Primeiras conseqüências (provi
Primeiras conseqüências
Um grande caldeirão soltava uma fumaça amarelada bem no meio da sala da cobertura do Golden Hotel. A ordem de Harry era de que ninguém deveria entrar ali estando ele presente ou não e, pelo tom duro de voz que ele falara isso na recepção, nem mesmo o funcionário mais ousado tentaria desobedecer àquelas ordens.
_Quanto tempo vai demorar? -Pergunta Rony olhando para Hermione, que lia o livro sobre artes das trevas que Harry havia pegado na casa dos Black.
_Mais quinze minutos, mas o certo seria deixar por umas 24 horas, assim o efeito seria permanente. -Falou a garota sem desviar os olhos do livro.
_Ótimo, deixaremos assim por dois dias só para garantir. -Falou Harry olhando para o relógio de pulso que havia comprado aquela tarde. _São quase meia noite, nosso vôo sai a uma, vamos esperar esses quinze minutos assim poderemos lacrar o apartamento com magia.
Depois de um tempo os três já estavam na recepção do Hotel e qualquer um que os viram chegar, notaram a diferença dos três. O moreno estava com um sobretudo que ia ate os pés de cor negra e que parecia brilhar, a camisa social, deixada por fora da calça e com uns botões abertos, era vermelha sangue, a calça social também era negra, assim como os sapatos, certamente ele estava bem mais apresentável do que antes, se notava que aquelas roupas eram caras. Já o ruivo deixara aquelas combinações bizarras de roupa e agora estava com uma camisa azul que realçava a cor de seus olhos, uma calça jeans preta e uma jaqueta de couro e, surpreendentemente elegante, negra. A garota que desde o começo tinha uma aparência razoável, vestia um sobretudo marrom, uma camisa vermelha, e uma saia justa da mesma cor que o sobretudo.
_Robert, pode nos conseguir um táxi? -Perguntou Harry ao carregador que estava perto deles, este apenas sorriu e afirmou. Saiu do hotel e dois minutos depois voltou.
_Já o esta esperando. -Falou Robert.
_Obrigado. -Falou Harry tirando uma nota de cem libras do bolso e dando para o homem, que ia recusar e ao ver isso o moreno falou. _Vigie por aqui e se qualquer coisa acontecer ou pessoa suspeita aparecer, nos contes. -Dando a entender que aquele era o pagamento para tal coisa, fez o carregador aceitar.
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Era um vôo curto de Londres para Paris, mas mesmo assim Rony não parava de resmungar que não confiava naquele monte de metal voando sem magia, o que lhe rendeu várias cotoveladas de Hermione. Ele ainda prendia a mão na poltrona cada vez que o avião tremia e foi com grande alívio que ele saiu dali.
_Vamos para onde agora? -Perguntou Hermione assim que os três estavam do lado de fora do Aeroporto Internacional de Paris.
_Precisamos de um lugar para ficar, mas antes vamos analisar o nosso alvo. -Falou Harry entrando em um táxi junto com os outros dois. Só então ele se lembrou que não falava francês. _Fala meu idioma?
_Falo sim senhor. -Respondeu o taxista.
_Louvre, por favor. -Falou Harry. O taxista estranhou, afinal o museu estaria fechado àquela hora._Só queremos apreciar a maravilhosa pirâmide do Louvre. -Completou Harry.
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Eram cinco da manhã, Rony dormia em uma cama ao lado da de Harry, Hermione estava em outro quarto. Os três estavam em uma hospedaria um tanto simples de Paris, mas aconchegante. O moreno estava acordado, ele vira de longe o Louvre, mas seria muito arriscado tentarem entrar àquela hora. Ele planejara a ação para mais cedo, soube por antecipação que a ala em que se encontrava o arco de Revenclaw era pouco visitada e a segurança não era muito forte ao redor da arma, mas se o arco fosse retirado do suporte em que se encontrava, um alarme tocaria em torno de um segundo depois, eles teriam de ser rápidos. Através de uma revista bruxa ele e Hermione fizeram uma réplica do arco quase perfeita e que só seria notada se alguém fosse fazer algum teste mágico e como a transfiguração que eles usaram era algo simples, não fora detectada pelo ministério. Tinha o plano totalmente formulado em sua mente com a ajuda de Hermione e Rony, é claro que a qualquer eventualidade eles seriam transportados por uma chave de portal para o aeroporto, onde pegariam um avião de volta a Londres, isso ajudaria a despistar qualquer investigador bruxo, afinal eles não estavam acostumados a lidar com coisas trouxas.
_Está pensando demais. -Falou uma voz familiar em meio à escuridão do quarto, fazendo Harry ficar alerta, se lembrava bem daquela voz. Olhou para Rony pronto para acordá-lo, mas mudou de idéia, se o ruivo não acordara quando ouvira a voz, provavelmente não acordaria mesmo se ele gritasse.
_Bom, suponho que ainda não me dirá o seu nome. -Então uma luz azulada acendeu, o fazendo fechar os olhos por um segundo, olhou mais uma vez para Rony e este nem ao menos se mexera.
_Poderia até dizer. -Falou o Demônio com um sorriso nos lábios. _Mas não estou com vontade. -Disse mais uma vez fazendo pouco caso.
_Eu já disse que não vou aceitar a sua proposta. -Falou Harry.
_A você vai é só uma questão de tempo e, acredite, eu tenho muito tempo. -Falou o demônio.
_O que você fará? -Perguntou Harry meio preocupado.
_ Eu não farei nada. -Disse o demônio ainda com aquele sorrisinho no rosto. _Não tenho costumes de interferir na vida humana como outros demônios.
_Que outros?
_Você não sabe muito, não garoto? -Falou o Demônio. _Existem outros como eu por aí, muito deles estão interessados no extermínio da raça humana, outros sedentos de sangue, alguns gostam de ver guerras entre humanos e às vezes dão armas para que eles lutem.
_O que é exatamente o que você quer fazer. -Disse Harry em tom de deboche.
