Capitulo 11
Hermione se espreguiçou lentamente e um sorriso surgiu em seus lábios. Seu corpo ainda pulsava em alguns pontos depois de ter feito amor de uma forma explosiva e incrivelmente maravilhosa, como nunca imaginara ser possível. A intensidade de seu envolvimento com Rony tinha feito com que entrasse em um mundo onde nada poderia separá-los, onde nada poderia feri-la, onde existia apenas completa euforia.
Algum tempo antes, tinha certeza de estar amando Vitor. Mas aquilo nunca tinha sido como era agora com Rony. Ela teve de fechar os olhos com força para conter as lágri¬mas. Lágrimas de alegria, de emoção.
Hermione estendeu a mão pelo lençol, detendo-a no ponto da cama onde o corpo de Rony estivera há alguns instantes. Rony tinha ficado com ela a noite toda, em vez de ir embora logo depois de fazerem amor, como ela temia que acontecesse.
— Você fica aqui na cama até David acordar — sussurrou ele enquanto vestia o jeans e a camiseta. — Preciso ver como está o velho galpão antes do café da manhã. O pessoal que vai cuidar da comida virá esta manhã para verificar tudo.
Dizendo isso, ele se aproximou e beijou o topo de sua cabeça antes de sair
Hermione suspirou, feliz por fazer amor com Rony e sentir sua gentileza, sua entrega e sensibilidade. Todas as dúvidas que tinha haviam acabado. Mesmo que ele não a amasse, tudo ficaria bem... Apesar de nenhum dos dois ter dito nenhuma palavra.
Eles eram realmente sócios, pessoas iguais, ver¬dadeiros amantes, em todo e qualquer outro aspecto.
Ela passou a sentir uma nova alegria que demonstrava a todo momento, mesmo sem querer, e que aumentava à medida que o casamento se aproximava. Rony a convencera de que era a ela que ele queria, tanto na cama quanto como com¬panheira para sua vida. Saber disso lhe dava uma nova confiança no futuro, além de um brilho que não podia esconder. E também não queria esconder.
O casamento ia mesmo dar certo. Eles seriam felizes jun¬tos, compartilhando David, compartilhando suas vidas, com¬partilhando as noites. E, talvez, com o tempo...
Talvez, com o tempo, o coração de Rony voltasse a viver e ele conseguiria amá-la tanto quanto ela o amava.
Seria assim tão difícil de isto acontecer? Desde aquela primeira noite mágica, eles não conseguiam mais ficar longe um do outro. Ela o recebia, com alegria, em sua cama todas as noites e, por mais incrível que possa parecer, a cada noite terminava ainda mais satisfeita que antes.
Hermione guardou para si, com carinho, o segredo escondido em seu coração.
A véspera do casamento chegou e todos em Yangalla fi¬caram ansiosos. A previsão do tempo não era favorável. Bastava olhar para o céu para constatar que o tempo iria mudar. O ar estava parado e as nuvens ficavam escuras.
— Estão prevendo chuva pesada com trovoadas para a noite e mais chuva amanhã. — disse Rony com ar decepcionado olhando para o céu da varanda, onde tomavam os drinques antes do jantar.
— Não tem problema. — disse Dora. — Vocês estão pla¬nejando fazer o casamento e o almoço no galpão, não é?
— Sim. Mas o plano era fazer a cerimônia em si no jardim. E tirar algumas fotos. Collin, um dos nossos homens, tem a fotografia como hobby e se ofereceu para tirar algumas.
Rony havia sugerido contratar um fotógrafo profissional, mas Hermione não concordou, achando que não era algo adequado para um casamento tão informal. Ele insistiu que deviam tirar algumas fotos, nem que fosse para mandar para seus pais e irmãos.
— Se chover, podemos fazer o casamento na varanda — sugeriu Mione. — Ou dentro de casa. E então torcemos para que as fotos saiam boas.
Agora que a hora do casamento estava realmente perto, ela começava a se sentir nervosa. Não tanto pela idéia de casar-se com Rony, já que isso era o que ela mais queria. Mas tinha um certo medo de que o casamento não acontecesse por algum motivo.
