A Confissão



Remo estava sentado na porta da casa de Tonks. Encontrara um tempo livre para visitar a garota. Ele queria, precisava ver como ela estava. Lupin sabia que tinha mexido com os sentimentos dela, assim como ela com os seus. Mas ele se sentia muito culpado por isso, principalmente por não poder fazê-la feliz. Olho-Tonto contou a ele havia uns três dias, que Tonks estava muito mal, abatida, parecendo triste, cansada, ela já não sorria mais como antes. Lupin se sentia imensamente culpado, por isso foi vê-la, para pelo menos poder oferecer-lhe uma amizade, já que ele sabia que era ridículo se iludir que poderiam ficar juntos como dois amantes.
Então ele a viu. Ele não soube explicar, mas uma sensação de felicidade e tristeza tomou conta de si. Felicidade por vê-la ali, bem diante dos seus olhos. E tristeza por vê-la tão abatida por causa dele.
– Remo?! Você por aqui...? – Perguntou Tonks parecendo muito surpresa.
– É... bem... vim ver como você está. Estive muito preocupado com você esses dias...
– ah... sim... entre! – E com um aceno de varinha abriu a porta da casa
– Pode sentar. – Falou Tonks apontando uma poltrona a sua frente. – E então...?
– Bom... você...você está melhor? – Perguntou Lupin sem saber o que falar.
– Já estive bem melhor – disse ela com impaciência.
– Ah, Tonks... desculpa por tudo, eu não queria fazer você sofrer assim, não mesmo... mas é que não podemos realmente ficar juntos, pois sou...
– Já sei, já sei. Velho demais, pobre demais, perigoso demais, idiota demais! – Disse ela aborrecida – Olhe! Porque não diz realmente os seus motivos?!
– Esses são os meus motivos!
– Não cola, Remo! Isso lá são motivos??!! – Falou ela muito irritada – você não me ama como eu te amo, não é isso? Hã, hã?? – Falou em tom de desafio.
Lupin ficou sem fala. Não era nada disso. Ele a amava mais do que tudo nessa vida, mas não podia dizer isto, ou ela criaria novas esperanças.
– Eu sabia... – Falou ela pausadamente e franzindo a testa.
– Olhe Tonks... – Ele tentou falar com calma, mas sua tentativa não deu certo e logo se irritou e gritou – Você não sabe de nada entendeu?!
– Ah! Se você se acha tão sabido, vivido e eu uma obtusa, me explique!
– Olhe, a questão não é essa... vamos supor que eu a ame – Falou ele – e aí? Você não conseguiria viver comigo, não ia suportar namorar um lobisomem! Não é apenas a Lua Cheia! É uma vida, sempre fui rejeitado por ser lobisomem, não consigo arranjar emprego, sempre fico doente depois da lua cheia, é muita coisa Tonks! Você não suportaria! – Disse ele em pé e caminhando de um lado para o outro.
– É, pelo visto o obtuso aqui é você... você realmente não sabe o que é o amor Sr. Lupin... não sabe o que é querer estar perto daquela pessoa, de dar o teu apoio, de enfrentar o mundo, largar tudo somente pra ficar com ele. Você realmente não acredita que o amor supera todos os obstáculos da vida?
– Eu sei muito bem o que é o amor! Mas não posso parar de pensar com a minha razão e pôr somente meus sentimentos e emoções à frente. E o amor também é, Srta. Tonks, pensar sempre no bem da pessoa amada, mesmo que isso seja ruim para os dois.
– É, mas isso não tem absolutamente nada a ver! Seus motivos são facilmente superáveis, basta você mesmo querer. – Disse ela se aproximando dele.
– Veja – Disse Lupin tomando o rosto em forma de coração de Tonks em suas mãos – Eu só estou fazendo isso porque te amo. – Deu um beijo na testa da garota e saiu porta afora.
Tonks ficou olhando ele sair pela porta, demorou alguns segundos para ela perceber a profundidade que teve as últimas palavras de Lupin “Eu só estou fazendo isso porque te amo”. E pensou, “Que diabos de amor é esse?!”, que prefere deixá-la sofrendo sozinha e ficar sofrendo também, do que fazer os dois felizes amando-se infinitamente?! E então, ao invés de ficar feliz por ele ter dito pela primeira vez que a amava, ficou triste e com mais raiva. Ela xingara ele de tudo que vinha à sua cabeça. “Homem estúpido”, pensou ela, “mais estúpida ainda sou eu que sofro tanto por causa das tolices dele”. E com grande exaustão, Tonks se deitou na cama, começou a chorar, mas logo adormeceu, imersa em seus devaneios.

