Em Hogsmeade



Tonks estava na estação de Hogsmeade, fazendo sua rota com mais alguns aurores. Os alunos de Hogwarts iam chegar a qualquer momento. Estava tudo tranqüilo, não havia sinal de bruxos das trevas, ”Eles não se atreveriam vir à Hogwarts ou à Hogsmeade, com Dumbledore por perto, pensou ela. E então ela vislumbrou algo que lembrava um trem, que foi se aproximando, se aproximando, até se tornar sólido à sua vista. O trem parou, e vários estudantes de Hogwarts saíram dele. Tonks, que ainda estava na estação, viu os rostinhos conhecidos de Gina, Hermione e Rony, mas não sentia a mínima vontade de dizer nem um olá, estava péssima, não queria passar seu baixo astral para eles. Mas foi aí que ela notou que estavam sem Harry. Ficou preocupada, “Harry não está junto dessa galerinha?! Muito suspeito... é melhor eu investigar. Depois de passar os olhos mais uma vez pela estação, Tonks entrou no trem, “Harry tem a Capa da Invisibilidade...” pensou ela. Viu uma cabine suspeita, com tudo fechado, então entrou nela. Viu alguma coisa no chão da suspeita cabine, e logo percebeu que era uma parte de uma camisa. Então raciocinou muito rápido: Harry + Capa da Invisibilidade + Cabine suspeita
E então Tonks apalpou o chão, sentiu a Capa da Invisibilidade e puxou-a.
– E aí, Harry, beleza?
Ela logo viu que ele estava sob um feitiço paralisante, e então fez o contra feitiço em Harry. Tonks ficou segurando a capa enquanto Harry se levantava e tentava se endireitar, e viu que ele estava seriamente machucado no rosto.
– É melhor sairmos rápido daqui – disse ela, pois o trem já estava andando – Anda, vamos pular.
Ela saiu correndo da cabine com Harry a seguindo. Tonks abriu a porta do trem e saltou para a plataforma. Harry imitou-a. Tonks ficou observando-o pensando o que teria acontecido, e então lhe devolveu a Capa da Invisibilidade e perguntou.
– Quem fez isso?
– Draco Malfoy – respondeu Harry – Obrigado por... bem...
– Tudo bem – disse Tonks séria, pois não conseguia mudar seu humor ou pelo menos o tom de voz – Posso endireitar o seu nariz, se você ficar parado. – disse ela vendo o nariz de Harry sangrando e visivelmente quebrado.
– Episkey – Ordenou Tonks, apontando sua varinha para o nariz de Harry.
– Muito obrigado – disse Harry apalpando o seu nariz.
– É melhor usar a Capa da Invisibilidade para podermos andar até a escola – disse ela ainda séria. Enquanto Harry se cobria com a capa, Tonks agitou sua varinha fazendo sair o seu patrono e lhe mandando levar um recado à Hagrid. O quadrúpede patrono voou célebre na escuridão.
– Aquilo era um patrono? – perguntou Harry
– Era, mandei avisar no castelo que você está comigo, para não se preocuparem. Anda, é melhor não perdermos tempo.
Eles saíram em direção à estrada que levava à escola.
– Como foi que você me encontrou?
– Notei que você não tinha desembarcado do trem e sabia que levava a Capa da Invisibilidade. Achei que podia ter acontecido algo. Quando vi a cortina baixada naquela cabine, resolvi investigar.
– Humm... mas que você está fazendo aqui? – perguntou Harry.
– Estou baseada em Hogsmeade, para reforçar a proteção à escola.
– É só você que está lá ou...?
– Não, Proudfoot, Savage e Dawlish também.
– Dawlish, aquele auror que Dumbledore atacou no ano passado?
– Esse mesmo.
Eles caminharam pesadamente pela estrada deserta, seguindo os sulcos frescos deixados pelas carruagens. Tonks andava olhando para o chão, estava pensando aonde iria depois que acabasse sua hora de trabalho. Ela não queria ir para casa, pois sabia que ia começar a se lamentar e chorar, etc. “Vou naquele bar que tem perto do Caldeirão Furado” pensou ela “É um bar trouxa, mas parece ser muito bom, assim eu me distraio um pouco.”
