Sangue e neve
Os flocos de neve tocavam o rosto de Hermione, que esperava muito ansiosa pela próxima carta de Draco Malfoy, e logo chegou.
“Olá,
Disse sobre você aos meus pais, minha mãe esta ansiosa para lhe conhecer. Será que poderia fazer parte do jantar de natal na minha casa? Não precisa ficar a noite toda, afinal, você deve ter a sua família, mas fique apenas para eu lhe apresentar para a minha mãe.
Fique bem dona do meu coração.
Draco Malfoy.”
Hermione sorriu para si mesma, ia ser muito divertido passar o natal com os Malfoy, ultimamente ela se sentia demasiado sem sorte, afinal, não estava conseguindo entender algumas matérias, e toda aquela história do tinteiro, não era uma situação normal no seu dia-a-dia. Hermione estava saindo do corujal quando se deparou com um par de olhos que cintilavam e cabelos que refletiam o brilho claro do sol. Era Draco, que não sabia que ela era a garota da festa.
Ele apenas deu um sorriso amarelo, ela deixou-o entrar. Fitou o garoto por alguns segundos, e viu-se, rolando escada abaixo, levantou-se e tropeçou em algo que parecia uma caixa coberta de neve, rolou mais alguns degraus, senti suas vestes rasgarem, e na neve muito branca, gotas se sangue respingaram, para um dos olhos de Hermione, o mundo parecia ter se apagado, estava apertando com muita força o olho esquerdo, e tentava, com a outra mão, fazer com que o sangue que jorrava de seu joelho parasse um pouco.
- HERMIONE! – Rony Weasley, o garoto da biblioteca veio correndo em sua direção.
O grito de Rony foi muito alto, mas não tão alto para que Draco se pusesse a ajudar Rony a levar a garota para a ala hospitalar.
- O que houve com você? – Rony rasgou um pedaço grande de sua camisa e colocou sobre o joelho de Hermione, arrancou sua gravata, e deu um nó sobre aquele curativo.
- Acho que tropecei... Mas não precisa de preocupar. – Hermione buscou em sua mente o nome do menino. – Ronald... Eu estou bem, é sério.
- Ron, pode me chamar só de Ron. – Ele sorriu, ajudando-a a se colocar de pé.
- Obrigado. – Ela corou.
Rony levou a garota pelo braço até a ala hospitalar, onde a histérica Madame Pomfrey veio correndo na direção da menina.
- Ah meu Deus! O que houve com esta garota? – A enfermeira desesperada deitava Hermione numa maca. – Foi um milagre não ter morrido! – Ela remexeu nos cabelos enrolados e volumosos de Hermione, e lá estava algo que Rony não havia visto, um grande corte, na nuca, sangrava tanto quando o do olho e o do joelho.
- Bem, preciso ir, fique bem Hermione. – Rony acenou trêmulo para a garota.
No corredor, o diretor, Alvo Dumbledore e a Professora da Grifinória, Minerva McGonagall, vieram correndo em direção ao moço mais jovem dos Weasley.
- Ronald! Ronald! Aí está você garoto! – Disse Dumbledore, que parecia muito empolgado.
- A cerimônia será depois do final da temporada de Quadribol, não se preocupe, sua performance está ótima, não há dúvida que ganharemos. – Disse McGonagall muito empolgada.
- Minerva, não é sobre isto que viemos falar, controle-se! – Corrigiu-a o Professor Dumbledore.
- É, de fato. Sr. Weasley, viemos lhe informar que por ter salvo a vida de nossa melhor aluna, a Srta. Granger, ganhará o prêmio de serviços prestados à escola, como já falamos, a cerimônia vai acontecer após o término da temporada de Quadribol.
- Vamos, vamos. – O diretor puxou-a pelo braço em direção à entrada da ala hospitalar. – Temos que ver a garota.
E os dois saíram.
“Cara, eu sou muito sortudo!”. – Disse Rony consigo mesmo, respirou fundo, e andou até o salão comunal da Grifinória, onde encheu o peito para dizer o feito que havia acontecido.
- Foi por sorte!
- O Weasley? Prêmio de serviços prestados à escola?
- A Granger quase morreu? Coitadinha...
- Uma sangue-ruim a menos.
- O Weasley é muito sortudo!
- Parabéns Rony!
Foi o que se ouviu naquela semana, nos corredores de Hogwarts.
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