Uma Noite Assustadora
Capítulo 10 – Uma noite assustadora
(N/A: Narração de Lily)
Estávamos no quarto que Alex e Liz dividem, Liz estava falando sobre a noite de ontem quando ela puxou Sirius pra cima. Quase que eles se beijaram, pena que o Remo interrompeu.
- E você? – perguntou Alice. Liz fez uma cara preocupada e olhou para a porta.
- Eu arrumei um jeito se sair de lá rapidinho. – respondeu sorrindo.
- Engraçadinha, você sabe que não estamos falando disso. – falei.
Logo depois disso ouvimos a porta bater forte e o barulho de uma chave girando.
- Hã? – exclamou Alice olhando para a porta.
- O que foi isso? – perguntou Alex.
Eu corri para a porta e puxei com toda a minha força, mas estava trancada.
- Eu não acredito! Eles nos trancaram aqui! – falou Liz correndo para tentar abrir também.
- ELES O QUÊ?! – perguntou/gritou Alex correndo para a porta também.
Segundos depois estávamos as quatros esmurrado a porta e gritando todo tipo de xingamento para os marotos virem abrir a porta.
- EU NÃO ACREDITO! EU NÃO ACREDITO! – gritei, ou melhor, tentei gritar (já que estava quase sem voz) desistindo da porta e indo me sentar na cama.
- Eles vão pagar caro por isso, ah se vão. – gritou Alex enraivecida sentando ao meu lado.
- Por que será que eles nos trancaram aqui? – perguntou Alice se sentando também. Ela era a mais calma de nós quatro.
- Provavelmente foram galinhar. – respondeu Liz de cara emburrada sentando no chão de frente pra nós.
- Não, eu acho que não. – falei distraída. Todas me olharam surpresas – Qual foi?
- Você? Defendendo os marotos? – perguntou Alex incrédula – O mundo está acabando.
- Não estou defendendo. – repliquei – Eu só não acho que o Remo concordaria com isso e ele também não é de galinhar.
- Pensando dessa forma... – começou Liz – Eles devem mesmo ter um bom motivo pra nos prender aqui.
- Eles TÊM que ter. – falou Alice – Ou não passarão de amanhã.
- Olha, tem alguma coisa embaixo da cama. – falou Liz se abaixando pra ver melhor – Lil, tire as pernas da frente. – pediu, eu obedeci. Ela se abaixou e puxou uma caixa com um bilhete que tinha apenas uma frase.
Para ajudar no divertimento das senhoritas.
Abrimos a caixa, estava cheia de comidas e bebidas.
- Os safados já estavam planejando isso desde cedo! – falei indignada.
- Bem. – começou Liz – Já que não tem outro jeito... – ela caminhou até o armário e retirou de lá a mala preta que vimos ontem – Escolham o que querem fazer.
Nos aproximamos da mala e começamos a tirar tudo que é tipo de coisa de lá de dentro: baralho, dominó, ludo, banco imobiliário, uno, detetive, war, batalha naval... Enfim, uns vinte jogos diferentes.
Já que não tinha jeito, resolvemos fazer uma festa do pijama e começamos a jogar uno. Comer chocolate, falar besteira... E ficamos assim a noite toda, esperando pra ver que horas eles voltariam, mas eles não voltaram e nós acabamos dormindo no chão. Coisa que nos rendeu uma bela dor nas costas.
Eu acordei primeiro que todo mundo, o sol já brilhava alto lá fora e a porta já estava aberta. Procurei a casa inteira e nem sinal deles, finalmente, fui procurar no quarto onde eles estavam dormindo mas a porta estava trancada. E aí está nossa chance de vingança. Hehehe.
O que você vai fazer?
A porta abre pra fora...
Coloca uma cadeira que eles não vão conseguir sair!
Exatamente.
Não faz isso com eles!
Por que não? Eles nos trancaram no quarto a noite inteira! Só vamos deixar que eles saiam quando nos contarem a verdade.
É isso aí.
Mas...
Nada de mais. Eles merecem e ponto final.
Ponto pra mim... =P
Fui até o andar de baixo pegar uma cadeira, mas tive que subir e acordar Alice pra me ajudar, porque graças a minha dor nas costas, não foi possível arrastar ela sozinha. Colocamos a cadeira trancando a porta e descemos para o café da manhã.
