Esclarecendo as dúvidas



Capítulo 11 – Esclarecendo as dúvidas

(N/A: Narração de Alex)


Eu estava abobada olhando (não que desse para ver muita coisa) o enorme cão tentar manter longe Remo longe de nós e o cervo tinha um olhar preocupado... Espera aí! Por que um cervo estaria preocupado? Estranho, muito estranho.

Lily segurava meu braço com força, estava começando a doer, e Liz arfava sentada ao meu lado, ela acompanhava a briga com certa preocupação. Eu estava aflita, parte disso era culpa minha, eu insistir pra vir e agora estamos aqui, quase morremos e Remo está se machucando bem mais do que deveria, tudo por culpa minha.

Depois de um tempo que me pareceu uma eternidade, o cão finalmente sumiu de vista com Remo, o cervo permaneceu o tempo todo a nossa frente. Quando eles se afastaram bastante e se virou de frente para nós. Um segundo depois aconteceu a coisa mais estranha da noite toda, o cervo sumiu e James estava na nossa frente ostentando o mesmo olhar preocupado do cervo e com mais arranhões do que hoje de tarde. Meu cérebro parecia ter enguiçado, James era o cervo? Isso não é possível, é?

- Vocês estão bem? – perguntou oferecendo a mão para me ajudar a levantar, mas olhando para Lily.
- Na medida do possível. – respondeu Liz.
- Potter, por que nun... – Lily já ia começar a brigar com o coitado do James, mas ele interrompeu bruscamente.
- Não temos tempo para sermões, explicações ou qualquer outra coisa Evans. – falou e desviou o olhar de Lily – Vocês sabem como voltar? – nós balançamos a cabeça negativamente. James assanhou os cabelos num gesto impaciente.
- Escutem, vou levar vocês até a saída, mas vocês têm que andar rápido, eu não posso deixar Sirius sozinho por muito tempo. – falou rápido – Sigam-me. – completou e desatou a correr pelo bosque.

Nós corremos atrás dele e pouco tempo depois estávamos fora. Eu acho que nunca estive tão cansada na minha vida, mas a confusão em minha mente não me deixava perceber isso. Onde estava Sirius? Por que nunca nos contaram sobre Remo? Alice está bem? Onde Peter entra nessa história?

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(N/A: Narração de Lily)

Eu não gostei nada do modo como Potter falou comigo, me cortou daquele jeito. Humf. Eu entendo que estamos em uma emergência, mas ele bem que podia ser mais delicado.

O seguimos para fora do bosque e chegando lá ele nos disse para ir direto para casa e não sair de lá. Como se ele me desse ordens, o pateta. Ele entrou no bosque outra vez e sumiu. Estávamos sozinhas outra vez. Onde estará...

- ALICE! – gritou Liz correndo para dentro do bosque outra vez.

Eu achei que ela ia voltar lá para procurar Alice, mas quando fui correr atrás dela, vi que Alice estava sendo arrastada para fora do bosque por ninguém menos que Peter Pettigrew. Liz já estava o ajudando, ela parecia estar inconsciente.

- O que aconteceu com ela? – perguntei preocupada ao ver o estado de Alice.
- Eu não sei, ela estava perdida no bosque e eu a achei, quando peguei no braço dela para chamar a atenção ela desmaiou. – respondeu Peter parecendo temeroso que colocássemos a culpa nele – Se vocês não se importam, eu tenho que ir agora...
- Claro Peter, pode deixar que tomamos conta de tudo. – disse Liz pegando Alice com a minha ajuda – Obrigada.
- Não há de quê. – falou e se foi também.

Sabem o que percebo agora? Somos quatro garotas, uma desacordada, sozinhas no meio da madrugada, perto de um bosque a aproximadamente dois quilômetros de casa. Eu só não digo que não poderia ficar pior por que sempre que alguém diz isso começa a chover.

- O que vamos fazer? – perguntou Alex.
- Temos que ir pra casa. – respondi, eu sei que é meio óbvio, mas o que mais eu podia falar?
- Sabe Lily... Eu não sei você... Mas... Eu não vou... Agüentar carregar a... Alice até lá... – falou Liz.

