Revelaçoes e Decepções



Gente, tudo bem? Lá pelo meio do capítulo, vocês vão ver uma referência a uma música. Não é uma SONGFIC. É que acabo escrevendo os capítulos ouvindo música e há algumas que parecem ter sido feitas para as cenas que estou escrevendo. Quem não tiver a música, ou não quiser puxar, não se preocupem: Vocês poderão perfeitamente sobreviver sem ela. É apenas uma sugestão. Espero que gostem desse capítulo, que é Especial pois marca o fim da primeira fase. A próxima fase se passará em Hogwarts! Beijo pra todos, até mais!!!!



Ah, e por favor!!! Comentem, qualquer coisa! Ou entao votem, nao custa quase nada! Brigadão
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Hermione chegou a sentir seu sangue gelar. Mas sabia que Dumbledore era compreensivo e já havia sido jovem, provavelmente curioso também. E foi ele quem começou a falar.


- Hermione... Sei que deve estar apreensiva. Devo dizer que não é necessário. Nada do que disser aqui sairá dessa sala. Muito menos eu irei julgá-la. Não é do meu direito. Mas preciso que ouvir de sua boca certas coisas. Espero que você esteja aqui para falar o que estou pensando...


- Ah.. ah... er... Bom, Dumbledore. Primeiro gostaria de pedir que me perdoe, eu realmente não tinha o direito. Não tinha mesmo! – mesmo ansiosa, a bruxa conseguiu dizer algumas palavras.


- Mas perdoar por quê? – apesar de o velho mago saber exatamente do que se tratava, preferiu se fazer de desentendido.


- Tudo bem... – estava hesitante – Fui eu quem abriu aquela câmara e acabei vendo o que havia dentro daquela penseira... Mas eu juro não tinha más intenções! Eu só fiquei curiosa para saber o que era aquela luz verde e quando consegui entrar lá, então... sabe... não pude desperdiçar a chance de saber o que havia ali. Perdoe-me, por favor! – seus olhos já estavam marejados, ela falava tudo embolado.


- Certamente que esse não foi o comportamento que eu esperava de você, Hermione. E também acho que já fui jovem há tempo demais para saber o que se passou por sua cabeça para olhar pensamentos que não lhe pertencem... Sabe, uma vez peguei Harry olhando meus pensamentos em minha sala. Devo dizer que não fiquei enormemente desapontado, reconheci que foi descuido meu deixa-lo sozinho lá, com a minha penseira ali, para quem quisesse ver. E quem não gostaria de saber o que há na cabeça de Dumbledore? – deu um leve sorriso – Oh, querida. Não chore, não foi para isso que a chamei aqui...


Hermione soluçava de arrependimento. Ouvir um sermão do diretor da escola não estava entre os seus programas favoritos.


- Além disso, talvez o que Harry viu fossem coisas que eu não devesse ter jamais escondido dele, pois eram fatos que tinham a ver com Voldemort e os Comensais. Você deve saber o que ele viu, não vou me prolongar muito com essa história...


“Mas no seu caso, tomei os cuidados que julguei necessários para resguardar a tal penseira, jamais achei que um dos meus convidados ficasse por aí, como detetives, procurando coisas nessa velha casa que, juro a você, não tem nada a esconder. E essa penseira, Hermione, não me pertence. Apenas fiz um favor a um velho amigo de guardá-la aqui, pois ele mesmo presumiu que fosse o local mais seguro. Você deve entender que me encontro numa situação difícil, realmente não sei como dizer a ele que algum de seus segredos, ou o que seja, foi descoberto em minha própria casa, sob os meus cuidados.”


- Oh, professor. A única coisa que realmente posso fazer é assumir toda a culpa e falar para o seu amigo que farei o que for possível para reparar o meu erro, disse, resignada.


- Devo dizer que talvez esse fosse o mais justo e o mais louvável de sua parte. Mas temo que o dono do objeto não esteja em condições de ouvi-la...


- Mas por quê? Ele já sabe? Está com raiva de mim? – indagou, preocupadamente.


- Durante todo o tempo que permaneceram aqui, os mantive longe das últimas notícias. A senhorita, como boa leitora que é, também não deve ter visto nada de estranho nesses últimos tempos no Profeta Diário, o que é estranho, visto que há uma guerra iminente, não estou certo?


- Sim, mas...


- São ordens do próprio ministro que não alarmemos a comunidade bruxa até que haja uma reação concreta de Voldemort e dos Comensais, para que possamos pensar num plano realmente eficaz para detê-los sem que haja histeria...


- Mas, Dumbledore, o que tudo isso tem a ver com aquela penseira?


