Capítulo quatro
CAPITULO QUATRO
Harry os observou cuidadosamente. Tão patéticos espremidos no sofá como sempre foram. Tia Petúnia continuava com o mesmo rosto cavalar de sempre, com seu pescoço grande e suas bochechas coradas. Os fios de cabelos grisalhos começavam a aparecer, bem como algumas rugas de expressões.
Já Tio Valter possuía o mesmo semblante carrancudo e arrogante, com apenas alguns poucos fios de cabelo na cabeça e mais gordo do que jamais estivera.
Quem falou primeiro foi Tia Petúnia, que se levantou diplomaticamente e rosnou – O quarto de visitas está pronto.
Harry sorriu, porém, nada disse. Apenas puxou Hermione pela mão enquanto adentravam na casa.
- Nada de gracinhas na minha casa, moleque. – disse Valter, com sua voz grossa e arrastada.
- Não se preocupe. – disse Harry, enquanto subia as escadas com Hermione em seu enlaço. Assim que entraram no quarto que o pertenceu quando era garoto, Hermione voltou-se para Harry, horrorizada.
- Oh meu Deus! – ela exclamou, encostando-se na porta – Eles são absolutamente terríveis! Depois de tanto tempo sem te ver...
- Hermione... – disse Harry, achando graça da expressão indignada da amiga – eles devem ter saltitado de felicidade durante todos esses anos.
- Ah, carinho! – sussurrou Hermione, sentindo uma onda de afeto pelo amigo e compadecendo-se por tudo o que ele tivera que passar com uma família arrogante. E mais uma vez, a morena sentiu-se tola ao pensar que a partida de seus pais fora algo que poderia a destruir um dia.
Sorriu fracamente para o amigo, enquanto depositava sua bolsa em cima de uma estante.
O quarto era bem iluminado, continha uma cama de casal, um guarda roupa minúsculo, duas estantes, uma cortina e um tapete.
Hermione observou Harry colocar as malas em um canto do quarto, enquanto ela se sentava em cima da colcha floral. O homem se sentou ao seu lado, enquanto jogava o corpo pra trás e deitava na cama, apoiando a cabeça com os braços.
- Isso aqui já foi meu quarto. – disse Harry – Mas era infinitamente pior.
- Mesmo? – indagou a mulher, sorrindo graciosamente na visão de Harry. Debruçou-se sobre ele e fitou seu rosto com atenção, enquanto ele lhe falava.
- Sim, e o que havia aqui era praticamente uma cama e a gaiola de Edwiges.
- Era terrível, não era? – murmurou a mulher, acariciando a face do amigo.
- Só um pouquinho. – respondeu, enquanto lançava a amiga seu melhor olhar de cachorro abandonado. Hermione lhe estapeou.
- Harry, você não presta! – disse entre risos, enquanto o moreno tentava segurar suas mãos inutilmente.
- Olha como fala comigo, moça! Se não... – respondeu, enquanto recebia mais tapas de Hermione.
- Se não o que?
Hermione achou graça. Ela ainda ria quando Harry prendeu suas mãos e a virou completamente, fazendo com que ela ficasse presa debaixo dele. Segurando seus pulsos delicadamente enquanto ela ria sem parar, Harry a fitou. Seu sorriso era a coisa mais bela que ele já vira, e seus olhos castanhos seriam capazes de fazê-lo se perder para sempre. Tão intensos e tão profundos como nenhum outro. Uma aparência tão delicada e gentil, doce e compenetrada, que refletia exatamente como Hermione realmente era. Sorrindo, ele retirou alguns cachos castanhos do rosto da amiga, que sorriu de volta, parecendo não se importar em estar presa em baixo do amigo.
- Peça desculpa a mim, carinho. – disse Harry, suavemente.
- Por que eu o faria, carinho? – rebateu, tão suave quanto ele fora.
- Porque você não vai sair daqui até o fazer. – sussurrou.
- Eu não me importo, sinto-me ótima. – ela admitiu, rindo.
- Hermione, peça! – disse duramente a ela. Mas Hermione sabia, ela o conhecia bem demais para saber que ele estava segurando a vontade de rir imensamente, e assim o fez dali a alguns segundos.
- Eu não vou me desculpar, Harry. Adorei ficar aqui, me processe! – confessou, alegremente.
- Você está pedindo para ser torturada, mocinha. – sussurrou o homem, com um sorriso maléfico brotando no canto de seus lábios, o qual não deixou Hermione muito tranqüila.
- Não estou pedindo nada, Harry... – murmurou Hermione, observando o olhar de Harry recair sobre a sua cintura. – Não! Não pense nisso, Harry James Potter!
Mas ele pensou. Harry dirigiu suas mãos até a cintura de Hermione rapidamente, deixando seus pulsos livres por segundos e apertou sua cintura, fazendo com que ela pulasse de tantas cócegas.
- Ha...rry! Não fa...ça! – suplicou a morena, rindo descontroladamente diante do sorriso maroto do amigo.
- Então peça desculpas, amor! – disse, observando com divertimento Hermione recompor-se e dizer, ofegante e entre risos: - Nem pensar.
Então ele a observou novamente.
- Você não deveria ser tão teimosa... – disse sem sorrir, enquanto afastava os cachos novamente de sua face. Ela que até então sorria, pegou-se surpresa ao perceber que Harry se aproximava lentamente de si, e mais ainda por querer que ele o fizesse mais depressa.
O moreno parou diante do rosto de sua amiga, de sua face corada, seus olhos profundos, seus cabelos cheios e...seus lábios. Olhou fixamente para eles, imaginando como seria se tivesse a ousadia de tocá-los, e surpreendeu-se ao encontrar os olhos de Hermione e perceber que ela ponderava o mesmo.
Sua pele alva e macia, a qual ele acariciara tantas vezes nunca estivera tão convidativa aos olhos de Harry, seus olhos nunca pareceram tão perdidamente intensos, e seus lábios nunca parecerem tão apetitosos a ele.
Hermione nem sempre fora a mais bela mulher aos olhos de muitos, mas para ele, ela era belíssima. Nunca tivera tantos pretendentes quanto merecia, e ele sabia que boa parte disso era exclusivamente sua culpa e de Rony, que poderiam acabar com a chance de qualquer homem com Hermione, se assim desejassem.
Mas ele não se sentia culpado, Hermione era a beleza personificada, em todos os sentidos, e ele nunca se sentira satisfeito ao imaginar que alguém poderia tê-la para si.
Sorrindo diante ao pensamento, e de repente dando-se conta do que estava prestes a fazer, Harry piscou várias vezes e levantou-se rapidamente, bem como Hermione.
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N/A) - Aqui está o capítulo. Muito obrigada pelos comentários! Beijão! :*
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