Era verdade, estávamos todas cansadas por causa da correria e ainda tinha Alice. Estávamos totalmente perdidas. O único jeito era acordar Alice, mas eu não sabia como. Liz não agüentava mais o peso de Alice e a colocou no chão o máximo de cuidado e se sentando ao lado dela.

- Vamos pedir carona! – falou Liz se levantado de repente e correndo para a beira da estrada.

Eu podia ver dois faróis se aproximarem rapidamente e logo depois diminuírem a velocidade até pararem próximo de Liz, que correu para a janela da caminhonete para falar com o motorista e logo depois se virou para nós com um sorriso no rosto.

- Ele nos leva até a casa. – falou já se abaixando para pegar Alice.
- Você ficou louca? – perguntei para que só ela pudesse ouvir.
- Por quê? – perguntou parando no meio do ato e se levantando.
- Liz! Não sabemos quem esse cara é. – falou Alex.
- Ele pode ser um serial killer! – falei.
- Ou um tarado psicopata! – falou Alex.
- Vocês têm alguma idéia melhor? – perguntou pondo as mãos na cintura. Eu e Alex nos entreolhamos.
- Não. – respondi quase inaudível.
- Então está decidido. – falou e se abaixou para pegar Alice novamente – Vamos logo.

Fomos chacoalhando na traseira do carro até a casa, afinal, não era um serial killer. Ao chegar em casa demos um jeito de acordar Alice e contamos todos os detalhes da nossa noite agitada, inclusive que foi Pettigrew quem pegou no braço dela, ela estava apavorada. Nos limpamos e ficamos na sala esperando o amanhecer chegar. Apesar do cansaço, nenhuma quis ir dormir ou falou alguma coisa, ficamos cada uma absorta em seus próprios pensamentos.

Horas depois, os primeiros raios de sol começaram a aparecer no céu, não tardou muito até os marotos chegarem em casa ajudando Remo, que não estava nada bem. Todas corremos para ajudar. Remo não parecia ter muita consciência do que estava acontecendo, uma vez que ele me chamou de Liz e Alice de Alex.

Depois que colocamos Remo no quarto eu queria fazer as quinhentas e trinta e duas perguntas que estavam na minha cabeça, eu já ia começar quando Sirius me disse que a noite foi realmente longa e que explicações ficavam para depois.

Bom, pelo menos eu estava mais tranqüila sabendo que estavam todos inteiros. Fomos dormir todos dormir e eu só acordei depois de uma da tarde. Como eu estava muito suja mesmo, resolvi tomar banho antes de fazer qualquer outra coisa. Quando desci as escadas ouvi um barulho na cozinha e fui verificar o que era. Nem preciso dizer né? É sempre ele.

- Bom dia Potter. – falei tentando ser simpática, mesmo ainda estando irritada com ele o cara salvou minha vida né?
- Hã... – falou se sobressaltando. Acho que ele não percebeu quando eu entrei na cozinha – Ah... Oi, Evans.
- Er... – comecei meio sem jeito. Percebi que ele estava sem camisa. Uau! Sem comentários – Obrigada por ontem a noite.
- Não foi nada. – respondeu voltando a procurar alguma coisa no armário – Mas isso não teria acontecido se você tivesse cumprido sua promessa.

Ok, vocês estão vendo que eu vim toda vim toda simpática e ele começou a provocar, maaaaas, como infelizmente eu tenho que admitir que estou errada, vou ter que fazer uma coisa realmente detestável.

- Eu sei... – falei baixando a cabeça – Desculpa. – Potter, que nessa hora estava procurando alguma coisa debaixo da pia, se levantou rápido e acabou metendo a nuca na pia.
- Ái! – falou pondo a mão na nuca. Eu não pude deixar de soltar uma risadinha. Bobão.
- Eu te ajudo, o que é que você tanto procura? – perguntei me aproximando. Ele me olhou espantado.
- Uma caixa de remédios. – respondeu. Só então eu percebi que ele estava cheio de arranhões e hematomas e tinha um corte feio num dos braços.
- Potter, você... – comecei olhando mais atentamente cada um dos ferimentos – Você tinha que ter cuidado disso antes! Pode infeccionar! – completei puxando o braço dele e olhando um pouco preocupada.
- Calma Li... Evans, não vou perder o braço por causa de um arranhãozinho. – replicou. Que criatura teimosa!
- Isso aqui, - falei mostrando o corte fundo que ele tinha no braço – não é um arranhãozinho. – soltei o braço machucado e peguei o outro – Vamos, eu dou um jeito nisso.
- Quê? – perguntou sem acreditar.
- Falei que vou dar um jeito nisso. – falei apontando para o corte no outro braço – Vem logo!