- Já estava chegando lá. Bom, o dono dela encontra-se, no momento, e devo dizer que sinto muito pesar por isso, aos cuidados dos curandeiros no St. Mungus. Infelizmente foi encontrado ainda ontem muito debilitado, melhor dizendo, praticamente morto. Mas está melhorando de maneira muito satisfatória, temo que não levará muito tempo até que você possa se explicar pessoalmente.


- Certamente o farei. Antes de terminar gostaria de lhe fazer uma pergunta.


- Sou só ouvidos.


- O senhor certamente sabe o que há lá dentro, não sabe?


- Talvez eu presuma o que há, mas não sei com certeza, como você. – e deu um sereno sorriso.


Hermione, envergonhada, continuou:


- Bem, quase compliquei a mim e ao Rony hoje por causa de uma coisa que vi lá dentro, acho que confio no senhor o suficiente para perguntá-lo... - Hemione achou melhor não detalhar o que realmente havia visto, afinal não cometeria o erro da indiscrição novamente. Dumbledore, o que é O livro das magias e rituais proibidos de Merlin?


Dumbledore ficou calado por um tempo, aparentemente titubeante sobre o que deveria falar. Mas acabou se decidindo:


- Você me pegou de surpresa, Hermione. Não pensei que fosse ver algo naquela penseira que tivesse a ver com este livro. É uma escritura das trevas, traz infelicidade, discórdia e se cai em mãos erradas, pode provocar estragos irreparáveis. E não digo mãos erradas os maus bruxos, mas também os ingênuos e os sedentos de poder.


“Creio que você, como os demais garotos que entraram em Hogwarts ficaram realmente entretidos com os sapos de chocolates e os cartões que os acompanham, especialmente aqueles que vêm de famílias trouxas. Bem, num desses sapos você deve ter lido que ‘O prof. Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945, ter descoberto dos doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel’.”


- Claro que sim! Cheguei a dar um salto quando ouvi esta frase! Mas o que isso tudo tem a ver com o livro?


- Este bruxo, Grindelwald, acabou por encontrar essa escritura, a qual recuperei quando o venci, não sei dizer ao certo como, pois deveriam ter sido todas destruídas na...


- Inquisição! – Hermione já estava começando a se habituar em dizer esta palavra.


- Correto! Vejo que já sabe um pouco da história. E talvez este tenha sido um dos poucos bons feitos desta época... Destruir aquele livro que Merlin escreveu numa época realmente ruim de sua vida. Perdemos também, neste período, excelentes bruxos de maneiras horríveis, mas isso não vem ao caso. Felizmente, hoje a maioria dos trouxas acha que nós não passamos de brincadeira de criança, não nos oferecem grande perigo.


- Por que não encontramos em lugar algum relatos sobre essa época maligna na vida de Merlin a que você se refere?


- Muito bem, hoje é o dia das revelações. Queria pedir que isso ficasse apenas entre nós... Talvez porque não seja necessário que ninguém saiba o que vou dizer. É também um voto de confiança que lhe dou, um sinal de que relevo o que fez e que acredito no seu arrependimento. Merlin foi um grande bruxo, o maior de todos, nosso mestre. Mas tinha dois lados, devo dizer, um sinceramente sombrio, um verdadeiramente iluminado. Dizem lendas que Merlin é filho do que os trouxas usam chamar de Demônio, um ser das trevas. Assim que os sacerdotes da época souberam que uma certa moça, que possuía o dom de prever o futuro, carregava dentro de si o filho desse ser, ela foi trancafiada por toda a sua vida e foi lá, dentro dessa cela, que ela deu a luz a um bebê prematuro: Merlin.


- Que incrível! Então Merlin possui uma dupla herança... Sua mãe era bruxa?


- Não sabemos dizer... Ela era muito devota ao que os trouxas chamam de Deus. Quem sabe por isso não possamos chamá-la de bruxa. Foi um garoto de grande poder, de mágicas e belas palavras.


- Como ele pôde ser bom se era filho de um ser maligno? Não deveria ter herdado esse lado?


- Herdou, Hermione. Assim como Harry herdou de maneira acidental os poderes perversos de Voldemort. A diferença está em como usar toda essa força. Assim como quase tudo na vida, a diferença está na escolha.


-Por que tão poucas pessoas sabem dessa história?


- Apenas quem já teve o livro de que você me perguntou nas mãos soube da verdadeira história. Era para essa revelação ter morrido com a mãe de Merlin, mas ele resolveu relata-la no tal livro, justificando sua existência.


- Justificando sua existência? Como assim?


