Um novo espião
Segunda-feira. Droga!Droga!Droga! Por que tinha deitado na cama depois de ter voltado da masmorra? Agora estava atrasada, não ia ter tempo para tomar café-da-manhã. Calçava os sapatos enquanto descia pulando num pé só a escadaria que descia de seu quarto até a sala. Escutou o sinal assim que empurrou o quadro, correu. Seria tão mais fácil se sua sala de aula fosse ao lado de seu quarto assim como era com Severo. Abriu a porta ofegando.
-Desculpem o atraso. -falou aos alunos. -Silêncio, por favor. - olhou alguns alunos da sonserina pelo canto do olho. Por que eles tinham de implicar tanto? -Varinhas em punho. Não vamos perder mais tempo, espero que tenham treinado. Ok? Um, dois, três, Vingardium Leviosa.
Alguns alunos ainda tinham certa dificuldade com o feitiço, mas a maioria estava indo bem. Estava com fome, mas ainda tinha a aula com a turma dos N.I.E.M.s, só depois ela teria tempo para comer alguma coisa. Logo os alunos estava entrando na sala, Harry ainda estava com a cara fechada. Será que ele ainda não tinha resolvido o problema com a namorada? Tinha de lembrar de falar com Remo sobre isso.
-Bom dia. Vamos continuar com o feitiço Aguamenti. Temos de lembrar que alguns de vocês ainda não conseguiram nem uma gota d'água, porém a Srta. Granger tem conseguido um perfeito jato. Agora, eu espero mais impenho de todos, e isso vale, especialmente, para os Sr. Malfoy e Weasley. - os alunos faziam progresso, porém ela estava obtendo dificuldade com os dois garotos, Draco e Rony. O tempo de aula acabou. -Não esqueçam da aula de feitiço verbais mais tarde, -falou quando o barulho que livros sendo guardados invadiu a sala.- é bom que ninguém falte ou vai arcar com as consequencias. -acrescentou ameaçadoramente.
Ainda faltava algum tempo para o almoço, sentou em sua cadeira fazendo suas anotações, não valia pena comer alguma coisa agora, só ia fazer com que ela não almoçasse, apesar de seu estomago discordar ruidosamente.
Desceu até o salão. Parecia que os alunos também sentiam bastante fome, pois já estavam começando seu almoço. Sentou à mesa, e começou a servir-se de puré de batata, Severo chegou seguido por Remo logo, em seu encalço.
-Onde você estava? -perguntou Remo assim que se sentou.
-Na minha sala, e boa tarde pra você também, né Remo?
-Ah, sim, boa tarde. Mas onde você estava hoje pela manhã? Por que não veio tomar café?
-Me atrasei e não pude vir. -deu de ombros. -Dormir demais. -ela achou que viu uma sombra de sorriso no rosto de Severo. É, realmente ele parecia está se divertindo muito. -Mas não tem importâcia. Estou bem. -deu um sorriso e voltou a comer.
Eles ainda conversaram sobre amenidades entre uma garfada e outra, por fim quando Remo levantou-se, Hannah o acompanhou e ela percebeu os olhos de Severo os seguindo.
-Remo, -disse quando cruzaram a grandes portas de carvalho do salão principal. -tenho um assunto pra conversar com você.
-Algum problema? -ele parou de súbito nos primeiros degraus da escadaria de mármore.
-Não, bem, não comigo. É o Harry.
-O Harry?
-Você não tem notado que ele anda calado e mais triste que o narmal?
-Não, eu vi que ele está mais afastado, mas pensei que fosse por causa de Sírius, isso o afetou muito, e ele parece que não esqueceu.
-Eu sei, mas eu acho que não por Sírius que ele anda sofrendo, na verdade eu temo pelo que está acontecendo o rendimento dele pode cair e nós sabemos que ele precisa está em ótima forma pra se defender de tudo que está acontecendo lá fora.
-E o que você acha que é?
-Eu tenho praticamente certeza. Gina.
-Gina? Gina Weasley?
-É.
-Sim, mas qual o problema? Eles estão namorando, qual o problema nisso?
