CAP. IV



O que aconteceu a seguir teve apenas a lua e as estrelas como testemunhas, foi mágico e inesquecível para ambos.
Harry abriu os olhos e sentiu alguém aninhado em seu peito, mal podia acreditar o que havia acontecido. Ele e Hermione dormiram juntos. Então se deu conta do que acabara de pensar, dormiram juntos, não pelo ato em si, pois havia sido no mínimo maravilhoso. O que o preocupava é que haviam dormido na torre e que agora não tinha nenhuma noção de que horas seriam. Arrepiou-se só de imaginar algum professor entrando pela porta da torre e os pegando como estavam, abraçados e praticamente despidos.

- Hermione! – chamou enquanto afastava os cachos castanhos dos olhos da garota. – Dorminhoca, temos que ir, logo vai amanhecer.

- Hum... ainda é cedo...- ela ronronou enquanto afastava um dos braços do peito do rapaz, só então abriu os olhos e se deu conta do local e do estado em que estava.- Harry, minha nossa!

- Bom dia pra você também. – disse ele fingindo-se desapontado.

- Desculpe, bom dia. – ela levantou e dando-lhe um beijo. Ele sentiu os seios roçarem-lhe o peito e teve que se controlar para não agarrá-la. Contentou-se em apenas abraçá-la pela cintura.

- É melhor irmos princesa, logo vai amanhecer e podem nos pegar aqui.

Ambos levantaram e se vestiram.

- Eu lembrei de trazer minha capa de invisibilidade, por precaução. – disse ele enquanto a observava colocando os sapatos. – Pronta?

- Sim! – ela foi até ele e o abraçou antes de saírem porta afora. – Obrigado por ontem! – disse colando a testa na dele. – foi inesquecível.

- Eu quem agradeço princesa, não vejo a hora de contar a Rony que estamos juntos. – disse antes de retribuir o abraço dela com um beijo apaixonado, a seguir deu um sorriso maroto e continuou. – É claro que não vou omitir certos detalhes do tipo, eu e você, almofadas e...

- Harry! Não se atreva...– disse a garota dando um tapa em seu ombro, ela sorriu ruborizada, mas ficou séria novamente e resolveu pedir-lhe algo antes de deixarem a torre. – Ouça Harry, vamos esperar mais alguns dias antes que todos saibam, a começar por Rony, pois sei que ele pode espalhar por aí e...

- Por que você se preocupa tanto com o que os outros pensam a seu respeito?

- Não me preocupo, é que acabei de terminar um namoro e seria estranho já aparecer de mãos dadas com outro, tudo bem?

- Tudo bem – ele suspirou vencido. – Mas não quero que fiquemos nos escondendo por aí.

- Não vamos, prometo, mas você tem de admitir que é um tanto mais emocionante! –disse ela marota.

- Senhorita certinha!?

x...x...x...

E não demorou mesmo, alguns dias depois, fui esperá-la perto dos dormitórios dos monitores e descemos juntos para o café da manhã. Você foi um tanto preocupada, mas enquanto seguíamos para o salão principal, fiz com que percebesse que não haviam motivos para mantermos mais segredos. Você não namorava mais o idiota, digo Érick, e fingir apenas amizade perto dos outros estava ficando meio complicado, principalmente ter de esconder de Rony, quando me disse que havia notado um dia desses que eu afagava sua perna na biblioteca.
Juro que não havia me dado conta, eu estava distraído lendo assim como você a meu lado, até que ele se abaixou para apanhar sua pena que havia caído. Quando olhou por baixo da mesa, minha mão estava indiscretamente brincando com sua perna. É claro que depois disso contei a ele, e isso foi o suficiente para convencê-la a aparecermos de mãos dadas diante de todos.
O que eu não esperava porém, eram todos aqueles acontecimentos que surgiram após assumirmos nosso namoro. Parecem intrigas bobas de jovens, mas todos os eventos que se seguiram depois daquele dia, acabaram por interferir em grande parte dos rumos de nossas vidas...
...x...x...x...