Catamos o que tinha na geladeira, não íamos arriscar cozinhar né? Achamos algumas sobras do jantar e esquentamos, depois acordamos as outras duas pra tomarem café com a gente, elas também reclamaram das costas. Liz estranhou a cadeira na porta do quarto dos marotos e eu respondi a pergunta dela antes mesmo fazer.
- Sim, eu os tranquei e só vou soltar quando eles me derem uma ótima explicação para o que eles fizeram. – falei – E nem ouse reclamar disso ou tentar ajudar eles.
- Mas eu nem disse nada. – falou espantada.
- Eu te conheço. – falei.
Tomamos café na mais perfeita paz. Nenhum barulho, logo depois fomos para o quintal tomar um solzinho ouvindo música... Totalmente relaxante, pedimos o almoço, que estava uma delícia e depois fomos dar uma volta na praia. Eu não estava nem aí pra os marotos acordarem e passarem horas batendo na porta, embora estivesse louca pra que isso acontecesse.
Apenas umas cinco da tarde, quando chegamos em casa foi que escutamos os gritos de socorro. Hora da vingança...
Subimos as escadas correndo e paramos em frente a porta que abafava os gritos e tremia com as pancadas que eles davam.
- Olá amores. – falei no maior cinismo.
- Evans, tira a gente daqui! A porta emperrou. – ouvi a voz do Potter.
- Não meu bem, a porta está ótima. É a cadeira que não deixa vocês saírem. – respondi.
- Como é a história? – dessa vez foi a voz de Sirius.
- Lily, por favor, abre a porta. – a voz de Remo soou calma.
- Só quando vocês nos disserem por que nos trancaram ontem e pra onde foram. – disse Alex.
- Foi só uma brincadeira Evans e nós não saímos daqui. – falou Potter.
- Você acha realmente que eu vou acreditar nessa história Potter?
- Por que não? É a verdade. – que cínico!
- Potter, você acha que eu nasci ontem? Não me vem com essa de que foi só brincadeira e que vocês ficaram na sala por que eu sei que isso não é verdade. – eu estava com a minha paciência por um fio. E o Potter estava perto de cortar ele.
- Lily, por favor, tira a gente daqui. – Remo falou outra vez.
- Lily, o Remo não está bem, por favor, abre a porta. – a voz de Sirius soou preocupada. Eu fiquei em dúvida se abria ou não, Alex ficou branca, Liz ficou muito preocupada (comecei a suspeitar que ela soubesse de algo).
- O que ele tem? – perguntei temerosa que fosse verdade.
- Nada. – respondeu Remo, mas a voz dele saiu fraca. Eu fiquei preocupada também.
Alex não pensou duas vezes e tirou a cadeira da frente, abriu a porta e entrou no quarto para ver o que estava acontecendo. Bem, já que a porta já tinha sido aberta, entramos também.
Os marotos estavam em volta de Remo que estava sentado no chão. Olhei bem para eles e percebi que estavam todos arranhados e sujos. Assim como toda vez que vez que eles sumiam a semana inteira em Hogwarts. Então isso também acontece fora, mas por quê? E o que eles fazem?
Ao invés de responder minhas perguntas, abrir a porta me deixou com mais dúvidas. Remo estava pior do que todos, todo aranhado, com cara de enjoado, sujo se sangue e terra.
- Por Merlin! Remo, o que aconteceu com você? – perguntava Alex que já estava abaixada ao lado dele. Remo parecia querer se esconder. Liz tampava a boca com as mãos.
- Não foi nada, saiam daqui. – falou com a voz ainda fraca.
- Claro que não foi nada Remo. Conta pra a gente o que aconteceu. – pedi me aproximando dele também.
- Por favor, saiam. – pediu mais uma vez, a voz estava um pouco mais firme.
- Meninas, é melhor vocês saírem, o R... – começou Sirius. Peter apenas observava tudo calado.
- Eu não vou sair daqui até saber o que aconteceu com ele Black! – falei quase gritando.
- SAIAM! – mas Remo gritou mesmo.
- Mas R... – começou Alice.
- Estou pedindo pela última vez, por favor, saiam. – ele pediu educadamente, mas devo confessar que deu medo. Eu podia jurar que vi as pupilas dele se estreitarem e os olhos ficarem amarelos. Mas isso não é possível... É?
Saímos do quarto sem dizer mais nada. Estávamos descendo as escadas quando Potter nos alcançou puxando meu braço.
