O baile



Padfoot quase não conversou comigo durante toda a semana. Eu o joguei contra a parede outro dia para lhe perguntar o motivo e a única coisa que ele disse foi me perguntar se eu estava gostando de Sarah.

- Não sei - repondi. - Eu gosto dela como uma amiga, ela é maravilhosa e tal, então resolvemos tentar, como você bem sabe. Entede como é? Sarah não é do tipo que ficaria sozinha o tempo todo, era melhor me apressar não?

E a Evans? Foi o que ele perguntou, até com uma pontinha de esperança.

- Eu ainda gosto dela, mas ela não me dá bola. Acho que não tenho chances...

Ele perguntou se Sarah arrumasse outro e me trocasse, o que eu faria.

Porque não tacar uma indireta?

- Padfoot, eu ainda gosto da Evans como sei que nunca serei capaz de gostar de ninguém... Se Sarah arrumasse outra pessoa eu não ligaria... Ao menos que essa pessoa lhe merecesse, que a amasse de verdade e não estivesse disposto a trocá-la por qualquer coisa ou qualquer outra. Se aparecesse alguém assim, sem dúvida eu não me importaria. Lamentaria, claro, mas ficaria feliz. Eu nunca vou poder oferecer o amor que ela merece... Porque, sim, Padfoot, alguém como Sarah merece ser amada. E muito amada.

Naquele momento ele ficou calado e eu sorri interiormente, Sarah deveria ter ficado com uma outra pessoa antes se soubéssemos que daria tão certo assim...

Petter e Meire voltaram a trocar olhares durante as horas. Ixi... Aquilo ainda ia dar muito pano pra manga... Afinal, eu soube que os dois iam sozinhos para o baile...

Ontem eu encontrei um livro nas coisas de Moony e achei interessante... Era um livro sobre tais ditados populares trouxas... Olha que para eu ler alguma coisa tem que ser realmente muito bom! Achei super divertido! Por isso não se espantem por ter usado esse pano pra manga ai... ^^

Eu e Sarah pegamos o costume de andar de mãos dadas pelos corredores. Nos divertiamos bastante com as caras enganadas que ficavam nos encarando por onde íamos, realmente.

Fazer o que, não? Deixa a Evans ir com o Ranhoso! Afinal, O pior cego, é aquele que anda sem a bengala... Quero dizer, Em terra de cego, quem tem um olho é caolho... Aff... Esquece... Não consegui decorar tudo ainda...

Mas tipo, as vezes eu me perguntava se estávamos mesmo fazendo a coisa certa... Estava tudo ao contrário! Eu com Sarah, Moony sem Mary, Evans sem mim...!

Tudo fora do lugar!

Mas infelizmente, eu não podia fazer todos se tocarem. Se abandonasse Sarah, estaria abandonando apenas ela, pois Padfoot sem dúvida não faria nada, Evans não daria a mínima (pelo menos não demonstraria) e no que isso ajudaria Moony e Mary?

Absolutamente nada.

Eu era, infelizmente, apenas eu. E antes que pudesse pensar que qualquer coisa que poderia fazer, O dia do Baile chegou.

Horrível.

Até engraçado, dependendo do ângulo que você decidir analisar, talvez. Céu! Com excessão das mais novas não havia mulheres em lugar algum do castelo! E no salão comunal, entretanto, garotas de sexto e sétimo ano corriam de um lado para outro, com prisilhas esquisitas nos cabelos, uns trecos arredondados enrolados nos fios, gritaria, tubos de cremes sendo trocados de mãos em mãos...

- Céu, têm certeza que essas são nossas garotas da grifinórias ou criaturas extras-terrestres que caíram de alguma espaço-nave? - perguntou Wormtail.

- É muita frescura - murmurou Padfoot, irritado. Ultimamente ele andava sempre irritado.

Bufou, quando uma das garotas soltou um gritinho ao constatar que fizera um nó entre uma das mechas.

Um livro voou até o outro lado da sala e eu olhei para a direção em que veio. Moony parecia irritado.

- Caramba, elas não podem fazer isso no dormitório?

- Não cabe todas dentro do dormitório nesse escarcel todo, Moony - falei. - Lá já estão aquelas que vão ao baile com alguém da grifinória. Pode olhar, você acha que elas se arriscariam a se arrumar onde o possível par poderia vê-las? Aquele grupo ali vai com corvinais. Aquela lá com um Lufa-Lufa, aquela, aquela e mais aquela vão com sonserinos...

- Você está bem por dentro, heim, Prongs? - Padfoot zombou. - Anda de olho em mais alguém além de sua namoradinha?

Moony me encarou severemente. Ela ainda não havia conversado comigo sobre isso, mas eu acho que ele sabe muito bem o que eu pretendo com Sarah.

- Que homem não estaria satisfeito com Sarah, Padfoot? Nem se eu fosse muito louco.

Ele corou. Ha, há... Mexe com quem tá quieto...

- Não aguento isso daqui - Moony se levantou. - Venham, vamos fazer alguma coisa nos jardins...

A proposta foi aceita de bom grado. Passamos a tarde toda nos divertindo na neve e invadimos a cozinha umas três vezes. Até que a hora de se preparar para a festa chegou.

O salão Comunal já estava vazio, graças a Merlim. Não trombamos com nenhuma garota estérica pelo caminho.

Subimos normalmente. Conversando normalmente. Agindo naturalmente.

Todos tentavam aparentar tranquilidade, mas ninguém na verdade estava muito contente.

Bem, ninguém iria com quem queriam ir, não dava para esperar outra reação.

Nos arrumamos em uma hora. (Éramos cinco ao todo no dormitório, tinha sempre uma fila para usar o banheiro.) Não sei como as garotas precisavam de um dia inteiro!

Mas pulando toda essa enrolação para quando o relógio anunciou 15 para as oito, Wormtail desceu até o salão principal para aproveitar que não tinha filas nas mesas de comida, provavelmente.

Moony, com suas vestes de gala preta e seu gel no cabelo (sério, nunca pensei que veria o Moony todo certinho com seus cabelos super penteados naquele jeito todo espetado), avisou-nos que era melhor descermos para nos encontrarmos com as garotas na escadaria da torre antes que elas pensassem que as abandonamos.

Concordei e me levantei, brecando-me logo em seguida quando percebi que Padfoot estava ainda sentado, com os olhos perdidos.

