Capitulo 10



Então não aconteceu mais nada. Havia apenas as ondu¬lações onde David caíra. Mione gritou e então não notou mais suas pernas ou qualquer outra coisa. Algo lhe deu asas. Alcançou o ponto onde David caíra e mergulhou na água. Enquanto a água marrom e fria a envolvia, ela man¬teve os olhos abertos e nadou, procurando, até que sua mão tocou o tecido da roupa de David.
Ele não estava se debatendo. Não havia nenhum movimento!
Um medo terrível a tomou quando conseguiu levá-lo para a superfície. Quando saíram da água, Mione percebeu que podia ficar em pé. A água chegava apenas até seus ombros. Então duas mãos tiraram David dela. Os olhos do menino estavam muito arregalados e ele tentava recuperar o fôlego. David começou a tossir e cuspir água e Mione pôde ver o rosto de Rony acima do dele, segurando David com um braço e estendendo o outro para ajudá-la a sair da água.
Mas ele não tirava os olhos do filho.
— Ele está bem, Rony. — as palavras de conforto saíram de sua boca enquanto sentava-se na margem, toda molhada, mas sem nem reparar nisso. — Olhe, David está respirando normalmente agora. Ele só teve um grande susto.
O modo como Rony olhava para o filho, com uma expressão atormentada que ela nunca tinha visto antes, a intrigou.
Era como se o choque houvesse removido a barreira de ferro que ele colocara ao redor de seu coração e libertara as emoções contidas. Era como se estivesse vendo David pela primeira vez, sentindo algo por ele pela primeira vez... provavelmente imaginando como chegara perto de perdê-lo.
Hermione percebeu que por mais que ele tentasse se distan¬ciar emocionalmente do filho, o amor, a dor e a vulnerabi¬lidade continuavam ali, escondidos sob a superfície. Mas ele não iria admitir ou reconhecer isto nem para si mesmo.
Quando David começou a chorar a plenos pulmões, Rony virou-se, bravo, como que desejando esconder uma fraqueza.
— Sua irmã devia estar tomando conta dele!
— Ela estava... — Hermione começou a defender a irmã de forma automática. — Ela dormiu por um segundo... Ela ainda está fraca e com o calor do sol...
— Isso não é desculpa! Se você não estivesse aqui e não agisse tão depressa, David teria se afogado.
Ela ficou quieta, sabendo que Nick tinha sido descuidada. Aquilo poderia ter terminado em um desastre. Se David tivesse caído da margem alguns minutos antes... Se ela não tivesse conseguido encontrá-lo dentro da água... ela tremeu ao pen¬sar nas possibilidades.
Mas seu instinto protetor a fez continuar defendendo a irmã, atraindo a culpa para si mesma.
— Eu não devia ter deixado David só com ela quando ainda está tão... tão frágil. David é minha responsabilidade, não da Nick.
— Já está na hora de você deixar sua irmã assumir a responsabilidade por seus próprios atos, está na hora dela sair do mundinho dela e voltar para o mundo real.
Hermione suspirou, concordando em silêncio com ele, apesar de continuar a defendê-la.
— Ela ainda está deprimida... ainda está abatida por causa de tudo que sofreu... mas ela vai superar isso. Ela nunca foi assim antes...
Então eles ouviram um grito e viraram-se, vendo Nick correndo para eles.
— Oh meu Deus! — gritou ela, ficando completamente branca ao ver David todo molhado. Reparando que a irmã também estava molhada, ela compreendeu o que tinha acon¬tecido. — Ele está bem?
David, distraído pela chegada de Nick, parou subitamen¬te de chorar e sorriu abertamente para ela.
— Ele está bem, como você pode ver. — disse Mione depressa, esperando que Rony dissesse algo como "Não, graças a você" e continuasse a agredir Nick por sua irresponsabilidade. E como poderia impedi-lo de agir assim? Ele tivera um choque e tanto e desta vez tinha sido por pouco que algo realmente sério não tinha ocorrido.
Mas Rony a surpreendeu. Ele não disse nada agressivo. Com um olhar para o rosto perturbado de Nick, Rony se conteve e sua voz ficou suave, como se tivesse lembrado que Nick perdera o próprio filho não fazia muito tempo e não precisava de raiva e sim de compreensão.
— Mione o pegou bem na hora. Ele se molhou um pouco, é tudo. E ficou um tanto assustado. E o diabinho já superou tudo. — comentou ele, olhando para o filho. — Veja como ele está rindo! Só precisamos vigiá-lo com mais atenção no futuro. Estas perninhas podem correr bem mais depressa do que se pode imaginar. A culpa foi minha, não sua, por ainda não ter feito a cerca na represa. Vou colocar alguns homens trabalhando nisso agora mesmo.
Rony tocou o ombro dela, como que agradecendo sem dizer uma palavra, antes de se afastar com David no colo.
— É melhor trocar as roupas dele. E isso vale para você também, Mione.