- Olha, desculpa por ontem mas não tinha outro jeito, não podemos contar o que está acontecendo por que isso é uma decisão do Remo, mas é muito importante que até terça que vem vocês não saiam de casa a noite, entende? – ele falava rápido olhando nos meus olhos – Vocês vão sair?
- Por que vocês nos trancaram? – perguntei.
- Evans, por favor, me prometa que vocês não vão sair. – ele olhava fundo nos meus olhos, seu rosto tinha aranhões feios e ele parecia preocupado.
- Por que não podemos sair? – insisti.
- Eu não posso dizer, Lily, só me prometa. – ele falou num tom hipnotizante, eu nem briguei com ele por ter falado meu nome. Só confirmei com a cabeça.
Ele agradeceu e subiu as escadas novamente, eu voltei para junto das meninas e nos fomos para a sala, ficamos um bom tempo lá sem fazer ou falar nada e depois cada uma pro seu quarto. Foi um dia muito estranho. Ninguém sabia o que dizer. Estávamos todas preocupadas, todas sem saber o que pensar.
Ouvi passos no corredor quando estava perto de escurecer, mas não fui olhar. Não agüentava mais aquela situação, não dava pra ficar daquele jeito. Sei que prometi que ficaria em casa, mas não dá. Não importa o perigo que esteja acontecendo lá fora, Remo está se machucando com isso e eu não posso simplesmente esquecer isso.
Me levantei, calcei meus tênis e fui até a porta. Eles saíram a pouquíssimo tempo, vai dar pra alcançar.
- Lily, onde você vai? – perguntou Alice vendo que eu ia sair.
- Saber o que está acontecendo. – respondi.
- Mas Lily, pode ser perigoso! James nos pediu pra ficar aqui.
- Não dá Lice! Eu preciso saber por que eles estão todos machucados, você viu o estado do Remo!? – falei já no corredor.
- O que está acontecendo? – perguntou Liz que segurava Alex pelo braço com força.
- Estou indo descobrir o que está acontecendo. – respondi.
- Legal, eu também. – falou Alex finalmente conseguindo se desvencilhar de Liz e se juntando a mim.
- Vamos então. – falei me direcionando para as escadas.
- Eu vou também. – falou Alice.
- Esperem! – Liz trancou a escada a nossa frente – Vocês não podem ir, pode ser perigoso, nós não sabemos o que eles estão fazendo...
- É exatamente por isso que estamos indo. – respondi – Com licença Liz, se você não quer ir, pode ficar.
Passamos por ela, que não pode fazer mais nada a não ser vir junto e ficar insistindo o caminho todo pra que a gente voltasse.
- Liz. – eu já estava completamente sem paciência – Olha, eu vou falar pela última vez, se você não quer saber, volta e deixa a gente em paz.
- Mas...
- Sem mas, Liz. Fica quieta. – Alex também não tinha mais paciência.
Os marotos estavam a poucos metros a nossa frente e entraram em um pequeno bosque que havia a alguns quilômetros da casa. Depois de mais alguns minutos andando eles entraram em uma gruta, é claro que nós os seguimos, o sol estava quase se pondo.
Procuramos um lugar pra nos esconder e ficamos esperando em silêncio.
- E se elas não obedecerem e saírem? – perguntou Remo com preocupação na voz.
- Lily me prometeu que ficaria em casa. – falou Potter.
- Tomara que fiquem mesmo. – falou Peter.
- Vai ser um grande problemas se elas saírem e cruzarem conosco. – falou Sirius. Liz me olhou com aquela cara de “não-te-falei?”, mas eu ignorei.
- Que horas são? – perguntou Remo.
- Está quase lá Aluado, faltam poucos minutos. – respondeu Sirius.
- Calma Remo, vai dar tudo certo. – falou James tentando tranqüilizar Remo.
Ninguém falou mais nada por algum tempo, ouvíamos apenas passos e suspiros de vez em quando. Até que eu me sobressaltei com um grito sufocado de dor. Quis olhar o que era mas Liz não deixava.
- Calma Remo, estamos aqui. – dizia Potter numa voz reconfortante. Remo continuava tentando não gritar.
- É Aluado, e pare de tentar sufocar a dor, solta tudo, nosso ouvidos agüentam os gritos da Lily, vamos agüentar os seus. – disse Sirius.