Érick bufava pelos corredores. Entrou no salão comunal da Corvinal e chutou o primeiro objeto que viu pela frente sem se importar com os olhares curiosos dos colegas.
Então era Harry Potter o outro cara, Hermione o deixou e dias depois aparece de mãos dadas com o “testa rachada” como diria Malfoy.
Ele afundou ainda mais na poltrona, recusando-se a aceitar o fato de que pela primeira vez havia levado um fora por culpa de outro. Mas ele não iria deixar isso barato, encontraria um meio de separar aqueles dois e ter Hermione novamente.

- Você me paga Potter! – O pensamento escapou por sua boca.

- Vai bater nele Érick? – disse Scheila Simons do outro lado do salão, mas ainda assim atenta aos gestos bruscos do rapaz. – Pensa em enfrentar o “Eleito”?

- E o que você tem a ver com isso Scheila? Está com medo do que eu possa fazer com seu heroizinho?

Érick sabia que, assim como muitas meninas, Scheila não escondia o fato de ter uma queda pelo “Eleito”. O que Érick não entendia é porque um cara que tem uma rachadura no meio da testa e um ímã para problemas grudado no traseiro poderia ter de tão interessante que ele próprio não teria.
A garota riu gostosamente antes de se sentar ao lado do rapaz e responder à pergunta.

- Estou com medo por você docinho! – Érick virou os olhos. – O “heroizinho” já enfrentou “você-sabe-quem” diversas vezes, sem contar que sabe defesa contra as artes das trevas como ninguém. Você certamente iria para a enfermaria dividido em quatro macas diferentes quando ele acabasse.

- Posso vomitar agora? – disse o outro com desdém. – Não estou a fim de enfrentá-lo cara a cara queridinha, quero apenas tirar a Hermione dele e recuperá-la, nem que tenha que usar algum truque para isso.

- Bom, se é isso! – ela se sentou visivelmente interessada. – Não gosto nenhum pouco da “sem sal” da Granger ao lado de Harry. Quem sabe possamos trabalhar juntos sabe, talvez eu possa ajudá-lo!

- Ah é? E como me ajudaria?

- Bolaremos algo para separá-los, sem chances de volta. – Ela encarou um grupinho à frente dos dois por alguns instantes consciente da atenção do rapaz a seu lado. – Vou conseguir algumas informações sobre eles que possam ser úteis, depois pensaremos em algo. – encarou o rapaz sorrindo. – Feito?

- Espero que me ajude mesmo. Está feito! – os dois apertaram as mãos em acordo.

...x...x...x...

Lembro-me que o inverno começava a dar amostras de que viria com todas as forças naquele ano. Era dia 27 novembro, sábado, um dia de acontecimentos marcantes no mundo bruxo. Voldemort aparecera em algum lugar da Inglaterra, justo onde o ex-ministro Cornélio Fudge estava, de acordo com o profeta diário, não havia sobrado muita coisa do pobre homem e de que estava por perto.
Nesse dia, também completamos um mês de namoro e, após o anoitecer, comemoramos à nossa maneira, em seu dormitório (particular, diga-se de passagem. Uma vantagem de monitores chefes). Nesses encontros cada vez mais maravilhosos tínhamos que tomar uma série de cuidados, primeiro para não sermos descobertos e segundo para que não tivéssemos nenhuma surpresa futura afinal, ainda tínhamos muito o que pensar e realizar pela frente.
Quando o relógio marcou duas da manhã, mesmo insistindo e usando todas as chantagens possíveis, tive que obedecer à senhorita mandona e voltar para meu dormitório. Depois de uma melosa despedida, saí vagando pelos corredores do castelo tranqüilamente graças à proteção da capa de invisibilidade, que saudades desse tempo...
No dia seguinte, você veio me abraçar toda sorridente pois, quando acordou, encontrou uma rosa em seu travesseiro e junto dela uma caixinha de veludo com uma fina corrente de ouro e um pingente, uma pedrinha verde água caprichosamente lapidada no formato de gota. Como me pediu, coloquei em seu pescoço, e como eu havia imaginado, ficou perfeito em você.
Na quarta-feira seguinte, recebi uma carta do professor Dumbledore, e junto com a coruja que pousou em minha janela naquela manhã, trazendo a carta, veio também a estranha sensação de que algo ruim estava próximo de acontecer, sempre detestei essa minha mania de adivinhação...