_Engano seu. -O demônio saiu de perto da porta onde se encontrara desde que aparecera. _Meus objetivos são outros, maiores do que você pensa. -O demônio suspirou. _Garoto, não pense que não tem demônios que se interessem por Voldemort, pelo contrário, diversos se interessam, alguns irão atrás dele oferecendo coisas grandiosas, até mesmo o seu serviço, somente para estarem em um campo de batalha onde o sangue jorra, apesar da maioria depois disso vá querer devorá-lo.
_Vão ter uma baita indigestão. -Falou Harry, seus olhos escureceram levemente. _Mas que eles não tentem matá-lo, pois ele é minha presa. -O tom frio, os olhos escurecidos e a aura invisível de ódio que circulava Harry, fizeram o demônio alargar mais ainda o sorriso.
_Como eu disse, você é um mero humano e Voldemort deixou de ser isso há muito tempo. -Falou o demônio. _Antes mesmo de ele entrar em sua escola de magia, o pequeno Riddle já era capaz de fazer magias sem varinha, simplesmente se concentrando, quando ele tinha sua idade já havia matado e despedaçado uma parte de sua alma. -Ele fez uma pausa e riu baixo. _Alguém motivado pelo ódio, um fedelho que se for ver não está nem no nível de um comensal. Você é fraco e sempre será até que você aprenda a seguir o caminho certo, deixe de chorar por coisas passadas e se foque no futuro ou no presente. -A porta atrás do demônio tremeu fortemente e ele sorriu mais ainda. _Você só vai evoluir quando abandonar sua culpa e olhar para frente, pois se continuar assim, tudo o que você vai ver de Voldemort é a sua morte e destruição, o ódio é algo bom, mas muito pode lhe transformar em um tolo cego que vive dizendo que não tem medo da morte, mas toda vez que a encontra treme feito um bebê. -A porta atrás do demônio pareceu trincar o barulho era claro.
_E o que você quer que eu faça? -Perguntou Harry em tom baixo e perigoso. _Que abandone minha alma e me torne igual aquele que eu tanto odeio?
_Ele fez com que você temesse pela vida de seus amigos e intimamente pela sua, tirou suas esperanças, faça o mesmo com ele. -Falou o Demônio. _Mas do jeito que você está, nunca conseguirá botar medo nele, aceite o pacto e eu juro que terá todo poder que precise e muito mais.
_Farei o que tenho de fazer sozinho, não serei igual a Voldemort. -Falou Harry.
_Você não seria igual a ele, seria maior, seria quase perfeito. -Nesse momento o demônio simplesmente pareceu se esquecer de Harry, seus cabelos flutuaram sozinhos, mas logo ele voltou ao normal. _Mas como eu disse, você tem tempo para decidir, mas não se esqueça do que eu disse antes. -Nesse momento o Demônio ia desaparecendo lentamente ficando transparente. _Sacrifícios são exigidos numa guerra, só falta saber se você está disposto a esse sacrifício. -Por fim ele desapareceu, o moreno não se surpreendeu ao ver a luz desaparecer, nem que tudo parecia exatamente igual a antes do demônio aparecer, já estava acostumado a coisas estranhas e essa só era mais uma delas.
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Sete da manhã, o Louvre acabara de abrir, poucos entravam ali, aquele dia era especial para abrir tão cedo, haveria uma visita da realeza inglesa às oito da manhã. Ninguém pareceu prestar muita atenção em três figuras estranhas que entravam no museu e iam em direção a ala sul, eram possivelmente suspeitos, dois homens praticamente iguais, provavelmente gêmeos, de cabelos louros escuros a única coisa que os diferenciava eram os olhos, um tinha olho azul claro e o outro verde esmeralda, e uma mulher de cabelos curtos e olhos acinzentados, a pele levemente bronzeada, suas roupas bem coloridas.
_Se nós queríamos passar despercebidos, com certeza essas roupas não ajudam. -Falou a mulher vendo dois seguranças passando por eles e os olhando desconfiados, em seguida rindo.
_Temos de agir como bruxos Hermione. -Falou o homem de olhos verdes e com a voz de Harry. _E para eles é normal se vestir tão estranho assim.
_Vocês acham estranho? -Perguntou o de olhos azuis. _Eu achei essas roupas demais, apesar de trouxas.
_Viu. -Falou Harry rindo.
_Vocês de gêmeos são uma comédia. -Falou Hermione. _Chegamos. -Disse parando em frente a um elevador, perto de uma das janelas os três entraram e “Harry” apertou uma seqüência numérica no painel do elevador, em seguida apertou o botão de emergência. _Não aconteceu nada.
_Então experimente se virar. -Falou “Rony”, os dois amigos fizeram o que ele dissera e ficaram surpresos. Não havia a parede prateada do elevador, havia um enorme arco que dava para um grande corredor branco, onde diversos quadros se mexiam ou estátuas que falavam e lhe seguiam com os olhos.
_Certo, vamos rápido daqui a pouco chega a tão esperada visita inglesa. -Disse Harry, que soube antecipadamente sobre a visita do Nobre inglês com seu filho, então os três se adiantaram entrando no corredor. O arco atrás deles desapareceu, enquanto eles caminhavam sem olhar para alguma escultura ou quadro, o que era suspeito, mas como não havia mais nenhum humano no local, nada foi feito, os quadros apenas murmuravam com seus companheiros sobre os três estranhos.
Os três entraram em uma grande galeria decorada de azul e prata, o piso negro. Era ali que eles queriam chegar, viram no meio da ala do museu o que parecia ser um pedestal com um arco muito belo de um azul escuro e com runas que estava em pé, perfeitamente equilibrado sozinho, não havia vidro nem segurança vigiando aquela raridade. Havia alguns quadros pendurados na sala que fingiram estar dormindo para ouvir ou ver o que os estranhos iam fazer. Os três se olharam e afirmaram com um aceno, foram até o pedestal. A mulher fez gestos como se estivesse tirando algo das costas e em seguida ela fez um movimento no vazio, onde apareceu uma mochila.