Ele se levantou e eu o levei até meu quarto, Alice devia estar no banho pois o quarto estava vazio. Ele se sentou na cama ainda me olhando um pouco desconfiado, ele devia estar realmente estranhando meu comportamento. Fui até minha mala e tirei uma caixinha de porções curativas que sempre levo comigo. Ser uma das primeiras da turma tem seus méritos, tirando o fato de que o Prof. Slugorn fica no enchendo meu saco o ano inteiro, é muito legal, eu nem preciso ir a ala hospitalar quando me machuco de leve.

- O que é isso? – perguntou olhando para a caixa. Eu revirei os olhos, céus, como ele é impaciente.
- Meu estoque particular de porções curativas. – respondi prontamente me sentando em frente a ele e abrindo a caixa – Você terá o prazer de ser cuidado por mim. – falei sorrindo sinceramente. Não sei por que estava feliz.
- Isso vai doer? – perguntou olhando bastante desconfiado para a porção que eu passava em um algodão.
- Claro que não. – menti. Eu sabia que ia doer um pouco, mas eu não ia dizer a ele né. Eu encostei o algodão molhado com a porção no braço dele e ele fez uma careta de dor, estamos indo bem, então eu coloquei um pouco mais de força e...
- AAI!!! – ele gritou tirando o braço e fazendo uma careta.
- Sssshhh! – calei a boca dele com a mão – Vai acordar os outros.
- Vou mesmo! – reclamou – E vou dizer a eles que você está tentando me matar! – falou em tom divertido e começou a rir, eu o acompanhei.
- Exagerado. – falei parando de rir – Deixa eu acabar isso. – peguei o braço dele outra vez e continuei passando a porção. Ele fazia caretas e força para não gritar.

Acabei com os cortes pequenos e arranhões, só faltava o grande, que exigia um tipo diferente de porção, essa ía doer beeeem mais. Vai ser difícil ele não gritar. Eu passei a porção em um algodão diferente, ele me olhou espantado, parecia saber o que estava por vir. Foi só eu encostar o algodão no braço dele que...

- AAIII!!!! – gritou alto.
- Potter, cala a boca! Vai acordar todo mundo! – falei sentindo um certo prazer em faze-lo sofrer um pouquinho.
- Você não me disse que ia doer tanto! – falou puxando o braço da minha mão e se levantando da cama.
- Onde você pensa que vai? – perguntei.
- Ainda não acabou?
- Não. – respondi fazendo cara de “óbvio” e me levantando também para terminar de passar a porção.
- Vem, vamos terminar isso logo... – falei já pegando o braço dele, mas ele puxou de volta! Pode?
- Nem vem. Pra mim já acabou. – falou afastando minhas mãos e saindo de perto de mim.
- Mas... Potter! – falei indo atrás dele – Não pode ficar assim, vai...
- Sai, tira esse negócio de perto de mim. – respondeu dando a volta em uma cadeira. Eu o olhei sem acreditar.
- Você está com medo... Disso? – falei levantando o algodão.
- Não. – respondeu – Estou com medo da dor que isso vai me causar. – ele se afastou mais. Simplesmente inacreditável. Vou usar psicologia.
- Tudo bem. – falei baixando o algodão – Mas depois que infeccionar não reclame. – continuei dando as costa e indo guardar as coisas na caixa – Sabe, porções para infecções são tão difíceis de fazer, nem quero pensar nas conseqüências se sair errada...
- Tá legal, você venceu. – ele falou e estendeu o braço ao meu lado. Ainda de costas para ele, dei um sorriso vitorioso.

Ele agüentou o resto da porção sem dar nenhum piu, eu terminei rápido e fiz os curativos. Depois de pronto, eu finalmente vou tirar minhas dúvidas.

