Nos jardins.
“ Essas vão ser as nossas últimas férias juntas, não se esqueçam, garotas. “
Lembrou-nos Dorcas, enquanto descíamos até a beira do Lago Negro e procurávamos um carvalho que oferecesse bastante sombra para que pudéssemos nos agrupar sob ele.
“ Pode crer! Precisamos ver na casa de quem passaremos as férias. “
Quem falou dessa vez foi a Lice, no mesmo tempo em que nos sentávamos embaixo do carvalho.
“ Olha gente, na minha não vai dar sabe, meus pais estão reformando. “
Foi logo respondendo a Dorcas, e eram desculpas aceitáveis, afinal, sabíamos que a casa dela estava realmente em reformas.
“ Meus pais viajam, não dá... “
Lene finalmente abriu a boca; ela estava estranha, pensativa, bem caladona... Ela não é assim, realmente...
“ Iria ser legal se fosse na da Lily, afinal, ela ‘tá de casa nova! A gente podia inaugurar... “
Propôs, com um sorriso do tipo “eu-tenho-32-dentes-branquinhos-e-alinhados”. Franzi o cenho, considerando a idéia.
“ Beleza. “
Respondi por fim, sorrindo.
“ Só preciso pedir aos meus pais. “
Completei, e todas sorriram.
Ficamos conversando, até que Remus apareceu, com uma caixa nas mãos. Todas nós olhamos para a caixa, intrigadas e ele riu.
“ Bom dia meninas... Lene, isso chegou pra você. “
Ele disse, entregando a caixa à Lene e logo, olhando rapidamente para Dorcas, que corou levemente. Marlene abriu a caixa curiosa, enquanto Remus se afastava e pegou o envelope que tinha dentro.
Lene abriu a caixa, com o cenho levemente franzido. A caixa era leve, parecia não conter nada de frágil dentro, pelo contrário, ao que aparentava, não havia absolutamente nada dentro daquele cubo de papelão.
“ Tudo isso pra uma carta... Que estranho.”
Ouvimos a morena murmurar, abrindo o envelope. Um riso espalhou-se por seus lábios.
“ É do papai, avisando que vai se atrasar para me pegar na Plataforma. ”
Disse, de modo que todas pudéssemos ouvir e passou a carta para a Dorcas que, após ler, passou pra mim que passei pra Lice que tornou a passar pra Lene. Mas, antes que o papel tornasse a chegar às mãos da Lene, ela franziu o cenho. Parecia que havia visto algo a mais dentro da caixa mas, não deixou-nos ver.
“ Desculpem-me meninas... Preciso ir ao banheiro sabe... ”
Foi essa a desculpa que ela nos deu e saiu, com a caixa e a carta nas mãos, deixando-nos no vácuo.
“ Não foi no banheiro, de fato... Não somente ao banheiro, tem mais alguma coisa... ”
Lice logo começou com as paranóias de que Lene estava junto com Sirius, aprontando alguma e etc...
“ Impossível... Deve ser algum recado secreto do Diretor ou de algum professor. ”
Dorcas discordou, negando com a cabeça. Para ela, Lene nunca mentiria algo tão grande para nós; Ou ao menos, pra mim... Pois mais tarde elas souberam (eu excluída) o que ela realmente foi fazer no “banheiro” e não, não foram necessidades naturais e muito menos o que o senhor está pensando, meu caríssimo senhor malicioso.
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