Mais uma página do Diário de L



Hogwarts, 28 de maio de 1975 – Dormitório Feminino da Grifinória.

Potter está me ignorando... Por que será? Isso me deixa intrigada, já que ele costuma não largar do meu pé e sempre aproveitar as “raras” vezes que nós nos encontramos nos corredores e no Salão Comunal. Ah, como se eu me importasse com isso... Se importa sim, Lily. Cale a boca consciência, não pedi a sua opinião para esse assunto. Você gosta do Potter, não negue. Pois devo negar uma doideira dessas. De onde tirou que eu gosto dele? De você mesma, vá me dizer que não está sentindo falta de ouvir “Meu lírio!”? Não mesmo, fique quieta consciência, deixe-me contar os acontecimentos de hoje. Está bem, está bem...

Voltando à questão inicial, não sei por que o Potter está me ignorando; embora tenha as minhas alternativas. Quer saber quais são? Pois bem...
A- Porque ele está realmente chateado com a minha resposta.
B- Porque ele não passa de um metido e acha que me ignorando me fará sentir culpada e aceitar passar as férias com ele.
C- Porque ele está apenas fingindo estar magoado comigo para ver se eu puxo conversa com ele e aceito sair com ele também.
D- Porque ele finalmente se tocou que eu jamais vou sair com ele e agora não vai mais puxar papo comigo (Quem dera se fosse essa!).

Eu simplesmente não sei qual seria a alternativa mais certa... A primeira alternativa é realmente impossível de ser, já que ele não tem motivos para ficar chateado, uma vez sendo que ele já está acostumado a receber foras vindos de mim; A segunda até seria a mais adequada, mais ele não é assim, não mesmo, não seria tal bobo assim ao ponto de querer me fazer sentir culpada; A quarta... Aaah se fosse essa, mais é impossível de ser, já que ele é completamente insistente e não vai desistir enquanto eu não aceitar (ou seja, nunca); Restou-me a terceira que é realmente a cara dele. É, deve ser...

Vamos aos acontecimentos de hoje, que são mais interessantes que o meu dilema com o Potter. Digamos, de passagem, que o dia hoje foi bem... Agitado, por falta de palavra melhor. Acordei cedo e de bom humor, o que é muitíssimo raro de acontecer, e tomei o meu longo e demorado banho (cerca de trinta minutos ou uma hora) e, depois de me vestir, desci para o Salão Comunal. Adivinhe só quem eu encontrei lá? Se a sua resposta foi “Potter” acertou em cheio. O garoto estava lá, sentado numa poltrona perto da lareira, observando as cinzas de modo distraído. Deve ter notado eu descer, já que os barulhos dos meus sapatos não eram tão inaudíveis assim, mais sequer olhou na minha cara, agiu como se eu não existisse. Franzi o cenho, olhando-o curiosamente. Ele deve ter percebido o meu olhar, porque logo virou o rosto; eu, obviamente, desviei o olhar.

“ Bom dia Evans. “

Desejou-me, educadamente. EVANS?! Desde quando ele me chama pelo sobrenome? E também, desde quando ele fala comigo de modo muito educado? Como diriam os trouxas, há algo podre no Reino da Dinamarca. Mais não falei nada, apenas acenei levemente com a cabeça. Sentei-me o mais longe dele possível, evitando olhá-lo e realizando tal coisa com total sucesso.

~*~*~*~*~*~*~*~

Escutei passos, desciam as escadas e virei o rosto. Um pequeno sorriso assumira meus lábios ao ver que eram Lene, Lice e Dorcas. Para a minha surpresa, Lene foi falar com Potter e as outras duas vieram juntar-se a mim.

“ Bom dia Lice, Dorcas. “

Desejei a cada uma, com o sorriso nos lábios. Elas me responderam de volta, num uníssono e com sorrisos também. Minutos depois, Lene veio sentar conosco com uma cara um pouco estranha, talvez fosse o sono.

“ Bom dia Lene. “

Disse a ela, assim que se sentou ao meu lado me olhando estranhamente.

“ Bom dia Lily! “

Dizendo isso, ela deu um sorriso que não me convenceu muito... Maas...

Mais passos, dessa vez desciam do dormitório masculino e eram Sirius e Remus. Eles desejaram bom dia a nós quatro, e Sirius especialmente à Lene. Eu, Lice e Dorcas fizemos cara de “compreendi o que está acontecendo” e nos esforçamos para não deixar os risinhos escaparem. Mas quando Sirius se afastou, foi meio inevitável não conter a curiosidade. Aproximamo-nos umas das outras, deixando Lene no meio de modo que nós três a escutássemos e começamos com o interrogatório.