Remo soltou uma risada mas logo depois soltou um berro ensurdecedor que me fez ficar arrepiada, não era apenas alto, dava pra sentir a dor dele naquele grito. O que está acontecendo?
De repente a eu compreendi o que estava acontecendo. Veio tudo como um filme na minha mente. Todo mês ele faltava uma semana de aula e sempre voltava todo machucado, a vez que eu o vi nos terrenos de Hogwarts com Madame Pomfrey, o jeito como eles ficaram preocupados quando eu falei da lua cheia e reunir todos pra fazer um luau, o jeito que os olhos que ficaram hoje mais cedo... Merlin! Remo é um lobisomem! Mas então... O que os marotos estão fazendo lá!? Eles são loucos? Vão ser mordidos! Eu sei que Remo não tem culpa, que ele perde a consciência, mas, mas... Eles não podem se arriscar assim!
Olhei para as meninas, elas pareciam ter entendido também. Alex e Alice estavam espantadas e Liz tinha um olhar inconfundível de pena, os olhos dela estavam marejados. Os gritos continuavam, eu arrisquei dar uma olhada por cima das pedras que estavam nos escondendo, ele já estava quase todo transformado, mas os marotos haviam sumido! No lugar deles haviam um cervo e um cachorro enorme. Pra onde eles foram?
- Ai Merlin! – disse Alex num sussurro quase inaudível.
- Que foi? – perguntei apenas mexendo a boca.
- Estamos sozinhas, dentro de uma caverna com um lobisomem! – ela respondeu apenas mexendo os lábios também.
- Você está com medo do Remo? – perguntei incrédula.
- Do Remo não, estou com medo do lobisomem! – respondeu.
Olhei para Alice, ela estava braça que nem papel e pelo jeito não conseguia se mover, Liz estava ao lado dela e tremia feito vara verde. Eu também estava com medo, mas também não era pra tanto.
Ouvi um uivo longo e assustador que indicava que ele tinha se transformado completamente, logo depois ouvimos uma correria e o som de cascos se distanciando, acho que eles já foram. Espiei por cima das pedras e vi que a barra estava limpa, já podíamos sair do esconderijo.
Me levantei e até o lugar onde eles estavam, ao poucos Liz se levantou também, ainda tremendo, Alex foi a terceira e Alice continuou sentada imóvel e nós fomos ajuda-la a se levantar.
- Pobre Remo. – sussurrou Alex quase chorando.
- Ele tem agüentado isso sozinhos desde o primeiro ano. – falou Alice.
- Pelo menos os marotos estão com ele até ele se transformar. – falei.
- Eu falei que ía ser perigoso. – disse Liz.
- Você sabia não era? – perguntei.
- Claro que eu sabia, como você acha que eu aprendi que quando um maroto manda você ficar em um lugar, é pra você ficar? – respondeu – Eu já estava desconfiada, no quarto ano, eu estava seguindo eles e James percebeu, parou e me disse que ficasse no castelo, eu não obedeci e acabei quase levando uma mordida.
- Por que na nos contou? – perguntou Alice.
- Porque isso não era segredo meu, eu não podia denunciar o Remo, ele ía me odiar. – respondeu.
- E pra onde foram Potter, Sirius e Peter? Eles estavam aqui ainda a pouco. – perguntei.
- Nem vem, não vou dizer a vocês. – respondeu – Vocês não deviam saber sobre o Remo. Se eles quiserem que contem. E não insistam.
- Ok, já entendi. – falei conformada, quando a Liz dá discurso é impossível arrancar alguma coisa dela – Será que a gente já pode sair? Não estou mesmo a fim de passar a noite aqui.
- Eu acho que sim. – respondeu Alex indo até a entrada da gruta – Não vejo nada por perto e está muito silêncio, acho que está longe.
- É, talvez... – disse Liz indo até lá e olhando também – Mas e se ele estiver lá na frente?
- A gente sobe nas árvores. – respondi indo olhar – Vamos?
- Eu não acho uma boa idéia. – falou Alice.
- Por quê? – perguntamos juntas.
- Gente, se toparmos com o Remo no caminho... Sabem, lobisomens perdem a noção de quem são, ele não vai nos reconhecer e vai tentar nos matar! – falou com a voz esganiçada.
- Vamos correr o risco. – falei. O pavor no rosto de Alice aumentou – Calma Lice, vai ficar tudo bem, ok? Vamos apenas ficar juntas.