_Teremos dez minutos, provavelmente o alarme tocará ao identificar que o nosso arco é falso, então não parem, continuem andando. -Falou Hermione.
Ela se aproximou mais do pedestal, tirou de dentro da mochila um arco semelhante ao outro, só não brilhava como o original. Viu que o arco parecia fincado no pedestal, Rony foi para o lado esquerdo, os dois se olharam e confirmaram rapidamente com um aceno. O rapaz então pegou o arco falso e os dois pareciam contar silenciosamente, foi rápido, Hermione envolveu a capa de invisibilidade em suas mãos e pegou o arco verdadeiro e em seguida Rony colocou o falso no lugar, os quadros que viram aquilo ficaram horrorizados.
_Ei, vocês. -Falou um quadro que parecia ser de um nobre do século quinze. Os três estavam saindo, um dos dois loiros simplesmente parou em quanto os outros dois continuaram, ele olhou para o quadro que tremeu, diante dele estava olhos verdes que escondiam uma determinação quase macabra e que dizia claramente não permitir ser interrompido por nada nesse mundo. O quadro se calou e não mais abriu a boca por dez dias seguidos, continuou imóvel, tanto ódio nos olhos de alguém jovem o assustou profundamente.
_Vamos. -Falou a mulher que percebeu que o amigo parara, este apenas voltou a andar e olhou para o relógio, teriam tempo. Os três estavam rapidamente de volta ao elevador, já apertando os números. _O que vamos fazer quando ele descobrir?
_Continuaremos a busca. -Falou Harry.
_Mas ele pode criar outras. -Falou Rony.
_Não pode. -Falou Harry. _Se ele partir sua alma mais uma única vez, ele voltara a ser o espectro que se tornou quando tentou me matar.
_Como você sabe? -Perguntou Hermione, a essa altura os dois estavam perto da saída do museu.
_Ele ficou tão feliz com a morte de Dumbledore que deixou sua mente aberta. -Falou Harry, em seguida soou um som estridente de um alarme, ele olhou para o alto, não havia câmeras ali, olhou para os lados, ali estavam dois banheiros, um feminino e outro masculino. Viu uma grande grade descer na saída, olhou para trás, três homens com roupas de um roxo berrante apareceram do nada, em seus peitos havia um brasão com um grande L cortado na diagonal por uma varinha. _Merda. Murmurou mais uma vez o moreno. Pensou rápido, olhou para os lados e viu algo que poderia lhe ajudar, do lado de fora do museu seria arriscado. _Se segurem em mim. -Ordenou Harry, em seguida os três homens que apareceram começaram a lançar feitiços em sua direção, seus amigos não questionaram, se seguraram nas vestes de Potter e em seguida o som do estalar de um chicote foi ouvido e os três desapareceram.
_Merda, escaparam. -Falou em francês um dos três seguranças bruxos do museu, olhando em volta alguns guardas trouxas chegavam ao local. _Vamos embora e, você, descubra quem eram os três.
_Eram Galahad e Gabriel Stalink e Roberta Noot. -Falou o segurança que recebera a ordem. _Eu os vi só uma vez e quase morri.
_Comensais, alertem os aurores franceses e ingleses, passem o pente fino no museu, qualquer pista que leve a eles, passe para mim pessoalmente e depois para os aurores. -Os três bruxos acenaram a varinha e desapareceram.
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Harry, Rony e Hermione sentiram o chão voltar debaixo de seus pés e a sensação ruim de aparatar desapareceu, os três cambalearam para lados opostos, o rapaz de olhos verdes olhou mais uma vez para seu relógio de pulso, faltava pouco.
_Trinta segundos. -Disse ele rapidamente, ignorou o barulho de alguém vomitando.
_Odeio aparatar por carona. -Murmurou a voz de Rony a pelo menos sete passos a sua esquerda. _A sensação é pior que o normal.
_Acredite, a sensação não melhora quando você mesmo aparata. -Falou Harry que olhou mais uma vez para o relógio, só então ele notou que o chão era coberto de grama muito verde. _Dez segundos. -Um silêncio se instalou entre os três, ao término dos dez segundos, eles caíram de joelhos, suas peles estavam fervendo, tentaram gritar, mas não adiantou, os corpos dos três diminuíram levemente, os cabelos voltaram a cor normal, as roupas coloridas se alargaram, então tudo voltou ao normal e o moreno pode voltar a olhar em volta, viu um pequeno lago atrás de si e algumas árvores mais a frente como em um bosque.
_Onde estamos? -Perguntou Hermione, retirando a capa mais uma vez de cima da mochila azul.
_Em algum lugar do interior da França. -Falou Harry. _Vi esse local refletido em um caminho na rua, resolvi arriscar.
_Você sabe que poderíamos ter caído em um lugar totalmente diferente ou pior, pedaços nossos caírem por vários lugares desse país. -Falou Rony horrorizado.
_Bom era isso ou os seguranças do museu. -Falou Harry não ligando muito. _Estamos seguros, é o que importa.
_É bonito. -Falou Hermione atraindo a atenção dos dois amigos, que perceberam que ela olhava com muita intensidade para dentro da mochila, de onde saía um brilho levemente dourado, os olhos castanhos da garota agora estavam prateados e sem foco.
¬_Mione. -Chamou Rony preocupado notando a mudança da amiga. Parecia que ela não estiva naquele corpo, era como se ela estivesse sobre a maldição imperius. -Os dois a viram levar a mão direita para dentro da mochila, eles se olharam.
_Não. -Gritaram Rony e Harry ao mesmo tempo, mas Hermione não ouvira, fechara a mão em volta do arco, a energia que se desprendeu a garota foi surpreendente e brutal, era como se o vento saísse do corpo dela e soprasse com fúria, pelo menos essa era a impressão que dava aos dois garotos, que lutavam para não serem jogados pelo vento forte. Viram as vestes da amiga rasgarem em diversos pontos e o olho direito dela brilhar, só que agora era um brilho amarelado.