...x...x...x...

- Recebi uma carta do Profº Dumbledore. –Harry disse a Rony enquanto folheava distraidamente um livro de transfiguração avançada na biblioteca. – Ele quer me levar até o “Cabeça de Javali” no sábado pela manhã.

- Não sabia que você e Dumbledore deram de ir tomar umas bebidas por aí! – disse o ruivo em deboche. – Já contou a Mione?

- Já... ficamos tentando adivinhar o motivo, acho que tem algo a ver com Voldemort, geralmente é isso. – o ruivo estremeceu ao ouvir o nome.

- Hei...mas e o treino de quadribol que marcamos para sábado de manhã?

- É eu sei, acho vou deixar você comandar o time, depois você me conta como foi.

- É sério? – Rony abriu um sorriso.

- Não, não é sério, acho melhor o “Nick-quase-sem-cabeça” comandar o treino no meu lugar. – Harry riu ao ver as orelhas do ruivo avermelharem– É claro que é sério, você é bom em bolar estratégias, me ajuda muito com isso, é como meu vice-capitão.

- Valeu cara!

...x...x..

Depois de várias conversas com Érick e de algumas informações conseguidas, Scheila teve de admitir que era um gênio em matéria espionagem. Haviam concordado que, o melhor meio de se terminar um romance era com uma traição e a melhor maneira de forjar uma no mundo bruxo, já que ela não aconteceria naturalmente, era através de uma poção polissuco bem feita. Pronto, agora ela torcia pela oportunidade perfeita.
Na tarde de quarta-feira, quase que sem querer, Scheila ouviu Rony e Harry conversando na biblioteca a respeito de uma carta, um treino do time e o fato de que Harry sairia de Hogwarts com Dumbledore no sábado seguinte. Era perfeito, no momento em que ele estivesse longe, eles poderiam agir de forma que Hermione acreditasse que Harry a estivesse traindo.
Scheila já tinha tudo arquitetado, o Harry verdadeiro estaria longe, como a própria Hermione sabia, e de repente eis que o próprio Harry surge em algum ponto estratégico do castelo com uma garota e Hermione o vê. “Vai ser interessante!” pensou ela.

...
Quando finalmente o sábado havia chegado Harry se despediu de Hermione e deu as ultimas instruções a Rony sobre o time, a seguir, foi até a sala de Dumbledore.
Rony permaneceu no salão comunal com a garota até a hora do treino. Às 9:00 horas ele se dirigiu ao campo nervoso por ter de agir como capitão, mas feliz porque Harry emprestara sua firebolt para o treino, o ruivo teve que admitir que a vassoura do amigo foi um incentivo e tanto.
Do outro lado do castelo, no salão da Corvinal, Érick e Scheila cuidavam dos últimos preparativos para colocarem o plano cuidadosamente elaborado em pratica. Haviam conseguido uma amostra do cabelo de Harry quando Scheila acidentalmente se esbarrara com ele certo dia num dos corredores, a poção polissuco já aguardava em um frasco para ser bebida. Érick seria Harry por uma hora e Scheila seria sua nova paquera.

- Está tudo pronto Érick. – disse Scheila indo até saída do salão– É melhor se preparar.

- Você tem certeza que ela vai para a biblioteca?