Ela concordou e saímos da gruta andando bem devagar, a lua brilhava no céu dando um aspecto fantasmagórico nas coisas, as vezes ouvíamos uivos distantes que me faziam arrepiar. Mas nada de mais. Já estávamos andando a meia hora, estranho, não me lembro de ter andado tanto pra chegar na gruta...
- Eu acho que nos perdemos. – falou Liz olhando para o lado.
- Claro que não, por que você acha isso? – perguntei olhando para trás.
- Já passamos por essa árvore arranhada duas vezes. – respondeu apontando para uma enorme árvore a sua frente.
- É mesmo, eu também me lembro desse arranhão. – falou Alex
- Então acho que nos perdemos. – concluiu Liz.
- Ai Merlin! O que vamos fazer? – perguntou Alice se agarrando em mim.
- Calma Alice, vamos voltar para a gruta e refazer o caminho. – respondi me soltando de Alice.
- Lily, não é por nada não. Mas nós não temos a menor idéia de onde estamos, como vamos achar a gruta? – perguntou Alex. Ouvimos um uivo não tão distante como gostaríamos.
- Nós vamos morrer. – choramingou Alice. Francamente, eu também estou com medo, mas ela está me fazendo perder a paciência.
- Alice, pelo amor de Merlin, se acalma. – falou Liz – Esse bosque não é tão grande, uma hora ou outra nós vamos achar a saída.
- É Lice, vamos continuar andando. – disse Alex abraçando Alice – Acho que o uivo veio daquela direção. – falou apontando para a direita.
- Então vamos pra aquele lado. – falei apontando para a esquerda.
Começamos a andar para a esquerda, mas cinco minutos de caminhada e as árvores começaram a ficar muito juntas.
- Eu acho melhor a gente não ir por aí. – falou Alex olhando uma parte mais escura em que as árvores não permitiam que a luz da lua passasse com tanta facilidade.
- Mas se voltarmos estaremos indo na direção dos uivos. – choramingou Alice.
- Alice tem razão. – falei. Aquela situação estava começando a ficar complicada de mais. Ouvimos outro uivo e alguns latidos e não pareciam estar muito longe.
- E se não sairmos daqui logo as gracinhas virão ao nosso encontro. – falou Liz com a voz tremendo. Escutamos mais latidos, mais próximos do que os anteriores.
- Voc-cês n-não acham q-que ele est-tá vindo na nossa direção, a-acham? – perguntou Alex. Ouvimos sons de cascos altos.
Liz recomeçou a tremer, Alice ficou mais branca do que já estava, Alex estava quase chorando e eu, bem, eu tinha vontade de sair correndo e gritando desesperada, mas minhas pernas não obedeciam as minhas ordens. Os barulhos estavam cada vez mais próximos e estávamos todas paralisadas, apenas olhando para todos os lados.
- Vamos sair daqui. – falou Liz com voz falhando. Um vulto passou a nossa frente – AGORA! – ela gritou nos despertando do nosso transe.
Ok, saímos de lá correndo. O problema, é que cada uma correu pra um lado e nos perdemos mais do que antes. Eu corri pra frente (a parte escura que não queríamos entrar), Alice deu a volta, Alex foi pra direita e Liz pra a esquerda.
Corri o mais rápido que consegui, eu não parava nem pra olhar pra trás. Depois de algum tempo depois as árvores estavam tão juntas que eu já não conseguia enxergar nada. Eu não ouvia mais nada a não ser a minha respiração descompassada, podia sentir meu coração batendo tão forte que me surpreendo que ele ainda esteja dentro de mim. Eu olhei em volta procurando Alex, Liz e Alice. Mas só agora me dei conta de que elas não estão aqui.
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(N/A: Narração de Alice)
O grito da Liz me despertou para a realidade, eu recuperei meus movimentos e a única idéia que me veio à cabeça foi voltar para a gruta o mais rápido que eu conseguisse. Eu ainda não sei como consegui correr tanto, eu nunca fui de fazer esportes, e também não sei não sei onde estou, mas definitivamente não é onde eu pretendia chegar.
Quando parei de correr, as árvores não estavam mais tão juntas como estavam lá trás, isso significa que eu estou mais perto da saída, legal. Mas eu estou preocupada com as meninas. Não vi pra onde elas foram. Aliás, não vi nada, só pensava em correr tudo o que eu pudesse em menos tempo possível.
