecendo?
-Rowan Linney foi afastado no final do ano passado. O chefe do departamento desconfiou que ele estava envolvido com artes das trevas. O julgamento dele está sendo adiado ao máximo, já que Fudge não quer uma vergonha dessas no governo dele. Não quer admintir que há suspeitos de comensais no meio de seus aurores. -Tonks explicou.
-E nós sabemos que não é só suspeita. -completou Remo.
-Por isso ele disse que não conhecia a Tonks. Um comensal da morte. -ela disse.
-É, e você dançando toda boba com ele. Ele está lá fora te esperando, é?
-Eu não estava toda boba, Severo, e ele não está me esperado lá fora. Ele me chamou pra dançar novamente mais tarde, mas eu não ia de qualquer forma.
-Vá! Dançe e depois vá dar um belo passeio com ele, vamos ver até onde você chega. Eu arrisco...Aos pés do Lord.
-Eu não sabia que ele era comensal, eu não podia adivinhar, podia? -Severo suspirou cansado, ela não podia adivinhar, ela com certeza nem imaginaria, não com Linney. O estilo "héroi" que ele fazia enganava muita gente. -Ainda bem que entendeu. -quem não estava mais entendendo era Tonks, mas ela não se arriscaria a falar.
-Princesinha, -Remo a chamou pelo apelido alguma coisa ele queria. -é melhor você voltar para o castelo.
-Não vou voltar, Remo. Eu adoro dia das bruxas e não perder a noite por causa de um comensal idiota. -Severo levantou-se. -Onde você vai?
-Resolver isso. -e saiu. Hannah ficou sem entender. "O que ele vai fazer?" Remo e Tonks ficaram olhando para o lugar onde Severo havia desaparecido, tentando ver alguma coisa, mas era impossível. Hannah baixou a cabeça e ficou observando o copo como se tivesse grande interesse nas bolhas da cerveja. Ninguém havia comentado nada desda saída de Severo. O clima estava estranho, Hannah podia ver claramente a aflição de Tonks, a curiosidade dela era conhecida e Remo já tinha lhe contado histórias engraçadíssimas sobre isso. Ela balançava um a perna freneticamente debaixo da mesa e estava começando a roer as unhas.
-Tonks! -Hannah chamou. -Acalme-se. -pediu. -Depois Remo explica tudo, aqui é arriscado.- era melhor interferir antes que ela comesse os dedos. Mais silêncio.
-Pronto! -Severo chegou e sentou. -Aproveite essa festa estúpida! -ele estava irritado, mas não era com Hannah.
-O que você fez? -Hannah esperava que ele não tivesse feito nenhuma besteira.
-Mandei ele ir embora. Disse que você estava com amigos que eram verdadeiros "guardas" que não iriam permitir que você saisse só do bar, que esse plano idiota dele não daria certo e se ele queria ganhar pontos com o Lord não seria com essa tarefa, que de fácil não tem nada, que era tarefa para comensais de verdade e não para "garoto-modelo", que é o que ele fingi ser. -Hannah estava boquiaberta e notou que não era só ela o casal também estava.
-Comensal de verdade... Assim como você? -Hannah não pode resistir e ele a olhou tentando ser duro.
-Acho melhor encerrarmos essa conversa, estamos sendo imprudentes, alguém pode estar escutando tudo que falamos. -Remo alertou.
-Não estão, não. Quem chega aqui próximo é enfeitiçado, não consegue escutar nada do que dizemos. -disse Severo.
Eles conversaram por algum tempo, até que Remo chamou Tonks para dançar e o casal saiu da mesa.
-Você disse que não vinha. -Hannah queria saber o motivo da repentina mudaça de idéia, ele não era disso.
-Mudei de idéia. -ele respondeu simples.
-Isso eu vi, mas porque?
-Não sei -ele ficou pensativo. -talvez a Sinistra. -ele estava provocando.
-Muito engraçado, Severo Snape.
-Você ficou com ciúmes. -ele não estava perguntando.
-Não. Não fiquei.
-Precisa melhorar a oclumência. -disse olhando-a nos olhos.
-Eu só... -ela tinha ficado com ciúmes, temporariamente, mas tinha ficado. Porém não ia admitir.
-Ficou com ciúmes. -ele nem deixou que ela terminasse.- Vocês, grifinórios, são péssimos perdedores.
-Não vou discutir uma besteira dessa. -fez uma pausa enquanto ele a olhava com um incomum brilho nos olhos. -Obrigada.
-Pelo que? -levantou um sombrancelha.
-Por ter ido falar com o Linney e assim não me privar da festa.
-Só fiz o que era preciso. Você não iria embora de qualquer maneira e eu teria que passar a noite tomando conta de você. -ela riu, ele não iria admitir que tinha feito por ela.
-Mesmo assim, obrigada. -ela levantou a mão para acariciar o rosto dele, mas ele segurou seu pulso.
-Aqui não. -baixou a mão dela. -Não podem nos ouvir, mas podem ver.
-Desculpe. -era horrível ter que esconder o que sentia.
-Vem comigo. -chamou e levantou. Sem entender Hannah também levantou, ele discretamente colocou a mão na cintura dela e a passou para sua frente a guiando. Eles seguiram para mais fundo no bar, cada vez ficava mais escuro e barulhento. Severo a empurrou para um lugar tão escuro que ela nem conseguia vê-lo, parou de sentir a mão dele em sua cintura, chamou por ele, mas duvidou muito que pudesse escutá-la, até que sentiu a respiração próxima ao seu rosto e corpo junto ao seu e ele a beijou, demorado.
-Não tem como nos ver aqui, Severo? -ela disse ao ouvido dele quando se separaram e ela achou ter escutado uma risada.
-Você deveria saber que esses lugares são cheios de cantos escuros para fazer coisas escuras. -disse divertido encostando a boca no pescoço da mulher. -Ninguém vai nos ver. -e a beijou novamente. Depois de muitos beijos trocados Severo afastou-se. -Vamos voltar para Hogwarts ou você ainda quer ficar nessa festa?
-Vamos voltar. -ela o beijou rápido.
Ele colocou novamente a mão na cintura dela e a guiou pra fora do local onde estavam, ela não via bem, mas estava melhor que no lugar onde estavam, agora ela já via o contorno das pessoas, a luz foi melhorando a medida que eles andavam e logo ela pode ver a mesa deles com Remo e Tonks sentados ou melhor entrelaçados. Severo tirou a mão de Hannah quanto o fluxo de pessoas aumentou.
-Nós estamos indo. -Hannah disse quando chegou a mesa e Tonks olhou para Severo com os olhos quase saltando da órbita e recebeu um dos olhares típicos do mestre de poções.
-Daqui a pouco nós vamos também. -Remo respondeu.
-Tchau. -Hannah acenou com a mão e foi andando para saída. Severo pôs a mão em seu ombro e ela virou-se.
-Aparate daqui de dentro até o portão de Hogwarts, que eu vou aparatar lá de fora. -ela concordou e no instante seguinte estava na frente dos portões, ela esperou um minuto ou dois e Severo apareceu com um "crack" baixo.
-Vamos. -ela tocou com a varinha nos portões e eles entraram. Eles seguiram pelos jardins e um vento frio soprava, Hannah apertou a capa e apresou o passo, agradeceu quando entrou no castelo, já ia subir a escada de mármore quando Severo a segurou pelo braço. -A senhorita vem comigo. -ele riu com o canto do lábio e a levou pela porta que dava para masmorra. Definitivamente ela adorava o dia das bruxas!

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