ANIMAGIA
Alvo avistou seus pais e foi recebido com potentes feitiços “Estupefaça” e caiu desacordado no chão. Harry atou cordas em seus pulsos e tornozelos, tomando também sua varinha. Acordou seu filho, que mais parecia um sósia malfeito de Draco Malfoy, com um pontapé no estômago. Alvo não sabia que o pai podia chutar tão forte a ponto de fazer ele sentir o gosto do sangue em sua boca com apenas uma investida.
- Onde estão meus filhos?! Responda, seu canalha! – Gina falou, tomando a dianteira do interrogatório.
- Sou eu mamãe... – sussurrou o menino.
- Deve estar delirando! – e Gina desferiu-lhe um bom tapa no rosto. “Meus pais devem ter treinado vale-tudo quando eram mais jovens” pensava o menino, tamanha era a dor que estava sentindo.
- O Alvo...
- Isso mesmo, qual é o alvo de vocês? O que esperam conseguir com essa invasão a Hogwarts?
- Sou Alvo Severo Potter, filho de Ginevra Molly Weasley e Harry James Potter! Estudo no primeiro ano e tenho um irmão e uma irmã! Esse ano fomos passar o Natal em Godric´s Hollow com um cigano! Sou eu, pelas barbas de Merlin! – o garoto falava desesperado, à beira das lágrimas.
Os adultos pararam subitamente de se mexer.
- Polissuco? – perguntou Hermione.
- Isso mesmo. – Alvo respondeu, ainda tonto.
Com um aceno de varinha Gina fez um encantamento para aliviar as dores de seu filho, logo depois deu um abraço nele.
- Quer matar sua mãe de susto?
- Eu que quase fui morto por vocês. Me lembre de nunca mais tomar Poção Polissuco sem avisar vocês.
- Onde estão James e Rose? Afinal, quem está por trás desse ataque à escola?
Alvo contou rapidamente que Minerva McGonagall estava aprisionada, e que haviam bruxos das trevas infiltrados em Hogwarts. Falou que Neville e os outros professores deviam chegar em breve e contou sobre a planta que tinha usado para derrubar seus inimigos na Sala da Diretora. Assim que terminou o relato, seu rosto começou a voltar ao normal, e as roupas de repente ficaram grandes demais para ele.
- Vamos até a Torre de Astronomia, então. Você procura sua prima com o Mapa do Maroto, assim que encontrá-la volte para o Salão Comunal da Grifinória. – Harry disse seriamente para seu filho.
- Ok. – nem bem os adultos saíram, Alvo achou o nome de Rose e James descendo as escadas entre o sexto e o quinto andares.
Rose começou a ter dificuldades para carregar James, pois o efeito da poção estava acabando. Ela chegou ao sexto andar e encostou o corpo de James atrás de uma armadura, sentando-se ao lado dele logo depois. Passados pouco mais de cinco minutos, Alvo chegou correndo até onde ela estava.
- Está tudo bem, Rose? Também usou a plantinha que Neville nos deu?
- Usei sim. Comigo está tudo bem, só um pouco cansada de carregar o James.
- Nossos pais subiram na Torre de Astronomia para capturar os bandidos-chefes e os professores também estão indo para lá dar cobertura. Papai disse para irmos esperar no Salão Comunal da Grifinória.
- O que acha de ir espiar a batalha deles? – perguntou Rose, com um brilho no olhar.
- Deve ser demais! Vamos acordar James e subir a torre.
- Enervate! – exclamou Rose, tocando com a varinha na testa de James.
Ele sentou ereto, espantado.
- O que está acontecendo? É um sonho? Juro que vi uma vaca voando!
- Vamos bobão, nossos pais vão duelar na torre. Vai ser um espetáculo.
- Então vamos! Marchem soldados! – James disse, ainda meio atordoado.
Quando os três chegaram, a escada para a Torre de Astronomia estava soterrada em escombros. Os corpos dos bruxos adormecidos jaziam reunidos num canto mais afastado e praticamente encobertos pelos destroços estavam dois corpos amarrados dos pés à cabeça.
- Temos que levá-los para a enfermaria. – Rose disse.
- Por quê? Eles são bruxos das trevas! – retrucou Alvo.
- Deixa disso, Al. Eles podem ser malignos, mas ainda são seres humanos. Vingardium Leviosa! – com um gesto de varinha, James fez os dois levitarem – Qual é mesmo o caminho para a enfermaria?
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Hogwarts, cerca de meia hora antes.