-Eles estavam. Aí está o problema, Harry anda cabisbaixo por que brigou com a Gina.
-Ai não! Um passional.
-Pois é, por isso eu quero te pedir pra falar com ele, talvez ele cai na real, entende?
-Mas o que te faz pensar que ele iria me atender? Se ele está apaixonado dessa forma... Eu acho que você devia falar com ele, você sempre foi melhor nessas coisas, sempre quando nós estavamos sofrendo de amor procuravamos você.
-Eu sei, mas você é homem e conhece ele melhor, tem uma ligação a mais com ele.
-Eu tenho uma ligação a mais? Que isso, piada? Hannah você ia ser a madrinha dele.
-Mas não sou! -ela não gostava de falar nisso.
-Eu não vou falar com ele, não, se você não estiver comigo.
-Remo...
-Eu só falo com ele se você for, e não tem conversa.
-Mas ele vai ficar...
-Tenho que dar aula, agora, pense, se você quer ajudar o Harry converse com ele junto comigo. -sorriu pra ela, que parecia aborrecida, não gostava de ser mandada. -Boa tarde. -beijou-lhe a testa, deu meia volta e saiu deixando-a parada no corredor.
Ela só tinha uma aula com as turmas do 4° ano, corvinal e lufa-lufa, aula comum, como sempre os corvinais eram bem aplicados quando os lufa-lufas tinham um certo atrapalho nas ações. Quando terminou a aula Hannah subiu até seu quarto, pensava em tomar um banho e depois, talvez, trabalhar em alguns pergaminhos, porém seus planos não duraram muito tempo, mal tinha dito a senha ao quadro sentiu alguém às suas costa, virou-se rápido, viu olhos muito negros, brilhavam, virou-se de volta e entrou, logo em seguida ele olhou dos dois lados e também entrou.
-Sabia que não recomendável a Srta. ficar sem comer? -disse abraçando.
-Adormeci quando cheguei aqui. -sorriu acariciando as mãos dele que estavam em sua cintura.
-Que você estava cochichando com o Lupin no corredor do terceiro andar?
-Anda me vigiando, Severo? -ela virou-se para encará-lo divertida.
-Não, só estava passando, e você estava lá.
-E por que não deixou ser visto?
-Quem perguntou primeiro foi eu. -ela riu.
-Com certeza o assunto não vai lhe interessar.
-Por que não?
-É sobre Harry.
-Ah, o santo Potter. -ele a soltou.
-E lá vamos nós novamente.
-Que é que o Potter fez dessa vez?
-Severo, por favor, eu não vou comentar com você isso.
-Posso saber o motivo?
-É pessoal.
-Eu pensei que eu também fosse pessoal. -ela revirou os olhos.
-Pessoal dele, não meu. Bobo. Você é mais que pessoal. -ela sorriu e o abraçou, ele a beijou de leve.
-Tenho algo pra conversar com você. -ficou sério.
-Que aconteceu? -assustou-se com o tom dele.
-Estou, hum, preocupado. -disse a sentando no sofá e logo em seguida fazendo o mesmo junto a ela.
-Com que, Severo?
-Draco.
-Draco? Draco Malfoy?- ele acenou a cabeça afirmativamente. -O que está havendo?
-Lucius tem pressionado o Draco. Para que ele logo se torne comensal.
-Severo, você não quer me dizer que o Draco é bonzinho, não é? Eu sempre soube que ele era um comensal em potencial.
-Hannah, você não conhece o Draco, eu sim! -ele parecia ter se irritado, mas logo voltou a habitual expressão intransponível. - Não quero dizer que ele é o melhor dos garotos, não, não é. Mas ele não ia se tornar um comensal, e não vai enquanto eu puder impedir, eu luto a sete anos para impedir que os meus alunos não venham a tomar partido pelas trevas, o Draco em especial, pelo simples motivo que conheço o Lucius muito bem e sei o tipo de pressão que ele faz. Porém, parece, que o Draco já está cedendo ao pai, e não mais me escuta. Desconfio que, de fato, ele já está fazendo um "trabalhinho" para o Lord.
