No lado sombrio do Beco Diagon

No lado sombrio do Beco Diagon



Harry e Gina foram conversar com o senhor Weasley, que estava distraído folheando um livro:



- Pai, você viu o Ron e a Mione por aí?



- Não, não vi. Por quê?



- Porque... er... – Gina não sabia se deveria falar que os dois haviam desaparecido – a gente combinou de ir dar uma olhada nas novidades nas lojas aqui por perto, mas acho que eles resolveram não nos esperar.



“Boa, Gina!”, pensou Harry, que imaginava que os dois amigos tinham resolvido sair sem avisar ninguém para se entenderem.



- Então vão procura-los, não devem estar muito longe daqui. Se sua mãe souber disso, vai dar um ataque. O que estão esperando? Vão logo!!!



Os dois olharam animados um para o outro e responderam, em coro:



- É pra já!



O casal saiu pela viela e começou a procurar os dois outros, mas nem sinal de que haviam passado por ali. Nem se olhavam; estavam sem jeito, pois ainda não haviam ficado sozinhos na condição de namorados. Foi então que o bruxo resolveu pegar não mão de Gina:



- Acho que é assim que namorados fazem, não é?



- Acho que sim... – disse, corando violentamente.



Havia uma alegria tão grande em seu peito que ela achava que, a qualquer hora, poderia explodir. Mas, mesmo com as mãos dadas, Gina sentia que estavam distantes. Tinha medo que aquilo fosse um sonho, de que tudo tivesse sido muito precipitado. Talvez o modo como eles começaram a namorar não tivesse sido o ideal, quem sabe ela tivesse parecido disponível demais para ele. Gina sabia que garotos gostam do que é complicado, e Harry era particularmente interessado em desafios. Com toda essa insegurança, a ruiva só achou uma solução: proceder com o plano que Hermione havia bolado e foi com essa idéia que ela encarou Harry com um belo sorriso, daqueles que falam as coisas que não temos coragem de dizer.





***



Assim que chegaram ao Beco Diagonal, Rony percebeu que Hermione estava estranha. Ficou observando todos os seus movimentos na livraria para tentar descobrir o que a estava incomodando. Ela procurava desesperadamente por algum livro, inspecionando cada prateleira que podia. E, quando menos esperava, Ron viu a bruxa olhar para os lados para ver se alguém a estava notando e sair correndo da livraria. Rony não pensou duas vezes, foi atrás dela.



Ele tinha que ser cuidadoso, pois ela não parava de olhar para trás, certificando-se de que não estava sendo seguida. O ruivo percebeu, depois de um certo tempo, que ela estava indo para um lado sombrio do Beco. Ele não estava gostando nada daquilo; começou a sentir um pouco de receio, estava totalmente atordoado.


Começaram a aparecer bruxos mal-encarados, todos vestidos de preto, que o olhavam como se fossem lançar-lhe um feitiço estuporante a qualquer momento. Seu estômago chegou a revirar, mas ele não podia parar. Já havia perdido Hermione de vista, não podia deixá-la se afastar completamente naquele lugar horrível: a Travessa do Tranco.



Depois de muito correr, Rony finalmente a viu. Ela estava conversando com uma bruxa daquelas saídas de contos-de-fada trouxas, com um chapéu preto e pontudo e uma verruga na ponta do avantajado nariz. A velha corcunda apontou uma direção, e Hermione saiu correndo. Ron foi atrás, mas a tal bruxa o pegou pelo braço, deixando-o em pânico:



- Ora, ora, ora! O que está acontecendo aqui! Quanta carne nova, não é mesmo Lynch? – comentou, com uma voz esganiçada, segurando o queixo do ruivo.



Uma criatura horrenda e manca se aproximou dos dois. Rony suava de medo.



- Tem razão, Attis... concordou, olhando Rony de cima em baixo. Já que você deixou a outra passar, nada que esse ruivinho não resolva, não é mesmo?