_O que está acontecendo? -Perguntou Rony.
_Voldemort deve ter enfeitiçado o arco. - Gritou Harry, pois o vento era forte. _Não deve ter funcionado antes por que não nos revelamos ou por que ela não teve a intenção de tocar no objeto diretamente, sem a capa junto. Os dois quase caíram para frente quando o vento parou, os cabelos de Hermione estavam brancos, cortes profundos apareceram em seu rosto, ela apontou o arco para eles.
_Ainda bem que ela não tem flechas. -Falou Rony ofegante, em seguida ele se sente empurrado para a esquerda, segundos antes de uma flecha branca como a neve passar bem onde ele estava.
_As flechas são moldadas com a própria energia mágica. -Falou Harry, tentando se lembrar de como Dumbledore achara a corrente na caverna. Se lembrou rapidamente, poderia tentar, mas não saberia se ia conseguir, respirou fundo, rolou para a direita escapando de uma flecha que raspou em seu ombro, o fazendo conter um grito. Olhou bem para amiga e respirou fundo mais uma vez, sentiu a energia mágica dela, não com clareza, mas conseguiu saber que ela estava diminuindo rapidamente. _Rony, vá pela esquerda e eu pela direita, temos de tirar o arco da mão dela senão ela morre, o arco está sugando toda energia vital da Hermione. O ruivo afirmou com um aceno, os dois começaram a se afastar mais um do outro, por conseqüência de Hermione, de repente eles correram, o ruivo se desviou com dificuldade de uma flecha, mas não teve sorte com uma segunda que lhe perfurou entre os ossos da clavícula, gritou, mas não parou, olhou para Harry que desviava mais rapidamente de três flechas.
_Agora. -Gritou Rony pulando. Ele acertou o braço direito de Hermione, que segurava o arco, enquanto Harry puxou o corpo da garota para trás, o movimento dos dois a fez soltar o arco, mas os olhos ainda estavam brancos, pelo menos o esquerdo, já que o direito estava amarelando, os cabelos ainda estavam brancos. Ela fechou os olhos, sua respiração era fraca. _Como ela está?
_Respiração muito fraca. -Disse Harry vendo que a amiga mal respirava. _Pegue o arco, mas não se encoste a ele, use a capa e coloque-o na mochila. -Diz o moreno rapidamente se levantando e pegando Hermione no colo. _Temos de levar Hermione para ser tratada rapidamente, mas não podemos deixá-la em um hospital.
_Para onde vamos? -Perguntou Rony fechando a mochila, ele praticamente fechara os olhos quando pegara o arco como se pudesse evitar o mesmo que aconteceu com Hermione e ficou aliviado ao ver o objeto fechado na mochila.
_Vamos para a Toca, aparate sozinho. -Falou Harry, era uma coisa arriscada, eles estariam aparatando em um local muito longe dali, ambos se olharam. _Rápido. -Em seguida desapareceu seguido do som do estalo de um chicote.
_Mamãe vai querer nos matar. -Murmurou Rony antes de aparatar.
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Desespero, era isso que Harry sentia a quase quatro horas, desde que ele chegara a Toca. Hermione estava sendo atendida por vários de medi-bruxos da ordem e eles não davam nenhuma notícia sobre ela, era uma correria e gritaria total que só foi abafada pelo feitiço que a Senhora Weasley lançou no quarto. Porém ele ainda se lembrava, sentia em sua pele o quão a amiga estava fria, como gelo, e possuía uma palidez quase mórbida, a respiração era quase imperceptível, se alguém visse de longe, diria que ela estava morta e foi isso que os Weasley pensaram a princípio.
O Moreno não ouviu a bronca que levou ou estava levando, para falar a verdade ele não tinha muita noção de tempo e espaço, não saberia dizer a quanto tempo estava sentado em frente ao quarto da caçula Weasley, apenas olhava fixamente para a porta, imóvel, a quatro horas e se culpava. Não evitava se martirizar ao pensar que amiga ia morrer e por sua culpa de sua vingança, ele devia saber que não seria tão fácil assim, foi um tolo em pensar que só pelo arco estar a mostra e em um lugar público, ele não teria defesas negras.
_Sacrifícios serão feitos nessa guerra. -Murmurou o moreno se lembrando do demônio vagamente. _Realmente eu não estou preparado para tal sacrifício. -Murmurou mais uma vez, se sentia vazio por dentro, Rony também estava em um estado lastimável, trancado no quarto onde somente Fred e Jorge conseguiram entrar, era incrível ver como os Gêmeos ficavam sérios quando o assunto era em relação a família.
_Pode entrar, senhor Potter. -Falou um medi-bruxo para o moreno, que pela primeira vez saiu de seu estado quase catatônico e olhou para o medi-bruxo. Era uma mulher, que abriu espaço a porta, ele se levantou do chão, apesar da porta estar a apenas três ou quatro passos para ele, lhe parecia um interminável corredor, tinha medo do que poderia ver, deu o primeiro passo e notou o quão pesada suas pernas estavam, continuou até entrar no quarto, ouviu a porta sendo fechada às suas costas, ouviu a respiração da medi-bruxa, mas estava focado na garota de cabelos castanhos. Estranhou a cor dos cabelos, estava desbotada, a pele levemente pálida, se aproximou da cama e viu Hermione, seu olho direito estava enfaixado, ela respirava levemente, parecia dormir.
_Me diga a verdade. -Falou Harry ciente que a curandeira ainda estava ali, os outros já haviam ido embora.