- Humm.... Potter, será que você poderia... – comecei.
- Responder as milhares de perguntas que invadiram sua cabeça ontem a noite? – completou por mim – Claro que sim. – falou se sentando mais a vontade na cama – Por onde começamos? – ele deu um sorriso (lindoooo!!!! ), eu sorri de volta.
- Bem, por que não nos contaram antes?
- Eu já disse que isso era uma decisão do Remo, que aliás, você devia ter respeitado. – percebi o tom de desapontamento na voz dele – Você devia ter me ouvido Lily, devia saber que eu só que te ver bem, foi muito arriscado o que vocês fizeram, já pensou se nós não estivéssemos lá? Podiam ter sido mordidas! Ou pior, podiam ter morrido! – eu não acredito que estou levando sermão do Potter. Mas tenho que admitir que ele está certo – Você me prometeu que iam ficar em casa Lily, quebrou essa promessa!
- Você... ta tão irritado assim? – perguntei insegura.
- Não é bem isso Lily... – falou olhando para a janela – É que você me prometeu e foi até lá, quando eu te vi... Eu... Acho que nunca tive tanto medo na vida. – ele ainda evitava me olhar – Eu estou... um pouco decepcionado. – cara, juro que senti meu estômago perto dos pés nessa hora.
- Decepcionado? – perguntei triste, isso é pior do que irritado – Mas... James, desculpa! Eu não consegui me conter e... – eu não sabia o que dizer, só sabia que de repente se tornou importante para mim que ele não estivesse triste comigo. – Eu sou uma idiota, sei que não devia ter ido... – ele agora me encarava surpreso, claro que ele não esperava que eu pedisse desculpas, nem eu sabia o que estava fazendo – Por que ta me olhando assim? – ta, eu sei que foi uma pergunta muito idiota, mas eu fiz.
- Você me chamou de James. – falou ainda com a expressão surpresa.
- É, chamei. – falei meio sem jeito.
- Pensei que ainda estivesse irritada comigo. – falou voltando a encarar a janela.
- Bem, tudo passa né. – respondi procurando o que de tão interessante ele olhava pela janela – e ainda mais depois de ontem...
Ele me olhou com um sorriso fraco e muito fofo.

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No quarto dos marotos, apenas Remo continuava dormindo e sendo observado bem de perto...

(N/A: Narração de Alex)

Ele fica tão bonitinho dormindo, mas está tão machucado, deve ser realmente difícil ser lobisomem e ainda ter que esconder de todo mundo por causa do preconceito imbecil da maioria das pessoas.

Remo se mexeu na cama e abriu os olhos aos poucos se acostumando com a claridade.

- Bom dia. – falei baixinho. Ele se assustou com a minha presença lá.
- A-Alex, o-o-o q-que está faz-zendo a-aqui? – perguntou desajeitado tentando se esconder com as cobertas.
- Esperando você acordar. – falei calmamente – E não adianta se cobrir, eu já vi tudo. E já sei também. – falei o encarando, ele ficou mais pálido do que já estava.
- J-j-já sabe? – perguntou temeroso.
- Já. – respondi dando um meio sorriso – E é por isso que estou aqui. – ele permaneceu calado.
- Eu queria saber por que não nos disse isso antes. – falei tentando fazer ele olhar pra mim.

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Alice estava louca por informações e encontra Peter sozinho na cozinha...

(N/A: Narração de Alice)

Encontrei James e Lily no quarto e preferi não interromper, Alex está esperando Remo acordar, Liz e Sirius sumiram... É Alice, parece que te restou Peter. Onde será que ele está?
Fui até a cozinha e dei de cara com a minha presa, simplesmente perfeito.

- Bom dia Peter! – falei animada como quem não quer nada. Ele já me olhou desconfiado.
- Bom dia Alice. – respondeu se sentando na mesa.
- Hmm... Peter, você sabe o que aconteceu ontem a noite? Eu não me lembro bem, sabe eu desmaiei... É muito chato não lembrar o que aconteceu com você... – falei olhando para o nada.
- Você desmaiou quando eu te achei. – falou.
- Mas como você me achou? – perguntei inocentemente.
- Bem, James e Sirius perceberam que vocês estavam no bosque e me mandaram atrás de vocês e levar para fora de lá. Mas vocês se separaram e eu te achei sozinha, tão apavorada que quando te toquei você desmaiou e eu fui te arrastando até a saída. – falou. Mais fácil do que eu pensava, mas eu ainda precisava de muitas informações.
- Mas... Como eles souberam que nós estávamos lá? – perguntei fazendo uma careta confusa.
- Sirius sentiu o cheiro da Liz. – respondeu começando a preparar um sanduíche.
- Sentiu o cheiro? – perguntei, agora realmente confusa.
- É, ele sempre faz isso quando está em forma de cachorro. – acho que ele nem fazia idéia do que estava me falando de tão concentrado que estava no sanduíche.
- Animago? Como? – perguntei impressionada
- Não é só ele, eu e James também somos. Eu me transformo em rato e James em cervo. – ele estava finalizando o sanduíche.
- E por que vocês fazem isso?