Os dois gargalhavam terrivelmente. A bruxa agarrou o braço do garoto ainda mais forte e disse:



- Venha, garoto estúpido. Não sei o que você veio fazer aqui, mas não espere que alguém venha te salvar. Vamos, Lynch, me ajude a levar o garoto.



- Eu só vim aqui atrás da minha amiga... - gaguejava, branco como um cera, enquanto eles gargalhavam do seu pânico.



- Tadinho, Lynch! Acho melhor a gente deixar o garoto ir. Ele pode molhar as calças!



Os dois iam pegar Rony à força, quando esse se afastou e apontou a varinha para os dois, decidido:



- Se afastem, ou não sei do que sou capaz! – gritava, embora o tremor do seu braço desmentia a sua coragem.



Os dois bruxos malignos ficaram surpresos com a sua petulância, mas o susto logo se transformou num motivo de riso.



- Estou morrendo de med....



E antes que pudesse terminar de falar, Rony berrou:



- Estupefaça!



O feitiço fez com que a velha bruxa voasse longe, chamando a atenção dos demais bruxos do lugar.



- Ah, seu moleque petulante, você não tem idéia do que acabou de fazer! – gritava Lynch. Crucio!!!!



- Aaaaaaaaah!



***



Hermione estava apreensiva. Não podia demorar muito ou logo notariam sua falta, seria difícil explicar para onde foi e por que demorou tanto. Mas, à altura dos acontecimentos, ela não poderia desistir. Não estava naquele lugar assombroso à toa. Então, entrou num lugar que deveria ser o que aquela velha bruxa havia indicado.



Era espantoso, escuro, úmido e quente. Parecia haver lodo nas paredes. Ela conseguia ver apenas um vulto no fim do cômodo, sentado atrás de uma grande mesa.



- Siegfried?


- Quem é você? O que quer, mocinha?



- Meu nome é Hermione, eu... Eu procuro por Siegfried.



- Siegfried, ham? E o que a faz pensar que aqui há alguém com esse nome?



- Foi a... Attis! Ela me disse para procura-lo aqui – Hermione custou se lembrar o nome da bruxa.



- E por que ela te recomendou esse nome? – o homem agora se levantava, mas, ainda assim, era indistinguível naquela escuridão.



- Por que estou procurando por um livro. Um livro muito importante.



O homem ia se aproximando cada vez mais. Estava sob uma grande capa preta, que lembrava um dementador.



- E você por acaso está vendo algum livro aqui?



- Ah, por favor... Eu sei que há. Eu posso pagar por ele... – ela ia dando passos para trás, à medida que ele ia chegando mais perto dela.



- Muito bem... Eu sou a pessoa que você está procurando. E só vou te falar isso agora porque não gosto de covardes e, só por estar aqui, sei que não o é. Tenho livros aqui, sim... Mas não sei se você pode pagar por algum deles...



- Mas eu tenho como pagar, olhe só! – Hermione mostrou um saquinho cheio de galeões!



- Ha, ha, ha! E você acha que é assim que se paga por aqui? Bom, deixe pra lá. Creio que não será tão difícil pagar pelo preço, já que quem procura um dos livros do meu acervo não deve ter realmente boas intenções... Afinal, qual é o livro?



- O livro das magias e rituais proibidos de Merlin!



O homem gargalhava tanto que se contorcia.



- O que houve de tão engraçado? – perguntou, estarrecida.



- Garota tola! – bradou. Por que achou que eu o teria? Há pouquíssimos exemplares no mundo inteiro, se é que ainda existem...



- E por quê?



- Foram todos, ou quase todos, queimados naquele negócio dos trouxas, é... Inquifisão, Inquirifão... - Inquisição!



- É, isso mesmo... Você sabe demais, garota. E eu também já falei além da conta. VÁ EMBORA DAQUI, SAIA, SAIA!



- Por favor, preciso saber de mais alguma coisa! Por favor... – ela insistia.