- Padfoot? - chamei. Moony também parou.

- Padfoot? - repeti, segurando em sua gravata borboleta azul marinho e a puxando para chamar sua atenção. Ele me olhou, assustado.

- Hãm?

- Você quer perder seu par? Anda logo! Vamos senão perdemos a abertura do baile!

Sacudindo a cabeça como um retardado, ele se levantou, passando na minha frente.

Girei os olhos, o seguindo. Não antes de dar uma última olhada no meu visual. Enquanto Moony opitara por uma veste simples com uma capa aveludada, Padfoot seu conjunto azul marinho com preto. Eu opitei por um daqueles modelos antigos de noivo, sabe? Sarah me avisara que estaria de branco, então eu coloquei um conjunto normal, preto, com o colete de baixo cheio de correias prateado e brilhante.

Pisquei para o meu reflexo e segui os outros dois.

Havia um tumulto no salão comunal, cheio de garotas arrumadas e cheirosas esperando os parceiros, ou caras sem graças esperando as parceiras.

Uh... Um gatinha de vermelho passou do meu lado me sorrindo e eu acompanhei-a com os olhos até ela sumir dentro do dormitório. Impressão minha ou tava me dando mole?

Não tive tempo de perguntar para os rapazes porque, ainda olhando para trás, não vi que Moony brecara abruptadamente e acabei trombando nele.

- Ai! Moony, o que...

AI MEU MERLIM!

Olhando na mesma direção que ele olhava eu vi... Evans e Mary. As duas...

...

...

...

...

Meu queixo caiu. Olhei rapidamente para Mary vendo seu vestido de cetim champagne e seu belos caixos loiros espalhados pelos ombros, mas o que me interessava mesmo era Lily... Cabelos soltos, um penteado meio esvoaçante... Vestido azul turquesa que realssava (?) seus olhos... Mangas caídas, um racho que chegava até um palmo antes do joelho...

Ela estava mais do que deslumbrante! Era uma rainha!

Nossos olhos se encontraram e nenhum dos dois conseguiu desviar o olhar. Céus... Eu estava até sem fôlego!

Mas Um garota escolhe aquele momento para cutucá-la.

- Lily? Severus está te esperando lá fora.

Pisquei, voltando ao normal. Severus... Ridículo.

Ela queria ir com ele? Que fosse com ele, então!

Cutuquei Moony e o empurrei até o quadro. As duas nos seguiram, ainda olhando para nós.

- Jammie, até que enfim! Parece uma garota para se arrumar!

- Desculpe, Sarah, n-nós...

Santo dia das surpresas! Com tanta mulher bonita assim eu ia acabar tendo um infarte! Não podia nem acreditar que aquela era Sarah... Um vestido branco, simples, frente única, que se apegava perfeitamente às suas curvas e um decote extraordinário...! Sem contar os cabelos negros lisos com cachos perfeitos nas pontas...

- Você está... linda - elogiei.
- Maravilhosa - completou Padfoot ao meu lado. O encarei e notei que era ele quem babava agora.

Sarah nem olhou para ele.

- Obrigada Jammie. Vamos?

Ofereci meu braço para Sarah, tentando ignorar a visão de um Ranhoso andando na direção da Torre onde provavelmente Lily o esperava.

Saímos, acompanhando de Perto Moony com a sonserina gostosona e ignorante.

O salão estava realmente belo! Tenho que confessar que os professores capricharam dessa vez! Várias mesinhas decoradas de vermelho e prata com uma garrafa elegante de bebida em seu centro, mais taças de cristais ao redor e guardanapos extraordinariamente brancos, também dobrados elegantemente.

Havia um palquinho muito bem decorado também, um espaço sem mesas bem no centro do salão, aberto para danças, provavelmente, e um gigantesca mesa com bebidas de todos os tipos e aperitivos.

- Uau - Sarah exclamou ao meu lado.

- Eu sei - concordei, rindo.

- Vamos sentar? - pedi, queria escolher um lugar perto da mesa de bebida, se possível. Ah... Ninguém é Santo, né? Eu não vou precisar ficar me levantando toda hora... E o salão já estava bem cheio!

- Vamos.

Sentamos e não demorou para que Moony e a go... a tal da gabriella viessem nos fazer compania. Sírius e outra lá sentaram em uma mesa de frente para a nossa.

Estávamos todos em silêncio. Em expectativa para o começo do baile. Padfoot não perdeu tempo e virou a garrafa que estava no centro em sua taça.

Tsc, tsc... Será que ele não via que apesar de ela estar ali não era para ser tomada e sim apenas como enfeite? O fato de não conter um feitiço refrigerador já era uma prova disso... Mas se ele queria tomar bebida quente...

- Olha lá? O que é aquilo? - ouvi a voz de Sarah ao meu ouvido.

Olhei.

Várias sombras pareciam aparecer no palco, não como se estivessem se aproximando secretamente, mas como se a intenção fosse realmente aquela entrada. Sem que pudessemos vê-los, mas que percebessemos que algo estava para acontecer.

- Parece que vai começar... - murmurou Gabrielle.

- Senhores... - Uma voz grave ecoou por todo o salão. A pouca conversa que tinha calou-se imediatamente. - Alunos e alunas. Professores e professoras... Sejam todos bem vindos à mais essa realização da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! Desejamos que se divirtam e desfrutem o máximo dessa festa... Que começa agora.

O barulho de estouro pôde ser ouvido e no instante seguinte alguma coisa como papéis coloridos e brilhantes apareciam sobre todos os cantos, sobre todas as cabeças.

Muitas garotas soltaram gritinhos e muitas palmas foram abafadas pelos instrumentos que começaram a tocar...

Sim, o baile evidentemente começara.

Levei Sarah para Dançar um pouco as melodias rápidas e "dancáveis". Só paramos depois de muito tempo, quando já estávamos mesmo cansados.

Olhei ao redor, parando um pouco para prestar atenção no que acontecia com os outros enquanto Sarah bebia alguma coisa.

Padfoot não parecia ligar muito para a garota que estava com ele, a julgar pela distância que ele insistia em manter e a cara nada agradável dela.

Sorri interiormente. Se eu conhecia Pad ele provavelmente estava enxendo a cara porque caira na real, usando a desculpa da bebedeira para não se aproximar da garota.