_Não sei como isso aconteceu e, pelo que Molly disse, você não está disposto a contar. -Falou a curandeira em tom pesado e baixo, como se não quisesse acordar a garota. _A magia dela foi quase toda sugada, veja bem, para nós, bruxos, a magia é como a força vital, se houver um esgotamento mágico você pode entrar em coma ou até mesmo morrer, essa garota era forte, ainda é, pode se recuperar magicamente, mas vai demorar muito tempo e infelizmente ela tem outros problemas, o esforço do corpo em suprir a carga mágica foi tremendo, alguns órgãos internos dela receberam sérios danos, conseguimos curar a maior parte, mas há um furo no pulmão esquerdo, não conseguimos fechá-lo, é como se algo tivesse sido cravado.
_Quanto tempo? -Perguntou Harry, estava ciente de onde a curandeira queria chegar.
_Quatro anos, talvez seis se ela se tratar adequadamente, não poderá fazer esforços exigentes e conforme o tempo for passando, ela ficara sem forças. -As palavras saíram como uma sentença, uma faca em chamas que fora cravada no coração de Harry. _Sem mencionar a cegueira no olho direito, a do olho esquerdo está comprometida e se perderá por completo com o passar do tempo, em um ano mais ou menos. -Aquele tom de pesar ecoava na mente do moreno. _Sinto muito, mas a limites para nossa magia, afinal somos apenas humanos.
“Humano, você é fraco, um humano” Basicamente foram essas palavras que ecoaram pela mente de Harry ao ouvir o que a curandeira disse. Foi quase isso que o demônio dissera, ele também lhe alertara sobre fazer sacrifícios, mas estava tão empenhado em seu ódio cego que não notou que sacrifícios seriam esses, no que sua falta de poder poderia causar. Ficou perdido nesses pensamentos, ainda em pé, olhando para amiga, que não notou que a curandeira se retirou do quarto, sentiu suor brotar de sua testa e caiu sentado na cama de Gina, que estava a apenas três passos. Baixou a cabeça e a colocou entre as mãos. Ele uma vez pensou que suas lágrimas haviam secado para sempre, secado por chorar por aqueles que já foram, por um passado trágico. Se trancou no passado e por isso não enxergou o presente, chorou por seu erro, chorou por Hermione, ela não merecia aquilo.
_Realmente ela não merece esse destino. -Ele reconheceu a voz, um brilho de desespero passou por seus olhos e ele se levantou rápido, secou as lágrimas e nem notou que a garota parecia respirar fundo e se mexer levemente.
_Você. -Falou Harry olhando para o demônio com fúria, ele estava do outro lado da cama da garota. _Você sabia disso, você podia ter impedido. –A raiva tomou conta do peito do moreno.
_Não costumo interferir em assuntos humanos. -Falou o demônio sorrindo levemente. _E não se esqueça que eu tentei avisar, a culpa é sua, estava tão cego pelo ódio que nem notou o que poderia sacrificar, o que poderia perder para sempre. -O Demônio tentou tocar o rosto de Hermione, mas sentiu a mão do rapaz envolvendo seu pulso. _Eu posso salvá-la, posso lhe curar e posso incluir isso no contrato, agora é a ultima vez que eu lhe ofereço ele. -O tom era decidido e superior, aquele sorriso de desdém não saía dos lábios do demônio. _Aceite que eu troque sua essência humana por uma demoníaca e salve sua ameiga, ou recuse e viva o suficiente para ver sua amiga caindo no desespero sem volta, condenada a morte, e depois você se entregará de peito para que Voldemort o mate.
_Eu ac....
_Pare. -Murmurou a voz vacilante de Hermione, que abriu o olho tendo em vista que o outro estava enfaixado, ela tossiu e olhou para o demônio, que por um segundo pareceu surpreso por não ter percebido que ela estava acordada, talvez pela respiração ainda fraca. _Não aceite.
_Eu tenho que aceitar. -Falou Harry soltando o braço do demônio, que se endireitou melhor e ficou quieto, observando o jovem de cabelos negros se abaixar com cuidado para perto da amiga. _Eu tenho, Mione, por você, por Rony, por mim, eu não aceitaria te ver definhando, eu enlouqueceria.
_Dois dias. -Falou Hermione e respirou fundo. _Nos dê dois dias, lhe peço apenas isso. Em dois dias você terá a resposta. _O olho dela estava voltado diretamente para o demônio, que pareceu avaliar.
_Muito bem, você tem dois dias. -Falou o demônio olhando para Harry. _Em dois dias, às onze da noite na mansão Black, quero os dois lá, quero ouvir a resposta. -Em seguida o demônio simplesmente desapareceu sem fazer barulho.
_Mione, não adianta que eu não mudarei de idéia. -Falou Harry apesar de estranhar a calma absoluta da amiga, que aparentemente sabia que aquele homem que desaparecera do quarto era um demônio. _Venderia minha alma mil vezes para te salvar.
_Ele não pediu sua alma. -Falou Hermione se esforçando para se sentar e se encostou na cabeceira da cama. _Conte-me tudo. -Ela pediu ao amigo, que suspirou e começou a contar desde a primeira vez que viu o demônio, até hoje, quando ele terminou os dois ficaram quietos por um tempo, até que Hermione começou a tossir, um pouco de sangue saiu junto, ela fez uma careta de dor, mas levantou a mão ao perceber que o amigo iria chegar perto.
_Está melhor? -Perguntou Harry preocupado, não era uma pergunta muito inteligente de certo.
_Estou. -Mentiu a amiga, ela estava se sentindo muito mal, mas disfarçou bem. _Não estou surpresa que um demônio realmente exista, afinal é algo que até mesmo na magia é mencionado. -Ela suspirou. _Demônios aparecem e todos os povos existentes de diversas formas, não há uma única civilização ou povo em que num demônio não aparece ou seja mencionado.
_Mesmo assim para mim foi surpresa. -Falou Harry, claro que ele não tinha o conhecimento da amiga sobre aquilo.