- Vou contar até três e não quero nem sentir seu cheiro por aqui!!! Um, dois...



Ela deixou o lugar mais do que depressa, não era uma boa idéia ser azarada ali. Quando ia descendo, viu uma cena chocante: Rony se contorcendo no chão, gemendo de dor. Logo percebeu que a causa era a maldição Cruciatus, sendo lançada por um bruxo espantoso.


***



- Harry, voce está pensando a mesma coisa que eu?



- Bom, é difícil prever vocês mulheres, mas acho que sim, disse rindo.



- Harry, pare de brincadeiras. Estou muito preocupada com Ron e Mione.


- Ah, Gina... Pra que se preocupar tanto? Aposto que estão muito bem... – disse, sorrindo de um jeito maroto.


- Sabe, não tenho muita certeza disso. Não estou com um bom pressentimento...


- Não me fale de pressentimentos, que me lembro das aulas de Adivinhação!


- Pare de brincar, Harry!


Até brava, Gina parecia linda a Harry. Ele não resistia e ia chegando mais perto da boca da ruiva, que fechou os olhos. Ele deu um pequeno sorriso quando viu o que ela tinha feito e beijou sua testa, sua bochecha, depois passou a mão nos cabelos e quando ia finalmente beijar sua boca, alguém gritou:


- Meninos, Rony está em perigo!


Os dois se afastaram rapidamente, no impulso. Eram Arthur e Molly, a última aos prantos.


- O que faz aqui, mãe? – indagava Gina.


- Oh, minha filha! – e a senhora Weasley abraçou a filha, sufocando-a.


- Calma, mãe! Fala o que aconteceu! – ela tentava se desvencilhar dos braços da mãe.


- Eu vi pelo relógio, filha... Olha aqui, Rony está em perigo!


- Por Merlin! Vamos procura-lo!


E saíram os quatro correndo, investigando cada loja e cada viela pela frente.


***


Vendo aquela cena, Hermione não podia fazer outra coisa senão tentar defender Rony, que se ficasse mais um minuto ali estaria morto.


- Impedimenta! – gritou.


E o assombroso bruxo se desequilibrou, sua varinha voou e foi o tempo que Hermione teve de arrastar o ruivo para fora daquele lugar, praticamente inconsciente. Quando já estavam a uma certa distancia, ela colocou a cabeça dele em seu colo e implorou:


- Rony, Rony! Fala comigo!


- Ham... – ele não conseguia falar nada.


- Rony, por favor... Fala comigo. Não faz isso... – e uma lágrima descia pelo seu rosto.


A bruxa sentiu que era a hora para fazer alguma coisa por Rony, algo que o fizesse despertar. Ela delicadamente afastou os cabelos que estavam colados na face suada do amigo e selou seus lábios nos dele. Rony arregalou os olhos, em choque. Apesar de ainda estar muito fraco, sentiu seu coração bater forte como nunca. Ver Hermione de olhos fechados, por onde ainda escorriam algumas lágrimas, e com os lábios colados nos seus era muito melhor do jogar quadribol, ou xadrez, ou a Armada de Dumbledore, ou qualquer outra coisa no mundo. Mesmo debilitado, Rony retribuiu o breve beijo. Foi o instante seguinte aos dois abrirem os olhos e se encararem por alguns momentos que ouviram Molly gritar:


- Meu filhinho, meu filhinho!


Gina e Harry estavam estáticos observando aquela cena, juntamente com Arthur. A senhora Weasley se abaixou e colocou o filho no colo como se fosse um bebê, que num instante se recuperou, levantando-se como se nunca lhe tivesse acontecido nada. (N/A: NEM NO MUNDO BRUXO AS MÃES MUDAM!!! ADORAM PASSAR VERGONHA NA GENTE...)


- Ai, mãe, eu to bem, to bem! – falou bravo.


- Como assim bem, meu filho. Agora mesmo voce estava em perigo...


- Voce está vendo algum perigo aqui?