- É claro... ouvi ela dizendo isso àquela Weasley ontem Durante o jantar. – disse a outra fazendo uma careta - vamos por o plano em prática. – Ela colocou uns fios de cabelo de Harry na poção e a entregou ao rapaz. – Pronto beba.

Érick bebeu a poção meio receoso, na verdade estava quase a ponto de desistir dessa idéia maluca e dar-se por vencido. Mas Scheila de alguma forma o convenceu do contrário, quando uma garota envolve a palavra orgulho na conversa acaba tocando no ponto fraco de qualquer homem, e convencer dessa forma fica fácil.
Ele nunca havia chegado a tanto, não sabia se o esforço valeria a pena e tentou se imaginar no lugar de Harry, apesar de que logo praticamente seria ele.
Instantes depois Scheila se deliciava com a visão de Érick/ Harry à sua frente, estavam prontos. Ambos então se dirigiram rapidamente à biblioteca e se prostraram em um corredor vazio. Scheila olhava de soslaio a todo instante para Érick/ Harry, ele parecia um tanto nervoso com a situação, mas ela o faria ir até o fim. Só restava aguardar.
...
Hermione resolveu passar aquela manhã de sábado na biblioteca já que Harry disse ter que ir ao encontro de Dumbledore. Antes porém , acompanhou Rony até a saída do castelo assim aproveitava para encorajá-lo a treinar a equipe, Rony era talentoso como goleiro e com certeza como capitão, só precisava confiar na sua própria capacidade.
Logo depois de se desejar boa sorte a Rony ela seguiu para a biblioteca. Caminhou distraidamente pelas estantes apinhadas de livros e não se deu conta de que sua presença havia sido notada. Colocou seus pertences na mesa que ficava mais distante da passagem de alunos e foi novamente até uma das estantes apanhar mais livros. Quando chegou ao terceiro corredor, algo ou melhor alguém chamou sua atenção. Pensando não ter sido notada ela se aproximou o quanto pôde para confirmar se “vira o que achava que vira”. Ela estranhou e muito o fato de Harry estar ali e não com o diretor como tinha dito.
Uma de suas mãos estava apoiada da estante e a outra segurava uma mecha de cabelos de... uma garota! Garota que ela reconheceu como sendo Scheila Simons, da Corvinal. Hermione pensou em se aproximar mas seus pés estavam presos ao solo, apurou então os ouvidos. Harry conversava animadamente com a tal Scheila.

- E quanto a Hermione? Vocês não estão namorando?- Scheila perguntou ciente da presença de Hermione a alguns metros.

- Ora linda... o que ela tinha de interessante a me oferecer eu já consegui...- disse Érick/ Harry beijando a garota em seguida.

Hermione sentiu seu estômago contorcer de forma violenta quando viu aquela cena grotesca. Harry beijando outra garota, aquela história da carta e de sair do castelo com o diretor teria sido uma mentira deslavada?
Ela sentiu seus pés se desprenderem, com a visão embaçada pelas lágrimas virou-se depressa e derrubou alguns livros próximos, chamando a atenção de Madame Pince, mas ela só queria correr para longe e chorar até não ter mais forças. Não conseguia acreditar que depois de tudo o que haviam passado, vivido e sentido, Harry seria capaz de enganá-la daquela forma e, nem sequer fora discreto a ponto de ir com a “outra” a um lugar onde não fossem descobertos com tanta facilidade. Até parece que ele queria ser visto por Hermione.
Ela entrou em seu dormitório, caiu na cama, abraçou o travesseiro e se encolheu como uma criança amedrontada.

- Você já conseguiu o que “EU” tinha de interessante a oferecer... – sentia-se a menor das criaturas, havia sido usada e agora descartada como um objeto qualquer, era uma sensação humilhante.
...