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Lupin estava na Toca. Era o décimo sexto aniversário de Harry. Estava sentado à mesa.
– Tinha havido mais dois ataques de dementadores – Ele anunciou, quando a Sra. Weasley ofereceu-lhe uma grossa fatia de bolo de aniversário. – E encontraram o corpo de Igor Karkaroff em um barraco no norte do país. Sobre o local pairava a Marca Negra, aliás, para ser franco, fico surpreso que ele tenha sobrevivido quase um ano depois de desertar os Comensais da Morte; lembro que o irmão de Sirius, Régulo, durou poucos dias.
– Foi – disse Molly Weasley –, mas quem sabe devíamos mudar o rumo dessa...
– Você sabe o que aconteceu com o Florean Fortescue, Remo? – Perguntou Gui – O cara que dirigia...
–... a sorveteria no Beco Diagonal? – perguntou Harry – Que aconteceu com ele?
– Foi levado à força, pelo estado em que ficou a sorveteria...
– Por Quê? – indagou Rony, agora Molly olhava irritada para Gui e Remo.
– Quem vai saber? Deve ter aborrecido os caras. Ele era um bom sujeito... – Falou Gui
– Por falar em Beco Diagonal – lembrou o Sr. Weasley –, parece que o Olivaras também desapareceu.
– O fabricante de varinhas? – exclamou Gina surpresa.
– É. A loja está vazia. Não há sinais de luta. Ninguém sabe se foi embora porque quis ou se foi seqüestrado.
– Mas, e onde as pessoas vão comprar varinhas agora?
– Terão de se arranjar com outros fabricantes – respondeu Lupin – Mas o Olivaras era melhor, e se o outro lado o tiver levado não será nada bom para nós.
– Muito bem, Gina, Hermione, me ajudem a tirar a mesa. E o resto já pra sala! Conversem lá queridos, temos que arrumar aqui.
– Ah, acho que já vou. – falou Lupin, que não queria mais conversar – feliz aniversário, Harry.
– Ah! Não! Não, não senhor! Quero falar com você antes de ir embora, a sós.
– Ai, tudo bem... – suspirou ele, já sabendo de que assunto seria.
– Ah, podem me deixar a sós com Remo na cozinha, por favor? – disse Molly para Gina, Hermione, Rony e Harry. Os únicos que ainda estavam na cozinha.
– Remo, ainda nessa semana conversei com Tonks...
– É, eu também – interrompeu-a
– Então você sabe como ela está, né?! – perguntou uma irritada Sra. Weasley
– Sei... só não sei porque ela ainda insiste nisso. Se certas pessoas parassem de incentivá-la...
– Está falando de mim?!
– Só disse certas pessoas – Disse quase sorrindo
– Não é para rir não! Isso é realmente sério!
– Sim, eu sei. É pro isso que já conversei com ela e já me expliquei. Se a senhora quiser ajudar eu sugiro que...
– Faça a sua cabeça voltar ao lugar! – interrompeu-o
– Ela está no lugar devidamente certo. No lugar da razão. – Falou ele se dirigindo à porta.
– Tudo bem, faça como quiser, mas só lhe lembro que assim você está fazendo uma linda mulher infeliz, e sim, ela é uma mulher Remo, pare-a de tratar como se fosse uma menina. Ela está se mostrando bem mais madura que você.
– Tá, Molly... Adeus.
– Tchau.
E saiu pela porta da cozinha, aparatando em seguida. Esta noite ele iria se juntar aos outros lobisomens, tinha que se preparar, saber o que fazer e falar. Não podia estar com os pensamentos vinte e quatro horas em Tonks.







* Bigadinhu pelo coments Adriana! minha miguinha de infancia!*

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