— Está bem. — Mione ficou parada ali enquanto ele se afastava, observando-os se afastarem.
— Eu preparo o jantar hoje. — ofereceu-se Nick em um impulso, passando o braço pelo da irmã. — Eu cuido do jantar e você pode relaxar e ficar com os pés para cima um pouco.
Mione ia protestar dizendo que já passara metade do dia fora quando percebeu que aquela era a forma de a irmã pedir desculpas. Ela finalmente assumia uma responsabi¬lidade. Ela queria mostrar a eles que merecia confiança.
Talvez Rony esteja certo, pensou ela. Talvez esta tragé¬dia que quase aconteceu tenha ajudado a arrancar Nick da depressão em que estava.
— Obrigada, Nick. — disse ela, sorrindo para a irmã. — Vai ser ótimo!
Foi apenas quando estavam reunidos na varanda para tomar um drinque e a imensa bola amarela do sol descia por trás das colinas em um mar de vermelhos e dourados, que Nick notou o anel de diamantes no dedo de Mione.
— Mione, você está usando um novo anel! O que...?
— Eu estava para lhes dizer — interrompeu Rony, erguendo uma garrafa de champanhe Yellowglen que tinha colocado na geladeira pela manhã. — Hermione concordou em se tornar minha esposa. E a nova mãe de David.
Ele abraçou Mione pela cintura e a puxou para mais perto.
— Vamos nos casar no domingo. — prosseguiu ele. — Aqui em Yangalla mesmo, às onze em ponto. Vocês todos estão convidados.
Rony sorria abertamente, parecendo orgulhoso e feliz.
Em meio a exclamações de surpresa e cumprimentos, Mione olhou ao redor para Neville, Dora, Remo, Nick e David. Este último, parecendo mais interessado no caminhãozinho vermelho que ganhara do que na novidade. Ficou pensando se Rony não estaria apenas atuando diante dos amigos, talvez para deixá-la mais à vontade.
Ou será que aquela felicidade e orgulho que demons¬trava eram verdadeiros?
Talvez fossem. Mas ele não a amava.
— Não vou fingir que estou apaixonado por você. — ele tinha dito, e Mione aceitara tal fato. Ela não desejava, tanto quanto ele, que emoções ou sentimentos fizessem parte da relação.
Então por que seu coração parecia súbita e inexplica¬velmente pesado? Um homem podia sentir-se feliz e orgu¬lhoso sem estar loucamente apaixonado, não podia? Se Rony estava feliz, ela devia tentar ficar feliz também...
Ela estava feliz. Quanto mais tempo passava ali em Yangalla, mais feliz ficava. Queria ficar ali com Rony. Queria ajudá-lo a criar o filho. Queria...
Ela piscou depressa, chocada, incapaz de acreditar no grito desesperado que vinha de dentro do seu ser. Queria o amor de Rony.
Sua cabeça começou a girar quando esta amarga realização ficou clara. Desejava o amor de Rony porque estava apaixonada por ele! Por mais impossível que parecesse um mês antes, tinha se apaixonado novamente, e por um inglês! E o pior, estava apai¬xonada por um homem que nunca a amaria também.
Como isso fora acontecer? Como?
Hermione não conseguia olhar para Rony. Felizmente, os outros estavam entusiasmados demais com a notícia.
— Sua sortuda. — sussurrou Nick ao abraçá-la. —Agora entendo por que vocês ficavam tão felizes em me ver ir para a cama mais cedo! E me fizeram acreditar que ficavam trabalhando até tarde.
As palavras "mas nós estávamos mesmo trabalhando" quase saíram dos lábios de Mione, porém ela as segurou bem a tempo. Que Nick pensasse o que quisesse. Desde que não descobrisse a verdade, tudo estaria bem. Nick não podia saber que fora por causa dela que a irmã mais velha concordara em se casar com Rony. Amor e sentimentos não tinham nada a ver com o casamento.
Não até aquele momento...
— A Mione e Rony! — gritou Remo, erguendo a taça.
— A Mione e Rony!
O champanhe era bom. Rony a manteve ao seu lado, abraçando-a todo o tempo, e ela ficou agradecida pelo apoio. Mas Rony ainda a apoiaria se soubesse o que sentia de verdade?
Rony estava se casando com ela porque era uma mulher prática, sensata e que não queria emoções. Estava se ca¬sando com ela porque ela lhe garantira que não desejava amor e não esperaria amor ou emoções da parte dele. E agora, que droga, estava apaixonada por ele
E o que sentia por Rony ia mais fundo, muito mais fundo do que jamais sentira por Vitor. Sem Rony, ela achava que ia querer morrer.
— Oh, deixe-me fazer seu bolo de casamento! — ofereceu Dora. — A menos que você já tenha...
— Oh, Dora, não precisa. — protestou Mione, mas Dora insistiu.
