A Turbina
Harry Potter e a Maldição de Chronos – Cap. 6 – A Turbina
- Eu achei ter sido bem clara ao dizer que você não estava autorizado a ir a St. Mungus, Sr. Potter – dizia McGonagall zangada.
- Sim, você foi clara, Profª. McGonagall. – ele tentou se explicar. – É que eu precisava falar com a Evie, era urgente, era questão de vida ou morte!
- Sr. Potter, nada justifica você burlar regras da escola! Principalmente no tempo em que estamos! Ele voltou! Você sabe melhor do que ninguém, Potter!
- Ele não irá atacar, Profª! Não este ano! Evie me disse!
- Potter, você sabe porque Srta. Diggory está internada em St. Mungus?
- Por minha causa... Nada disso teria acontecido se...
- Porque ela enlouqueceu! – interrompeu a professora. – Por isso ela está lá. E sabe porque impedem as pessoas que não sejam parentes de visitar St. Mungus? Porque, assim como você, elas podem acreditar no que aquelas pessoas dizem! Elas estão loucas ou muito doentes, Sr. Potter, por isso estão lá e não têm permissão para sair!
- Ela não está louca, Profª! Ela estava lúcida e com plena consciência do que estava falando.
- Tente falar algo relacionado ao irmão dela para você ver a reação, Sr. Potter.
Harry tentou falar algo, mas desistiu. Nada iria convencer McGonagall. E ele não podia dizer que havia usado uma Maldição Proibida.
- Profª. McGonagall... O que vai acontecer comigo e com o Neville?
Ela ficou séria e respondeu:
- Uma advertência aos seus responsáveis e 50 pontos a menos para a casa por conta de cada um. E você estará proibido de deixar as dependências da Escola. Espero que assim você entenda a gravidade de burlar uma regra. – seu olhar amansou e ela prosseguiu - O tempo é perigoso. Se isso tivesse ocorrido em qualquer outro momento poderíamos fazer vista grossa, mas... Agora... Seria impossível...
- Eu entendo perfeitamente, Profª.
- Você pode se retirar agora. Preciso falar com Sr. Longbottom também.
Ele se retirou da sala da diretora enquanto Neville entrava, fechou a porta atrás de si e ficou encostado a ela por um tempo. Uma dor amarga subiu-lhe a garganta. E se Evie tivesse razão? Se todo este esforço tivesse sido em vão? E se ele simplesmente não pudesse fazer com que as coisas dessem certo? Tinha que haver um jeito. Tinha que haver! Mas... E se não houvesse? E se ele tentasse voltar no tempo novamente e estragasse tudo de novo? E se as coisas ficassem ainda pior? Talvez devesse aceitar a realidade: não havia escapatória. As coisas são como são e não há nada que possa mudá-las. Equações da vida, feitiços para voltar no tempo, morte, vida, salvação... Era tudo devaneio de uma mente insana. Devia ter dado ouvidos a Rony e Hermione, mas não, foi dar ouvido a uma garota que mal conhecia e que acabara de voltar de uma clínica psiquiátrica. Agora percebia o quão estúpido havia sido, mas desta vez não havia volta. Tudo estava perdido para sempre.
Tudo o que queria era poder voltar atrás, mas o problema é que... Já havia voltado atrás. Teria como voltar à frente? Não sabia. Não queria saber. Só queria que tudo fosse para o inferno. Só queria poder esquecer de tudo aquilo e não se sentir culpado, por alguns minutos que fossem. Talvez, então, fosse melhor ir ao dormitório descansar um pouco.
Subiu as escadas, disse a senha à Mulher Gorda, adentrou o Salão Comunal, que estava vazio, pois era dia da excursão a Hogsmeade, dirigiu-se ao dormitório e desabou em sua cama. Fechou os olhos e o sonho não demorou a vir. Não era bem um sonho. Era macabro demais para ser um sonho. Pesadelo? Talvez. Uma voz o chamava. Ainda em sonho. Ou talvez não. Não sabia ao certo.
- Harry. Harry, acorde!
Ele olhou para frente e viu uma capa longa e negra cobrindo um rosto pálido.
- Quem é você?
- Chegue mais perto, Harry. – a voz e a imagem iam se distanciando.
- Quem é você? – Harry perguntou mais alto.
A figura apenas pedia que chegasse mais perto. O rapaz deixou-se guiar por ela até a Floresta Proibida, em frente à casa de Hagrid.
- Harry. – a voz voltava a chamá-lo. – Vinte e sete dias, dezessete horas, quarenta minutos e quatorze segundos. Nem um segundo a mais, nem um segundo a menos. É o tempo que falta para o mundo acabar.
- Por quê? – Harry perguntava um tanto risonho, achando que aquilo fosse uma piada.
- Você já deveria saber.