Na biblioteca, após ver o estado que deixara Hermione por conta do plano, Érick sentou no chão em meio aos livros ignorando completamente a presença de Scheila que sorria triunfante. Pela primeira vez, ele se sentiu nojo de si mesmo, decidiu esperar o efeito da poção terminar ali mesmo e depois pensaria como resolver aquela situação.
Scheila comemorou o êxito do plano, fora tudo muito rápido e Érick se saiu bem como ator, ela certamente não iria querer estar na pele de Harry, do verdadeiro, quando ele fosse até Hermione. Mas a garota mudou a expressão ao ver Érick/ Harry sentar no chão em meio aos livros com a cara mais arrependida do mundo . Deduzindo que ele talvez quisesse consertar o estrago alfinetou:

- Se você fizer o que está pensando meu caro, eu acabo com a pouca reputação que lhe resta!

- O quê?- ele a encarou incrédulo.

- Você ouviu Érick! Estamos juntos nisso e se você pensar em falar com a Granger sobre o que houve aqui, pode rezar, pois eu arruinarei sua vida. Já esperava que você pudesse se arrepender e estou preparada.

Ele pensou em responder mas os espasmos causados pelo fim do efeito da poção o calaram. Scheila vendo que ele não diria nada no momento, apenas falou antes de deixá-lo sozinho na biblioteca:

- Está avisado. Se abrir sua boca o prejudicado será apenas você, e pode crer, eu vou cuidar pra que seja assim!

...x...x...x...

Já passava das 13:00 horas quando Harry finalmente voltou ao castelo. Estava agora sentado diante da mesa do diretor segurando três folhas de pergaminho cuidadosamente dobradas. Dumbledore o observava com uma expressão atenta.

- Espero que tenha entendido tudo o que Kingsley lhe disse Harry. Para qualquer dúvida que tenha basta apenas ler os pergaminhos que lhes foram entregues. Dependendo de sua decisão, um deles deverá ser assinado. – o diretor ergueu os olhos sobre os oclinhos de meia lua e prosseguiu. – Esses pergaminhos estão enfeitiçados, para que, caso caiam em mãos erradas não possam ser lidos, portanto...

- Apenas eu conseguirei ver o que está escrito!- disse o rapaz mirando os papéis. – Professor, o senhor acha que devo aceitar o que me ofereceram?

- Sinceramente Harry eu não sei o que lhe dizer. Como você foi informado no “cabeça-de-javali”, aceitar a oferta tem suas vantagens, se tornar um auror mais cedo que o normal e receber um treinamento ainda mais especializado graças à sua condição diante de Voldemort, e suas desvantagens, você terá de sair mais cedo de Hogwarts, e para onde irá ninguém pode saber, por segurança. O que significa que por três anos terá que deixar tudo e todos para trás.
“Cabe apenas a você decidir o que lhe parecer o correto. Ninguém o forçará a nada que não queira, pois é de sua vida que estamos falando, e só você sabe o que é melhor para si. Você tem uma semana inteira para pensar, sinta-se a vontade para me procurar quando tiver sua resposta. Pode ir agora e obrigado por vir.”

- Até logo Senhor. – disse o rapaz se retirando em seguida.
...

Harry entrou no dormitório e se atirou sobre sua cama ainda com os pergaminhos nas mãos. Ser auror era uma ambição, passou a se dedicar aos estudos na esperança de atingir boas notas nos NIEM´S que garantissem sua entrada para uma escola de aurores. Mas os pergaminhos em suas mãos continham instruções para algo que nem imaginou ser possível.
Havia uma escola para aurores especial, completamente diferente das outras, esta levava seus alunos a ficarem por três anos seguidos praticamente isolados. O contato com o mundo exterior viria apenas como compensação por missões bem sucedidas, e haviam treinamentos específicos e rigorosos.
Harry fora aceito por sua condição, como disse Dumbledore, mas não seria obrigado a ir. Caso quisesse por vontade própria assinaria o pergaminho e só a partir de então não teria como voltar atrás. Seria seguro para ele e talvez para os que o rodeassem, já que Voldemort tinha uma queda por atingir todos os que são próximos à vida de Harry.
Um estrondo de porta se abrindo quase o derruba do leito, era Rony, que entrava ainda vestido com o uniforme de quadribol, a firebolt em uma mão e uma coxa de frango em outra, apesar do susto, Harry teve que rir da figura hilária do amigo.

