cap. V
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Eu queria que você se sentisse exatamente como eu naquele momento, ser acusado injustamente foi, de longe, algo que demorei a superar. Naquela mesma noite voltei ao dormitório e encontrei Rony branco como uma vela me esperando. Ele viu a marca de seus dedos em meu rosto e pôde concluir o que se passou, mas mesmo assim, não se voltou contra mim ao contrário de todos.
Mesmo conversando com ele a respeito dos absurdos que sofremos, ainda assim, não revelei a decisão que toda essa história me fez tomar. Não ia suportar meus últimos meses em Hogwarts tendo os olhares acusadores de Gina, Luna e principalmente o seu olhar. Quando Rony finalmente foi dormir eu aproveitei para reler novamente os pergaminhos que havia recebido das mãos de Kingsley Schaklebolt, e logo depois tomei coragem e assinei confirmando minha entrada. Um pequeno feixe de luz surgiu e logo desapareceu no pergaminho após minha assinatura, estava feito, muito em breve eu deixaria Hogwarts.
Quando o sábado finalmente havia chegado, após aquela semana torturante, eu rumei para a sala do diretor e entreguei em suas mãos o pergaminho assinado...
- Eu aceito a proposta, Senhor. – disse-lhe entregando a carta assinada.
Ele me olhou de forma cautelosa e a seguir disse as palavras que eu jamais esqueceria...
- Admiro sua coragem Harry, sempre a admirei, mas agora nada mais está em minhas mãos e só posso lhe desejar boa sorte!
A única coisa que me deixou assustado foi saber que na quarta-feira seguinte uma chave de portal se abriria em sua sala, e quando isso acontecesse, eu passaria por ela e praticamente sumiria pelos próximos três anos. De repente, percebi que havia me sobrado muito pouco tempo para despedidas.
Saí da sala do diretor disposto a deixar muitas coisas resolvidas antes de partir, mesmo sabendo que a única coisa que me importava em resolver, eu talvez jamais conseguisse.
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DOMINGO...
Os alunos foram passar o dia em Hogsmead.
Harry e Rony caminhavam distraidamente sobre a neve espessa em direção ao três vassouras. Rony notou o silêncio do amigo e achando que talvez o motivo fosse a morena que caminhava apressada à frente arriscou:
- Olha cara, eu acho que a Mione se enganou e feio a seu respeito. Ela logo vai esquecer isso e vocês vão estar numa boa logo, logo!
- Eu imagino que não Rony. – disse Harry parando para encarar o ruivo. – e... mesmo que isso acontecesse, agora é um pouco tarde.
- Tarde? – Rony percebeu e expressão estranha do amigo e, torcendo para estar enganado continuou- porquê agora é tarde?
- Vamos tomar umas cervejas amanteigadas, por minha conta. – ambos voltaram a andar – e então eu te conto.
Os dois entraram no pub praticamente lotado graças ao frio intenso, enquanto Rony procurava uma mesa mais afastada, Harry comprava duas cervejas, indo a seguir se juntar ao amigo.
- Então Harry, o que está havendo?
- Bem eu... – ele tomou um gole da bebida – eu assinei o pergaminho e logo irei para a escola de aurores.
O ruivo parou com a garrafa a meio caminho da boca encarando Harry.
- Você esta brincando né? – disse Rony rindo - sabe foi muito sem graça essa piada – mas ele logo viu que não era piada pela expressão pesada de Harry. – Tem idéia do que você fez Harry?
- É claro que tenho! Irei para uma escola de aurores receber um treinamento especializado por três anos e...
- Exatamente, três longos anos! – interrompeu o ruivo –Você vai deixar para trás Hogwarts sem ao menos ter sua formatura, algo que todos aqui sonham. Vai sumir por três anos sabe-se lá pra onde e o principal, vai deixar seus amigos para trás.
- Olha Rony, não me repreenda por isso, ok! – disse Harry entristecido. – pensei bem no que fiz e nas conseqüências. Eu percebi que desde que descobri minha história e sobre ser um bruxo, minha única missão é acabar com o Voldemort.
- Você sabe que não é só isso!
- É só isso sim! – Harry alfinetou. – Minha vida aqui tem girado em torno disso, a cada ano venho escapando da morte certa, e sei que é principalmente graças a você e à Mione – ele suspirou – acho que agora tenho que tentar buscar uma solução sozinho e, esta é a chance que eu precisava, não há mais volta.
- Bom, se é assim, quem sou eu pra impedir não é? – o ruivo olhou para sua garrafa abandonada logo no início da conversa. – Quando?
- Quarta-feira próxima.
- Assim tão rápido?
- Sim. – disse Harry simplesmente.
- E quanto ao nosso esperado jogo na quinta-feira? E quanto você ir passar o natal conosco?
- Acho que será sem natal esse ano e nos próximos três. – Harry sorriu. – Quanto ao nosso jogo na quinta-feira, bem, isso é outro assunto que eu queria lhe falar. – Harry encarou o amigo. – Amanha, durante o treino, apresentarei o novo capitão do time, você.
- Mas, Harry...
- Sem mas Ronald Weasley. Se tem alguém aqui que tem a capacidade pra ficar como capitão, esse alguém é você! Alias, não sei se você lembra do nosso primeiro ano aqui em Hogwarts, quando você encarou o espelho de Ojesed, você se viu como capitão do time.
“O espelho estava certo.”
---CONTINUA---
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