-O que ele está fazendo, Severo, e o que eu tenho com relação a isso?
-Eu deconfio que ele está encarregado de me vigiar. Acho isso responde as duas perguntas.
-Ele...ele... você não acha...que ele já recebeu a...a...marca, não é?
-Não, acho que não, mas se ele já está envolvido, não vai demorar muito para recebe-la. Foi assim comigo. -Hannah achou ter escutado uma nota tremida na voz dele. - Tive de provar que realmente queria sevir ao Lord.
-Severo, o que você vai fazer? O que eu posso fazer?
-Primeiro, temos de ter cuidado para que ele não nos veja juntos, isso seria ruim pra mim e pra você. -ela concordou. - Depois eu vou tentar intimidar Draco.
-Você acha que isso funciona?
-Eu não estou lidando com um grifinório, Hannah, ele não é corajoso como as pessoas que você está acostumada a lidar, ele é movido a ambição, mas quando tem algum risco salva a pele.
-Sonserinos. -ela disse com desdem. Ele a olhou enviesado.
-Não esquece que está falando com o diretor da casa, e sonserino orgulhoso.
-Claro.
-Você lembra se viu o Draco alguma vez quando foi lá pra masmorra?
-Não, na verdade, eu só encontrei com ele quando fui lá a primeira vez, eu nem sabia onde ficava sua sala e foi ele que me disse, mas depois dessa vez...nunca mais. Eu nunca encontro ninguém. Agora, eu só vou lá depois do toque de recolher.
-Isso alguma vez impediu dos estudantes dessa escola de fazer alguma coisa?
-Não, ao menos não a mim. -ela riu. -Mas nesse caso isso se torna um problema.
-Eu vou falar com ele, então entro em contato com você. Vou ver se consigo antes de irmos a sala de Alvo, lá te informo.
-Certo, eu tenho aula com ele daqui a pouco.
-Junto com DCAT. -não era uma pergunta.
-Isso. -mas ela respondeu como se fosse.
-Já vou, então. -ele levantou e a beijou. -Tenha cuidado e começe a olhar se não está sendo vigiada.
-Ok.
Depois que Severo saiu, Hannah foi arrumar-se para a aula que seria em pouco tempo, não saia de sua cabeça o Malfoy, mas com se uma bigorna caisse em sua cabeça ela lembrou de Harry, não tinha pensado na conversa, se teria ou não, com ele. Se Remo mantesse a posição que tinha tomado, ela teria que conversar, era melhor preparar-se pra isso.
Desceu as escadas para ir a uma sala no primeiro andar que tinha sido separada para a aula, era uma grande sala, já que precisavam acomodar todos os alunos do 7° ano que faziam feitiços e DCAT, ou seja, quase todos os alunos. Quando entrou Remo já estava lá sentado em uma das cadeiras dispostas em círculo, a sala tinha estantes com objetos, todos para serem enfeitiçados.
-Olá, Remo.
-Oi, Princesinha. Já decidiu se eu vou falar com o Harry?
-Remo, você não desiste, não é?
-Não. Você precisa ter mais contato com ele, e eu vou fazer tudo para que isso aconteça.
-Ok, Remo Lupin. Eu vou falar, mas você me paga.
-Estou morrendo de medo. -ele riu, mas parou abruptamente quando ouviu baterem a porta. -Acho que nossos alunos chegaram. -acenou com a varinha e a porta foi aberta.
-Tomem seu lugares no círculo, por favor. -gritou Hannah por cima das vozes dos alunos que conversavam. Depois que todos se acomodaram em seus lugares ela pode voltar a falar. -Alguem pode me dizer como funcionam os feitiços verbais? -mais rápido do que se podia imaginar uma mão foi erguida. -Srta. Granger?
-O bruxo que tiver praticando o feitiço verbal diz a fórmula repetidamente mantendo o contato visual com o alvo do feitiço, porém muitos bruxos tem dificuldade de praticá-lo por causa da concentração que exige muita concentração.
