Furto e Arte



Esse capítulo, como vão notar, é em terceira pessoa. E vcs vão entender porque não é narrado como o diário de James logo no comecinho:
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Lilian viu a porta batendo com um sentimento apertado dentro do peito. Uma vozinha que repetia incessantemente¹ dentro da sua cabeça: "Culpa sua... Você não tem sentimentos... Foi sua responsabilidade..."

Queria ter impedido que ele fosse embora , queria têlo chamado... Não queria ter dito aquilo, devia saber que ele não seria capaz de fazer o que dissera, mas quem disse que ela realmente era tão esperta assim? Vivia cometendo erros... E a forma como tratara James era um deles. O pior.

Ela odiava que as pessoas elogiassem sua beleza. Desde pequena. Claro que ninguém nunca entendia, mas se se importassem em perguntar alguma vez, ela teria explicado... No pré, escolinha trouxa, foi a primeira a aprender a ler, de toas as 8 turmas de 30 alunos. Nessa idade já não brincava de boneca, mas arrasava com os quebra cabeças que o pai lhe comprava. Dois anos depois ninguém lhe vencia no xadrez e o que lhe falavam era apenas: "Essa garotinha linda vai ter sorte na vida." Depois veio Hogwarts onde logo no Expresso de HOgwarts ela o avistou... James Potter. Ambos se tornaram Grifinórios. Tiveram aulas juntos. Ela queria surpreendê-lo com a sua inteligência... Respondia a todas as perguntas, recebia as melhores notas e era primeira a terminar os exercícios em aula, embora ele quase não ficasse tão atrás. E era isso o que mais a surpreendia, pois tinha que se esforçar tanto e ele quase não estudava!

Mas ele parecia nunca notá-la.... O primeiro ano foi de tentativas infrutíferas para chamar sua atenção e quando já desanimara, houve aquele incidente no corredor... E qual foi a primeira coisa que lhe dissera? Como foi que a tratou? Como uma garotinha de curvas bonitas e pouco cérebro que ele estava já acostumado a sair. Isso a enfureceu. Não era o tipo de garoto que ela pensou que era, que ela queria ter ao seu lado. Era imaturo, galinha, arrogante e irritante! Mas assumia... Aquilo virou uma guerra... Não tinha necessidade de exagerar como fizera... Só que as coisas saíram de seu controle...

Droga... Já estava mais do que na hora de acabar com aquele criancice.

Mas a porta se fechara e James saíra por ela, magoado. Chateado. Provavelmente sem vontade de vÊ-la tão cedo.

Precisava pedir desculpas. Não que isso fosse mudar alguma coisa entre elee, reconhecer seu erro era uma coisa, perdoar uma vez também. Outra bem diferente era esquecer tudo o que James lhe fizera e ficar com um cara que não sentia nada por ela a não ser orgulho ferido.

Não soube quanto tempo ficou ali. Talvez até uma hora. TAlvez mais. Até que finalmente decidiu se levantar. Lavou o rosto, vestiu a blusa e já estava para sair quando notou algo sobre a cama. Brilhava como água.

Era a capa de invisibilidade de James.

MEsmo sem perceber ela sorriu. Lembrava da aventura que eles passaram juntos naquele armário, no quinto ano. Fora lá que ele a beijara. E lógico, ela ficara sem reação. Foi surpreso e... tão bom...

PEgou a capa e a dobrou, escondendo sob a blusa. Entregaria na mesma ocasião em que deveria pedir desculpas.

Antes que pudesse pensar em sair mais uma vez, porém, outro objeto chamou-lhe a atenção. Dessa vez sobre o criado-mudo do lado que James estava. Era retangular, grosso, encapado com couro de Dragão preto.

Um livro, foi o que Lily pensou primeiramente. Recolheu o objeto e mirou o que deveria ser o título. Como não conseguiu ler, soletrou:

- "CDADECPSMESSSR!"

Lily franziu as sobrancelhas. O que diabos era aquilo? Um código? Não poderia ser um livro... Não com um "James Potter" escrito com o mesmo tipo de letra no fim da capa. Era o quê, então ? Um caderno?

Ela tentou abrir, mas não conseguiu. Havia um feitiço de proteção ao redor. Bem, já tivera a certeza de que era de James, o jeito era guardá-lo junto com a capa e devolver-lhe na primeira oportunidade.

Guardou-o, pegou sua varinha e saiu.

No seu dormitório tomou um bom banho, vestiu as vestes simples de domingo e saiu atrás de James, o diário e a capa escondidos no casaco quente. Entregaria tudo a ele, pediria desculpas e só, iria embora. Era hora de dar um fim naquilo tudo.

Mas seus planos foram por água abaixo quando chegou no salão comunal . O topo de duas cabeças era visível no sofá que estava de costas para ela, dando para reconhecer os cabelos arrepiados de Potter e os bem arrumados de Black. Aparentemente discutiam:

- Está começando a ficar chato, Prongs. Já disse que não peguei aquela porcaria de diário!