- Como um bruxo bom poderia escrever um livro maligno? Só mesmo tendo dentro de si essa essência maléfica, que o atormentava. Além disso, ele nunca supôs que a escritura seria descoberta.


- Por que ele pensou assim?


- Talvez se eu lhe contar toda a história você finalmente entenda. Acho melhor, por enquanto, que você vá se juntar aos outros ou eles ficarão preocupados com você. Assim que você chegar à escola amanhã, não hesite em me procurar. Infelizmente, tenho que voltar para lá agora e ver se está tudo em ordem.


- Não acredito que terei que esperar tanto para saber de tudo!


Dumbledore lançou-lhe um pequeno olhar de repreensão pela sua curiosidade, que já havia lhe trazido problemas.


- Tudo bem, me desculpe. Já entendi.


Os dois se despediram com olhares tranqüilos, e Hermione abriu a porta do escritório.



***


- Cara, eles já estão lá dentro há um tempão! Não agüento mais de curiosidade, como será que ela está?


- Calma, Ron. Está tudo bem, senão já saberíamos de algo.


- Essas paredes devem ser protegidas contra bibilhoteiros, não consegui ouvir uma palavra do que eles disseram.


- Também não iriam gritar para que ouvíssemos, não é? – disse Harry num sorriso maroto.


- Pare de brincadeiras, Harry. Estou muito preocupado.


- Sei, sei... Ron, deixe-me perguntar uma coisa... O que aconteceu entre vocês lá no Beco diagonal?


- Bem, er... – como se fosse alguma novidade, as orelhas de Rony ficaram da cor de seus cabelos – A gente se beijou, não foi nada demais.


- Aha! Eu sabia que isso logo aconteceria! – internamente, Harry agradecia pelo acontecido, assim Hermione tinha finalmente caído em si e visto que de quem ela gostava realmente era Rony. O beijo deles tinha sido apenas uma fato impensado, mas felizmente, sem graves conseqüências. Ele torcia para que esse também fosse o pensamento de sua amiga, principalmente agora que estava começando a descobrir um sentimento profundo por Gina.


- Mas não vai espalhar pra todo mundo, viu?


- Ah, não. Imagina...


- Harry! – enrubesceu de raiva.


- Não se preocupe, não conto nada a ninguém, riu-se.
De repente, a porta do escritório se abre e sai uma Hermione pensativa e distante lá de dentro.


- Mione! Como você está? - perguntou Rony, preocupado.


- Bem, bem... – ela mal olhava para a face do garoto. Estava muito distante com seus pensamentos. Ai, Ron, EU GOSTARIA DE DESCANSAR AGORA, depois a gente conversa, disse em tom grosseiro.


Hermione dirigiu-se às escadas deixando um Rony perplexo e decepcionado para trás.


- Calma, cara. Elas são assim mesmo. Provavelmente não teve uma conversa fácil com Dumbledore, você vai ver que logo ela vai estar falante de novo.


Ele não respondia nada. Apenas andava desolado para o seu quarto, uma lágrima teimava em cair. Talvez não fosse de tristeza, mas de decepção (N/A: cara, não consigo imaginar essa cena sem ouvir Today, Smashing Pumpkins!).


- Ron, não fica assim...


- Me deixa, Harry. Quero ficar sozinho.


Harry ficou ao pé da escada vendo seu amigo subir arrasado. Sentia-se culpado por estar tão feliz e seu melhor amigo na pior. Mas sabia que não havia nada que ele pudesse fazer naquele momento.


Rony se deitou em sua cama e abafou o choro no travesseiro, finalmente estava admitindo para si mesmo que sentia muito mais do “gostar” de Hermione. Mas ela não era pra ele. Tão cedo não pensaria em ter alguém do lado dela. “Pra quê ela vai querer ter alguém? Ela tem os livros...”. E cada vez que pensava o quanto era impossível tê-la, mais lhe batia aquela vontade incontrolável de gritar. “Seu idiota, pára de chorar!”. Tinha sido um erro acreditar naquele beijo, ele parecia uma criança empolgada com sua primeira vassoura. Ele simplesmente não conseguia deixar de lamentar, suas forças estavam desaparecendo com seus soluços e ele acabou adormecendo.


***


Hermione entrou em seu quarto como um zumbi. Estava mergulhada nos seus pensamentos, sempre tentando concluir algo sobre tudo que acabara de ouvir. Eram revelações importantes, ela estava grata por Dumbledore confiar nela. Ela gostava muito disso nele: a capacidade de nunca desacreditar totalmente nas pessoas. Era reconfortante.


Estava tão distraída que nem percebeu que Gina falava com ela:


- Mione, e aí? Está tudo bem?


