Ragnarok



Ragnarok

Harry e Hermione apareceram no meio da sala de estar da Mansão Black. Ambos se desequilibraram e caíram no sofá de três lugares, Hermione por cima do garoto. Os dois se olharam por um instante, os cabelos cacheados dela caindo sobre o rosto do moreno, que parecia hipnotizado pelos olhos cor de mel, a pele pálida da garota ficara levemente rosada, mas ela não parecia querer se mexer dali, já o rapaz não estava pensando direito, até que eles ouviram um miado baixo e longo, os dois pareceram disfarçar e se separaram rapidamente, cada um para um extremos do sofá sem se encararem. Porém, a surpresa estava bem em frente ao sofá, onde estava um gato de pelos alaranjados e cara amassada uma calda muito felpuda e os olhos amarelados.

_Bichento! -Exclamou Hermione chocada, ela deixara o gato na casa de seus pais. _O que você está fazendo aqui?

_Eu jurava que ele estava na toca. -Falou Harry se lembrando da noite que eles foram embora da Toca, quando Rony reclamara de Bichento.

_Não, eu o deixei em casa por que não ia dar para cuidar dele. -Falou Hermione, que ia se levantar para ir até o gato, mas foi segura pelo braço e olhou para Harry, que estava sério.

_Se você nunca o levou a Toca, como ele estava lá no dia do ataque? -Perguntou Harry quase surpreso. _E enquanto você estava sendo tratada, eu juro que vi Bichento passar algumas vezes em frente à porta do quarto de Gina.

_Será que ele não foi com meus pais para lá? -Perguntou Hermione curiosa.

_Isso explicaria ele lá no dia do ataque, mas e agora? -Hermione pareceu ficar mais apreensiva, não era comum desconfiar de seu gato, para falar a verdade nunca fizera isso, nem mesmo no seu terceiro ano. Bichento sempre estivera do seu lado, menos no quinto e sexto ano, em que pegara certa afinidade com Harry e dormia muitas vezes no dormitório masculino.

_Seria possível que... -O Moreno não terminou, estava pensativo. _Ele nunca foi normal e sempre estava por perto antes de algo acontecer e seria o único a saber o que nós estávamos fazendo. -Murmurou para si mesmo, a mente da garota funcionava a mil. _Revele-se Azaiel, profanador divino. Revele sua verdadeira face. -Os pêlos de bichento se eriçaram e ele mostrou os dentes, uma fumaça avermelhada se formou em torno do gato e foi aumentando, quando finalmente a fumaça se dissipou, lá estava em porte altivo e elegante o próprio demônio, Azaiel.

_Vejo que descobriram meu nome. -Falou Azaiel em tom calmo de voz.

_Há quanto tempo? -Perguntou Hermione.

_Há muito tempo assumi a forma de gato, a mais tempo do que vocês imaginam, esperando que alguém me comprasse naquela loja, esse alguém teria ligação com a pessoa destinada a selar o contrato comigo. -Falou Azaiel brevemente. _Mas não se preocupe, quando eu me selei nessa forma, grande parte de minha mente e poder também foram selados e só pude recuperá-los há uns dois anos, no quinto ano de vocês. -Falou mais uma vez. _Por isso ia dormir no dormitório masculino. -Acrescentou rapidamente.

_Um cavalheiro. -Desdenhou Harry.

_Sempre. -Respondeu em tom debochado, o demônio.

_Bem que o vendedor disse que Bichento, quer dizer, você ou arg. -Gritou Hermione por um instante, o que assustou Harry. _Bom falou que Bichento estava lá há muito tempo.

_Bom vocês estão adiantados cerca de um dia mais ou menos. -Falou Azaiel não ligando muito para o assunto. _Creio que já tem uma resposta, visto que só queriam saber meu nome. -Ele parou por um tempo. _A propósito, como souberam meu nome?

_As mais antigas Civilizações. -Falou Harry. _Tinha um pequeno relato de sua revolta.

_Ah sim, pensei que aqueles manuscritos houvessem sido destruídos pelos romanos. -Murmurou se esquecendo momentaneamente dos dois humanos. _E qual a sua resposta?

_Eu acei...