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Enquanto isso, Lily continuava seu interrogatório...

(N/A: Narração de Lily)

- Nós descobrimos no segundo ano que ele era um lobisomem e pesquisamos tudo sobre o assunto, descobrimos que eles não atacam animais e estudamos animagia até conseguirmos nos transformar para acompanhar Remo. Conseguimos no quinto ano e desde lá temos o acompanhado nas transformações. – falava James, eu o olhava fascinada com o que escutava – Fica mais fácil para ele quando estamos por perto. – concluiu. Eu apenas fiquei calada observando e de repente meus olhos começaram a marejar – Foi arriscado, Remo tentou nos convencer de toda forma a desistir. Mas eu não podia simplesmente abandonar ele logo na hora que ele mais precisa.Então seguimos até conseguir... Lily... Algo errado? – perguntou preocupado. Eu já estava chorando.
- É que... Eu sempre te julguei tão arrogante e... – eu comecei a soluçar – Egocêntrico... E agora descubro que você... Corre esse risco todo, todo mês pra... Ajudar o Remo. – eu comecei a chorar descontrolada. James me olhava preocupado e sem saber o que fazer.

Ele veio até mim e me abraçou forte.

- Calma Lily, isso é coisa do passado. – falou tentando me tranqüilizar.

Muito fofo da parte dele.
Vou ter que concordar...

- Vai, pára de chorar, é pior do que te ver gritando comigo. – não pude deixar de sorri fraquinho com o que ele disse.
- É que eu sempre te achei incapaz de qualquer coisa desse tipo. – falei tentando parar de chorar. Ele me olhou um pouco triste, mas sorriu fraco logo depois.
- Agora você sabe. – falou. Eu confirmei com a cabeça - É só isso que importa.

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Na praia, um pouco longe da casa, dois jovens discutem na areia...

(N/A: Narração de Liz)

- O que você queira que eu fizesse? Nocauteasse as três e amarrasse? Eram três contra mim Sirius, três! – falei impaciente. As pessoas ao nosso redor olharam.
- Nós te deixamos lá tomando conta de tudo, você devia ter inventado qualquer história. – retrucou Sirius.
- Ah claro, por que é muito fácil enganar a Lily quando ela está doida de curiosidade de alguma coisa. – falei cruzando os braços e o encarando realmente irritada.
- Mas você nem tentou.
- É muito fácil falar né? Queria que você estivesse no meu lugar.
- Liz, você quase morreu de novo! E ainda levou as meninas com você correndo perigo. – falou preocupado.
- Eu não levei elas para lá! Elas seguiram vocês e fui junto tentando convencer elas a voltar o caminho inteiro. E você ainda diz que eu não tentei? Você nem sabe o que aconteceu. – o tom da minha voz subia gradativamente e as pessoas olhavam cada vez mais – Eu estava segurando Alex pelo braço pra fazer ela ficar em casa e de repente sai a Lily do outro quarto dizendo que vai atrás de vocês. O que eu podia fazer?
- Eu não sei, você que as conhece melhor devia saber! – retrucou alto.
- Ai Sirius você tá impossível hoje! – eu tava muito irritada mesmo – Eu não tive culpa! MAS SE VOCÊ NÃO QUER ACEITAR ISSO O PROBLEA É TODO SEU! – gritei a última parte, dei as costas e deixei ele para trás.

Odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio e simplesmente odeio que me coloquem a culpa por algo que eu sou inocente. Que raiva do Sirius, como ele pode achar que eu não fiz nada para impedir que elas fossem até lá? Bacaca.

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De volta ao quarto dos marotos...