- NÃO MINTA PRA MIM, RONALD WEASLEY! – gritou.


Rony murchou do mesmo jeito que levantou: em frações de segundos. Mas antes que pudesse falar alguma coisa, Hermione revelou:


- Ele foi atrás de mim na Travessa do Tranco...


- COMO É QUE É? – exaltou-se, logo retomando o controle – Digo, como assim, querida...


- Eu poderia falar a sós com a senhora?


- Claro que sim! Venha por aqui.


As duas se afastaram do resto do grupo, e Hermione começou a falar, aflita:


- Senhora Weasley, eu fui à Travessa do Tranco atrás de um livro, juro que não sabia que Rony havia me seguido...


- Tudo bem, querida. Mas voce não sabe o quanto isso foi perigoso. Mesmo que Rony não tivesse ido atrás, já seria um absurdo voce ir lá. Os piores tipos de bruxos estão naquele lugar.


- Eu sei, eu sei... Mas achei que só encontraria o que procurava lá. Me desculpe...


- Voce não tem que me pedir desculpas. Foi a sua vida que foi colocada em risco. Afinal, que livro é esse?


- Ah, não sei se devo falar... – hesistou.


- Hermione! – falou, com uma voz de advertência.


- A senhora não entende, provavelmente vou me complicar bastante se contar o que procurava.


- Não mais do que já está complicada. Ande, fale, pediu, pacientemente.


- Tudo bem... Sabe o espião de Dumbledore comentou hoje no café da manhâ? Temo que seja eu. Fui eu quem descobriu o tal objeto que ele guardava. Sinto muito por isso...


Molly estava chocada, mas preferiu disfarçar.


- E o que o tal livro tem a ver com a história?


- O objeto que Dumbledore mencionou era uma penseira. Eu coloquei minha cabeça lá dentro e a única coisa que pude ver foi a capa de um livro muito bonito, e fiquei curiosa para saber qual era o seu conteúdo. Mas o livro provavelmente não existe mais... – mentiu.


- Acho que já sei o bastante. Mas precisamos contar a Dumbledore o que fez... Desculpe-me, querida, mas voce sabe que mais cedo ou mais tarde ele descobrirá que foi voce...


- A senhora está certa, contarei tudo.


As duas se juntaram ao grupo novamente, que julgaram melhor voltar para a sede. Em instantes, estavam todos na velha casa de Dumbledore, que os esperava em uma grande e confortável poltrona.


- Como foram com as compras? – perguntou, com aquele conhecido sorriso.


- Temo que não tenha sido como esperado, revelou Molly. Acho que Hermione precisa falar com voce, não é querida?


Hermione apenas assentiu com a cabeça. Rony olhou com grande pesar para ela, não queria que ela estivesse passando por tudo aquilo por sua causa. E parecia que Dumbledore já estava esperando por aquela atitude:


- Pois não, entre o escritório. Logo irei para lá.


Temerosa, a bruxa entrou naquela porta e sentou-se em uma das poltronas, olhando o chão como se lá houvesse um grande tesouro. Como prometido, o sábio bruxo não se demorou. Com o rosto sereno, disse:


- Já estava esperando por voce, Hermione.



Quase não sai o capítulo, hein? Apesar de tudo, está aí. Espero que gostem, muitas coisas vão acontecer daqui pra frente, não deixem de acompanhar. De novo, gostaria de agradecer a todos que lêem, a todos que comentam (obrigada pela paciência), àqueles que fazem e fizeram boas FICS que me motivaram a escrever essa daqui (mesmo que a minha não chegue aos pés das que eu considero as melhores) e especialmente ao meu amor (Marco Aurélio) que me apresentou HARRY POTTER quando eu achava que era só mais um livro de criança. Voce é minha inspiração! Te amo muito, beijão. Até mais galera.


Ah, pra Ginny, se por acaso voce não viu o comentário, puxei o icq e o nº é 267452470

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