_Então ele quer sua essência humana, tirar sua alma e colocar no lugar uma demoníaca. -Diz A garota baixo. _Ele não pediu nada em troca, o que é estranho, ou talvez ele tenha algo em mente, ou... -Ela parou de repente, em sua mente veio um livro de capa de couro muito antigo, era inteiramente escrito a mão e fora lançado um feitiço nele que permitia a qualquer um que realmente o quisesse ler, entendesse o que estava escrito. Lembrou que as páginas eram de um pergaminho diferente, talvez papiro. _Há algum tempo em Hogwarts, ano passado para ser exata, quando aconteceu tudo aquilo com o Rony, eu me isolei um pouco e vi um livro na biblioteca de Hogwarts, nem madame Prince sabia que aquele livro estava ali e pelo feitiço de avaliação da idade do documento, a capa tinha por volta de mil e cem anos, mas as páginas se mostraram impossíveis de definir.
_O que isso tem a ver? -Perguntou o moreno meio perdido.
_Ele fala sobre lendas antigas de povos perdidos que apareceram antes mesmo dos Sumérios, grande civilizações com uma cultura imensurável, mas que por alguma razão se perdeu, poucos registros se têm daquelas civilizações. Ele também fala de um Demônio que antes era um deus e se revoltou contra os outros deuses, querendo assim tomar o posto de soberano. Ele sozinho entrou em guerra contra os deuses e por fim para ganhar mais poder abandonou seu lado Divino, deixando as trevas lhe envolver por completo. O livro fala que esse deus foi o primeiro demônio nascido. -Ela parou e tentou forçar a mente. _Abaliel não, não era esse o nome, mas era parecido, alidael não também não. -Ela parecia ter realmente se esquecido que Harry estava ali até que de súbito ela o encarou. _Você pode me conseguir o Livro “As mais antigas Culturas” é o livro que eu li. -Apesar de falar isso sua mente estava a mil, sentiu a cabeça doer, mas não ligou por um momento.
_Vou ver se consigo trazê-lo, mas você tem que descansar. -Falou Harry fazendo a amiga se deitar de novo, com cuidado. Ela não protestou, estava cansa, sorriu levemente ao sentir a mão do moreno acariciando seus cabelos, em seguida seu rosto até que adormeceu. _Descanse... Mesmo assim estou disposto a aceitar o acordo. -Murmurou ele dando as costas.
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Harry desceu os degraus da velha casa dos Weasley ainda pensativo, ele aceitaria de bom grado o acordo com o tal demônio, mas realmente seria uma boa saber mais sobre esse assunto. Ouviu uma discussão na cozinha e foi ate lá, viu a Professora Minerva junto com Moody, Lupin, Tonks e Quin, eles falavam com Rony, que parecia absolutamente contrariado a se recusava em falar algo. Ele não olhava para os membros da ordem, pois tinha medo de que eles usassem legilimencia nele.
_Conte-nos de uma vez. -Rosnou Moody com seu tom seco. _O que você e Potter fizeram para sua amiga estar daquele jeito?
_Não é da conta de vocês. -Falou Harry encostado no batente da porta, os braços cruzados, o tom seco e sombrio de sua voz saiu autoritário. Ele não deixaria ninguém interferir, não ainda. _Estejam satisfeitos em saber que foi Dumbledore que nos pediu isso e que ele também pediu para não contar para ninguém.
_Dumbledore está morto. -Falou Moody que tremeu levemente ao ver os olhos verdes do rapaz direcionados para ele, o ex-auror já encarara comensais muito mais perigosos, mas nunca se sentiu tão acuado quanto estava por aquele moleque, que provavelmente não poderia vencê-lo.
_Sim, Dumbledore morreu, então vamos quebrar todas as promessas que fizemos a ele, vamos ignorar tudo que ele nos pediu, tudo que eles nos ensinou. -Falou Harry em tom forte. _Bom, Olho Tonto, se esse era o apreço que você tinha pelo diretor, ou melhor, se esse for o apreço que todos vocês tem pelo diretor, então sinto em dizer que foi melhor ele ter morrido em vez de ficar cercado de pessoas tão fracas de espírito. –Todos, até mesmo Rony, ficaram surpresos com aquelas palavras, apesar do ruivo saber que não era envolvido naquilo, mas o tom de voz do moreno um tom carregado de fúria, a qual também era transmitida pelos olhos claros, foi assustador.
_Entenda, Harry, que estamos tentando ajudar. -Falou Lupin em seu tom calmo, apesar de realmente ter sido atingido pelas palavras do filho de um dos seus melhores amigos.
_Eu não pedi a ajuda de vocês. -Falou Harry. _Se Dumbledore quisesse que vocês soubessem, ele teria lhes falado, então respeitem o desejo dele e não se metam no que não foram chamados. -O Moreno respirou fundo, fechou os olhos e seu tom voltou ao normal. _Agora tenho algo a pedir para a professora McGonagall.
_Você fala assim conosco e ainda quer que algum de nós faça algo por você? -Perguntou Moody com escárnio, ele estava vendo o rapaz como um comensal.
_Não sabia que você se chamava McGonagall. -Falou Harry em tom cortante, Tonks conteve um sorriso e Lupin revirou os olhos. _Tem um livro que estou precisando, ele está em Hogwarts e eu preciso dele.
_Posso saber o porquê? -Perguntou McGonagall, que pela primeira vez dirigia a palavra ao moreno. Ela fora atingida pelas palavras cortantes dele, mas sabia que ele tinha razão, era jovem mas tinha uma experiência de vida que muitos adultos não tinham.
_Hermione me pediu algo para ler enquanto se recupera. -Falou Harry, estava mentindo na cara de pau e nem ao menos demonstrava. _Ela acordou por um instante, mas depois de cinco minutos dormiu. Ela me pediu um livro em particular, por que ainda não terminou de ler e ela disse que só havia dele em Hogwarts. -Ele suspirou, olhou para Minerva. _Pretende negar um pedido dela? -Todos ali já sabiam do diagnóstico da garota, então um silêncio mórbido se instalou na cozinha.
_Qual o Livro? -Perguntou McGonagall, não negaria algo a Hermione, ela sempre fora a sua melhor aluna, mesmo nunca dizendo isso para ela, não queria demonstrar favoritismo.