_Eu tenho um novo acordo. -Falou Hermione interrompendo Harry, que a olha surpreso. _Duas essências humanas pelo preço de uma.

_Continue. -Falou Azaiel divertido, já sabia o que ela ia falar, afinal vira isso em sua mente no momento em que a viu ali.

_Em vez de você sugar toda essência humana de Harry, eu proponho que você só sugue metade da dele e preencha o vazio com a essência demoníaca que você queria implantar nele. -O Tom dela era sério, fez sinal para quer o moreno se calasse ao notar que ele ia falar algo. _E também tire metade da minha essência humana e coloque a outra metade da demoníaca.

_Uma promoção dois por um. -Ironizou Azaiel com desdém. _E por que você quer se sacrificar junto a Harry?

_Não quero o ver deixando sua humanidade. -Falou Hermione notando que o moreno a abraçava levemente. _Se ele fizer isso, deixará de ser quem eu conheci e ainda conheço, mudará por completo.

_Não precisa fazer isso Mione. -Murmurou Harry.

_Nós sempre estivemos juntos e não vai ser agora que vamos mudar isso. -Falou Hermione em tom baixo. _Sei que não estou bem e que só ia aceitar o contrato para me salvar, mas não quero nada de graça. -Aquela sim era a Hermione que ele conhecia.

_Mais alguma coisa? -Perguntou Azaiel que só observava.

_Você irá jurar que não vai dizimar os humanos, que não vai aproveitar a guerra para destruí-los e que não dará ajuda alguma a Voldemort ou qualquer aliado dele. -Falou Harry em tom sério.

_Feito. -Falou Azaiel. _Mas há mais guerras do que vocês pensam e quando eu precisar da ajuda dos dois, vocês deverão me ajudar. Não os escravizarei, nem pedirei suas almas, mas quero suas palavras que valem mais do que qualquer coisa. -Azaiel parecia sério, seus olhos azuis celestes ficaram azuis escuros.

_Aceitamos. -Falaram os dois ao mesmo tempo.

_Que assim seja. -Harry e Hermione se sentiram sendo içados no ar por uma força invisível, Azaiel foi até eles e cortou o pulso direito de cada um, o sangue caíra no chão e eles perceberam um pentagrama de sete pontas brilhando em vermelho abaixo deles. _Eu lamento, mas isso vai doer um pouco. -O tom dele não demonstrava realmente lamentar algo. Azaiel começou a recitar palavras estranhas, o sangue vermelho que caía do pulso dos dois ficou negro como a escuridão e ao cair no pentagrama ele desaparecia.

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Hermione sentiu uma grande dor em sua cabeça, seus olhos pareciam que explodiriam e seriam arrancados a força, gritou mais alto do que lembrara poder fazer, mais alto do que quando estivera sobre a maldição cruciatos, sentiu seu corpo subir mais até quase tocar o teto alto. Sabia que não era Azaiel que fazia aquilo, a dor era tremenda, sua pele estava fervendo, a faixa, que cobria parte de seu rosto e o seu olho direito, começou a queimar até não restar nada, fechou os olhos e mordeu os lábios como se aquilo fosse aliviar a dor, milhares de imagens passavam em sua mente, lembranças que ela mesma não sabia que tinha, lembranças de quando ainda era um bebê.