Claro que acostumado como Pad era a beber aquilo não estava nem perto de embebedá-lo.

Mas ela não precisa saber disso, certo?

Moony e gabrieele pareceram se dar bem. Conversavam animadamente e não sairam um único momento para dançar. Pareciam mais uma dubla de amigos do que outra coisa. Sequer uma proximidade "diferente" parecia haver.

Estranho, não?

Só que eu tinha certeza de que ele reparara no olhar de Mary do outro lado do salão que não desgrudara dele. Assim como eu e muitos também reparam. Até o idiota do Colloy ao lado dela, a quem ela não dava moral nenhuma.

Sim, lá estava Evans e o Ranhoso conversando sozinhos numa mesa, tão animados quanto Moony.

Não gostei assim mesmo.

Eu queria que eu fosse a pessoa que fazia aquele sorriso no rosto dela.

Queria que aquele sorriso assim como tudo nele pertencesse a mim. E apenas a mim.

Bufei, ao mesmo tempo que uma música lenta e romântica começou a tocar. ´

(Escutem, vale a pena: http://br.youtube.com/watch?v=5Q7jtLRjxzI)

Muitos dos que estavam na pista se sentaram. Muitos dos que estavam sentados foram dançar, apesar de agora haver bem menos do que antes.

Evans e Snape foram. Cerrei os dentes. Cecília abandonou Pad e sua bebida (quem ele não queria desgrudar). Wormtail e Meire aproveitaram a brecha para sairem de fininho, de mãos dadas.

Percebi que Gaby se levantara ao receber um convite de álguém. Moony nem se importou, apenas olhou para mim e Sarah e fez o convite por nós:

- Porque vocês dois não vão dançar?

Encarei Sarah.

- Você quer?

Ela deu de ombros.

- Tanto faz. Você quer?

Sorri, me levantando e fazendo uma mesura exagerada. Sarah riu, aceitando minha mão estendida.

Enlacei a cintura de Sarah um pouco constrangido. Sentindo que ela também estava tensa. Era até engraçado a situação. Éramos amigos! Aquele namoro era uma farça! Toda a situação era constrangedora. Ainda mais com aquela música melosa de fundo.

Para não encarar os olhos chamativos dela, continuei olhando ao redor. Não demorei para visualizar Moony levantando-se depressa da mesa por algum motivo. Franzi as sobrancelhas e tentei acompanhá-lo com os olhos. Ele saia depressa do salão. O motivo, eu não sei.

Procurei por Mary e Colloy e também não achei nenhum dos dois. Será que tinha alguma coisa a ver?

Bah... o que teria acontecido? Talvez os dois foram imitar Wormtail e Meire e Moony quis ver para acreditar...

Mas acreditem, era mesmo melhor ele não ver. Eu acabei de ver Lily e o Ranhoso perto de nós e não gostei nenhum pouco. O que aquela mão engordurada estava fazendo na cintura dela?

¬¬

Desviei os olhos quando ela também me encarou. Estava cansado... Não... Foram muitos anos... Muitos anos perdidos correndo atrás de alguém que não me dava bola... Estava cansado...

Encontrei Sarah me encarando, parecendo triste.

Já citei que ela tinha um olhar tão intimidador que você até se encolhe?

Pois é...

Tive que me esforçar para não me encolher.

Afastei os cabelos que haviam em seus olhos, mas descobri que gostava do contato da pele daquele rosto sob meus dedos e deixei minha mão ali.

- Jammie...

- Hum?

- Isto está tão esquisito... Não acha?

Sua voz era um sussurro, mas apesar do barulho altíssimo da música eu a ouvia perfeitamente bem.

- O que? - perguntei, agora fazendo uma carinho suave com o polegar em sua bochecha.

Sarah segurou minha mão.

- Isto. A gente. Essa música. Esse clima. Quero dizer, você sempre amou a Lily e eu amo o Sírius, certo? Somos amigos, não somos?

- Claro - confirmei, mas não afastei a mão. Sempre fui muito impulsivo. Um pecado meu que sempre acabava me fazendo arrepender de algo.

- Certo então - ela concordou.

O engraçado foi que eu continuei fazendo carinho em seu rosto e ela continuou segurando desnecessariamente a minha mão.

Quando percebi, estávamos próximos demais. Não sabia quem tinha se aproximado, acho que fora apenas o instinto... seus olhos se fecharam automaticamente e os meus os seguiram.

Foi assim que senti a textura aveludada de seus lábios nos meus, da mesma forma em que estávamos, nossos braços e mãos não sairam do lugar...

Eram lábios macios, que eu experimentei adoravelmente quando se entreabriram. Um beijo calmo, no ritmo da música, num conforto adorável, se seguiu...

Até que eu me peguei tocando aqueles cabelos negros imaginando em como seriam se fossem ruivos e não tão pretos...

Até que abrimos os olhos e nossos lábios se desgrudaram e eu me desapontei em não ver as esmeraldas que eu tanto queria ver...

Sarah me olhava, um pouco confusa.

Nos encaramos, sem saber o que dizer.

A primeira atitude que qualquer um teria naquele momento foi a mesma que eu e Sarah tivemos:

Olhar ao redor.

Aparentemente todos continuavam dançando normalmente. Menos...

- Lily... - Sarah murmurou e só eu ouvi.

Evans nos encarava, estática. No meio da pista de dança.

Snape parecia não entender nada.

Antes de mais nada, porém, ela saiu correndo.

Hãm?

A música acabou e outra começou a tocar. (http://br.youtube.com/watch?v=JYJwTAYNzxM&NR=1) Eu e Sarah nos olhamos mais uma vez, assustados e confusos e resolvemos nos sentar.

Sentamos. Em silêncio.

Quando eu abri a boca pra falar, Sarah também o fez.

Nos calamos juntos.

Bem, isso serviu para darmos boas risadas e descontrair o ambiente pesado.

- Pode falar...

- Não, fala você...

- Certo, então... Sarah, você é muito gata e tal, beija muito bem, mas...

- Eu sei - ela me cortou, suspirando aliviada. - Você ama Lily, e eu sempre soube que ela também gostava de você. Agora pouco foi uma prova viva disso. Nós somos amigos... Sei lá... Acho que não é o fim do mundo também... Nos beijamos. Certo. Aconteceu... Estávamos sozinhos e carentes... Bem, não vamos nos matar por causa disso...