- Um trasgo consegue ser mais delicado Rony!

- Ah! Mmoocê... mmmoltou? – disse com a boca cheia de frango. Engoliu com muito esforço e voltou a falar. – Cara! E aí, como foi? Pensei que estaria bêbado!

- Não seja idiota, não fomos beber! – disse ele se sentando – Mas me conta você primeiro, como foi o treino?

- Uau... foi ótimo, bolei uma tática nova sabe, se não se importa! – disse o ruivo – bem é que me empolguei com esse negócio de ser capitão e...

- A tática funcionou? – disse Harry curioso.

- É claro! Treinamos muito, tanto que Gina quase me estuporou para que parássemos, mas ficou ótimo – disse satisfeito – se fizerem como no treino, a lufa-lufa já era! Mas e aí, como foi lá?

- Parabéns maninho, acho que acabo de perder meu posto de capitão! – Rony ruborizou com o comentário. – Fui convidado para uma escola de aurores!

- É sério? – disse Rony quase engasgando com o osso de frango que agora era roído.

- Sim! Mas se eu quiser ir, terei que deixar Hogwarts antes da formatura e ficarei longe por três anos e...

- Mas como é possível? Pensei que antes você tinha que passar nos NIEM´S?

- Essa escola é meio que diferente das outras, por assim dizer. E por eu ser o queridinho do Voldemort... bem, o fato é que para ir, eu teria que deixar tudo para trás por um tempo.

- Você vai? – Harry se sentiu comovido ao ver a ansiedade na pergunta do amigo.

- Provavelmente não. – ele notou Rony relaxar um pouco.- Em todo caso, tenho uma semana pra decidir e se eu aceitar tenho que assinar um destes pergaminhos. – Rony ameaçou pegá-los para ler mas Harry se esquivou.- Você não pode ler!

- É tão secreto assim?

- Na verdade eu deixaria, desculpe!- disse Harry. – É que primeiro, eles têm um feitiço que impedem qualquer outro de ler, se não for o candidato e segundo, você está suado e com as mãos cheias de gordura de frango. Imaginou que gosma o pergaminho ia virar?

Ambos riram da piada. Rony se deu conta do seu estado e resolveu tomar um banho, para alívio de Harry, mas antes de entrar no banheiro, prometeu que entregaria a firebolt do jeito que a pegou, polida e sem manchas de gordura. Harry então deixou o dormitório e decidiu ir ver Hermione para contar-lhe sobre o que aconteceu enquanto esteve com Dumbledore.
Procurou a garota por todos os cantos sem sucesso. “Será que está no dormitório? Mas a uma hora dessas?” pensou. Estava certo, a porta do dormitório estava trancada por dentro. Harry bateu diversas vezes e chamou por Hermione, mas vendo que ela não atendia, deduziu que estivesse dormindo ou no banho, respeitaria o espaço dela e a procuraria mais tarde.

...
Hermione, cansada de chorar, acabou pegando no sono e foi acordada por batidas insistentes na porta do dormitório. Era Harry, mas a garota nem sequer se mexeu, apenas cobriu a cabeça com o travesseiro e torceu para que ele não insistisse por muito mais tempo. Logo as batidas cessaram, ele havia desistido e ela dormira novamente.
Quando acordou, já era noite, tomou um rápido banho e foi até o salão comunal para tentar empurrar qualquer coisa no estômago. Decidiu que por enquanto, a melhor coisa a fazer caso Harry a procurasse era ignorá-lo, ainda não estava preparada para uma discussão.
Por sorte, Harry não estava no salão àquela hora, apenas Gina comia animadamente na companhia de Luna.