Me encostei em uma árvore para descansar um pouco, meu coração batia forte e faltava ar nos meus pulmões, foi muito cansativo chegar até aqui. Fiquei encostada na árvore por um bom tempo até que congelei de novo ao ouvir o som de passos.
Não pode ser o Remo, lobisomens não fazem sons de passos. Ou será que fazem? Eu nunca ouvi um lobisomem, eles andam em duas patas ou quatro? Ai Merlinzinho querido, não deixa ele me achar, por favor, eu juro que nunca mais faço nada de errado...
Os passos se aproximavam e eu não conseguia me mexer. A cada segundo que passava meu coração batia mais rápido. Foi quando alguma coisa segurou meu braço que eu apaguei.
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(N/A: Narração de Liz)
Saí correndo não sei pra onde, só sei que quando vi aquele vulto passar pela minha frente minhas pernas se desembestaram a correr o mais rápido que conseguiam. Eu não queira olhar pra trás com medo do que veria se olhasse. A única coisa que passava na minha mente era aquela noite no quarto ano em que eu me encontrava em uma situação muito parecida com essa.
Eu posso lhe garantir que essa lembrança estava me dando forças para correr sem parar. Eu não tinha a menor idéia de onde esta indo, só estive aqui uma vez. Não dá pra ter noção de localização em um bosque se você só esteve lá uma vez. Eu sabia que Sirius e James eram capazes de conter Remo, mas e se ele conseguisse despistar os dois? Eu tava frita!
Parei por dois segundos ao chegar em uma bifurcação da trilha que estava seguindo, me decidi pela esquerda e continuei correndo desesperada até ser atingida fortemente do alguma coisa que eu não vi, só sei que fui jogada no chão.
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(N/A: Narração de Alex)
Eu estava pregada no chão, os uivos estavam próximos de mais e a voz de Liz soou distante nos meus ouvidos. Eu comecei a correr pra qualquer lugar quando vi um vulto passar pela nossa frente, espero que as meninas tenham feito o mesmo. Merlin, que elas estejam bem e que eu consiga sair viva daqui hoje. A noite ainda está começando, não tem chance do Remo se destransformar daqui a dois minutos. Nunca estive em uma situação tão desesperada como essa. Estou perdida em um bosque com um lobisomem, que é meu amigo, aliás, meu amor, mas isso não interessa agora por que ele está fora de si e com certeza não vai me fazer uma declaração me ver.
Vi alguma coisa extremamente grande passar por mim, fiz questão de correr mais rápido e acabei colidindo com alguma coisa que também vinha rápido em minha direção e eu não vi, estava ocupada de mais olhando para trás. Bem, o fato é que eu fui jogada no chão.
Já ia me levantar pra voltar a correr quando a coisa (que eu não fiz a menor questão de olhar o que era) falou comigo.
- Alex! Graças a Merlin você está bem. – Liz se levantou do chão e pulou no meu pescoço. Senti um alívio imenso.
- Onde estão Alice e Lily? – perguntei.
- Eu não sei, não vi pra onde elas correram. – ela tinha lágrimas nos olhos.
- O que fazemos agora? – perguntei desesperada – Não vamos conseguir encontrar elas.
- Eu não sei. – respondeu mais desesperada que eu – Mas não podemos simplesmente deixar pra lá, temos que tentar encontra-las.
- Como? Nem sabemos onde estamos! E nem podemos chamar por elas, é capaz dos gritos atraírem o Remo. – eu mal acabei de falar isso e ouvimos um uivo alto muito próximos atrás de nós.
- Acho que já atraiu. – falou Liz fechando os olhos em uma careta de medo e logo depois olhando para mim.
Nenhuma de nós queria olhar pra trás. Ouvimos o som de patas esmagando as folhas secas do chão. A nossa reação foi uma só.
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!! – gritamos e saímos correndo.
Minha mente estava travada, Liz corria um pouco mais a frente sem olhar pra trás. Podíamos ouvir o som das patas nos seguindo. Eu tentava ouvir cada movimento atrás de mim. Sabia que não ía demorar muito até ele dar um pulo pra nos alcançar, me lembro de ter lido isso em algum lugar.
Olhei pra trás bem na hora que ele resolveu atacar. Me joguei no chão e gritei para Liz, que por sorte olhou para trás no mesmo instante e desviou por poucos centímetros do ataque de Remo. Ele bateu a cabeça numa árvore, isso nos deu alguns segundos de vantagem. Começamos a correr para o outro lado.