- Exato - concordei, agradecido. - Ótimo... Sabe, eu adoraria ficar com você, mas nós dois já estamos apaixonados. E por terceiros. Esse beijo foi ótimo, mas... Fica por isso mesmo... Certo?

Ela me deu um tapa no ombro, rindo.

- Senhor James Potter, heim? Fica atancando jovens indefesas...

Dei risada.

- Jovens indefesas? Não a julgar por esse tapa.. Já disseram que você bate muito forte?

Ela riu.

- Sim. já. Agora... - suspirou, tornando-se séria. - Eu acho que vou atrás de Lily...

- Certo. - murmurei. - Até depois então.

Sarah saiu e eu, ainda confuso pela sequência assustadora de fatos, ergui os olhos e encontrei Pad me encarando, nada agradável posso dizer.

Respirei fundo e fui até lá.

Sentei-me na mesa dele no mesmo instante em que Moony entrava de volta ao salão com Mary. Espere aí? Eles estavam de mãos dadas? Merlim! O que eu perdi?

Padfoot enxeu o copo, fingindo que não me via. Virou-o de uma vez.

- Você pode até não ficar bêbado, Pad, mas vai acabar estragando seus fígados e...

- Me deixa, James. O que você quer aqui?

Suspirei, assistindo Moony e Mary indo para a pista de dança, que continuava a tocar uma música lenta.

Era melhor contar logo a verdade, isso não nos levaria a lugar algum.

- Foi tudo uma farça, Padfoot. - despejei. - Eu e Sarah nunca namoramos.

O copo parou a meio caminho da boca e seus olhos se voltaram para mim.

- O que disse?

- Eu e Sarah. Nós só queríamos fazer ciúmes para vocês, nunca tivemos nada. A verdade é que Sarah sempre gostou de você, Pad, mas por achar que você nunca se envolveria seriamente com ela resolveu terminar antes que se envolvessem mais. Sempre foi uma farça.

Sírius ficou em silêncio por alguns segundos. Virou o copo outra vez e sacudiu a cabeça, como para negar algo.

- Eu vi você dois se beijando, James.

Como eu justificaria isso?

- Sírius, aquilo foi... Foi de momento, foi o clima, sei lá... Nós somos apenas amigos! Só! Nunca sentimos nada um pelo outro!

Novamente ele balançou a cabeça.

- Amigos não beijam na boca - afirmou.

Bem... Ele estava até que certo.

- Nem todos parecem ter conhecimento disso, Padfoot - murmurei, um sorriso nos lábios.

Padfoot me encarou, sem entender. Eu apontei para a pista de dança onde Moony e Mary estavam sincronizados num longo e apaixonado beijo. Vi um o fantasma de um sorriso nos cantos dos lábios de Pad, mas ele logo os desmanchou, encarando o copo, dessa vez, sem realmente beber alguma coisa.

- Pad... Eu amo a Evans. E Sarah ama você. Ela só não lhe disse até hoje porque não acredita que você sente o mesmo por ela.

- Não sinto. - ele murmurou, carrancudo.

- Não? Ah, então me perdoe! Mas eu jurava que esse era o único motivo de você ver o nosso beijo e ficar assim tão irritado!

- Eu não f...

- Padfoot, por merlim! Será que você vai precisar perder a Sarah de verdade para assumir o que você sente por ela? Ou vai agir como um homem de verdade e ir atrás dela agora?

Como se minhas palavras fossem proféticas, Sarah apareceu na porta do salão. Vi quando seus olhos nos encontraram na mesa e ela ficou sem reação.

- Está esperando o quê, Padfoot?

Ele não se mexeu.

Olha, se você não for lá agora eu juro que eu vou e a peço em namoro de verdade! Já perdi as esperanças com Evans mesmo e estou sozinho, só que se eu fizer isso não vai ser para abandoná-la depois, caso mude de idéia! Você vai ou eu vou?

Ele me olhou raivoso.

- Você não teria coragem...

- Ah não?

Me levantei e lhe dei as costas. Estava para dar o primeiro passo quando senti que ele segurava meu braço.

Me virei, escondendo um sorriso.

- Você Venceu, Prongs. Eu vou.

E não é que ele foi mesmo?

Sorri, ao vê-lo arrastar Sarah para longe dali. Provavelmente para uma sala vazia tentar se reconciliar.

Não havia mais nada que me prendia ao salão, então subi ao meu quarto, troquei de roupa e fiquei lá até Moony aparecer. Ele me contou tudo o que aconteceu com Mary (o que eu registrarei aqui depois) assim como Padfoot pulando de alegria me contou detalhadamente todo o seu encontro com Sarah, o que fez para reconquistá-la, etc, etc, etc...

Não tinha noção da hora. Só sei que eles tomaram um banho, se deitaram, dormiram e eu ainda fiquei acordado, rolando na cama sem conseguir pegar no sono.

Porque alguma coisa me dizia que eu devia me levantar e andar pelo castelo?

E desde quando eu precisava de uma resposta?

Peguei minha capa de invisibilidade e saí. Encontrando realmente uma resposta depois de quinze minutos de passeio.

Foi no sétimo andar, num corredor particularmente escuro, perto de uma armadura maluca. Uma garrafa vazia como aquelas que víamos nas mesas do baile. Um pouco do líquido estava derramado no chão.

Dei mais dois passos, após analisar a garrafa e percebi uma cabeleira ruiva atrás da estátua.

Uma cabeleira ruiva estranhemente conhecida.

E havia resmungos... soluços... Oras... Que coisa esquisita.

- Olá?

Um gritinho agudo e assutado fez-se ouvir. Dei um pulo para trás quando a imagem de Evans apareceu na minha frente.

- Potter! - ela exclamou raivosa. - Vo-ocê aqui!!

Apesar de ter me encolhido como sempre fazia com os gritos de Evans (Oh, Merlim, eu assumi isso no papel? Não deixe Padfoot pegar esse d... caderno.) eu notei que algo... Lá no fundinho daqueles olhos tão verdes e naquela expressão tão cansada, estava... Diferente.

- Evans... você... Está... bêbada? - My God! Quem disse que seria tão difícil descobrir? Francamente, não dá pra acreditar, Lilían Evans conhecida por ser a certina, a correta, esta mesmo... bêbada?