— Eu adoro fazer bolos. E decorar também. É uma desculpa para ser criativa.
— Bem, obrigada, Dora. É muita gentileza da sua parte.
— Os bolos da Dora são realmente divinos. – comentou Rony.
— Que é isso, Rony!
— Estou falando a verdade!
— Vocês vão ter uma lua-de-mel? — perguntou Dora e Mione não soube o que dizer. Não tinha conversado com Rony a respeito disso
— É claro que sim. — respondeu Rony — Mas não vai ser imediatamente. Queremos terminar a casa primeiro. E fazer algumas outras coisas aqui em Yangalla... — ele apertou o abraço dela, como que dizendo que as decisões eram todas mútuas. — Depois do inverno na Inglaterra, nosso verão, faremos uma viagem a Londres para ficar um pouco lá. Deixaremos David com meus pais e então teremos uma lua-de-mel de verdade. Em Veneza.
Hermione ficou surpresa. Veneza! Rony continuou a explicar para Dora.
— Você entende, Veneza foi onde nos conhecemos. Mas não nos amávamos então... — ele olhou para Mione, com um sorriso caloroso em seus lábios. — Eu sempre disse que Veneza era para amantes, não é, querida?
“Querida!” Mione assentiu sem perceber; sentindo um imenso prazer em ouvi-lo usar a palavra, apesar de saber que era apenas parte do trato. Ele certamente faria todos acreditarem que estavam apaixonados. Rony estava reali¬zando o papel do noivo orgulhoso e feliz com perfeição!
Mas ele não estaria assim tão alegre, com certeza, se sou¬besse que sua prática e sensata noiva estava loucamente apaixonada por ele. “Os indícios estavam todos ali”, pensou ela, “mas eu me recusei a ver”.
Outros sentimentos por Rony haviam se desenvolvido antes. Respeito, carinho, um verdadeiro amor por Yangalla, a ligação que compartilhavam através de David e, com o tempo, a confiança, um sentimento que nunca esperara sen¬tir novamente... muito menos por um inglês.
Aprendera com o tempo que Rony era um homem íntegro que cumpria sua palavra. Um homem sempre aberto a novas idéias e que era honesto com ela e também com os outros. Tudo o que Vitor jamais tinha sido. Mesmo que a honestidade às vezes pudesse machucar. “O amor que tive pela minha esposa jamais sentirei outra vez... nem quero sentir outra vez”.
No começo, isto não fizera diferença porque não queria o amor dele. Mas agora...
Hermione começou a ficar preocupada. Conseguiria seguir adiante com este casamento sabendo que Rony jamais a amaria do modo como o amava...? Sabendo que nunca seria para ele o que Luna tinha sido... o amor de sua vida? Ele mudaria de idéia quanto ao casamento se soubesse que estava apaixonada por ele?
Ele iria acabar com tudo; disso ela tinha certeza.
O telefone tocou dentro de casa.
— Eu atendo. — disse Rony, tirando o braço da cintura dela, o que provocou uma sensação de frio nos locais que sua mão e braço antes tocavam.
— Bem, nós precisamos ir. — disse Dora, fazendo Remo se levantar. — Estamos tão felizes por vocês, Mione... Estávamos mesmo torcendo... — admitiu ela, ficando vermelha e sorrindo.
— Minha esposa é uma casamenteira incorrigível. — informou Remo, alegre. — Mas eu não poderia estar mais contente. Também estava torcendo em segredo, vocês merecem muita felicidade. Eu considero Rony como um filho e acho que ele não poderia ter escolhido alguém melhor. Obrigado pelo convite para o ca¬samento. Estaremos aqui.
— Bem, mas lembrem-se que não será...
— Nós preferimos uma cerimônia simples. — interrompeu Dora. — São muito mais divertidas que aquelas superproduções todas enfeitadas. Eu venho no dia anterior para ajudar a arrumar as coisas. E se quiser uma babá na noite do seu casamento para você e Rony ficarem sossegados, nós podemos levar David conosco para passar a noite. Ou duas noites, se vocês quiserem.
— David adora nos visitar. — completou Remo — E Dora vai adorar a chance de mimá-lo um pouco. David é como um neto para nós.
— Oh, Dora... Remo... É muita gentileza... Eu vou conversar com Rony, ele pode não querer sair de Yangalla...
— Besteira! Claro que ele vai querer passar uma noite ou duas sozinho com sua noiva — disse Dora. — Vocês podem ir a Melbourne... passar dois bons dias em um daqueles grandes hotéis. Ou ficar em uma daquelas mansões... como a Padthaway House, na região vinícola de Coonawarra. Fica a apenas algumas horas daqui. Remo me levou lá para uma segunda lua de mel. É um sonho...
— Vamos, meu bem. — disse Remo puxando a esposa, enquanto piscava para Mione. — Ela vai exigir voltar lá se eu deixá-la continuar.
Enquanto eles partiam, Nick se levantou também.