- Han? Ah, está! Não foi nada demais. Expliquei tudo para ele, que entendeu. Você sabe, ele é muito complacente. Realmente uma excelente pessoa.


- Todos nós sabemos disso. Mas...


Toc, toc, toc. A ruiva foi interrompida por batidas na porta. Era Harry.


- Oi, podemos conversar?


- Claro! – respondeu, com um grande sorriso.


Eles nem conseguiam disfarçar. Os olhos brilhavam quando se viam e um sorriso indiscreto teimava em estampar seus rostos.


- Eu... eu queria te perguntar se podemos dizer, no jantar, que estamos namorando.


- Ah, Harry!


Ela o abraçou tão forte que o deixou sem ar. O beijo que se seguiu dali foi indescritível. Era como se soltasse faíscas, ele nunca havia sentido aquilo por ninguém, nem mesmo pela Cho. Finalmente as coisas começavam a ficar claras na cabeça de Harry. Ele sempre teve uma queda por Cho simplesmente porque a achava bonita, mas toda a sua curiosidade e expectativa deram lugar a uma grande decepção quando ele realmente a conheceu. Com Gina era diferente, pois ele havia notado sua beleza apenas depois de ver o quanto sua presença o fazia bem e o trazia alegria. Jamais poderia perdê-la.


Enquanto ainda se beijavam, Molly ia subindo as escadas em direção ao quarto das meninas, quando presenciou aquela cena. Um grande sorriso se abriu em seu rosto. Era realmente o que mais queria. Apesar de todos os problemas por que Harry passava, era um garoto bom, que poderia fazer sua filha feliz. Ela o conhecia, era como se fosse um filho. Então, silenciosamente, deu meia-volta e desceu as escadas para contar o que acabara de ver para Arthur.


O senhor Weasley, por sua vez, surpreendeu a esposa, falando que já desconfiava. Havia notado o jeito com que se olhavam há um certo tempo e teve certeza naquele dia mesmo, no Beco Diagonal. Os dois se abraçaram e pediram que aquela união fosse abençoada. Se era o desejo dos dois garotos, não seriam eles a separá-los.


Rapidamente, veio o entardecer. No jantar, foi feito oficialmente o comunicado, o que empolgou a todos, especialmente Tonks, que já se dispôs a ser madrinha de casamento. Todos riram muito. Harry e Gina se olhavam de um jeito terno, meio envergonhados. Mas não soltavam as mãos por nenhum motivo, acariando uma a outra o tempo todo. Porém, a felicidade não era completa. Harry conseguiu como muito esforço arrastar Rony para o jantar, que permaneceu todo o tempo com a cabeça baixa, entristecido. Hermione, por mais distraída que estivesse, acabou percebendo o estado do ruivo, presumindo que era sua culpa, não devia tê-lo ignorado daquela maneira depois de um beijo “Parece até atitude de garoto!”. Ela continuou fitando-o por toda a refeição, na esperança de que ele a olhasse e ela pudesse pedir desculpas com o olhar, mas não obteve sucesso algum.


Rony mal esperou que todos terminassem e foi em direção ao quarto. Hermione seguiu no seu encalço, conseguindo interrompe-lo à porta do quarto.


- Rony, eu sinto muito.


Ele continuava de costas com a mão na maçaneta.


- Rony, por favor, me desculpa! – implorava, com a voz embargada.


O ruivo se virou com a expressão mais séria que pôde, mas nada respondeu. Encarou-a profundamente e balançou a cabeça num sinal negativo, como se dissesse “Agora é tarde”.


- Ron, eu sei que não fui legal. Desculpe-me, não foi minha intenção te magoar. Eu mal percebi que estava ali. Estava atordoada com a conversa que tinha acabado de ter...


Ele continuava sem responder, fazendo uma cara de impaciência a cada palavra da amiga. Ela viu que ficar se desculpando não ia adiantar, talvez até piorasse a situação, então se aproximou e acariciou o rosto de Rony. Só ele sabia o esforço que fazia para não beija-la naquele momento, mas não queria se machucar mais. Mais uma vez, Hermione teve a iniciativa: encostou seu lábios nos dele. Mas Rony não retribuiu. Afastou-se, entrou no seu quarto e deu apenas “Boa noite” antes de fechar a porta, deixando-a plantada e perplexa.


Não muito longe dali, outro casal se despedia, entretanto apaixonadamente, indo cada um para os seus respectivos corredores. Amanhã seria um novo dia, o dia da volta a Hogwarts.


Não posso deixar de dar os créditos desse capítulo a Rafael Tassi Teixeira, autor de uma tese de doutorado chamada MERLIN ANTHROPOS. Até mais, galera

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