_ As mais antigas Culturas. -Disse Harry, logo em seguida ele fez sinal para que Rony viesse com ele. _Ela disse que madame Pince sabe que livro é esse, ele é único. -Em seguida ele saiu junto com o ruivo.
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Harry estava no quarto em que dividia com o amigo na Toca, em seu colo um dos livros que pegou da Mansão Black e era exatamente aquele que ele não entendia nada e que Sirius aparentemente tentou decifrar. Ficou horas tentando saber o que estava contido naquelas páginas. Desistiu, olhou pela janela, a noite estava clara e Rony não estava no quarto, ele disse que precisava ficar sozinho, então fora dormir no antigo quarto de Percy. Olhou para o lado e viu o livro que Hermione pedira, realmente era grande, devia ter umas cinco mil páginas só não era pesado por causa de um feitiço. Ele o pegou e folheou o livro, no primeiro momento ele não entendeu nada escrito ali, então as palavras começaram a se modificar e ele conseguiu ler.
“As maravilhas de civilizações tão antigas que muitos esqueceram, mesmo nos tempos de hoje, as eras antigas contidas em meras palavras não podem mostrar tudo o que aconteceu, mas pode dar uma idéia do que vocês lerão. Isto, talvez, hoje ou no futuro possa ser uma mera lenda ou talvez desconhecido de todos”
Essas palavras estavam no interior da capa, então deve ter mais de mil anos, segundo o que a amiga lhe dissera. Ouviu batidas na porta, olhou para o relógio, eram quase meia noite, a maioria devia estar dormindo. Levantou-se e abriu a porta, ficou surpreso ao ver Hermione ali, em pé, aparentemente não estava muito bem, um pouco mais pálida do que quando ela acordou. Ela o encarava de uma forma firme e que não demonstrava que ela realmente estivesse mal.
_Pretende me deixar aqui fora? -Perguntou Hermione em um tom divertido de voz, ao notar que ele a observava diferente.
_Desculpe. -Disse o moreno abrindo espaço e a convidando para entrar, esta entrou e só aí ele notou que ela estava com um robe azul claro, engoliu em seco principalmente por que era um robe fino e dava para ver bem as pernas dela pela claridade que entrava pela janela. _Sente-se, não é bom você ficar andando ou em pé. -Disse afastando seus pensamentos daquilo, a garota sorriu levemente e se sentou na cama, notou o grande livro perto da cabeceira.
_Quando entregaram? -Perguntou ela olhando interessada para o livro.
_Hoje mesmo a professora Minerva esteve aqui... -Harry explicou detalhadamente o que acontecera logo depois que ela dormira e a menina ficou um tanto surpresa por ele ter agido de forma tão sóbria. _Bom, como eu disse que era um pedido seu, não demorou nem duas horas e o livro já estava aqui.
_Por que não me entregou logo? -Perguntou Hermione.
_Primeiro você estava dormindo e teria e ainda tem de descansar. -Falou Harry olhando seriamente para ela, que devolveu o olhar com a mesma intensidade, como se dissesse “eu estou bem”. _E depois de um tempo todos queriam ver como você estava, sem contar que Molly e Rony não queriam sair de lá.
_Você não contou ao Rony? -Perguntou a garota surpresa. _Por que eu pensei que ele já saberia sobre isso.
_Imagine só eu contando para ele. -Falou Harry em tom sarcástico. _Ele tem medo só de ouvir “Voldemort”, imagino como ele reagiria ao ouvir falar de um demônio muito mais poderoso que o cara de cobra e que ainda pode entrar na casa dele sem ninguém perceber.
_Provavelmente ele acharia que você só estava brincando com ele e depois não dormiria por uma semana. -Falou Hermione achando graça. _Quando pretende contar?
_Só quando for necessário. -Disse o moreno, ele ainda tava em pé e olhou pela janela, se perdeu momentaneamente em seus pensamentos. _Mas o que a Srta. está andando por aí quando deveria estar descansando?
_Não agüento mais ficar deitada. -Responde em um tom tão simples que Harry não teve como revidar. _Aquilo que eu te falei deve estar na página mil e quatrocentos. -Falou Hermione mudando de assunto, abrindo o livro e folheando rapidamente, depois de um tempo ela parou. _Aqui. -Harry se sentou ao lado da amiga, que estava com o livro no colo e viu o texto mudar mais uma vez até ficar legível.
_Eu ainda tenho que me acostumar com isso. -Falou Harry se curvando ligeiramente para ler o que o texto dizia.
“Os deuses viviam em uma era de paz, sua maior e mais perfeita criação se empalhava pelo mundo: o ser humano, criados a imagem e semelhança dos deuses, em seus corpos havia a centelha divina presa em um corpo mortal”.
_O que quer dizer isso? -Perguntou o moreno.
_”...centelha divina presa em um corpo mortal”, eu acredito que eles falem de nossa alma. -Falou Hermione em tom pensativo. _Segundo o mito da criação que aparece nesse livro, todos os deuses participaram da criação dos humanos e depositaram nele inteligência e independência, mas para ele ser realmente vivo, precisaria de algo, então o rei dos deuses que aqui não diz o nome, pega um pedaço da centelha divina, ou seja, a luz ou uma forte de energia, algo assim, e implanta no humano, mas com o tempo tal centelha vai desgastando o corpo mortal, daí vem os estágios da vida, agora veja. -Ela apontou para outro parágrafo.
“Os deuses, felizes com isso, expandiram o domínio dos humanos criando uma terra onde eles poderiam governar, mas nem todos os deuses estavam felizes, alguns estavam indignados por tal ato, por um povo que provavelmente nem agradeceria esses deuses. Se revoltaram, mas nada fizeram, pois temiam serem repreendidos, com isso eles direcionaram sua indignação aos humanos, lançando doenças”
_Até esse ponto é um relato do começo da indignação de alguns deuses, o que mostra que nem todos eram exatamente bons. -Falou Hermione um tanto incomodada com a respiração próxima de Harry.