— Eu vou cuidar do jantar. Você vai ficar, não é, Neville? Vou fazer carne assada.
— Obrigado, Nick. Vou adorar.
Hermione reparou no olhar de Neville ao sorrir para Nick e ficou chocada. Não. Neville também? Não era possível. Não podia haver outra pessoa em Yangalla sofrendo de amor.
Seria possível que seus olhos estivessem mostrando que estava apaixonada por Rony de forma tão óbvia quanto estava vendo nos olhos de Neville?
Mas ela estava noiva de Rony iriam se casar em alguns dias. Todos esperavam que agisse como uma mulher apai¬xonada. Até mesmo Rony iria esperar que ela representasse bem. Ele iria atuar com perfeição, bancando o noivo feliz.
— Mione — chamou Rony da porta. — Minha mãe quer falar com você... acabo de contar a ela que vamos nos casar.
O estômago de Hermione gelou. Então a mãe dele já sabia. Como ela recebera a notícia? Teria tentado fazer com que o filho mudasse de idéia?
Forçando-se a se levantar para ir atender ao telefone, ela ficou pensando se Molly Weasley ia tentar convencê-la a mudar de idéia...
Mione parou um instante ao cruzar com Rony.
— O que você disse para ela?
Os olhos deles se encontraram por um segundo.
— Que encontrei a mulher com quem quero me casar. Que você é perfeita para David. E é perfeita para mim.
Hermione não sabia dizer o que aquilo significava. Estava com as mãos tremendo ao erguer o fone.
— Alô, senhora Weasley? Como está?
— Estou bem, obrigada, Hermione. Bem... vocês dois certamente não perderam tempo. — a voz com profundo sotaque inglês estava calma, sem qualquer tom de ironia. — Devo dizer que esta era a última coisa que eu esperava que acontecesse. Rony se casando outra vez. E você, Hermione, que afirmou aqui em Londres que casamento era algo que não desejava. Muito menos com um inglês.
Ela parou, como que esperando uma explicação. Como Hemione não disse nada, ela prosseguiu.
— Mas isto também não é tão difícil de entender depois de ter conhecido você, Hermione. Eu não disse que você era exatamente o que Rony e David precisavam? Uma jovem mulher sensata, prática, confiável, que daria ao meu neto o cuidado que ele precisa? Obviamente, meu filho deve ter convencido você de que o casamento seria a melhor solução para ambos.
A mão de Hermione apertou o fone com força. A mãe sabia que o casamento não seria por amor, que era por razões práticas. Ela via o filho como o viúvo eterno, casando-se com uma mulher sensata, prática e desprovida de emoções para que seu filho tivesse mãe. Ela via Hermione como uma espécie de babá de luxo que conseguira capturar um marido rico e atraente.
— Nós três estamos muito felizes — disse Hermione por fim, e era verdade. Ela estava feliz. David estava feliz. E Rony também parecia estar feliz.
Mas um casal pode permanecer feliz durante anos quando um ama o outro e não é correspondido?
Depois de outra longa pausa, Molly Weasley perguntou:
— Você não está esperando... demais do Rony, está? — Havia um tom mais gentil, e um tanto ansioso, na voz dela.
Seria possível que ela tivesse percebido que seus senti¬mentos já estavam envolvidos na história?
Ou era apenas um aviso, como ela a avisara antes da viagem para a Austrália?
“Mas já é tarde demais”, pensou Hermione, resignada.
— Não, senhora Weasley. Não espero demais dele. Mas nós estamos... muito próximos — e, de muitos modos, isto era a verdade. De todos os modos, exceto o que mais importava.
Mas não devia deixar isso interferir. Nunca teria o amor de Rony. Nunca teria um amor completo e absoluto como o que ele tivera por sua primeira esposa, Luna. E se fosse adiante com o casamento teria de enfrentar esta fria realidade.
— Rony contou que você salvou a vida de meu neto hoje, Hermione. Ele disse que você saltou no lago da represa sem pensar duas vezes quando ele caiu na água.
— Oh, qualquer pessoa que estivesse ali faria o mesmo — disse Hermione ficando vermelha. — Eu era a pessoa mais próxima. Eu o vi cair. Na verdade não houve nenhum perigo.
— Mas poderia ter havido se você não reagisse tão depressa. Você foi muito corajosa. Sabe, eu não consigo imaginar a pobre e querida Luna pulando numa represa barrenta. Mesmo que fosse para salvar o próprio filho dela... nem mesmo quando ainda estava boa. Ela teria entrado em pânico, é o que eu acho. Começaria a gritar pedindo ajuda para Rony. Ela precisava muito dele... para tudo. Pobrezinha...
O coração de Hermione pareceu parar por um segundo. Molly Weasley estava mesmo criticando a amada esposa de seu filho? Ou apenas enumerava um fato, declarando que uma esposa prática tinha suas vantagens? Que ela tinha mais utilidade que uma esposa adorada?