- É claro que não, seu bobo! - ela exclamou, se atirando nos meus braços e apertando minhas bochechas.

OO

- Ah... Evans...

- Lílian.

- O... O que?

- Meu nome é Lílian! Me chame de Lílian!

Eu a encarei, surpreso, ela estava muito próxima, o cheiro de alcool era evidente.

- Lílian...

- Aí! Bom menino! - Ela me deu um beijo na bochecha, desajeitada. Oh, como eu queria que ela fizesse isso em condições normais. - Vamos... Repita! eu quero ouvir de novo...

- Lílian...

- Isso, agora me chame de Líliy¹.

Ela escorregou até o chão, me levando junto.

- Ei, Evans!

- É Lily! Diga: Liiiiiiiiiiiiiiiiiily. Llllllliiiiiillllllllyyyyyyyyy!!!!!!!

- Er. Lily.

(*¹ Amores, sei que Lilian e lily não existe, ou é um ou é outro. Mas resolvi colocar o nome de lilian, mas lily como se fosse apelido, ok? Façam de conta que é uma abreviação.)

A pronuncia era perfeita, claro. Eu sempre percebi e adorei. Lily também pareceu perceber. Ela sorriu bobamente, os olhos fechados.

- De novo...

- Lily. Precisamos sair daqui. Você não pode ser encontrada nessas condições...

Mas ela não respondeu, olhos fechados e a respiração entrecortada.

Adormecera.

- Ah, ótimo...

Olhei ao relógio e depois ao redor. Lílian não poderia ser encontrada por niguém, naquele estado, àquela hora. Se encrencaria demais.

- Pense, Prongs, pense!

Desesperado por uma solução, uma idéia me ocorreu. Claro! A Sala Precisa! Um lugar perfeito para escondê-la até que se curasse da bebedeira.

Sem muito esforço, a peguei no colo e a carreguei até lá, tomando o cuidado necessário para não sermos pegos.

Passei três vezes em frente a parede de pedra, murmurando para mim mesmo: "Preciso de um lugar onde possa esconder a Evasn e cuidar de sua bebedeira".

A parede se abriu, revelando uma larga porta. Cruzei-a com Lily ainda no colo e me surpreendi com o loval: Havia uma imensa cama com vários frascos de poções, umas bacias de porcelana que não entendi a utilidade, uma jarra que pelo visto, continha água fria e uma garrafa térmica de onde escapava um fiapo de fumaça.

Coloquei Lily na cama e a cobri, me afastando para dar uma olhada melhor na sala, mas ela acabou acordando.

- James?

Virei-me rapidamente, na esperança de encontrá-la bem, apesar de saber que nunca em seu juízo perfeito Evans me chamaria de James.

Assustei-me. Ela estava estranhamente verde e num reflexo, eu peguei uma daquelas bacias de porcela, entendendo para quê serviriam. Corri até ela, colocando a bacia perto de seu rosto bem a tempo.

Instantaneamente uma toalha fofa surgiu a minha frente e eu a passei a Evans assim que a âncea terminou.

- 'Gada - agradeceu ela. O conteúdo da bacia desapareceu quando eu a pus de lado.

- Acho melhor você tomar um café...

Peguei uma xícara do conteúdo da jarra e a passei para Ev... Lily.

- Não gosto de café... Ops!

Tentando afastar a xícara de perto, ela bateu em minha mão, derramando tudo sobre mim.

- Ãm... tudo bem - acalmei-a, sentindo o líquido quente enxarcar minha camisa e queimar minha pela. Tirei rapidamente a peça de roupa e me limpei com um pano molhado que acabara de aparecer.

- É para tirar a roupa? - perguntou Lily, mirando-me com olhos inocentes e puxando a camiseta pelo pescoço.

- Não! Lily, eu só me sujei... - escutei o desespero da minha própria voz e o suspiro aliviado que soltei ao constatar que ela usava uma mini-blusa embaixo, pelo menos. Céus ela não estava bem.

- Gosto de você me chamando assim... - ela sussurrou, os olhos brilhando, se aproximando de mim e... Num piscar de olhos ela estava no meu colo, enlaçando meu pescoço. Gosto de como soa... Repete?

Ela parecia tão frágil! Observei bem aqueles olhos verdes que brilhavam em espectativa, a espera. Aepsar de saber que elanão estava em seu juízo, dentro de si mesmo, eu me vi desejando imensamente que aquilo tudo fosse real, não um mero efeito do ácool.

- Lily - repeti, mais uma vez naquela noite. E mais uma vez assistindo um radiante sorriso se formar no seu rosto sempre belo.

Mas tão rápido quanto veio, o sorriso sumiu. Uma expressão que lembrava levemente a de Evans enfezada e mal-humorada surgiu em seu rosto. Claro que era mais puxada para cômica do que para assustadora.

- Você... - ela reclamou. - Tem um sério problema, Potter... Quem mandou você beijar a minha amiga?

Pisquei. Sem saber o que fazer.

- Eu não... Sarah e eu... Nós não temos mais nada.

Ela não entenderia se eu dissesse " nunca tivemos nada". Na verdade eu nem sei como ela estava conseguindo falar alguma coisa, pelo estado claramente avançado da bebida.

Um novo sorriso, foi tudo o que vi, antes que ela se atirasse nos meus braços e colava seus lábios nos meus. Completamente desajeitada.

Era difícil explicar o que estava acontecendo ali. Lilian Evans me beijava. Lilian Evans estava bêbada. Lilian Evans acabara de me empurrar com uma força extra e me derrubar na cama. Lilian Evans agora estava deitada sobre mim e... Aquilo era completamente errado!

Mesmo assim a maciez daqueles láios tão adoráveis que eu provara uma vez foi o suficiente para me paralizar.

Sem perceber o que estava fazendo (percebi depois, mas isso a gente pode fingir que não sabe), meus braços a envolveram devagar, aproveitando a sensação tão maravilhosa e aconchegante daquele corpo. Ela tentou falar ainda com meus lábios sob os dela:

- Sabe... Você é... um bobo. Eu sempre... amei você... E você nunca... percebeu...

O choque foi tão grande que eu segurei em seu rosto e o afastei, encarando-a nos olhos.

- Como é?