Devia ser o tempo. Havia uma sensação no ar de que algo ia acontecer. Uma atmosfera pesada, tensa. Era como um mau presságio. Hermione afastou a idéia depressa.
— É melhor eu voltar para casa. — disse Dora olhando para o céu. — Quero estar lá antes da chuva começar. Remo vai ficar preocupado se eu não estiver em casa. Ainda quero dar os retoques finais no bolo.
— É melhor você e o Remo trazerem seus guarda-chuvas amanhã. — comentou Rony com um sorriso não muito animado.
— É melhor eu ir também. — foi a vez de Neville dizer, recusando o convite de Nick para ficar para o jantar, que ela insistira em fazer outra vez. — Deixei as janelas abertas e ainda preciso limpar as calhas antes da chu¬va. Estão cheias de restos de folhas. Eu como qualquer coisa por lá mesmo, mais tarde.
Um trovão soou a distância e ele saiu correndo.
— Espero que pelo menos você não vá embora também. — disse Nick voltando-se para Rony e fazendo biquinho. — Ou vou pensar que estão todos com medo da minha comida.
— Nunca! — declarou Rony sorrindo de forma calorosa para a futura cunhada.
Nick estava muito melhor nos últimos dias. O rosto tor¬nara-se corado novamente e ela quase voltara a ser tão bonita quanto antes. Ela até tinha dito a Mione que adorava morar no campo e não sentia nenhuma falta da cidade ou do trabalho como modelo. Afirmava que já não pensava em Dino. Dizia agora que não o queria de volta nem que ele implorasse de joelhos para que lhe desse outra chance. — Sirva a comida quando quiser — continuou Rony em tom animado. — Mal posso esperar. Estou faminto!
Nick riu; um som que Mione não ouvia há muito tempo. Parecia que a irmã tinha mesmo emergido da depressão. Isto a deixou mais aliviada.
— Vamos, eu ajudo você. — disse ela passando o braço pela cintura estreita da irmã.
— Certo. Obrigada!
Nick havia preparado um suculento frango e uma torta de verduras. Até mesmo David atacou a comida com gosto, o que provava que estava mesmo boa. Ele acabou com o prato em um instante.
- Dentes escovados? – Hermione perguntou a David mais tarde, naquela noite.
- Dentes escovadinhos, olha. – disse mostrando os pequenos dentinhos.
- Muito bem! Agora, cama.
- Ah Mione, eu não tô com sono... Deixa eu ficar acordado só mais um pouquinho?
- Não senhor! Já passou da hora de você ir pra cama, mocinho – disse com um sorriso.
- Por favor... - disse com voz de súplica.
- Não adianta fazer essa cara, moçinho. Está tarde e você vai pra cama. – disse fazendo cócegas nele.
- Você é muito má sabia? – disse com um sorriso o rosto.
- Ah, é assim né? Agora eu sou má. – disse com cara de falsa ofensa – Na hora de comer chocolate eu sou boazinha. – ele apenas riu – Não tem problema, eu sei que lá no fundinho você gosta mim.
- Eu não gosto de você – disse sério – Eu adoro você! – disse pulando no pescoço dela e a abraçando.
- Eu também adoro você. – disse abraçando David bem forte. Hermione tinha aprendido a amar David como amaria um filho. – Mas agora...
- Cama, mocinho. – disse imitando- a.
- Isso. - quando Hermione estava colocando o garoto na cama ela viu Rony encostado na porta observando os dois – Rony, faz tempo que você está aí?
- Um pouquinho.
— Pai, lê o livro do Babar? — pediu David, mostrando seu livro favorito que estava na cabeceira da cama. Ele era louco por ele¬fantes e adorava todas as histórias de Babar.
— Hmm... — Rony fingiu estar decidindo. — Bem, está bem. Uma história do Babar. Mas só uma.
Porém, enquanto ele se sentava na beirada da cama para começar a ler, o telefone tocou e um instante depois Nick apareceu na porta.
— É para você, Rony. Interurbano.
— Desculpe, filho. — ao se levantar, ele passou o livro para Hermione. — Você se importa de continuar daqui? Eu vou tentar voltar logo.