-Muito bem, Srta. Granger. Dez pontos para Grifinória. -disse Remo. -Agora, nós vamos lhes ensinar uma fórmula simples, para que você tentem fazer seus primeiros feitiços verbais, vamos lembrar, também, que os contra-feitiços funcionam da mesma forma. Profa. Dumbledore, por favor.
-Encantaten totalus. Repitam comigo. Encantaten totalus. -a turma repetiu quando Hannah pediu. -Ótimo, vocês vão tentar com alguns objetos, não espero que ninguém consiga de primeira, tentam separar o encantamento da suas vontades, do que vocês querem que o objeto encantado faça. Enquanto estiverem dizendo a fórmula terão de pensar nos movimentos que seu objeto vai fazer, mande-os fazer. Não esquecem que não podem parar de dizer a fórmula em momento algum, nem interromper o contato visual, isso é muito importante. Agora, alguma dúvida? Não? Ótimo, vamos começar.
-Professora. -alguém chamou.
-Sim? -ela virou-se a procura.
-Será que antes a senhora não poderia demonstrar?
-Pois não Sr. Thomas. -ela virou-se para uma das estantes e começou a murmurar baixo de uma forma que os alunos não conseguiam escutar o que ela dizia, de repente uma bolinha de vidro saiu da sua prateleira e veio voando até ela, chegou bem perto do rosto e depois foi se deslocando até onde o garoto Thomas estava sentado, a bolinha deu uma volta em cima da cabeça do garoto e depois ficou dando atidinhas de leve enquanto toda turma ria inclusive ele. O orbe afastou-se e posicionou-se no meio do círculo voando. Hannah fez um sinal com a mão chamando Remo, ele entendeu e ficou de frente pra ela do outro lado do círculo, e támbem começou a murmurar, a bolinha por sua vez tremia como se tivesse fios amarrados a ela puxando de cada lado. Hannah mais uma vez fez sinal para Remo e ambos fecharam os olhos, então se escutou o barulho de vidro espatifando-se. -Isso aconteceu por que nós quebramos o contato visual, agora imaginem se...
-No lugar da bolinha fosse alguém caindo e vocês tivessem de sustentar. -Remo continuou por ela, enquanto ela com um aceno da varinha consertou a bolinha e a fez voar até a estante.
-Ou alguém lançando um feitiço malígno e vocês tivessem de fazer o contra-feitiço.
-Ótimo. -Remo parecia animado. -agora entenderam, vamos todos, peguem algo no armário ponham no chão e vamos treinar. -ele acenou a varinha depois que os alunos levantaram e as cadeiras sumiram.
Depois de vinte minutos ninguém tinha conseguido encantar nenhum objeto.
-Sr. Weasley não precisa gritar, basta murmurar, o feitiço não vai funcionar meramente com a força do seu grito. -Hannah disse ao garoto que estavam tão vermelho que ela teve medo que ele parasse de respirar. -Olhe, Remo, o Harry nem parece tentar. -disse baixo ao ouvido do amigo, ele olhou e viu que o garoto falava baixo, mas tinha os olhos perdidos e opacos.
-Meu Deus! -lamentou.
A aula estava chegando ao fim e ninguém tinha conseguido nada, com exceção de Hemione Granger que tinha feito sua colher-de-chá de prata subir trinta centimetros, mas logo em seguida cair com um barulho de metal.
-Tudo bem, gente.- começou Remo. -Parem agora. Quero que treinem isso para próxima semana.
-Boa noite. Não fiquem com essas caras. -Hannah observou que os alunos pareciam chateados. -É realmente difícil, mas nós vamos conseguir. Podem ir, vamos jantar.
-Harry. -chamou Remo- Poderiamos dar uma palavrinha?
O garoto não respondeu, apenas soltou a mochila no chão. Hannah acenou com a varinha e três cadeiras apareceram juntas na sala. Ela sentou.
-Venha, Harry, sente aqui. -chamou.
Remo também sentou.
-Harry, nós queremos saber o que está havendo com você. -começou ele.
-Nada.
-Harry, escute, você está diferente, parece triste, tem indo mal na aula, agorinha mesmo você nem parecia ver o que estava em sua frente, com o olhar perdido. -Hannah.