- Você sempre foi imaturo... Ficando com todas e dando em cima de mim, arrogante e... hic... e metido...

- Lily...

- Mas... Eu gosto de você.

Não consigui dizer mais nada quando senti novamente os lábios dela procurando os meus. Nos beijamos. De verdade. Apesar de ela estar um pouco desastrada.

Dessa vez eu não pensei, já a tinha envolvido mais forte em meus braços e invertido nossas posições quando... Me obriguei a caria na real.

Afastei-me o mais rápido que consegui.

James Potter, por favor! Não é apenas porque Lily se declarou que ela vai querer ser boazinha com você quando acordar! Agora que você descobriu o que ela sente, não pode fazer nenhuma cagada! Senão ela vai achar que você se aproveitou dela!

- Certo. Er. Lily. É melhor você descansar e... Precisaria tomar alguma coisa...

Olhei ao redor. A sala precisa funcionava de acordo com aquilo que nós mais precisamos, correto? Então se eu pedisse uma poção contra ressaca...

Isso! A poção apareceu bem na minha frente!

- Lily, é melhor você tomar... Ah, não. De novo não!

É, Lily já estava virada de lado, dormindo tranquilamente.

¬¬

Suspirando, peguei uma coberta de cima da cama onde estávamos e a cobri. Parei para observá-la por um bom tempo. As pálpebras de aspecto aveludado, os cílios unidos, achocolatados. Poucas vezes na vida eu já a vi com a aparência tão tranquila, nunca imaginei que ela poderia ficar ainda mais bela dessa forma.

Tirei uma mecha do cabelo ruivo de cima de seu rosto e não resiti, dando um beijo suave sobre a pele onde o cabelo roçou.

Encostei a cabeça na parede me ajeitando sentado na cama ao lado dela. Ela tinha que melhorar desse estado antes de voltar para o dormitório. E não podia ser muito tarde, teria que voltar antes que qualquer pessoa acordasse.

Esperaríamos. Mas eu não estava afim de dormir, perdera completamente qualquer resíquio de sono que ainda poderia ter.

O que faria então para passar o tempo? Porque ficar encarando Lily dormir não era uma idéia muito boa...

Certo. Eu acho que vou contar para você o que aconteceu com Moony/Mary, Pad/Sarah. O que acha?

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Ela era... interessante. Muito simpática e inteligente. Tinha um papo bem legal e apesar de algumas ideínhas fúteis, parecia ter uma cabeça, na medida do possível para uma sonserina, bem aberta e sensata. Poderíamos ser bons amigos. Só que infelizmente eu percebi que não era isso o que ela queria. Não apenas isso, pelo menos. E eu não podia oferecer o que ela desejava.

- Desculpe - foi o que respondi, quando ela me fez o convite para dar uma volta pelos jardins. Compreendeu, no mesmo instante. Não pareceu ficar muito contente, mas cavalheiros afim de tirá-la para dançar era o que menos parecia faltar ali. Logo ela encontrou um substituto e eu me vi olhando ao redor, buscando a pessoa que eu realmente gostaria de passar aquela noite.

Não que meus olhos não estivessem nela o tempo todo. Era simplesmente impossível não olhá-la e admirar inúmeras vezes, em qualquer situação. Claro que nos braços do Colloy aquilo dificultava um pouco. O Lobo dentro de mim se enfurecia todas as vezes que estam muito perto um do outro, o que, Graças a Merlim, aconteceu pouquíssimas vezes. Mary não permitia muito contato dele. Aparentemente ainda não o perdoara...

Certa ela. Na verdade eu nem sei o que ela estava fazendo no baile com aquele idiota!

Foi então que eu observei e vi os dois saindo do salão. Ela não parecia muito contente. Estranhei... Era amigo de james e Sírius, não? Como um bom maroto, minha missão era seguí-los, sem dúvida.

Tive um reflexo do cabelo louro de Mary sumindo depressa por uma porta assim que saí do salão. Olhei ao redor só para conferir que estava sozinho e caminhei até essa mesma porta, agora fechada.

Esperava ouvir alguma coisa, mas havia apenas o silêncio. Estranho... Será que eles se acertaram e... Estavam... Namorando lá dentro? Meu estômago revirou ao pensar nisso. Já estava quase indo embora, lamentando por definitivamente ter perdido a garota que eu nunca tivera, quando ouvi algo... Poderia ser considerado um grito estrangulado... Ou uma exclamação abafada... Era algo que deveria ser averiguado.

Tirei a varinha das vestes o mais rápido que pude e com um estrondo que ecoou por toda a sala, a porta se abriu.

Antes que os presentes fossem bruscamente afastados eu tive um flash do que havia ali. Colloy segurava Mary apertada pela cintura e com outra mão a fazia inclinar a cabeça para trás, puxando dolorosamente os seus cabelos naquela direção. O rosto de Mary estava molhado.

Por lágrimas.

- Expiliarmus! - exclamei, antes que ele pudesse sequer reagir.

Com dois passos para trás, Colloy me encarou perplexo. Senti uma raiva muito grande quando senti Mary correr ao meu lado e a ouvi soluçar.

- Tudo bem, Mary? - perguntei, ainda mantendo o olhar do sonserino.

Ela respondeu com um apertão no meu braço.

- Você pretendia o quê com isso, Colloy? Limpezas agradam tanto você que gostaria de um pouco mais até Julho?

Com uma raiva visível, ele ameaçou partir para cima de mim. Bloquiei-o com um feitiço.

- É melhor ficar onde está ou as consequências serão graves. O que pretendia?

Um sorriso cínico e zombeteiro apareceu em seus lábio. Senti o toque de MAry se aprofundar em meu braço.

- Ora... E você fingi que não sabe? Só estava recordando os velhos tempos... Sabe como é, não? Oh, me desculpe. Eu esqueci que você até hoje não teve a oportunidade de ficar com a vadiazinha, por mais que tenha tentado...

Sem pensar, o atingi com o primeiro feitiço que me veio a cabeça. Colloy caiu para trás, desacordado.

- O que... O que você fez, Remus?

Não consegui fazer mais do que lançar um olhar de desprezo para o corpo estirado no chão.


- Ele só está desacordado. Com sorte, algum professor vai encontrá-lo quando as aulas começarem amanhã... Foi só isso - afirmei, olhando fixamente em seus olhos para fazê-la acreditar.