“ E ai, rolou alguma coisa? “

Dorcas perguntou, olhando rapidamente para os três garotos que estavam conversando um tanto alegres.

“ Que aconteceu Lene? “

Dessa vez, foi a Lice que disse, olhando para eles também.

“ Diz, diz... Foi tão fofo o Sirius te dando bom dia e piscando pra você... “

Eu disse, sorrindo animadamente.

“ Ah, nada demais... ”

Respondeu a “senhora centro das atenções” e balançou as mãos, de um jeito displicente.

“ NADA DEMAIS? “

Perguntamos as três juntas, alto demais, pois percebemos que Sirius olhara para nós um tanto desconfiado.

“ Shhh! “

Fez Lene, corando furiosamente e desviando o olhar. Senti o “cutucão com o ombro” que Dorcas me dera e dei um em Lice também.

“ Que liiiiiiiiiiiiiindo!!!! “

Exclamamos, as três e sorrimos. Não estávamos tirando sarro da cara da Lene, ao contrário, tínhamos mais é que apoiá-la, já que ela morre de amores pelo nosso “querido Six”.

“ É, é. Foi isso mesmo que vocês estão pensando... “

Respondeu a Lene, como quem se rendia e tornou a corar. Nossos olhos brilharam, talvez de emoção ou qualquer outro sentimento.

“ Vamos, antes que nos atrasemos para o Café da Manhã. “

Declarou a espertinha da Marlene, mas por hora, resolvemos deixar o assunto de lado. Percebi que, Potter, Sirius e Remus já haviam saído. Eita menina estranha!

Descemos também, mas antes esperamos a Lice ir pentear os cabelos mais “decentemente”.

Lá no Salão Principal, por insistência da Lice, sentamo-nos junto de Frank (o namorado dela) que por “coincidência” (duvido) estava junto com os Marotos. Não recusei nada, afinal, não tinha muitos motivos, já que Potter estava realmente fingindo que eu não existia.

Foi um café da manhã muitíssimo agradável. Descobri que tomar as refeições com os Marotos não é muito ruim e também descobri que Potter consegue calar a boca por mais de dois minutos! Mais será que era por causa da minha presença ali? Senti diversas vezes que ele me olhava; cantada através de olhar? Era só o que me faltava... Mais não, assim que percebia que eu ia erguer os olhos, desviava o olhar. Umas duas vezes apenas nossos olhos “se encontraram” mais eu logo tratava de desviar.

Recebi uma carta da mamãe também, e assim que a minha coruja foi para o corujal, desdobrei a carta e a li. Transcrevi-a aqui, caso vocês fiquem curiosos:

Lily meu amor!

Estou morrendo de saudades de você! Como estão as aulas? Está muito difícil agora que você já está no sexto ano? Sua lista desse ano veio maior que a dos anos anteriores...

Ah! Adivinhe só, seu pai foi promovido! Mudamos de casa também. É linda! Mais não vou descrevê-la para não estragar a surpresa, quando você chegar você vê minha pequena.

Pedi para que sua irmã, Petúnia, arrumasse suas coisas. Não se preocupe.

Com amor,

Mamãe.


MUDAR? Meu mundo desmoronou todo em cima de mim. Ia deixar para trás meus amigos, meu quarto que eu tanto adoro e minha história de vida. Mais no fundo, no fundo, estava feliz pelo papai.

Fiquei um tempo sem falar nada, pasma, surpresa, incrédula. Dorcas deve ter percebido isso, pois me cutucou.

“ Tudo certo Lily? “

Ela me perguntou, carinhosamente. Passei a carta para ela ler; ficou por uns minutos quieta e cutucou a Lice, que por sua vez, após terminar de ler, cutucou a Lene.

“ Puxa Lily, que coisa boa! “

Exclamou a Lene.

“ Sua mãe sabe que você odeia a Petúnia? “

Indagou a Lice, olhando-me preocupada como se esperasse que eu fosse ter um ataque histérico.

“ Imagino como está se sentindo Lil... “

“Consolou-me” a Dorcas, devolvendo-me a carta novamente.

“ É, no fundo é muito bom mesmo mudar de casa... “

Respondi, um tanto sonhadora. Por um instante devo ter me esquecido que estava na companhia dos Marotos, na mesa da Grifinória, tomando Café da Manhã. Mas assim que me dei conta disso, senti as maçãs do meu rosto arderem e “desassumi” a pose de sonhadora. Terminei meu suco de abóbora, e levantei-me, declarando que ia para os jardins já que, segundo o teto de Hogwarts, estava uma manhã perfeita. Minutos depois, Lene e Lice também se levantaram e saíram, deixando apenas Remus, Peter (que atacava furiosamente a travessa de bolinhos), James e Sirius ali, conversando.

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