- O que eu deveria saber?
- Toda criatura viva deste mundo morrerá sozinha.
A imagem desaparecera. A Floresta logo desaparecera junto. A escuridão tomou conta da visão de Harry. Mas algo permanecia martelando em sua mente: “Vinte e sete dias, dezessete horas, quarenta minutos, quatorze segundos”. E algo ainda mais antigo voltava a perturbá-lo: “Você sabe como consertar isso, Harry”, “A vida é uma equação”. E a partir de então as frases começaram a ficar soltas e sem linearidade de forma a não fazer mais sentido: “A Filosofia da Viagem no Tempo”, “Você já deveria saber”, “Chronos”, “É o tempo que falta para o mundo acabar”, “Você precisa consertar no passado”.
Nada daquilo fazia mais sentido. Um dia chegou a fazer? Que estranha figura era aquela que desaparecera do nada? O mundo iria acabar? Quem sabe não era esta a forma de consertar tudo? Tudo acabando. O mundo acabando. A vida acabando. Afinal, nada mais fazia sentido. Nem o presente, nem o passado. O futuro faria sentido? Não se o mundo acabasse. Não se todos fossem morrer sozinhos...
Sentiu uma leve vertigem, como que voltando de um coma. Alguém o balançava.
- Ei, ei, Harry. Você está bem?
- Hagrid? – Harry não estava entendendo nada. - O que faz por aqui?
- Eu é que pergunto o que VOCÊ faz por aqui. Não foi a Hogsmeade?
- Burlei uma regra da escola hoje. Não tenho mais permissão de sair. – tentou encurtar. – Mas o que você faz no dormitório?
Hagrid não entendeu.
- Dormitório?! Harry, você está em frente à minha casa!
- Mas... – Harry olhou para os lados. Realmente estava na Floresta Proibida. – Não! Eu estava no dormitório. Como vim parar aqui?
- Acho que você é sonâmbulo, Harry.
- Sonâmbulo? – era uma alternativa a ser considerada. – Pode ser...
Completamente confuso despediu-se de Hagrid, que pediu que tomasse cuidado com esse sonambulismo.
Rumou em direção à entrada de Hogwarts e pôde perceber um burburinho formado pelos alunos haviam acabado de voltar de Hogsmeade. Sem entender nada, Harry tocou o ombro da primeira pessoa que viu.
- Com licença, o que está acontecendo aqui?
- Meu Deus... EI, ELE ESTÁ AQUI! – gritou a pessoa cutucada.
A multidão toda se virou para Harry, que pôde ver claramente três pontinhos tentando abrir passagem no meio da aglomeração.
- Harry! Harry!
Quando finalmente conseguiram chegar até o garoto perguntaram:
- Você está bem?
- Sim, estou. Mas... Que diabos está acontecendo aqui?
- Harry, você não imagina o susto que deu em todo o mundo! – começou Mione. – Todos achavam que você estava no dormitório, porque os alunos que não foram a Hogsmeade disseram que foi lá que o viram pela última vez.
- Certo, mas... E daí?
- Olhe lá o que aconteceu... – Mione apontou porta adentro.
Harry enfiou-se no meio da população seguido por Rony, Mione e Gina e viu claramente uma turbina caída e enterrada bem no meio do Salão Principal.
- Mas... Que diabos foi isso?
- É uma turbina de algum avião. Ainda não sabem como veio parar aqui, já que estava no mundo dos trouxas. – disse Hermione
- Caiu bem em cima do dormitório masculino da Grifinória. – informou Rony. – Alguém lá em cima deve gostar muito de você, Harry.
- Nem me diga. – comentou Harry ainda espantando.
- Por sinal, o que é isso no seu braço? – perguntou Gina.
Harry então olhou seu braço. Haviam quatro números escritos em seqüência: 27, 17, 40 e 14.
- “Vinte e sete dias, dezessete horas, quarenta minutos e quatorze segundos”. – lembrou-se Harry. – O sonho...
Sonambulismo?
Continua...
Nota da Autora:
Olá caros leitores,
Espero que tenham gostado deste novo capítulo e minhas sinceras desculpas pela demora para postá-lo.
O próximo já está mais ou menos encaminhado e creio que não demora muito a sair. Sejam pacientes, que logo, logo, vem um novo.
Bem, este recado é basicamente para dizer que... Se vocês estavam achando a história bizarra e confusa até este ponto, acreditem, vocês ainda não viram nada. A partir deste ponto novos personagens aparecerão (por exemplo, a nova professora de Poções que foi ligeiramente citada em um dos capítulos ganhará posição de destaque na história), os antigos passarão a ser cada vez mais caricatos (propositalmente) e as conseqüências de suas ações serão mais devastadoras.
Preparem-se para penetrar em uma nova dimensão.
Blessed be you all.
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