“E isto é algum consolo?”, pensou ela sentindo-se diminuí¬da, enquanto a mãe de Rony prosseguia falando e talvez lamentasse o que tinha acabado de dizer.
— Lamento não poder estar em seu casamento, Hermione. Rony convidou-me apenas por respeito, sabendo que eu diria que não posso ir. Eu nunca ando de avião. Odeio voar. Por favor, não fique ofendida.
— Isto não vai acontecer, senhora Weasley — garantiu Hermione aliviada porque ela não viria. Molly Weasley era muito sensível e poderia perceber o que estava acontecendo.
— Rony disse que trará você e David para cá na primavera — prosseguiu a Sra. Weasley — Arthur e eu vamos esperar ansiosamente a chegada vocês.
— Nós também. David sente muito falta de vocês. — disse Hermione num impulso. — Ele adora quando vocês telefonam e falam com ele.
— Arthur e eu também sentimos muita falta dele. A casa fica muito quieta sem ele. Mas sei que ele está em boas mãos. Adeus, Hermione. Desejo-lhe boa sorte e... felicidades.
Hermione mordeu os lábios. O que ela queria dizer exatamente com "boa sorte"? Seria a respeito do casamento? Ou estaria falando de sentimentos? Seus sentimentos?
— Obrigada, senhora Weasley.
— Molly. Você vai se tornar minha nora. — sim, agora a voz dela estava definitivamente mais suave!
— Então adeus... Molly— Hermione suavizou seu tom também. — Cuide-se.
— O jantar está pronto! — anunciou Nick assim que ela desligou o telefone. — Venham todos
Nick tinha se superado. O jantar estava maravilhoso. O assado de carneiro fora temperado com alho e alecrim, as batatas e abóboras haviam sido assadas até ficarem douradas, o broto de feijão e as cenouras tinham sido cozidos até o ponto exato e o molho de hortelã não poderia estar melhor. Nick en¬contrara pãezinhos no freezer e os esquentara no forno em¬brulhados em papel alumínio para ficarem crocantes.
— É o melhor assado que experimento em anos. — elogiou Rony, e Neville concordou na mesma hora, seus olhos logo procurando os de Nick.
— Eu concordo. — declarou Hermione, feliz por ver a irmã demonstrando interesse em alguma coisa por fim.
David não disse nada. Tinham deixado que jantasse com eles naquela noite e a julgar pela forma como comia, ele também aprovava a cozinheira.
Nick olhou para cada um deles, sorrindo feliz pela pri¬meira vez em semanas, e talvez tenha se detido em Neville um pouco mais que nos outros.
— E há mais, — anunciou ela, levantando-se da mesa. — eu assei uma torta de maçã.
Ela voltou um pouco depois, trazendo uma bandeja com sua obra-prima e uma vasilha de chantilly. A torta tinha uma aparência divina. Enquanto Nick servia, o aroma se espalhou provocando admiração em todos os presentes.
Mas quando começaram a comer todos se entreolharam.
— Eca — disse David cuspindo o pedaço de torta.
— Acho... que tem algo errado... — sugeriu Neville cuidadosamente.
Nick ficou preocupada. Então experimentou a torta.
— Oh meu Deus — exclamou ela, quase a ponto de começar a chorar. — Eu usei sal em vez de açúcar!
— Escute, não tem problema. — disse Rony rindo. — Pode acontecer com qualquer um. Uma vez, em um restaurante, eu coloquei queijo ralado no café pensando que fosse açúcar... Estava em um vidrinho prateado que parecia um açucareiro.
— Mas eu... — balbuciou Nick com os lábios tremendo.
— Está tudo bem. — garantiu Rony segurando a mão dela. — Você pode fazer outra torta para o jantar de amanhã. Nós realmente não precisamos de nenhum doce depois desse jantar magnífico. Só um café... - Nick conseguiu sorrir.
— Eu vou buscar — disse ela, correndo para a cozinha.
— Eu vou ajudar a Nick — declarou Neville, indo atrás dela.
— E eu vou tomar meu café depois. — avisou Hermione, erguendo a voz para que os dois a ouvissem a caminho da cozinha. — Está na hora de pôr David na cama.
Foi só mais tarde naquela noite, depois de Neville ter ido para a cabana e Nick ir para seu quarto, que Hermione viu-se sozinha com Rony pela primeira vez desde que haviam anunciado o casamento. Queria conversar a sós com ele desde aquele momento.
— Rony... — Hermione esperou até que ele erguesse os olhos do exemplar de Terra e Rebanho que estava lendo. — Obrigada por... por ajudar Nick com a torta de maçã. Ela trabalhou tanto para fazer o jantar. Foi muito gentil da sua parte dizer que o engano foi comum. Ela estava se sentindo estúpida. E no estado de fragilidade em que se encontra...