-Eu não tenho motivos para estar feliz, meu padrinho morreu, tem um maluco querendo me pegar, por que eu estaria feliz? -ele alterou a voz.
-Calma, Harry. -Remo.
-Harry, -ela tinha a voz doce e calma. -no inicio do ano você não estava assim, e o tudo isso já havia acontecido. Nós vinhemos conversar com você, pois estamos preocupados.
-Não precisa se preocupar, não preciso que tenham pena de mim.
-Não estamos, mas eu acho que, não tenho certeza, isso que tá acontecendo com você tem relação com a Gina. -Hannah.
-Pois errou. -ele levantou -E não tenho mais nada para falar.
-Harry, por favor, sente. -Remo pediu, mas o garoto não atendeu e saiu pela porta.
-Ele parece que tem o gênio forte da Lilian. -suspirou.
-É. -ele concordou cansado. -Você precisava ver há dois anos...estava impossível. Venha vamos jantar, por hora não tem mais o que fazer.
Eles jantaram rápido, e logo seguiram para a sala de Dumbledore para receber treinamento nescessário para trazer Sírius de volta. Agora eles aprendiam como suportar um ao outro, precisava de muita confiança, Hannah estava tranquila, Remo hesitou por um momento mais se deixou levar, Severo, porém parecia muito desconfortável, ele não estava acostumado a depender de ninguém. Hannah esperou todo o tempo um sinal de Severo indicando que tinha falado com Draco, mas dele nada veio. Ela já estava agoniada quando viu que a reunião estava próxima do fim.
-Boa noite, meus filhos. -Dumbledore despediu-se.
Hannah andava pelos corredores olhando se não estava sendo vigiada, acendeu a varinha e olhava de um lado para o outro. Sentiu-se puxada pela cintura, gritou, mas uma mão lhe tapava a boca, sua varinha foi puxada de sua mão.
-Pare. Sou eu. -ela acalmou-se ao ouvir a voz de Severo.
Ele a puxou para dentro de uma tapeçaria e ela se viu dentro de um vão escuro e apertado.
-Que me matar de susto?
-Fale baixo.
-Que me matar de susto? -ela repediu baixinho.
-Não, Draco não foi até meu escritório, ele deve está com medo. É melhor termos cuidado.
-Nós vamos nos ver, agora, atrás de tapeçarias mofadas?
-Não, mas eu não tinha como falar com você e não achei seguro ir até seu quarto à essa hora.
-Certo.
-Amanhã vou tentar falar com ele, não vá à masmorra, de forma alguma.
-Ok.
-Hannah, de forma alguma!
-De forma alguma.
-Ótimo, boa noite. -a beijou. -Vá.
-Isso é ridiculo, sabia?
-O que?
-Me escoder. Estou me sentido uma adolescente. Absolutamente ridículo.
-Porém necessário. -a beijou novamente, só que dessa vez mais demorado. -Boa noite.
-Boa noite. -e saiu do buraco, correndo pelo corredor para seu quarto.
A semana inteira tinha sido do mesmo jeito. Sem ver Severo, ou melhor, sem poder falar com ele. Só se encontravam nas refeições e nas reuniões na sala do diretor. Ela seguia pelo corredor do escritório do seu pai. Sexta-feira. Severo tinha mando uma coruja na quarta informando que Malfoy estava cada vez mais perto, porém com distância suficiente para que ele não aproximar-se para conversar. Ele estava extremamente carrancudo, ela ouviu alguns alunos conversando que não se podia nem respirar na sala de poções. Ela também não estava feliz, porém não estava chegando ao ponto de descontar nos alunos, não ainda. Remo já estava meio fraco, a lua cheia seria no dia seguinte, o que siguinificava que a aula de segunda Hannah faria sozinha. Harry não tinha mudado sua postura, na verdade tinha piorado, agora ele olhava de cara fechada pra ela e para Remo. Tinha tantas coisas na cabeça que estava com medo dela explodir. Só para completar a "festa" sua mãe agora vivia a encontrando "sem querer" nos corredores todo o tempo, e aproveitava para insistir para que ela contasse o que estavam escondendo. Ela disse a senha ao gárgula, quando chegou a porta bateu e entrou. Severo estava lá, tinha a expressão pior do que na hora do jantar, ela estranhou.