Sentiu seus ossos estilhaçarem dentro de seu corpo, a pele ser dilacerada, seus órgãos internos estavam sendo destruídos um a um de uma maneira muito lenta, não conseguiu mais respirar, seus pulmões pareciam que haviam sido arrancados e, por fim, o seu coração parou, o sangue parou de circular e ela abriu os olhos. O esquerdo estava de um castanho cor de mel muito vivo, já o direito quase totalmente negro, sem partes brancas, e bem no meio, onde seria a pupila, um único ponto vermelho sangue, sua cabeça começou a doer mais ainda quando começara a ouvir centenas de vozes ao mesmo tempo, eram TVs, discussões de vizinhos e Rádios ligados, iam estourar seus tímpanos, então, para seu desespero, piorou. Sentiu cada osso de seu corpo ser reconstruído de uma forma muito lenta e dolorosa, mas por alguma razão ela parecia mais leve, um por um os ossos iam crescendo, a dor era insuportável, o corpo rejeitava os estilhaços dos antigos ossos os fazendo rasgar a pele e cair no chão com um barulho seco, sentiu seus órgão sendo reconstruídos mais fortes do que antes, mais resistentes, um a um seu pulmão conseguia respirar de novo. Por fim seu coração voltou a bater rapidamente e depois disso uma descarga elétrica muito poderosa foi descarregada em seu corpo o fazendo tremer, uma energia enorme estava crescendo em si, primeiro ela sentiu que era sua própria magia, mas depois esta se modificou, ficou mais sombria, quase assustadora, ela cresceu tanto que uma aura arroxeada a circulou, era uma energia opressora para qualquer humano. Ouviu ao longe o quadro da Sra.. Black berrar, ouviu ao longe os berros de Harry, em volta cristais, vidros, madeira e tecidos se quebraram e rasgaram, toda a energia mágica da casa estava sendo destruída, pouco a pouco a madeira do teto acima dela apodreceu, rapidamente então ela sentiu sua pele dilacerada ser reconstruída fio por fio, por fim tudo a sua volta parou, caiu no chão de joelhos e piscou, ser seu olho direito ficou igual ao esquerdo, ouviu um barulho a sua direita e olhou para ver o que era.

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Harry nunca pensou que sentiria uma dor maior que a maldição cruciatos lançada por Voldemort, mas estava enganado, ali estava tal dor, mas não gritaria por tão pouco, se segurou o máximo e lágrimas escorreram por seus olhos fechados. Sentiu cada osso de seu corpo simplesmente estilhaçar, as diversas partes pontudas perfuraram sua pele, a dilacerando quase por completa. Músculos e órgãos eram perfurados e destruídos de uma forma inimaginavelmente dolorosa e cruel, por isso não agüentou e berrou tão alto que provavelmente até mesmo fora da casa ou até dois quarteirões de distância alguém poderia ouvir. Abriu os olhos e suas lágrimas ficaram vermelhas, se tornaram sangue, seus olhos ficaram muito mais claros que o normal, seu coração parecia que explodiria de tão forte e rápido que batia, mesmo com sua gritaria dava para ouvi-lo, até que ele simplesmente parou e, por um minuto, se fez silêncio, não ouvia mais nada.

Não respirava, não pensava, apenas continuava vivo, seu coração já parara de bater, a dor era quase inexistente, ouviu os berros ao longe de uma voz feminina, sentiu toda a magia em sua volta ser destruída, não sabia como conseguira sentir isso, mas estava sentindo. A escuridão reinava em sua volta até que um único ponto de luz vermelho e dourado brilhou em sua mente, seu coração voltou a bater, voltou a sentir a dor monstruosa, sentiu seus órgãos sendo reconstruídos um a um, mais resistentes, mais fortes, umas couraça parecia estar sendo criada no lugar da pele retalhada, forte e resistente. Respirou fundo parando de gritar por um instante e depois voltou, sentiu o cheiro forte de lixo que veio da rua, ouviu centenas de vozes em seu ouvido, tantas vozes que faziam sua cabeça doer, seus músculos estavam sendo refeitos fio por fio, era como se uma agulha em brasa fizesse isso numa velocidade lenta e dolorosa, gritou mais alto, mas de sua garganta saiu o que parecia ser um rugido ou rosnado, sentiu dentro de si um minúsculo ponto de energia que cresceu, era sua magia, só sua, então outra energia surgiu também, era sua e se fundiu com a magia e continuou aumentando, uma aura arroxeada circulou seu corpo, o teto acima de si apodrecia, ondas de energia saíam de seu corpo, havia uma imensa dor nas costas.