- Não é um diário! É um caderno de anotações diárias e confidenciais para seres masculinos expressarem seus sentimentos sem receios! E não é uma porcaria!

- Você não esqueceu em nenhum lugar, James? - Era a voz de Remus. E vinha da poltroa a esquerda, por isso não dava para vê-lo.

- Não! Onde poderia ter deixado?

- Ora, isso é com você, Prongs! - Petter. No chão, perto da lareira. - Agora não vem culpar a gente por ter pegado o seu diário! Tá certo que a gente já quis fazê-lo, mas não fomos nós!

- Diário não! É caderno...

- Prongs, já chega, não foi a gente e pronto, tá legal!

- Prongs, tente se lembrar, quando foi que você o viu pela última vez?

Lily tremeu, involuntariamente levando a mão até a bolsa onde sabia estar o di... Aquele troço de nome comprido que James falara. Sabia que era bom mostrar logo a sua presençã e dizer a verdade ao rapaz, mas decidiu esperar para ouvir a resposta que ele daria a Remus.

- Acho que foi hoje de manhã, quando eu fiz algumas anotações... Aí neu fui tomar banho... - Ele se calou. Lily deu um passo para trás. - Esperem, acho que eu não o trouxe de volta! Eu dexo ter deixado lá!

Era a hora. Pigarreou.

- James? - Certo, soltara o primeiro nome. Esse foi o motivo de ele ter arregaado os olhos de se levantar, provavelmente. - Hum... Posso falar com você um minuto?

Ele não negou, apesar de não parecer muito animado. Foram a um canto da sala.

Encarou-a, esperando.

- Hum... Eh... Eu queria pedir d-desculpas por hoje cedo... - Ele não teve nenhuma reação, o que a deixou ainda mais constrangida. - É que eu não queria dizer aquilo, não... não penso isso de você.

Apenas um aceno de cabeça ela teve como resposta.

- É sério, James, eu não queria mesmo dizer aquilo. Você me desculpa?

- Tudo bem.

- Hãm... Certo. - Estava tudo bem, então o que ela ainda esperava?

- Bem, se era só isso...

- James?

Ele se voltou, claramente surpreso.

- Você esqueceu... Lá na sala, você esqueceu uma coisa...

O rosto dele se ilumihnou. Lily apertou o diário dentro do bolso, mas foi a capa que ela tirou para lhe entregar.

- Ah. Obrigado. Eu nem tinha sentindo falta... Que estranho.

Houve um silêncio.

- Evans, será que... não viu se havia outra coisa lá... Um caderno, talvez...

Lily continuou apertando o diário firmemente dentro do bolso. Era só tirar, só tirar e entregar... Era só isso...

- "Não é um diário! É um caderno de anotações diárias e confidenciais para seres masculinos expressarem seus sentimentos sem receios! E não é uma porcaria!"

"- Acho que foi hoje de manhã, quando eu fiz algumas anotações... Aí neu fui tomar banho... Esperem, acho que eu não o trouxe de volta! Eu dexo ter deixado lá!"

Ele havia feito anotações sobre a noite passada, sem dúvida...

Lily não controlou sua língua, a curiosidade foi maior.

- Não vi nada. Desculpe.

- Ah, certo. Tudo bem. A gente se vê.

Antes de subir as escadas correndo, ela pôde ouvir a voz de Sírius quando James se juntou a eles novamente.

- Ainda bem que você pôs uma senha, Heim? Se todos fossem ler o que você escreve lá...

De volta ao dormitório vazio, Lily deixou a cabeça pender sobre o travesseiro. Porque fizera isso? Porque não lhe devolvera o diário? Porque ficara com ele? O que pretendia com isso?

Tirou-o da bolsa e ficou encarando aquelas iniciais: CDADECPSMESSSR.

Sorriu. Agora já sabia o que era.

Num gesto automático tirou a varinha e tentou abrir com um feitiço. Depois tentou outro, e outro, até que se viu desesperada para conseguir abrir um caderno que não parecia ter chances de mudar seu estado. Guardou a varinha desanimada.

Uma senha, fora oi que Black dissera. Seria fácil? Vindo de James Potter?

Automaticamente murmurou:

- Evans.

Nada. Tentou de novo:

- Lilian?

O caderno continuou intacto, fazendo Lílian suspirar. Tentou todo o tipo de coisa. Palavrasm objetos, nomes, números... Só quando estava para desistir foi que uma idéia veio-lhe a mente. Franzindo as sobrancelhas, incerta, para o caderno, murmurou:

- Lilian... Potter?

Houve o baruilho de um laço invisível se rompendo, um estralo, e a capa grossa, preta, deu uma volta de 180 graus.

"Caderno de anotações diárias e confidenciais expressarem seus sentimentos sem receios."

Bem vindo, James.

Ainda surpresa com sua própria sorte, Lily ignorou a vozinha que lhe dizia aquilo ser errado e mergulhou na leitura mais suspreendente, fascinante e emocionate da sua vida.

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