- Certo.

Silêncio.

- Bem... Acho que é melhor voltar a festa, não se preocupe mais com ele. Eu vou... Dormir. Boa noite, Mary.

Quando fui dar as costas, ela me puxou de volta. Nos olhamos por um tempo, depois ela se aproximou um pouco mais de mim e me deu um beijo suave... Nos lábios. Não acreditei primeiramente, até vê-la se afastar e seus olhos amendoados se abrirem para mim.

Parecia esperar algo.

- Mary... - murmurei, imaginando que sabia o que era. - Será que é tarde para... Pedir pra você ser o meu par a partir de agora?

Ela sorriu, radiante.

- Eu adoraria, Remus.

Feliz, saí da sala com ela de mãos dadas, até que uma idéia súbta me atingiu.

- Ei, Mary. Espere aqui um momento, sim?

- Mas...

Entrei de volta na sala, sozinho, e mirei o corpo inerte no chão, um sorriso que não consegui impedir brincando em meus lábios.

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Mary estava esperando na porta da sala, nervosa. O que Remus fora fazer lá dentro? Do nada ele teve a idéia de voltar para lá... Ela não via a hora de voltar a entrar na festa, agora com quem relmente queria estar, e dançar a noite a toda! O que Remus fazia?

impaciente, estava quase para abrir a porta e entrar quando ele saiu, carregando alguma coisa nas mãos. Ela piscou, ao perceber que aquilo parecia um amontoado de tecido.

- O que é isso? - perguntou, curiosa.

Remus apenas pegou em sua mão, jogando tudo atrás de uma árvore de Natal imensa próxima a eles.

- Não é nada, apenas uns panos de chão do Filch. Vamos dançar?

Com uma última olhada para trás, MAry jurava ter visto a ponta de alguma coisa que lembrava a gravata de Colloy. Deu de ombros e entrou no salão, esquecendo-se logo em seguida de todo o resto que não fosse Moony.

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Evans se mexeu. Será que está dormindo já normal ou ainda está chapada? Porque se ela estiver normal e me ver aqui sentado ao seu lado numa cama ela me corta em pedacinhos... Bem, mas de qualquer forma está dormindo mesmo, não acordou. Adorei narrar o que aconteceu pelo ponto de vista do Moony, é divertido! E sim, eu realmente aumentei muita coisa (que graça tem escrever como tudo realmente aconteceu??) mas acreditem, não inventei a parte das roupas. Moony realmente tirou as roupas de Colloy e o deixou lá, peladão, no meio de uma sala de aula. Vai ser tão engraçado quando o encontrarei! Ainda mais se for um professor! Coitado do infeliz que abrir aquela porta!

Agora querido amigo caderno de anotações diárias e toda essa baboseira comprida que você já está acostumado a ouvir, vamos contar o que aconteceu com sírius logo após ele sair correndo da mesa, com Sarah segura em suas mãos.

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- Sírius, o que...?
- Psiu.
- Mas...
- Espere um pouco, Sarah.

Um minuto de silêncio. Fizeram uma curva, outra curva, mais uma curva, uma nova curva e entraram na primeira porta. Uma sala de duelos.

- Agora você pode fazer o favor de dizer o que está acontecendo, Sr. Black? – ela despejou, soltando seu braço e o olhando irritada. – Porque me arrastou até aqui como um louco, sem me dar uma única explicação?

Sírius piscou.

- Porque mais seria? – Deu um passo na direção dela.

- Eu... não entendi. – ela deu um passo para trás.

Ele sorriu, olhando-a de cima a baixo.

- Você ficou ainda mais linda nesse vestido, sabia?

Era aquela voz que ele usava apenas para suas conquistas. Aquele tom rouco e sensual que fez Sarah estremecer e dar outro passo para trás.

- Black, eu... Preciso voltar... Você sabe, James, meu namorado não vai ficar muito f...

Ela não conseguiu terminar a fala quando viu o sorriso que ele abria em resposta.

- O que? Do que está rindo?

- Você não cansa de mentir para mim?

- Eu não estou mentindo, eu...

Calou-se outra vez quando Sírius rompeu a distância entre os dois e a segurou firme com seus dois braços. Estava sério. A expressão intensa.

- James me contou a verdade. Vocês nunca tiveram nada. Ele também me contou o porque você fez tudo isso, não precisa mentir mais para mim, Sarah.

Sarah estreitou os olhos, mas Sírius não se deixou abalar.

- Não acredito que ele te contou! James não tinha o direito! Ele vai se ver...

Ela fez um movimento brusco, tentando se virar mesmo com os braços de Sírius a segurando. Ele foi mais forte e a trouxe de volta sem esforços.

Houve um silêncio enquanto os olhos se encontravam.

- Sarah... Eu... Você não devia ter terminado comigo, eu fiquei com raiva, a gente estava bem e de repente você quis terminar...! Sei que não agi da melhor maneira possível e entendo seus atos... Sim, James me contou tudo, até o porquê de você ter feito isso. Mas o que eu dizia é que eu não fui nenhum Santo e tudo o que fiz não foi certo, mas você também não devia ter sido tão precipitada. Talvez a gente teria se entendido e se resolvido mais fácil...

Sarah baixou os olhos.

- Sinto muito, mas eu achei que você logo perceberia que eu estava... Levando tudo mais a sério do que... Tínhamos combinado e aí...

- Você pensou que eu me assustaria e nunca mais iria querer saber de você?

Lentamente, sem erguer a cabeça, Sarah concordou.

- Bom, talvez eu teria feito isso...- Ele olhou de relance para Sarah, que fez um suave gesto com a cabeça, como se dissesse “Eu não estava dizendo?” - … antes.

Seus olhos se ergueram ao mesmo tempo que Sírius sorria.

- O que disse?

Sírius se aproximou mais, deslizando os dedos pela face da garota. Os dois tinham uma expressão intensa.

- Eu disse que teria feito isso se soubesse antes... Sarah eu me acostumei a você... Você é diferente, é... Maravilhosa. O tipo de garota que qualquer cara gostaria de ter ao seu lado. Não é como todos os casos que eu já tive, não há como comparar... Acho que... – Ele hesitou, mas vendo o brilho fascinante nos olhos de Sarah, continuou: - Eu me apaixonei por você.