— Tudo bem. — Ela sentou-se onde Rony estava e começou a ler. Depois de algumas páginas, os olhinhos de David começaram a fechar. Isto não a surpreendeu. Ele tinha passado o dia todo correndo no jardim. Agora que o lago estava cercado, David tinha muito mais liberdade. Apesar de garantir estar sem sono e mostrar total animação, ele estava exausto.
Hermione continuou lendo até os olhos dele fecharem por completo e a respiração ficar profunda. Então ela se levantou em silêncio e ajeitou as cobertas. Ele estava roncando sua¬vemente quando Hermione fechou a porta.
Não havia ninguém na sala. Concluindo que Rony ainda estava falando ao telefone no escritório, ela foi para a cozinha para ajudar Nick com a louça.
Ao abrir a porta, Hermione ficou imóvel, em estado de choque.
Não podia acreditar no que estava vendo. Rony e sua irmã... abraçados.
Estavam concentrados demais um no outro para perceber sua presença ali na porta. Nick estava com a cabeça incli¬nada para baixo, apoiada no peito dele. Rony a abraçava, com a suavidade com que carregava uma criança. Os mesmos lábios que a tinham beijado com paixão em cada noite daquela semana, agora estavam no cabelo de Nick. Ela sentiu uma dor no coração que pareceu real. Não era possível... não depois...
Nick estaria chorando? Brava? Era por isso que...?
Hermione segurou a respiração. Mas Nick não estava cho¬rando. Seu corpo esguio não era sacudido por soluços. Ela não fazia som algum. Não mostrava qualquer sinal de ten¬são, de que precisava de conforto. Ela parecia perfeitamente bem e confortável, como se seu lugar fosse nos braços de Rony.
Nick estava murmurando algo com o rosto encostado ao peito de Rony, mas Hermione não conseguiu ouvir. E então ela escutou claramente a resposta de Rony.
— Eu quero você... claro que quero você.
Hermione sentiu como se mãos geladas se fechassem ao redor de sua garganta.
Era verdade, não podia duvidar da evidência diante de seus olhos. Rony se apaixonara por sua irmã. A irmã que o fazia lembrar da sua amada Luna.
— Escute, você deve ir para a cama, querida... vá dormir. Eu vou contar a Mione. — Rony recuou, olhando para Nick com uma gentileza que fez o coração de Hermione virar gelo.
Ela recuou para o corredor, tremendo. Dizer a Mione... o quê? Que não haveria casamento?
O que mais poderia ser? Ele amava Nick e a queria. No último minuto ele tinha descoberto isto, percebera que não podia seguir com a idéia de casamento arranjado.
E Nick... gentil e vulnerável como era, correspon¬dera ao desejo dele. De alguma forma, Rony fizera o coração de sua irmã voltar a vida... como ela estava fazendo com o dele. Era evidente.
Um trovão ecoou lá fora.
Eu quero você... claro que quero você...
Sem dúvida ele a queria. Nick era tão parecida com sua adorada Luna, não era? Ele mesmo dissera. Hermione foi recuando passo a passo, e segurou a porta para que não fizesse barulho. Não podia encarar os dois agora, não podia deixar que vissem sua dor, que vissem seu amor por Rony. O amor que ele nunca pedira, nunca desejara, e que dissera claramente que nunca seria retribuído.
Ela é que fora ainda mais tola por acreditar que isto um dia poderia ser possível. Hermione não queria ir para o quarto. Rony ia aparecer lá em um minuto para lhe contar... para implorar que o dei¬xasse ir... e ela não poderia enfrentá-lo ali, com a grande cama onde tinham feito amor... Não, não tinham feito amor. Tinham feito sexo.
Claro que não poderia enfrentá-lo sob luz forte. Mesmo a luz da cabeceira da cama seria brilhante demais. Ela foi para a porta da frente e saiu para a escuridão da varanda, esperando que o ar fresco a ajudasse a se acal¬mar. Quando um segundo atrás sentia-se gelada, agora pa¬recia que estava em chamas.
Mas as luzes da varanda, ela percebeu ao chegar ali, ainda estavam acesas e os interruptores ficavam dentro da casa. Teria de entrar de novo.