(N/A: Narração de Alex)
- Eutinhamedoquevocêsseafastassemdemimsesoubessem. – Remo respondeu baixo e enrolado.
- O quê? – perguntei sem entender o que ele disse. Remo respirou fundo.
- Eu tive medo que vocês se afastassem de mim se soubessem. – respondeu baixo e sem me olhar – Foi o que todos fizeram.
- Eu? Remo você... Eu com medo... Como você pode pensar uma coisa dessas? – eu estava um pouco indignada, mas entendi o lado dele e falei de um jeito meigo. Ele me olhou brevemente e começou a falar encarando os dedos.
- Eu morava numa pequena cidade bruxa quando criança, eu adorava aquele lugar. – ele fez uma pausa e respirou fundo outra vez – Quando eu tinha nove anos, fui mordido por lobo Greyback...
- Aquele louco que fica perto das vítimas quando está anoitecendo? – perguntei boquiaberta.
- Ele mesmo. Eu não sei bem por que ele me escolheu, acho que alguma coisa a ver com minha mãe, ela tinha um alto cargo no ministério. – ele fez mais uma pausa e continuou – Depois daquela noite minha vida nunca mais foi a mesma, a cidade toda ficou sabendo da história e ninguém queria seus filhos brincando com um lobisomem, eu não podia mais sair na rua sem que as pessoas me olhassem assustadas e se afastassem. Então mudamos de cidade e eu me isolei das pessoas. Achei que nem poderia freqüentar Hogwarts, mas Dumbledore arrumou um jeito. Eu nunca fui tão feliz na vida, pela primeira vez em muito tempo, eu tinha amigos. Eles não sabiam o que eu era e eu também tive medo de contar, mas eles são os marotos, é claro que descobriram e correram para descobrir um meio de me ajudar, são os melhores amigos que alguém pode ter. – ele terminou a história com um leve sorriso nos lábios. Eu suspirei.
- Agora eu acho que eu é que te devo desculpas. – falei sem graça – Você realmente teve motivos para esconder de todo mundo, apesar de ser besteira sua achar que íamos nos afastar, que tipo de amigas você acha que somos? – perguntei sorrindo pra ver se ele se animava um pouquinho.
- Tem razão. – ele deu um sorrisinho fraco, mas já é um começo.

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E na cozinha...

(N/A: Narração de Alice)

- Caramba! Eu não podia imaginar. – falei boquiaberta quando Peter tirou a última das minhas dúvidas – Animagos com quinze anos! Agora eu sei que você realmente podem tudo.
Peter não respondeu, apenas deu de ombros. Eu fiquei sentada na mesa mais algum tempo absorvendo tudo o que tinha ouvido, Peter saiu da cozinha e logo depois Liz entrou pisando forte e resmungando coisas indistinguíveis e se sentou ao meu lado.
- Bom dia Lice. – falou com a voz um pouco irritada.
- Bom dia. – respondi – Por que a irritação?
- Black. – falou mais irritada que antes.
- Pra você o chamar pelo sobrenome... A coisa deve estar feia. – conclui – O que ele fez?
- Me acusou de não ter feito nada pra impedir vocês de irem até lá! O idiota. Como se eu conseguisse conter vocês três ao mesmo tempo. – falou alto. Coitada da Liz, ela realmente não teve culpa.
- Nem liga Liz, hora ou outra ele vai perceber que você não podia fazer muita coisa sem quebrar sua promessa de não nos contar. – falei tranqüilizando-a. Ela me olhou e concordou com a cabeça.
- Mas isso não dá a ele o direito de me arrastar até a praia só pra brigar comigo. Quem ele pensa que é? – perguntou indignada. Isso vai longe...

Liz começou a falar todo tipo de coisa de Sirius, eu sei que devia, mas não estava realmente prestando atenção. Ela falava tão distraída que nem percebeu quando chegou uma coruja.

Era uma carta de Frank agradecendo o convite e dizendo que só poderia vir na próxima terça porque está com os pais na França. O meu sorriso chamou a atenção dela.