Harry, Hermione e os dois Weasleys amarraram os diversos bandidos que tinham caído de sono por causa da armadilha preparada por Rose. Após isso, nem precisaram subir as escadas da Torre de Astronomia, pois no momento em que iam fazer isso o trio de malfeitores havia acabado de descer de lá. Furiosa, Lady Pollock não percebeu de imediato quem eram aquelas pessoas paradas ali, porém, os dois ao seu lado reconheceram antes e atacaram.
- Avada Kedavra! – berraram os dois.
Harry já tinha visto aquela maldição imperdoável diversas vezes na sua vida e em cada um delas ele sentira a mesma raiva. A maldição da morte despertava em Harry sentimentos inconscientes que traziam à tona a morte de seus pais. Aqueles dois não pareciam muito experientes em disparar o Avada Kedavra, e tinham errado por muito os dois amigos e suas respectivas esposas.
Com movimentos quase imperceptíveis, Harry desarmou os dois ao mesmo tempo, capturando suas varinhas no ar. Assustados, os dois ainda tentaram subir de volta pelas escadas mas Rony vociferou “Incarcerous!” e amarrou completamente os dois.
- Expelliarmus! – Hermione falou, desarmando Lady Pollock.
- Depulso! – gritou Gina, furiosa. Arremessando a bruxa vários degraus acima.
Lady Pollock nunca havia sido tão humilhada em sua vida, pois nunca tinha encontrado bruxos tão poderosos. Por mais que ela não quisesse admitir, Harry Potter parecia um cara suficientemente poderoso para ter dado fim em Voldemort. Mas ela também não iria se entregar tão facilmente, ainda havia um último truque para ela tirar da manga.
Concentrando-se muito, ela iniciou o processo. Seus pés viraram poderosas garras de águia, enquanto seus braços transformavam-se em poderosas asas. Seu rosto ia perdendo as feições humanas e um grande bico se desenhava onde antes havia seu nariz e sua boca.
- Não acredito! – disse Rony – Ela é...
- Uma Animaga. – Hermione disse num fio de voz – Incrível.
Um grande hipogrifo surgira onde antes estava Lady Pollock. Num impulso veloz, ela investiu contra os quatro, batendo asas e bicando seus oponentes. Gina e Rony foram pegos no primeiro ataque, sendo atirados no chão com bastante força, a varinha de Rony tinha rolado para fora de alcance e Gina estava com um grande ferimento no braço onde Lady Pollock lhe acertara um bicada.
Harry ateou fogo em uma das asas, mas não foi suficiente para impedir o avanço do animal. Dando um coice certeiro, o hipogrifo deixou cortes profundo no peito de Harry, fazendo-o cair.
- Reducto! – bradou Hermione, mirando o teto acima da Animaga e fazendo desabar grandes blocos de pedra.
O hipogrifo já estava bastante machucado, mas ainda assim possuía uma tremenda força. Com um galope forçado, fincou as garras dianteiras nos ombros de Hermione e subiu para a Torre de Astronomia num vôo descontrolado. Hermione, além das perfurações em seus ombros, estava se chocando contra os degraus da escada e achava que já tinha pelo menos um osso quebrado. Num esforço sobre-humano, Lady Pollock – em forma de hipogrifo – fugiu voando pela abertura da Torre de Astronomia.
A Animaga, ferida, não conseguiu sustentar o vôo durante muito tempo. Foi praticamente planando para baixo ainda com sua asa em chamas, lembrando a queda de um meteoro. A aterrissagem ocorreu no meio da Floresta Proibida, o hipogrifo bateu em diversas árvores, largando Hermione em uma dessas colisões, até cair de vez numa clareira.
Vagarosamente os traços de hipogrifo foram desaparecendo e Lady Pollock retornou à sua aparência humana. Exausta e desarmada, ela começou a procurar Hermione no meio da floresta, na esperança que pudesse recuperar sua preciosa varinha. Seu braço esquerdo estava com queimaduras graves e seu supercílio estava sangrando do mesmo lado. Ela cambaleou entre as árvores e avistou Hermione desacordada presa entre os galhos no alto de uma árvore.
Lady Pollock tinha certeza que não conseguiria subir até o topo no estado em que se encontrava. Num ato desesperado, ela começou a vasculhar no chão esperando que a varinha tivesse sido solta durante a queda. Ela estava correndo contra o tempo pois sabia que dentro de poucos instantes os outros chegariam para resgatar Hermione, ou seja, recuperar a varinha era sua última e única esperança.
Ela tateou o chão durante alguns minutos, com a visão já embaçada pela dor e pelos ferimentos. Quando parecia que tudo seria em vão, ela achou sua varinha entre um punhado de folhas secas, porém ao mesmo tempo escutou algo que fez gelar seus ossos.
- Ela está ali! – a voz de Harry Potter ecoou nas sombras da Floresta Proibida.
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