— Oh, esqueça isso. Foi apenas sal, não veneno. Vamos estar fazendo piadas sobre isso amanhã... e provavelmente nos próximos anos. E ela vai rir conosco, pelo menos depois de algum tempo.
Mas ninguém iria rir do outro engano de Nick, e era sobre isso que ela realmente queria falar.
— Rony... — Hermione ficou mais tensa, e isso se revelou em sua voz. — Eu quero agradecer também por você não ter brigado com Nick esta tarde, depois que ela caiu no sono e deu a David a chance para escapar. Ela não poderia se sentir pior quanto a isso, e você foi muito compreensivo.
Rony comprimiu os lábios, erguendo e baixando os om¬bros. Não estava olhando para ela no momento, mantinha os olhos fixos em um ponto a sua frente.
— Acho que compreendo sua irmã... — ele fez uma pausa antes de continuar, falando muito baixo. — De muitas for¬mas, ela me faz lembrar minha esposa.
Hermione ficou imóvel e parou de respirar. Seu coração tam¬bém parecia ter parado. Ela me faz lembrar minha esposa...
As palavras ficaram ecoando de forma dolorosa na mente de Hermione. Nick, sua irmã, fazia Rony lembrar da esposa que tanto amara!
— Esqueça. Não aconteceu nada mais sério... — disse Rony com uma brusquidão que permitiu que Hemione permanecesse em silêncio. — Escute, tem algo que eu queria conversar com você...
Ela assentiu, sentindo-se atordoada. Ele queria falar so¬bre o casamento? Acabar com tudo? Dizer que cometera um erro? Que pedira em casamento a... a irmã errada?
Ela me faz lembrar minha esposa...
Não era de admirar que Rony tivesse sido tão compreen¬sivo com Nick. Não era de admirar que ele não tivesse ficado bravo com ela. Não era de admirar que houvesse sido tão rápido em confortá-la na mesa durante o jantar. Ela o fazia lembrar da esposa que amara tanto e perdera de forma trágica.
Hermione recordou outra coisa, algo que Rony começara a dizer alguns dias antes e se interrompera de repente. "Ela é mais que bem-vinda para ficar o quanto quiser. Eu só queria..."
Eu só queria que estivesse me casando com ela, e não com você? Era isso que ele quase tinha dito?
— Estou pensando em diversificar e começar a criar gado bovino também. — disse Rony, trazendo-a de volta para a realidade. — Com a instabilidade do mercado de lã é sempre uma boa idéia ter outra produção, e prefiro animais a plantações. A questão é... que raça devemos escolher? Estou inclinado na direção do Angus, e quero criar os melhores e mais fortes animais. Gostaria de saber o que você acha da idéia, Mione.
“Ele realmente dá tanto valor assim a minha opinião?”, pensou ela. Sem conseguir olhar diretamente para ele, Hermione fixou os olhos na revista que Rony tinha nas mãos. Estava aberta em um artigo sobre gado do tipo Angus.
— Rony, a decisão é sua...
— A decisão é nossa. Somos sócios nisso, não se esqueça.
Ela ficou vermelha. Sócios... era isso tudo o que ele queria dela? Uma sócia confiável, uma mãe eficiente para seu filho, em vez de uma mulher que pudesse amar? Mesmo que fosse uma mulher que o fazia lembrar da esposa? Talvez ele não quisesse alguém que o fizesse pensar em sua amada Luna.
— Eu concordo com o que você decidir, Rony. Eu não entendo nada sobre gado. Exceto talvez sobre a raça Salers.
— Salers? Aquela raça francesa? — a voz dele demonstrou interesse. — Li sobre eles. É uma raça nova na Austrália que está crescendo depressa. De fato... — ele procurou um artigo na revista. — Há um anúncio bem aqui de um reprodutor Salers em Gippsland. Com salers escrito entre parêntesis para aqueles que não sabem pronunciar o nome. Como eu não sabia. O que você sabe sobre este tipo de gado?
— Bem, quando eu estava trabalhando em Londres, minha firma me mandou para a França para fazer uma auditoria em uma fazenda de criação de gado Salers. É uma das raças bovinas mais antigas da Europa e são fantásticos para criar. São conhecidos pela cor marmorizada e pela facilidade de reprodução. E as vacas são ótimas produtoras de leite — ela se deteve, então lembrou de outro detalhe. — Ah, sim, os Angus são pequenos em tamanho, não são? Você poderia cruzar os Angus com os Salers para conseguir uma constituição mais forte, selecionar o melhor das duas raças.
— Uma combinação de Angus e Salers... é uma ótima idéia! — declarou Rony sorrindo para ela. — Brilhante! Misturando os dois, teremos excelentes resultados... eu não poderia concordar mais com sua idéia. Eu sabia que nós dois seríamos uma dupla perfeita. — ele se levantou da cadeira e avançou dois passos na direção dela.
Hermione ficou assustada. Parecia que Rony ia abraçá-la e ela não sabia se já conseguiria aceitar isto. Precisava de tempo para pensar.