- Qual é a graça? – perguntou sem entender. Eu lhe mostrei a carta.
- Frank vai chegar na terça. – respondi sorrindo.
- Não sabia que ele vinha. – resmungou.
- Quem? – perguntou Lily entrando na cozinha seguida por James.
- Frank. – respondi – Chega na terça.
- Frank vem? – perguntou James animado – Legal. – ele olhou em volta como quem procura algo e parou em Liz – Liz, cadê o Sirius?
- Espero que no inferno. – respondeu mal-humorada se levantando da mesa e saiu da cozinha.
- Eles brigaram. – falei para James que tinha um olhar confuso.
- Por quê? – perguntou Lily tentando alcançar uma lata de biscoitos sem sucesso (ela é meio baixinha).
- Pelo o que eu entendi, Sirius está culpando ela por não ter conseguido nos manter em casa e termos corrido todo aquele perigo. – respondi entediada.
- Mas não... – ela agora dava pulos para alcançar a prateleira – foi culpa... dela. – depois de dar mais três pulos ela desistiu e olhou irritada para a lata – James! – falou se virando de repente para ele – Será que você poderia... – falou apontando para a lata. Ele abriu um enorme sorriso e foi até ela.
- Estava só esperando você pedir. – falou entregando a lata para Lily. Quando foi que eles fizeram as pazes?
- Obrigada. – falou pegando a lata das mãos dele e os dói se sentaram na mesa.
- Oi. – falou Sirius entrando na cozinha irritado.
- Por que todo mundo que passa por aquela porta está irritado? – perguntei apontando para a porta que dava no quintal. Sirius fechou mais a cara.
- Você não quer mesmo que eu responda essa pergunta, quer? – falou mais irritado do que da primeira vez.
- Não precisa. – respondi sorrindo amarelo. Ele se saiu da cozinha após beber um copo de água.
- Vai passar rápido. – falou James olhando para o teto – Esses dois sempre brigam por alguma bobagem.
- Parece um certo casal que eu conheço. – comentei ironicamente olhando para a porta.
- Onde estão Alex e Remo? – perguntou Lily mudando de assunto.
- Presente. – falou Alex entrando na cozinha com uma mão levantada – Remo está descendo. E passa essa lata pra cá.
- Não mesmo. É minha! – falou Lily escondendo a tirando a lata do alcance de Alex que já estava quase pegando.
- Lily! Me dá um, eu tô com fome! – falou Alex indo para cima da Lily tentar roubar a lata.
- Arruma outra coisa, esses biscoitos estão simplesmente maravilhosos e eu a partir de agora são só meus! – falou Lily tentando se livrar se Alex.
- Eu não fazia idéia de que meus biscoitos eram tão irresistíveis assim. – comentou James com um ar divertido – Pode dividir com a Alex ruivinha, quando a gente se casar eu faço uma bandeja todo dia pra você.
- Tentando me pegar pela barriga Sr. Potter? – perguntou Lily rindo.
- Pode ser... Ta funcionando? – perguntou sorrindo de orelha a orelha.
- Vai fazer todos os dias mesmo? – perguntou Lily fazendo cara pensativa.
- Prometo. – respondeu James.
- Então tudo bem, eu aceito me casar com você. – respondeu.
- Posso ser o padrinho? – perguntou Remo encostado no portal da cozinha.
- Só se EU for a madrinha. – falou Alex.
- De quem? – perguntou Liz entrando na cozinha, desta vez estava de bom humor.
- O acontecimento do século. – respondeu Remo – Casamento de Lílian Evans e James Potter.
- Não acredito! Pra quando é o casório? – perguntou empolgada.
- Que tal hoje amor? – perguntou James.
- Hoje não! Como eu vou ser o padrinho se for hoje? – falou Remo indignado.
- É, vamos adiar. – falou Lily – Depois resolvemos isso.
- James, Remo, o Siris está chamando vocês lá em cima. – falou Peter aparecendo na porta.
- Ok, estamos indo. – respondeu Remo – Até mais meninas.

Os três saíram da cozinha e nos deixaram lá.

- Alguma idéia do que vamos fazer hoje a noite? – perguntou Liz pegando um biscoito da lata de Lily.
- É, vamos ter que ficar aqui dentro... – falou Alex – Uma festa do pijama?
- Não, já fizemos isso. – falou Lily.
- Uma noite de garotas! – sugeri.
- Gostei. – falou Lily.
- Eu também. – aprovou Alex.
- Quem sou eu pra contrariar? – falou Liz.
- Então está combinado. – falei – Assim que os marotos saírem nós começamos.

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