-Boa noite. -disse chegando perto da escrivaninha onde seu pai estava sentado e Severo tinha as mãos apoiadas.
-Meu anjo, -chamou seu pai. -eu disse ao Remo para não vir hoje, ele me pareceu bem abatido.
-Melhor assim. -ela concordou, puxando a cadeira próxima a Severo e sentando-se, ele a observou pelo canto do olho. Hannah olhou pra ele, e no que pareceu um mísero segundo todos os pensamento que ela vinha tendo, todas as preocupações vieram de uma vez a sua mente, ela sacudiu um pouco a cabeça, como se seus pensamentos fossem mosquitos que ela queria espantar.
-Muita coisa na cabeça, querida? -Hannah o olhou, será que ele tinha conseguido ver? -Parece que Severo também a tem muito cheia. Talvez seja algo que esteja acometendo meu corpo docente. -Severo soltou o ar com força e se jogou numa poltrona ao lado de Hannah, parecia que tinha perdido uma batalha, dado por vencido em algo, foi a impressão que teve Hannah.
-Papai...-ela o olhou nos olhos. -Que está acontecendo? -olhou para o homem que estava sentado ao seu lado e tinha os olhos fixos num ponto da parede oposta.
-Nada! -Severo gruniu.
-E por que essa cara de que quer matar uma pessoa?
-Não se meta, Srta. Dumbledore, eu sei que é difícil já que é uma das qualidades da grifinória ser intrometida, mas faça um esforço. -Hannah o olhou com os olhos bem aberto e a boca entreaberta como se o tivesse vendo pela primeira vez. Ela levantou pra sair dalí. "O que ele pensa que tá fazendo? Não precisa me tratar com carinho na frente dos outros, mas desse jeito é demais."
-Sente-se, Hannah. -Dumbledore mandou, e ela obedeceu no mesmo instante. -E você, Severo, -olhou o mestre de poções nos olhos. -se quer continuar com a Hannah deveria tratá-la melhor, ainda mais estando na frente do pai dela. -os casal estava abobalhado, olharam-se e abriram e fecharam a boca umas três vezes. Dumbledore sorriu. -Não precisa fingir que não gosta dela por minha causa, Severo.- ele apontou com o dedo fino Hannah e piscou. - Mas vocês realmente não esperavam esconder isso de mim não é? -perguntou divertido.
-Papai...eu...é...- Hannah não sabia o que dizer, olhou para Severo.
-Alvo, nós não falamos a ninguém e...
-Não preciso de justificativas, -Dumbledore interrompeu.- vocês estão certos de manterem isso entre vocês, por enquanto. E além do mais, eu já estou acostumado a descobrir sozinho os namoros de minha filha, -ele a olhou e ela podia jurar que estava sendo censurada, corou, era como se ela nunca tivesse crescido.- foi da mesma forma com Sírius. -ele balançou a cabeça e deu um pequeno sorriso. Severo, por sua vez cruzou os braços sobre o peito.
-Certo, mas o que aconteu de anormal, já que Severo está com essa cara...
-Draco! -Severo bradou.
-Draco tem seguido Severo, Hannah. -Dumbledore explicou.
-Eu sei, mas...
-Aquele pirralho me enfrentou, Hannah, -ele interrompeu. -você acredita nisso? -ele estava com ráiva, mas nos olhos dele tinha algo mais. Dumbledore bocejou alto.
-Desculpem, mas que eu tive um dia tão cheio, sabem que estou velho. Ainda bem que disse ao Remo pra não vir, eu não tenho condições de fazer mais nada hoje. -Hannah o olhou espantada, a poucos minutos ele não demonstrava nenhum sinal de sono, com certeza tinha algo em mente. -Se vocês me permitem, vou me retirar, mas fiquem aqui, acredito que precisam conversar, já que fora daqui vai ser difícil sem serem vistos. -"Ah, então era isso..."
-Pois não, pai.