— Acho que ouvi o David. — disse ela apressada, pulando da cadeira para escapar dele. — E já está na hora de eu ir para a cama de qualquer forma. Boa noite, Rony.
O rosto de Hermione queimava quando passou por Rony, que devia estar imaginando o que havia dado nela. Ela estava confusa, era isso que havia com ela. Estava confusa e ficando mais emocionalmente estúpida a cada instante que passava. Ela percebeu abatida que, amando Rony como amava, estava em segredo alimentando a esperança de que com o tempo ele viria a amá-la também. Se não com a mesma paixão com que amara a esposa, pelo menos com algum amor.
Mas agora sabia que sua irmã o fazia recordar sua ado¬rada Luna sempre que olhava para ela, sabia que a presença de Nick manteria a memória da esposa falecida viva na mente dele dia após dia e sabia que a semelhança poderia trazer de volta o amor apaixonado que ele tivera pela es¬posa... mas desta vez a paixão seria dirigida para sua irmã, não para ela.
Hermione gemeu. Como poderia seguir adiante com o casa¬mento sabendo disto tudo?
Um tremor percorreu seu corpo. Se não estivesse tão apaixonada por ele... se ainda fosse a mulher sensata, prá¬tica e sem emoções que ele pedira em casamento, então talvez estivesse preparada para correr o risco e se casar com ele apesar de tudo, e que fosse para o inferno o que ia ocorrer no futuro.
Mas ela o amava Mais profundamente cada dia. Devia casar-se com ele, e depois vir a perdê-lo porque ele por fim reencontrara o amor...? Mas com sua própria irmã! Não, seria insuportável!
Então o que devia fazer?
— Hermione... você tem um minuto?
Ela virou-se ao ouvir a voz de Rony. Já tinha ido ver David, mal notando o que fazia por causa da confusão em sua mente. As pernas a levaram sozinhas para seu quarto, e estava para fechar a porta quando Rony apareceu, assustando-a.
— David está bem. — balbuciou ela. — Ele está dormindo.
— Eu posso entrar um minuto?
Ela arregalou os olhos. Rony nunca pedira para entrar em seu quarto antes. Por que o faria agora?
— Eu... eu... isso não pode esperar até amanhã de manhã?
— Creio que não. — a mão dele já estava no ombro dela, levando-a para dentro. Rony acendeu a luz e fechou a porta.
— Não queremos perturbar David.
— E quanto a Nick? — perguntou ela forçando-se a olhar para ele, procurando alguma reação em Rony quando ou¬visse o nome de sua irmã.
— Nick dorme profundamente, como você sabe muito bem. E o quarto dela fica para lá do quarto de David e do banheiro. Não vamos incomodá-la.
— Você quer falar sobre sua idéia a respeito das vacas? — perguntou ela, muito consciente da cama às suas costas. Não podia esquecer que se desse um passo para trás cairia deitada na cama. E o que ele faria se isso acontecesse? A ajudaria a se levantar? Ou saltaria sobre ela?
Hermione percebeu que começava a suar. “Sua idiota”, pensou ela. “É a Nick que ele quer na cama dele, não você”.
— Não, não quero falar sobre o gado. Quero falar sobre nós.
— Nós? — repetiu ela. Era o fim, ele ia romper o casamento.
— Por que você correu de mim agora há pouco? Eu estava esperando, agora que somos oficialmente noivos, que você me daria pelo menos um beijo de boa noite.
O rosto dela ficou vermelho. Hermione sentiu os joelhos mo¬les. Era a última coisa que esperava ouvir.
— Eu... eu...
— Você não está querendo recuar, não é, Hermione, agora que tornamos tudo público? Agora que sabe que este casa¬mento vai mesmo acontecer, em menos de uma semana?
— Eu? Eu não. E você?
— Eu? Claro que não. Quer que eu lhe mostre o quanto quero você, Mione?
Ela começou a recuar um passo, mas se lembrou da cama e parou. Então ele ainda a queria. Na cama, se não no coração.
— Acho que não precisa...
— Mas que droga, Mione, venha aqui. — rugiu ele, aproximando-se dela e a abraçando.
Ela emitiu um gritinho ao ser envolvida pelos braços fortes dele. Mas não lutou para se soltar. Não poderia. Ela percebeu também que não queria se soltar. Era ali que desejava estar... nos braços dele. Mesmo que aqueles braços preferissem estar ao redor de outra pessoa.
— Está vendo? — disse ele com triunfo nos olhos. — Você me quer tanto quanto eu a quero.
Oh, sim, Rony, eu o quero. Você só precisa tocar em mim para me fazer pegar fogo.
— Nunca neguei que houvesse química entre nós. — disse ela com a voz rouca na tentativa de fazer com que Rony dissesse que sentia algo mais por ela. Mas ele não o fez.