- Mione, venha comer conosco! – disse Luna ao vê-la se aproximar da mesa. Hermione se sentou e ficou olhando o prato à sua frente com uma expressão perdida. – O que houve?

- Nossa, você está péssima – disse Gina colocando sua mão sobre a da amiga. – Tudo bem? – mas não estava tudo bem, a ruiva viu pequenas lágrimas escorrerem pelo rosto de Hermione e ficou ainda mais preocupada. – Mione? Você quer conversar um pouco? – murmurou.

- Será que... será que vocês podem vir comigo? – disse ela passando a mão pelos olhos.

As três então se dirigiram para o dormitório de Hermione e lá, a morena contou tudo o que ocorrera durante a manhã. Gina sabia a respeito da tal saída de Harry, pois Rony treinou o time, mas não conseguia acreditar que ele fosse capaz de inventar todas aquelas mentiras só para ir atrás de outra garota. Não era típico de Harry agir daquela forma, mas a ruiva preferiu não comentar nada , não queria parecer estar na defesa do rapaz.

...x...x...x...

Fiquei realmente preocupado com o modo como você passou a agir, quando fui até seu dormitório naquele dia você não me recebeu, mas achei que só estivesse cansada. No domingo, você simplesmente fugia de mim todas as vezes que eu tentava me aproximar. Na segunda-feira foi Gina quem veio falar comigo, falar na verdade era o modo mais simpático de expressar, ela veio praticamente com a varinha em punho quando viu que eu tentava me aproximar de você.
Mas ainda assim, Gina não me disse o porque de tudo isso estar acontecendo. Eu precisava tanto falar com você, contar sobre a proposta que havia recebido, sabia que quando você soubesse, ao olhar em seus olhos eu finalmente tomaria minha decisão, não queria sair por tanto tempo e deixá-la. Mas comecei a ter dúvidas. Foi quando a noite quinta-feira finalmente chegou, é que ao ver Rony entrar em nosso dormitório com uma cara de poucos amigos, me dei conta de que ia saber algo importante e muito grave, a partir de então, tudo mudaria em definitivo...

...x...x...x...

Rony, preocupado com a atitude inexplicável de Hermione em relação a Harry, resolveu chamar Gina e intervir em favor do amigo. O que ele não esperava é que a irmã contasse toda aquela história absurda, os motivos pela qual Hermione fugia de Harry.
O ruivo, numa atitude corajosa, resolveu antes de quebrar a cara do amigo, contar o que sabia e confirmar a história toda uma vez que, assim como a própria Gina, ele não acreditava que Harry fosse capaz de chegar a tanto. Quando voltou ao dormitório e sentou-se diante de Harry extremamente nervoso:

- Então... quando você vai falar com o Professor Dumbledore a respeito daquela proposta? – Rony decidiu que era a melhor maneira de iniciar a conversa.

- Já disse Rony – começo Harry distraído. – Tenho até sábado. Só que antes eu precisava falar com a Mione a respeito, o problema é que falar com ela está sendo meio complicado.

- Você tem certeza que não sabe porquê ela está agindo assim?

- É claro que tenho! – Harry encarou o amigo. – Não faço a menor idéia, Gina e Luna não me contam e também me ignoram e Hermione foge sempre que me aproximo.

- Bem, eu acho que sei o porquê...

Rony contou então toda história a Harry, este a cada palavra sentia um tremor inexplicável. Como ele poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo? E a carta de Dumbledore? E os pergaminhos? Era tudo estranho e muito ridículo.

- Você não acredita nisso não é? – ele finalmente perguntou a Rony – quero dizer, você não acha que eu inventaria tudo isso?

- Sinceramente cara, eu não sei o que achar!- Harry o olhou incrédulo. – Eu só vi a carta, os pergaminhos em branco...

- Droga! São enfeitiçados, só eu consigo lê-los – gritou Harry impaciente.- De onde saiu toda essa história afinal?