Preferindo evitar a luz, ela saiu para a escuridão do jar¬dim. Não havia lua no céu nublado e completamente negro, iluminado de vez em quando pela luz dos relâmpagos que às vezes eram seguidos por trovões.
Gotas começaram a cair, escorrendo por seu rosto e pes¬coço. Chuva. E ficava mais forte cada segundo.
Ela se abrigou sob a árvore mais próxima, o grande eu¬calipto. Ela sabia que era estúpido ficar perto de uma árvore com raios caindo ao redor, mas não se importava. Os raios eram a menor de suas preocupações naquele momento.
Não podia culpar Rony. Ele não queria que isso acon¬tecesse. Ele fizera tudo para suprimir seus sentimentos por Nick... para seguir adiante com sua idéia de casamento prático. Ele tentara manter o pacto. Ele até mesmo tentara o sexo, obviamente esperando que o desejo sexual afastasse o amor que sentia por Nick.
Mas isso não dera certo, era evidente.
E também não podia culpar Nick. Que mulher iria re¬cusar um homem como Ronald Weasley? E com a gentileza e a compreensão dele, mesmo diante de um erro terrível que ela cometera? Deve ter sido fácil para Nick se apaixonar por ele. Bastava ver como a irmã mais velha dela tinha se apaixonado por Rony também...
Na verdade era muito irônico. Depois de sua amarga expe¬riência com Vitor e a de Nick com Dino, que viessem as duas a se apaixonar por outro inglês charmoso. Ainda mais irônico era o fato de que se tratava do mesmo inglês charmoso.
Ela se encolheu quando um estalo muito alto fez o chão tremer sob seus pés. A chuva agora estava muito forte, aba¬fando todos os sons, exceto os trovões. Ela se abaixou junto do tronco da árvore alta, mas os galhos lá em cima não ofe¬reciam nenhuma proteção. Podia sentir a água entrando por sua blusa, alcançando a pele e colando a roupa e o cabelo ao corpo.
Se sentia mal demais para se importar com isso. Rony já devia ter contado a Nick que o casamento era apenas um negócio montado por causa de David, e que amor e emoções não tinham qualquer relação com aquilo. Ele tinha dito que ia contar a Mione. Dizer que estava tudo acabado... contar sobre eles dois... implorar por sua compreensão...
Hermione era a irmã prática, sensata. Iria entender.
Ela gemeu, mal notando a tempestade a sua volta e a água escorrendo por seu rosto, se misturando com as lágrimas. E o pior é que ela compreendia. Libertaria Rony do compromisso arranjado para deixar que ele seguisse seu coração...
De qualquer forma, ela já havia rompido o acordo quando se apaixonara por ele. E os débitos que ele pagara como parte do negócio eram de Nick, não seus.
Ela, Hermione, não devia nada a ele. Podia sair dali com a consciência tranqüila. Iria com o coração partido, mas com a consciência limpa.
Deixaria Yangalla na manhã seguinte e daria a Nick a chance de ser feliz. A irmã seria uma boa mãe para David agora que passara por cima da depressão. E Rony lhe daria outro filho no lugar daquele que havia perdido. Sua irmã merecia alguma felicidade.
Ela girou a cabeça de repente, quando um novo som pe¬netrou o trovoar da chuva. Alguém estava gritando. Era o seu nome? O som era muito abafado.
Então caiu um raio e ela pôde ver que tratava-se de um homem. Só podia ser Rony que saíra a sua procura. Droga! Não podia deixar que ele saísse nesta chuva por sua causa...
— Rony! — gritou ela. — Estou aqui! Aqui!
Os pensamentos avançavam na mente de Hermione. Ela de¬cidiu que pouparia a ele o embaraço adiantando-se para dizer que iria embora, que não podia seguir adiante com o casamento... que pretendia retomar sua carreira de conta¬dora em Melbourne... ou ainda melhor, em Sydney.
O mais distante possível.
— Mione! Onde diabos está você?
— Aqui! Aqui! Siga minha voz!
Um instante depois, os dedos dele a tocaram e a puxaram com força, afastando-a da árvore.