_O que já é uma coisa lógica, não existe somente seres bons, não importa se sejam deuses ou não. -Falou Harry em tom profundo.
“Ao término da décima dinastia humana na terra, um deus se revoltou por completo ao ver que o rei dos deuses simplesmente concedera a imortalidade divina a um humano, por este ter feito grandes feitos e o pondo a direita do trono do rei dos deuses, uma posição privilegiada que mostrava grande importância e poder. Antes esse lugar era de Azaiel, o segundo mais poderoso de todos os deuses, respeitado e temido por sua imensa sabedoria, o deus revoltado se virou contra os deuses e jurou superá-los. Assim se iniciou uma enorme guerra, onde se envolveu grande parte do panteão divino e também os humanos aliciados por Azaiel”
_Será que é ele? -Perguntou o moreno.
_É provável, veja. -Disse Hermione apontando para outra parte do texto.
“Azaiel, junto com seus seguidores, derrubaram os portões dos deuses e caíram com fúria, por fim o rei dos deuses se levantou de seu trono e lutou pessoalmente com o deus maligno, que ao ver que enquanto fosse um deus, ainda seria subjugado pelo poder do rei dos deuses, pois o seu próprio poder estava ligado com o dele. Então Azaiel usou das artes profanas que ele mesmo criara, para abandonar sua essência divina, trocando toda luz de um deus, por um brilho de trevas sombria que subjugou vários outros deuses e seduziu milhares de humanos, ele deixara de ser um deus e se tornara o inimigo natural de seus antigos companheiros, se tornara a criatura mais temível do mundo. Depois disso ele guerreou contra o rei dos deuses. O combate parecia não ter mais fim até que o rei dos deuses junto com seus seguidores, conjuraram um forte selo e aprisionaram Azaiel no sub-mundo, um lugar sem vida, e junto com ele foram os seus seguidores, então o antigo deus ficou conhecido como Azaiel o profanador divino”
_Como alguém de deus se torna demônio? -Perguntou Harry.
_Aqui não diz, mas segundo o que fala, ele simplesmente abdicou de todos os seus privilégios divinos e se deixou ser envolvido pelo oposto da luz, o que seria as trevas. -Falou Hermione pensativa. _Mas pelo que está dizendo aqui, ele não ficou selado por muito tempo e houve outros combates entre os deuses e os novos demônios, até que ele caiu no esquecimento, os humanos que se aliaram a ele foram amaldiçoados pelos deuses por serem ingratos.
_Típico. -Falou Harry com desdém. _É como se eles dissessem “Ou vocês nos adoram ou nós te castigamos”.
_De certa forma me parece isso. -Falou Hermione.
_Aí diz mais alguma coisa sobre esse tal Azaiel? -Perguntou Harry.
_Diz. -Fala Hermione se arrepiando levemente ao sentir a proximidade dos dois diminuir mais ainda. _Olhos de um azul tão claro quanto o céu num dia de verão, cabelos tão negros quanto a mais profunda escuridão e trajava vestes da cor nobre dos deuses.
_Cor nobre dos deuses? -Perguntou Harry.
_Vermelho, Dourado, Preto e Azul sem contar o branco, são as cores que, segundo o livro, os deuses gostam mais. -Falou Hermione distraída. _Também diz que ele carregava com sigo o olho do sol. -Ela virou a página e mostrou o desenho de um olho dourado, como aqueles que apareciam em hieróglifos egípcios.
_Agora eu tenho certeza. -Falou Harry se levantando e saindo de perto da amiga, que quase protestou por causa disso, mas se conteve. _Então o nome dele é Azaiel, o primeiro demônio.
_O livro não faz, mas nenhuma citação de que ele tenha aparecido. -Falou Hermione folheando o livro. _Fala que depois que ele aparentemente desapareceu, os deuses se dividiram por não concordarem entre si e se espalharam pelos quatro cantos do mundo, instaurando seus próprios reinos e seguidores, também fala que os primeiros humanos foram chamados de Tribo de Ouro, pois foram criados com a ajuda de todos os deuses. Depois que eles se separam e criaram outro grupo humano, este grupo chegou a ser chamado de Tribo de Prata, mas a maioria dessa tribo foi exterminada por uma nova tribo que veio do oriente, a Tribo de Bronze, dizem que as três tribos se juntaram em uma só, criando a Tribo de Ferro e que poucos descendentes dessa tribo tem o sangue realmente puro, que sobreviveu ao passar do tempo.
_Se eu me tornar uma espécie de demônio, o que eu serei? -Perguntou Harry distraidamente. _Vou para a mansão agora. -Falou Harry decidido, Hermione por um segundo ficou surpresa, então se levantou.
_Eu vou com você. -Disse a garota rapidamente.
_Nem pensar, você fica aqui quietinha e descansando. -Falou o moreno tentando fazer a amiga se sentar na cama, mas essa se meche bruscamente.
_Se você se esqueceu, ele quer que nós DOIS estejamos na mansão Black, só não entendo o porquê de você querer ir hoje. -Falou Hermione em seu tom firme.
_Se ele realmente me quer, aparecera lá. -Disse o moreno suspirando levemente, não queria que ela fosse, mas tinha de dar o braço a torcer, pois Azaiel pedira os dois lá. Então ele se aproximou mais dela e lhe abraçou pela cintura, os dois estremeceram levemente com aquilo. _Você está fraca demais para aparatar sozinha, então se segure. -Ele não precisou dizer duas vezes e ela enlaçou os braços em volta de seu pescoço, os dois desapareceram com um estalo e nem notaram os olhos amarelados e felinos seguidos de um miado.
Comentários (1)
O que a Hermione esta planejando?Sera que ela vai tb pedir pra fazer o "pacto"ou ela descobriu uma forma de ludibriar o Azaiel,gostei muito do jeito que o Harry lidou com a situação com os adultos.
2011-03-24