Teria sido engraçado. Sírius Black. Apaixonado. Na verdade era pra ser hilário… Só que não foi. Não havia ninguém ali para rir além de sírius e Sarah. Sírius notou que as palavras eram sinceras assim que as proferiu. Sarah estava ocupada demais tentando absorver os significados dela.

- Você está dizendo... Apaixonado? Por mim? Tem certeza?

Ele apenas sorriu, aproximando-se um pouco mais e tocando seus lábios levemente com os seus próprios. O coração de Sarah pareceu parar de bater. Sírius perdeu o ar.

- Eu tenho certeza, Sarah. Eu quero te provar...Você... Aceita namorar comigo?

Sarah tentou respirar, inalando o mesmo ar que o moreno a sua frente. Quando respondeu, o simples movimento de seus lábios tocaram os de Sírius, tão próximos os dois estavam. Aquele simples contato fez suas pernas fraquejarem, mas ele estava lá com suas mãos segurando firme sua cintura para sustentá-la.
- Eu... Se você está falando sério, Black, eu... É claro que eu aceito! Mas se estiver brincando comigo, eu juro que...

Mas Sírius não deixou que ela continuasse. Unindo outra vez seus lábios e dando início a um beijo profundo. Apaixonado. Que nenhum dos dois ousou interromper nem com palavras, nem com mais nada. Quem necessitava de oxigênio afinal?

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Lily se mexeu ao meu lado. A quanto tempo estivera escrevendo? Aparentemente não fora pouco...

Um gemido doloroso. Acho que a poção de ressaca não fez efeito...

Ela se virou.

É agora... Vamos ver qual vai ser a reação dela ao se lembrar de tudo o que fez e disse... Uma parte de mim estava um pouco receosa, Lily era tão orgulhosa que poderia negar tudo... Mas era apenas uma parte de mim, porque outra estava exuberante! Era um sentimento único de que tudo agora iria dar certo! Tudo se resolveria e nós ficaríamos bem... Depois de tanto tempo tentando...

Fechei cuidadosamente o diário e o coloquei ao lado da cama. Peguei um novo vidrinho daqueles e esperei pacientemente até ela abrir os olhos. O que demorou um bom pouco.

- Droga, minha cabeça... - Foi a primeira coisa que eu a ouvi dizer.

- Tome, vai te ajudar com isso.

Ajudei-a a tomar o líquido segurando o frasco pois ela parecia zonza demais para conseguir fazer isso.

- Obrigada.

- De nada - respondi. Era difícil segurar o riso e a vontade que eu tinha de abraçá-la e comemorar... Mas tive que fazê-lo. Vamos deixá-la tomar a iniciativa. - E então, como está se sentindo?

- Como se minha cabeça tivesse servido como palco de balé para trasgos¹.

Eu ri.

- Isso que dá enxer a cara. Você nunca bebeu, não é?

- Eu não... - Ela piscou, me olhando direito pela primeira vez. - Potter?

Foi minha vez de piscar.

- Eu... Você está bem? Acho que essa poção não está fazendo efeito...

- Potter, eu... - Ela olhou ao redor. - O que eu estou fazendo nesse... Quarto... Com você?

O quê?

- Lily... Essa é a sala precisa... Eu te trouxe para cá quando te encontrei no corredor...

Mas ela não estava ouvindo. Acabara de notar a pouca roupa que estava vestindo e se cobrira depressa com o cobertor.

*¹: Peguei essa frase enprestada de uma fic chamada "Sob influência da lua", da fanfiction net.

- Potter, porque eu estou vestida assim e você... Você está... Sem camisa?

Oh, merda. Ela não se lembrava de nada e estava entendendo tudo errado!

- Lily, não é o que você...

- O quê? O que está acontecendo? Porque estamos aqui? Potter, o que houve ontem a noite enquanto eu... eu estava bêbada?

Não foi apenas mágoa o que eu senti naquele momento. Foi raiva. Muita raiva também. Como ela podia me perguntar uma coisa dessas? Quero dizer, ela não estava nervosa, aparentemente, mas estava... receosa. Como se acreditasse mesmo que eu teria feito... Merlim! O que ela pensava de mim?

- Evans, o que você acha que eu faria se você estivesse bêbada? Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer algo com você assim?

Ela corou.

- Olha, Potter, todos nós sabemos do que você... Você diz sentir por mim. Eu estava bêbada... Não estou dizendo que você teria feito algo contra a minha vontade, não me leve a mal... só estou dizendo que talvez... Talvez eu tenha me excedido e você... Eu não te culparia completamente, fui eu a errada dessa vez...

- Evans - chamei, já sem um pingo da felicidade que outrora estivera sentindo.

Ela não me ouviu.

- Você é homem e... Só me diz o que aconteceu, por favor.

Ao me olhar, acho que ela levou um susto com os sentimentos que estavam explícitos no meu rosto. Ela acreditava mesmo que eu teria me aproveitado dela? Quer dizer, eu realmente estava me deixando levar, mas por Merlim, nunca teria feito nada com ela daquela jeito!

- Nada - respondi. Me levantando e dando passos para trás, sem deixar de encará-la. - Não aconteceu nada. Você dormiu o tempo todo. O que eu fiz foi só tirá-la do corredor e trazê-la para cá. Sequer conversamos. Pode ficar com sua consciência tranquila.

- Potter...

Cheguei a porta. Procurei pelo trinco ainda sem deixar de olhá-la. Estava irritado. Estava chateado. Mais do que isso... estava cansado. Cansado de tudo...

- Acho melhor você descer logo, antes que as pessoas comecem a acordar e você possa correr o risco de ser pega andando pelos corredores a esa hora.

- Potter...

- Se precisar de algo, é só pedir que a sala vai te dar. - fiz uma pausa, enquanto girava o trinco e o segurava aberto. - A gente se vê.

Saí. Sem ver a expressão no rosto de Evans. Não me importava mais o que ela achava de mim.

Não me importava mais o que ela estaria sentindo.

Nada mais me importava. Não naquele instante.

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Fim do Capítulo! Agora só tem o último...




(Copiem o link e colem na barrinha de endereço para ver os vestidos das meninas.
Sarah: http://farm1.static.flickr.com/254/446877665_214cac3d6a_m.jpg


Mary: http://h6.vibeflog.com/2007/04/29/11/16849945.jpg

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