— O que diabos você estava fazendo aqui, escondida sob uma árvore quando estão caindo raios? — gritou ele. — Abaixe-se e corra! Esqueça a chuva!
Eles começaram a correr, com Rony um pouco mais atrás a protegendo com o braço. Neste instante, o mundo explodiu ao redor deles; uma explosão maciça de som e faíscas e lascas de madeira. A detonação ensurdecedora jogou os dois no chão.
Hermione ficou desorientada por um momento, sem perceber a água e a lama no chão ao seu redor, ou mesmo a chuva caindo, ou mesmo um grande galho que o raio arrancara da árvore e caía, pegando fogo...
Até que ela abriu os olhos e viu horrorizada o galho caindo. Em um movimento instintivo Hermione girou o corpo sobre o de Rony, no exato instante em que o galho atingiu o chão. Fe¬lizmente não os atingiu, caindo no ponto exato onde ela estava se abrigando antes. As chamas chiaram e produziram fumaça, mas acabaram virando brasas e por fim morreram.
Rony moveu-se sob ela.
— O quê...?
— Rony, você está bem? — Hermione saiu de cima dele e ajudou-o a se virar de costas. — Você está machucado? Foi o raio, Rony. A árvore foi atingida por um raio. E então...um galho em chamas caiu. Eu o vi caindo.
Rony ergueu-se em um cotovelo, balançando a cabeça para clarear as idéias.
— Então você se jogou sobre mim? Para me proteger?
— Rony, você me protegeu quando o raio caiu. Você me afastou da árvore bem a tempo. Tem certeza de que está bem? — ela estava muito assustada, segurando os ombros dele com força. — Você está machucado? Alguma queimadura?
— Não. Estou bem. E você, está bem? — Agora, de alguma forma, era ele que segurava os ombros dela. Rony a ajudou a se levantar e observou o grande galho caído. — Meu Deus, você estava bem ali há um minuto. Você poderia ter morrido. Havia angústia na voz dele. Carinho. Dor. Isto a chocou. Aquele era o homem sem sentimentos? Pelo menos, sem sentimentos por ela?
— Você também. — sussurrou ela. Ele a segurava tão perto que quase a comprimia contra si. — Rony, eu estou bem. De verdade. — disse ela, sentindo um prazer amargo pelo contato com o corpo dele. Poderia ser a última vez que...
— Graças a Deus por isso! — Ele começou a levá-la na direção da casa enquanto falava. — Vamos sair dessa mal¬dita chuva.
Mesmo quando chegaram na varanda ele não a sol¬tou, passando as mãos pelos ombros e braços dela, pelo rosto, como que para ter certeza de que ela estava bem.
— Se você ainda estivesse lá... se não tivéssemos nos afastado o suficiente... Meu Deus, Mione, se eu perdesse você... agora...
Ela o fitou surpresa. O que ele estava dizendo? Parecia até que ele se importava! E muito. Se preocupava tanto que...
— Rony, eu estou bem. — aquilo não fazia o menor sentido. Ele não a amava. Era a Nick que ele amava.
Ele amava Nick, não amava?
“Eu quero você”, era o que ele tinha dito para Nick. Não, ele tinha diso “eu amo você”.
Será que ele achava estas palavras difíceis demais de dizer? Era isso? A idéia de estar amando novamente era dolorosa demais para ser admitida em voz alta? Ele tinha suprimido todas as emoções quando a esposa morreu. Admitir que estava amando outra vez, encarar o fato de que afinal de contas tinha sentimentos, não seria fácil para ele. Significaria se arriscar a sentir dor, se arriscar a sentir novamente a agonia da possibilidade de perda, tudo outra vez.
A menos que...
A menos que ele não amasse Nick. A menos que ele só a quisesse da forma como queria todas as mulheres... com seu corpo, não com o coração. Talvez fosse isto com Nick, porque ela se parecia com Luna. Mas... droga, o que ele queria? O que ele sentia? Ela se agitou nos braços dele. O que ele falou a Nick que contaria a ela? Que queria as duas?
Afastou-se dele. Não conseguia agüentar aquilo.