-Boa noite meus filhos. -levantou-se e os dois jovens fizeram o mesmo, ele foi até a filha e beijou-lhe o rosto e deu algumas pancadinhas no ombro do homem.
-Boa noite, papai.
-Boa noite, Alvo.
Eles observaram Dumbledore subir as escadas até seu quarto e entrar por uma porta. Hannah olhou Severo pelo canto do olho, virou-se e sentou em cima da escrivaninha, após fazer isso o olhou nos olhos que agora estavam nivelados. Cruzou os braços esperando que ele primeiro falasse.
-Desculpe, -ele percebeu o que ela queria ouvir. -eu não devia ter te chamado de metida, mas você sabe que não era de verdade, eu não tinha como saber que ele sabia, -ele bufou. -ah, que saber? Não vou ficar perdendo tempo me humilhando aos seus pés, se quer aceitar as desculpas ótimo, se não... -ele deu de ombros e se jogou na cadeira. Hannah decidiu que era melhor dar um "desconto" o dia parecia não ter sido fácil pra ele.
-Severo, -ela chamou com a voz calma -pare com isso, sim? Eu não quero que você se humilhe, ou qualquer coisa do gênero, por favor, esqueça isso. -ele balançou um pouco a cabeça afirmativamente, o pouco que deu sem mudar sua posição. Ele tinha os cotovelos apoiados nos braços da cadeira e sua mãos seguravam sua testa, Hannah não podia ver seu rosto direito. -Me diga o que aconteceu com o Draco Malfoy.
-Eu consegui falar com ele. -disse por debaixo das mãos. -Disse que era melhor ele parar de me seguir, mas ele...eu não acredito.- jogou o corpo pra trás e encarou o teto. -Ele disse que não ia me obedecer e que ia continuar fazendo seu trabalho, e que ia lutar pra receber a marca. -ele a olhou, e Hannah viu o "algo mais" que tinha nos olhos dele, era dor. Ela o chamou com o aceno da mão, ele levantou-se e a abraçou apoiando a testa em seu ombro. -Eu vi esse garoto nascer, Hannah. Não posso deixar, não posso...Como ele se atreveu a me afrontar? Eu que sempre o apoiei quando o Lucius queria matá-lo de pancada...
-Calma, ele vai cair em si. -ela falava, porém não tinha muita certeza de que isso fosse realmente acontecer, pelo contrário. -O que você vai fazer agora?
-Vou falar com Lucius. -ele levantou a cabeça e ela viu a ráiva.
-Severo, você acha que isso é prudente? Você não se arriscar assim?
-Pouco me importa!
-Mas a mim importa! -ele a encarou por alguns segundos e a beijou.
-Eu preciso fazer. -disse quando se separaram, ainda com as mão na nuca dela.
-Promete que vai ter cuidado pra não se arriscar demais. -ele a beijou de novo, ela sabia que ele não queria prometer. -Prometa! -ela tinha medo que ele fizesse alguma besteira.
-Você não vai me deixar enquanto eu não prometer, não é? -ela balançou a cabeça afirmativamente e ele sorriu com o canto da boca, não era um sorriso feliz. -Tudo bem, então, prometido.
-Não. Assim não.
-O que mais você quer, garota?
-Prometa que não vai fazer nada imbecil, nada que te prejudique, nada que aquele idiota do Malfoy possa usar pra te fazer perder a confiança do Vol... desculpe, de você-sabe-quem, prometa que não vai dar motivos pra ser morto, nem torturado. Prometa.
-É tanta coisa pra prometer que eu não estou conseguindo nem lembrar, como vou cumprir?
-Severo, -repreendeu. -eu não estou brincando!
-Prometo que não vou morrer por causa disso, nem torturado, nem qualquer outra coisa que você disse aí.- ela o abraçou.
-Eu fico com medo.
-Não fique. -acariciou os cabelos dela. -Você é uma grifinória, lembra? -perguntou com o habtual tom de sarcasmo.
-Estava com saudades de ficar perto de você.
-Eu também. -levantou o queixo dela fazendo-a olha-lo nos olhos. -Muita. -disse bem perto de sua boca para depois beijá-la.
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