— Você vai me fazer esperar, Mione? — murmurou ele em tom sedutor. — Tenho sido paciente... você não pode dizer que não fui. Mantive minha palavra de não forçar você a nada. Mas se nós dois queremos a mesma coisa... e você deve confiar em mim a esta altura, deixei que me co¬nhecesse por completo...
Eu confio em você, era o que os olhos dela diziam. Mesmo agora que... ela baixou os olhos para esconder a dor que sentia. Se ele ainda a queria desta forma, então não podia querer sua irmã... Ou podia?
— Mas... mas... — ela tinha de saber. — E se você se apaixonar um dia... por alguma outra mulher? Depois de estarmos casados?
— Isso não vai acontecer. Eu quero você, Mione. Ape¬nas você.
Foi como se uma onda de calor passasse por ela, derre¬tendo-a por dentro. Notou que estava abraçada a ele, com tanto empenho quanto ele a abraçava. Os braços dele eram como cintas de aço ao seu redor, e quanto mais ele fazia força mais ela gostava, mais se sentia reconfortada.
Então e daí que sua irmã fazia ele lembrar de sua preciosa Luna? Ele não queria Nick. Ele não queria amor ou emoções em sua vida. Mas ainda assim ele a queria... E apenas a ela para sempre.
Ela passou a língua pelos lábios. Então por que não mos¬trava a ele o quanto o queria? Desde que tomasse cuidado para não se deixar levar pelas emoções e declarasse seu amor por ele...
Hermione sentiu o olhar quente dele em seus lábios, e pre¬parou-se. Não, seria fatal se perdesse o controle. Rony era um homem honrado, e não se casaria com ela se soubesse que estava apaixonada por ele, já que nunca poderia retri¬buir o sentimento. Ele não queria emoções em seu segundo casamento... a tragédia que ocorrera no primeiro o deixara destituído de emoções. E ele certamente não aceitaria uma mulher que tivesse emoções.
Ela poderia viver escondendo este fato dele? Mione o olhou com desejo de que isso fosse possível. A alternativa seria pior... ficar longe dele. Perdê-lo. Seria pior, muito pior.
— Se você continuar me olhando assim, — murmurou ele — eu vou quebrar minha promessa. Pare de me torturar, Mione. Vai ser um sim... ou não? — o abraço dele, em vez de ficar mais apertado, relaxou. Seria ela a decidir se Rony ia ficar ou ir embora.
Hermione sabia que não o afastaria desta vez. Não podia fazer isto.
Seria bem diferente se Nick estivesse interessada nele. Mas ela parecia preferir Neville. E Neville estava claramente interessado em Nick. Não que algo pudesse acontecer en¬quanto Nick ainda estava casada com Dino, de quem não sabiam o paradeiro. Rony admitira ter contratado um detetive particular para procurar por ele, mas até agora o detetive não havia conseguido nada. E Dino não fizera qualquer tentativa de reencontrar a esposa. Felizmente. E Nick parecia resignada por fim com o fato de que ele agora estava fora de sua vida. Para sempre.
Rony ainda estava esperando. Esperava que ela tomasse a decisão. Esperava com paciência, sem fazer pressão.
Hermione se decidiu. Ela se ergueu na ponta dos pés e o beijou na boca.



N/B: Aaaaaaaaaah! Ai, Merlin, me ajuda no próximo capítulo! Não sei o que dizer! Que capítulo é esse, hein? “Pare de me torturar, Mione. Vai ser um sim... ou não?” O que vocês meninas responderiam? Nem consigo pensar direito! Adorei betar este capítulo e acho que vocês adoraram lê-lo. Então, dêem uma comentadinha e uma votadinha básica! Bjão pra vocês!
Lucy

N/A: Lucy eu na verdade não teria deixado ele sair só com um boa noite no capitulo 8, mas nunca se sabe neh as vezes a gente perde a fala, então eu responderia um com certeza SIM.
Esse foi o maior capitulo da finc ate agora espero que vocês tenham gostado e que não tenha ficado tão cansativo de ler. Queria agradecer Lucy que esta betando os capitulos mesmo estando tão atarefada.
E avisar que a finc esta chegando no final
Queria agradecer a todos os comentarios e dizer que eu amei todos eles Gabrielle • o cem realmente não da pra esquecer. ThiTi Potter, Sâmya Carvalho, And GW, Saula Guerra Braga, Carlitos e Yas, Carla Ligia Ferreira, LiLi Negrão ( Liz), Maira Daróz, Ágata Almofadinha Weasley, Tanne, Fernanda Alexandrino, Dibiela, Carlos Miguelito.
Beijos a todos
Sany

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Uiiiiia ........... Beijoooooo *-* Espero que a Mione não seja boba e fiquei logo com o Rony! Tadinha da Nick....Pelo menos ela tá se esforçando...Amo a Dora *-* em qualquer lugar...E o Remo também....Ahhh parece que a Molly não curtia muito a Luna!

    2011-11-29
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