Capítulo três
CAPÍTULO TRÊS
Não, ele não percebera. Perdeu-se em pensamentos e devaneios até a amiga gritar e empurrá-lo, virando o volante do carro fazendo com que este saísse da pista e colidisse com uma árvore no acostamento. A vaca mugiu.
- HERMIONE! Você está bem? - esganiçou-se Harry, livrando-se do cinto de segurança.
- Acho que estou - a morena respondeu, colocando a mão na cabeça e tirando o cinto de segurança também. Harry suspirou aliviado. - E você?
- Você bateu a cabeça? - indagou Harry preocupado, aproximando-se da amiga e a olhando atentamente.
- Estou bem, Harry.
- Vamos para um hospital.
- Estou bem, Harry. - ela repetiu, calmamente.
- Hermione, nós vamos para um hospital.
- Harry... - teimou Hermione novamente, abrindo a porta do carro - não chegaremos a tempo. Eu realmente não sinto nada, o máximo que poderá acontecer é ficar com uma marca roxa enorme no meio da testa. Harry, não me olhe assim. - disse a morena, enquanto Harry saía do carro. - Perdão pela batida.
- Tudo bem - disse o homem, dando de ombros. - Eu iria atropelar uma vaca, de todo o modo. Devo agradecer por ter sido apenas uma árvore. - disse, rindo-se. Hermione saiu do carro e abaixou-se a frente do capo amassado do carro, enquanto Harry fazia o mesmo ao seu lado, franzindo a testa e arqueando as sobrancelhas.
- Bem, eu não entendo nada disso, se quer saber. - o homem confessou - Mas conheço um feitiço que...
- Harry, não. - ralhou Hermione - Estamos em uma estrada trouxa, não podemos usar magia assim, é muito arriscado!
- E como você pretende chegar até a casa dos Dursley? Andando? - ironizou Harry, rindo logo em seguida. Seu olhar recaiu sobre a amiga e seu sorriso diminuiu ao ver a expressão da face dela. A conhecia muito bem, e tinha certeza dos pensamentos que perpassavam a mente da morena quando ela o fazia. Harry a olhou, incrédulo - Eu estava brincando!
- Ah vamos, carinho. - disse Hermione, sorrindo - Você não quer sentar aqui e esperar até que chamem o guincho? Vamos pegar as malas!
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Maldita ironia, maldita idéia, maldita vaca. Jurou a si mesmo que jamais deixaria Hermione tomar decisões por eles dois enquanto ela estivesse completamente disposta a passar o período mais triste de sua vida.
Suas pernas já estavam começando a doer.
Não poderia negar que caminhar 10km até a casa dos Dursley não era uma idéia muito convidativa, mas ao lado de Hermione ele era capaz de quase não sentir o cansaço que lhe abatia. Não se sentia no direito de reclamar muito, de toda a forma. A culpa do carro ter batido na árvore fora dele, completamente dele. Estava absorto nas palavras vindas da boca da amiga, tão completa e irremediavelmente extasiado que mal notara o animal parado no meio da estrada.
As palavras doces e gentis dela sempre o fizeram delirar, sempre se encantou com a forma que ela lhe dirigia a palavra, do modo de como conseguia passar todos os seus pensamentos e sentimentos através de sua voz doce e decidida.
Deveria ajoelhar e agradecer a Merlim por sua amiga, além de encantá-lo com sua voz, tivesse bom senso e inteligência o suficiente para virar o volante a tempo de não atropelar o bicho. – ponderou – Mas se o fizesse, certamente teria que ajoelhar diante a Merlim e agradecer por todas as outras qualidades fascinantes de Hermione, que ele considerava serem muitas.
- Falta muito, Harry? – indagou Hermione, ofegante.
- Na verdade... – disse o homem – Estamos bem perto.
- Graças a Merlim – sussurrou Hermione, enquanto mudava a mochila que carregava de um ombro para o outro.
- Você tem certeza que não quer que eu leve? – indagou o moreno, olhando a amiga de soslaio.
- Oh não, absolutamente! Você já está carregando duas malas! – Harry rolou os olhos –“Será possível que ela não entendia que ele treinou sete anos de quadribol e seu preparo físico era infinitamente melhor que o dela?”
Os dois permaneceram em silêncio enquanto adentravam em uma estreita rua, rodeada de casas e jardins bem cuidados. O sol mal era sentido pelos dois, devido a quantidade de nuvens que pairavam no céu impedindo que os raios agissem diretamente para a felicidade de Harry e Hermione, que juravam que estariam completamente cozidos no asfalto se não fosse pelo vapor condensado. Viraram a direita e passaram por uma alameda, por onde seguiram reto até Harry parar diante a uma casa, suspirando cansado.
Não havia mudado nada. A casa estava exatamente como deixara, há anos atrás. O jardim de Tia Petúnia continuava cheio de flores e arbustos, bem como o carro de Tio Valter parado em frente à casa. E então, Harry teve um pequeno sentimento nostálgico.
Não se sentia saudoso, longe disso. Apenas fora estranho o momento em que batera os olhos naquela casa e lhe veio á mente tudo o que passara dentro dela.
Voltando o olhar para Hermione, que o observava cautelosamente, eles se dirigiram até a porta.
- Bem, não espere muito deles. – disse Harry à amiga, tocando a campainha.
- Se esperasse, eu não estaria aqui. – respondeu, enquanto ambos ouviam passos apressados de dentro da casa. A porta se abriu, porém, nenhum dos dois pode saber quem foi que a abrira pelo fato de Petúnia e Valter estarem no fundo da sala, temerosos.
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N/A) - Desculpem pelo capítulo pequeno e por qualquer erro. Adorei os comentários :}
Muito obrigada e até o próximo sábado :*
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