— Preciso tirar essas roupas molhadas! — declarou ela com a voz instável.
— Vou com você. Acho que ainda está em choque.
Hermione hesitou. Não queria que ele fosse ao seu quarto!
— Não estou em estado de choque! Estou bem! Onde está Nick?
— Eu a mandei para a cama. Mione, eu não planejo atacar você... não agora, na véspera de nosso casamento. Quero que durma direito. Só quero me assegurar de que esteja bem. Vou levá-la para tomar banho e a colo¬carei na cama, e depois a deixarei com seus sonhos.
Ele fez uma pausa, então acrescentou em outro tom, um tom dolorosamente suave:
— Você é preciosa demais para mim, você sabe.
Preciosa? Ela o olhou sem entender. Preciosa... minha querida... nosso casamento...
Ele ainda queria se casar com ela? Apesar da cena íntima com Nick que presenciara? Ele não tinha sentimentos, não tinha coração?
Não, claro que ele não tinha coração. Ele nunca fingira ter. Preciosa! Minha querida! Eram apenas palavras, pa¬lavras que ele julgava que uma noiva quisesse ouvir. E ainda assim... O modo como ele a fitava... O modo como ele estava falando... A emoção na voz dele...
Nada mais fazia sentido! Talvez ela estivesse em estado de choque. Talvez estivesse sofrendo algum tipo de delírio. Ou talvez ele estivesse em choque.
Hermione virou-se e entrou em casa, plenamente consciente da presença dele logo atrás. Sentia-se fraca demais para protestar.
Mas ela resistiu quando Rony tentou ajudá-la a tirar a roupa molhada.
— Vá tomar um banho também, ou vai pegar uma pneumonia. — disse ela, apesar de saber que naquele calor isto jamais aconteceria. Ela teria o convidado a compartilhar de seu banho se as coisas não houvessem mudado.
Mas tinham mudado!
— Tem certeza de que vai ficar bem?
— Ficarei perfeitamente bem.
Quando ele se virou para a porta, Hermione tomou uma decisão.
— Rony? Você... você pode voltar depois do banho? Eu... nós precisamos conversar.
— Claro, eu ia voltar de qualquer forma para ver como você está. Também quero lhe contar uma coisa. Aliás, são duas coisas.
Ela ficou ansiosa. Eu vou contar a Mione... sim, já estava esperando isso. Era melhor resolver tudo logo, naquela mesma noite. Não ia mesmo conseguir dormir antes de resolver tudo. Não importava qual fosse o preço... que ela tivesse de pagar.
N/B: Obrigada, Sany, pela cena do David com a Mione! Ficou muito fofa! E vocês, gostaram? Eu sempre achei o David muito fofo, mesmo ele não falando muito. Então, eu pedi pra Sany uma ceninha dele com a Mione, e talvez com o Rony. E, apesar de pequena, ficou maravilhosa! Não me canso; é sempre um prazer betar estes capítulos. Entreguei este capítulo em tempo recorde, menos de 24 horas! Espero que vocês tenham curtido e estajam tão ansiosos pelo próximo quanto eu. Não esqueçam daquela comentadinha básica! Bjão a todos! Capricha no próximo viu, Sany? Bjão!
N/A: Mais um capitulo , ate que esse não demorou tanto assim.! Lucy a Cena do David é especial pra você. Espero que vocês tenham gostado do capitulo.
Bom esse é o penúltimo capitulo gente
Amei todos os comentários
Aqui vai alguns trechinho do ultimo capitulo
....—Rony, eu vi você com a Nick hoje.....
... —Você viu? — ele pareceu ficar surpreso. — Então ouviu...?....
...- É eu ouvi o bastante....
...— Rony, eu vi você com Nick. Abraçados...
....—Rony, eu escutei o que você disse para ela. Eu escutei quando disse que você... a queria...
... —Não vou negar que tenha dito estas palavras....
...- Talvez eu não queira ficar livre. Talvez eu não queira ir embora viver minha própria vida...
... - Você é forte — concordou ele....
Beijos
Comentários (1)
Aposto que ela entendeu tudo errado e agora vai achar merda....O.O
2011-11-29