Estava imersa em seus pensamentos sobre isso que nem percebeu quando ela e Harry chegaram aos portões de entrada de Hogwarts.
– Alohomora! – Ordenou Harry, apontando a varinha para o cadeado, mas nada aconteceu
Tonks estava esperando alguém chegar e ficou olhando a tentativa de Harry.
– Não faz efeito nesses portões. Dumbledore enfeitiçou-os pessoalmente.
Harry olhou para os lados.
– Eu poderia pular o muro – Sugeriu Harry.
– Não, não poderia – respondeu Tonks, categoricamente. – Feitiços antiintrusos em todos os muros. A segurança está cem vezes mais rigorosa este verão.
– Bem, então, suponho que eu vá ter de dormir aqui fora e esperar amanhecer.
– Está vindo alguém buscar você. Olhe.
Um lampião balançava à entrada do distante castelo. A pessoa chegou mais perto e Harry despira sua Capa da Invisibilidade. E Tonks, com certa irritação, viu que era Severo Snape.
– Ora, ora, ora – debochou Snape, e, puxando a varinha, deu um toque no cadeado, fazendo as correntes soltarem e os portões abrirem, rangendo. – Que prazer você ter aparecido, Potter, embora seja evidente que, em sua opinião, o uso do uniforme da escola desmerece sua aparência.
Tonks ficou assistindo, vendo como Snape era ruim e injusto com Harry.
– Não pude me trocar, não tinha o meu... – começou Harry, mas Snape o interrompeu.
– Não precisa esperar, Ninfadora, Potter está bem... ah... seguro em minhas mãos.
– Enviei minha mensagem a Hagrid – replicou Tonks, enrugando a testa.
– Hagrid se atrasou para o banquete, como o Potter aqui, então eu a recebi. E a propósito – disse Snape, afastando-se para deixar Harry passar –, achei interessante conhecer o seu novo patrono.
Tonks agora sentia raiva, pois notava a malícia no tom de Snape. Ele bateu os portões com estrépito na cara de Tonks e deu um novo toque nas correntes, que deslizaram, retinindo, à posição inicial.
– Acho que você estava mais bem servida com o antigo – comentou Snape, com inconfundível malícia na voz. – O novo parece fraco.
Tonks agora estava chocada e transbordando de raiva de Snape. “Como ele soubera? Até onde ele sabia?” pensou ela “ai, que ódio desse...!”
– Boa-noite! – gritou Harry por cima do ombro, quando começou a andar com Snape em direção à escola. – Obrigado por... tudo.
– A gente se vê, Harry. – respondeu Tonks.
Ela agora caminhava de volta ao seu posto. Ainda se perguntava como Snape sabia, aliás, se ele sabia. Se bem que, para tirar essa brincadeirinha de péssimo gosto – pensou Tonks – deve saber, ai, também que me importa se esse cara sabe ou não?! Que se dane Snape e suas insinuações!
Já estava em sua base, quando Dawlish se dirigiu para ela.
– Oh Tonks! – Chamou-a.
– Que foi?
– Onde você estava? Vi-lhe indo em direção à Hogwarts.
– Não lhe interessa, Dawlish. Só estava verificando, afinal é para isso que estamos aqui não?!
– Hum... – E foi embora, caminhando em frente.
Tonks olhou no relógio, já era quase onze horas. Às onze horas terminava sua rota.
Ficou pensativa novamente. Para onde iria depois dali? Para casa de Dona Andrômeda não – pensou Tonks. – Muito menos para a minha. Então é isso... vou ver como são os bares trouxas, vou naquele da rua trouxa do Caldeirão Furado. Ela se lembrara que uma vez, passou tarde por aquela rua, umas meia-noite, e ouviu músicas suaves e bonitas. Era do que estava precisando. Deu mais uma olhada no relógio e já era onze e dez. Seu substituto já deveria estar ali. Então Tonks andou até Savage, que estava à vista dela e perguntou.
– Meu substituto, que não sei quem é, já chegou? Posso ir?
– Já chegou sim. Pode ir. Boa-noite Tonks e te cuida.
– Valeu, boa-noite pra você também.
E se encaminhou até uma rua de Hogsmeade, perto do Cabeça de Javali, e aparatou.

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