- Não sei cara, Hermione é quem... – ms ele não terminou, pois Harry apanhou a capa de invisibilidade e saiu apresado porta afora. Rony só se deixou ficar na cama imaginando a bomba que logo iria explodir.

Harry vestiu a capa e foi diretamente ao dormitório de Hermione. Já passava da hora de se recolherem e os corredores estavam vazios e muito frios por conta do inverno intenso que havia se instalado.
Ele parou diante da porta do dormitório da garota, respirou fundo e sem a menor cerimônia apanhou a varinha e murmurou um feitiço para destrancá-la.
Hermione que estava sentada na borda do leito apenas de Hobbie, pulou ao ver a porta se abrir e por ela passar um Harry com uma expressão furiosa. O rapaz fechou a porta e se encaminhou até a garota, que agora se punha em pé e segurava sua varinha firmemente na direção dele.

- Explique-se! – disse ele simplesmente.

- Eu me explicar? Não seja ridículo! – ela o olhou com desdém. – não fui eu quem ficou agarrando uma qualquer na biblioteca!

- Eu não fiz isso! – ele tentava se controlar. – Eu estava com o profº Dumbledore e você sabe pois lhe mostrei a carta!

- Porque você mentiu pra mim Harry? – disse ela alterando a voz a cada palavra – Porque não disse simplesmente que iria se encontrar com outra garota ao invés de bolar uma mentira dessas e... – ela suspirou – porque disse a ela que o que eu tinha de especial você já tinha conseguido? PORQUE ME HUMILHOU DAQUELA MANEIRA COMO SE EU NÃO FOSSE NADA? - ela gritou por fim sem conseguir conter as lágrimas.

- EU JÁ DISSE QUE ESTAVA COM O PROFº DUMBLEDORE!!! – Harry também gritava.

- Seu mentiroso, se soubesse como me arrependo de ter estado com você! Você me usou!

- Se arrepende! É por isso que inventou toda essa baboseira? – Era como se ele acabasse de entender a mensagem. – Você não teve coragem não é?

- O que? – ela arqueou a sobrancelha incrédula, ele achava que era uma invenção para por um fim ao namoro.

- Olha Hermione! Se queria terminar comigo e voltar para seu antigo namoradinho era só falar! – Harry cuspia as palavras, queria ofendê-la por tê-lo acusado injustamente. – Cansou de mim não foi? Quer ficar com ele para comparar as diferenças entre nós... – Era a gota d`água. Hermione não o deixou completar a frase, o fez se calar com um sonoro tapa no rosto.

- Nunca mais me dirija a palavra seu pervertido! Quem pensa que sou para me dizer essas coisas, lave sua boca antes dizer algo a meu respeito! – harry sentiu que fora longe demais.

- Hermione me desc...- novamente ela o interrompeu.

- Sai! AGORA!!! – gritou.

Ela se atirou na cama ainda vendo-o deixar o quarto enfurecido.


---CONTINUA---
---UFA... que capítulo grande...
Eu sei... eu sei... tô com dó do Harry, tô com pena da Mione e com vontade de torturar o Érick (arrependido) e a Scheila ( que cobra...XD);
Olha só... ainda não editei para nc-17 o cap III pq o IV tava me ocupando... tanto que ele foi dividido e logo será postado como cap. V...

--- GENTEM... tá legal escrever prá vcs, mas é trabalhozinho para expremer o juizo com idéias para a fic... deixem um comentário POR FAVOR... isso anima (vcs não sabem o quanto) os autores de fics a continuar...tb diminui a taxa de abandono de fics....é verdade!

BEIJOS ESPECIAIS PARA:
- Carla Lígia Ferreira;
- Abel figueiredo
- à Edilma Morais... valeu pela força queridos... espero que continuem lendo e gostando...Esse capítulo é dedicado a vcs!!!

E prá quem não comentou... comenta que eu agradeço...XD!!! bjos

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