Eu já não agüentava mais correr, minhas pernas pediam para que eu parasse mas eu não podia, tinha que continuar correndo. Merlin nos ajude.
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(N/A: Narração de Lily)
Já que não ouvia mais nenhum som, resolvi correr para fora daquele lugar escuro, até agora não sei como consegui sair de lá, uma vez que estava tão escuro que eu não conseguia enxergar nada.
Já num lugar menos denso do bosque ouvi ao longe um grito de alguém e saí correndo na direção. Eu sabia que não ia poder ajudar muito, mas sei lá, eu tinha que tentar.
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(N/A: Narração de Liz)
Foi por pouquíssimo que consegui desviar do ataque de Remo, ele bateu a cabeça numa árvore, isso vai doer amanhã. Mas o que interessava naquele momento é que essa batida dele nos deu alguns poucos segundos de vantagem na corrida. Eu não estou agüentando mais correr, adoro correr, mas nessas condições as coisas se tornam mais difícil.
Foi aí que me veio uma idéia, da outra vez que eu me encontrei nessa situação, Sirius e James me salvaram, por que eles não estão aqui agora?
- SIRIUUUUUUSS!!!!! JAAAAMES!!!!! PETEEEER!!!! ALGUÉÉÉÉÉM, SOCORROOOOOO!!!!!!!!!!! – eu gritava desesperada. Não se por que chamei pelo Peter, um rato não ia poder fazer muita coisa contra um lobisomem, mas nunca se sabe.
- O QUE ESTÁ FAZENDO? – perguntou Alex.
- CHAMANDO AJUDA, GRITA TAMBÉM! – respondi.
E nós duas começamos a chamar por eles, ainda correndo e desviando dos ataques cada vez mais constantes de Remo. Se eles não aparecerem logo não vamos durar muito tempo...
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(N/A: Narração de Lily)
Pouco tempo depois de começar a correr na direção dos gritos que ouvi, outros começaram, esses chamando pelos marotos. Espera aí! É impressão minha ou eles estão vindo pra cá?
Os gritos continuaram se aproximando, não era impressão minha. Eu não sabia se achava isso bom ou ruim, só sei que continuei correndo na direção deles e comecei a gritar pelos marotos também, se eles podiam ajudar, por que não tentar também?
Pouco tempo depois eu já podia avistar três vultos correndo na minha direção e de repente fiquei sem saber o que fazer. Simplesmente parei no meio do caminho e fiquei esperando que eles me alcançassem. Não deu pra entender minha reação, afinal, eu não ia poder fazer muita coisa correndo junto com eles.
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(N/A: Narração de Alex)
Parecia que estávamos correndo a uma eternidade. Agora minhas pernas realmente estavam parando de obedecer aos meus comandos. Eu avistei um vulto a nossa frente, pensei que eram os marotos, mas olhando melhor, reconheci a Lily. Ela não sabe que Remo está atrás de nós.
- LILY! CORREEE! SÁI DAÍ! – gritei, mas ela não se moveu. Eu parei de prestar atenção no caminho para dizer a ela que saísse de lá e acabei caindo de cara no chão.
- ALEX! – gritaram Liz e Lily ao mesmo tempo. Eu levantei o rosto e vi que Liz parou de correr e Lily começou a correr na minha direção.
Eu me virei depressa no chão e vi como se fosse em câmera lenta. Remo vindo atrás de mim, Lily chegando e tentando me levantar, Remo dando seu salto para o ataque final, ele estava mais e mais próximo, Liz também estava tentando me levantar, mas eu não me movia. Ele estava quase chegando quando eu recuperei meus movimentos de novo me joguei para o lado, mas ele ainda conseguiu me arranhar no braço.
Pronto agora sim estamos ferradas, com o cheiro do meu sangue ele vai passar a noite inteira nos perseguindo. Não tinha muito o que fazer, era o fim, ele já tinha se recuperado do ataque e agora andava lentamente em nossa direção, eu ainda estava no chão, meu braço sangrava levemente.
Foi quando Merlin atendeu as minhas preces e um vulto grande e preto que saiu não sei de onde colidiu com Remo e um cervo enorme saiu do nada e se postou na nossa frente nos mantendo longe dos dois.
Liz deu um longo suspiro e desabou ao meu lado.
- Estamos salvas. – falou.
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