Parecia que há anos estava sofrendo, sentiu um calor perto de seu corpo e olhou para baixo, viu suas roupas simplesmente queimarem, mas em vez de mostrar sua pele, mostrava outro tipo de roupa, uma túnica verde esmeralda com traços azuis marinho, era uma veste estranha, em sua cabeça apareceu um manto fino e em seu rosto uma máscara onde só se tinha o corte para os olhos. Por fim, caiu de joelho no chão, por um segundo sentiu um intruso em sua mente, mas estava ciente que alguém acessara ela durante aquela dor, ouviu dezenas de estalos secos a sua volta, olhou para o lado e viu Hermione, que parecia estar consciente, mas não ciente de que sua camisola e seu robe foram trocados por um manto azul marinho com detalhes verde esmeralda, nem que em seu rosto havia uma máscara azul clara onde só havia espaço para os olhos. Ele viu uma figura encapuzada com uma máscara em forma de caveira no rosto se aproximar a direita dela, sentiu um acesso de fúria, sabia quem eram eles e o que eles queriam, ergueu a mão e uma bola de fogo atingiu o estranho no peito, que voou para a parede e a atravessou com facilidade, indo parar somente no outro aposento, ainda pegando fogo, só que sem vida em seu corpo. Azaiel desaparecera.

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Lá estava Bellatrix e Lucius Malfoy, junto com um grupo de dez comensais, eles receberam ordens expressas do próprio lorde para irem ao Largo, onde ele sentira a presença de Potter e que, por alguma razão, a magia da Muy Antiga casa dos Black parecia ter sido retirada, agora ela não passava de uma casa trouxa, o quadro da Sra. Black estava imóvel, sua boca aberta ao máximo como se ela estivesse gritando. Lestrange viu a casa que em sua infância foi um martírio, não sentiu pena nem alegria, estava na entrada, o teto estava inteiramente rachado, sabia que ali um dia fora a sede da Ordem da Fênix, mas fora abandonado quando Snape se revelou um traidor.

Os dois comensais que estavam na entrada da casa, que dava para as escadas, se surpreenderam ao ver o corpo de um de seus aparecer atravessando a parede e batendo perto da porta da cozinha, onde caíra morto e com o corpo em chamas. Lucius e Bellatrix correram para onde o comensal tinha vindo, encontrando duas pessoas estranhas, uma estava caída, aparentemente inconsciente, suas vestes eram estranhas, uma espécie de manto azul marinho com detalhes em estilo tribal da cor verde esmeralda, a outra pessoa parecia estar se levantando do chão, cambaleante, suas vestes eram parecidas com a da que estava caída, só trocava a cor do manto que em vez de azul era verde esmeralda e os detalhes que pareciam tribais eram azuis marinho.

_Matem-no. -Gritou Lucius furioso, todos os comensais levantaram as varinhas e apontaram para o estranho, o flash verde e o sopro da morte fizeram até mesmo quem invocara a maldição se arrepiar, houve uma forte explosão, a casa tremera, o barulho de madeira se partindo foi ouvido, a casa estava quase desabando quando o clarão passou, o estranho não estava mais no lugar e a que estava no chão desaparecera também.

_Morram. -Sussurrou alguém em tom frio, tudo que três comensais puderam ver antes de serem dilacerados por algo invisível, foi um par de olhos verdes muito claros, em seguida o estranho de verde reaparecera. Seis comensais restaram, Bella e Lucius tremeram, alguns tentaram correr, mas quando se mexeram, caíram, ao olharem para baixo não viram suas pernas, ou melhor, as viram a quase um metro atrás deles, gritaram apavorados, agora só sobraram Lucius e Bellatrix.

_Quem é Você? -Perguntou Lucius sem se intimidar, já vira coisas piores, mas sentiu seu braço ser arrancado com brutalidade de seu corpo, a dor o invadiu e ele berrou, cairia no chão se não fosse amparado, alguém lhe estava segurando pelo pescoço e o levantou acima do chão com uma facilidade extrema, ele olhou quem era e viu a máscara azul clara e, para seu pavor, um par de olhos com um olho totalmente diferente do outro, o direito era de um castanho muito claro, o outro era totalmente negro, sem espaços em branco, e no lugar da pupila havia um único ponto vermelho sangue.

_É melhor soltá-lo. -Gritou Belatrix encostando a varinha na cabeça da estranha, que a alguns instantes parecia inconsciente no chão e agora levantava Malfoy com uma facilidade imensa. Antes que a comensal pensasse em lançar algum feitiço, sentiu seu braço direito ser quebrado, o deixando em uma posição muito estranha, a fratura fora exposta. O sangue do braço de Lucius se misturou com o dela no chão, em seguida sentiu seus pés fugirem do chão e suas costas tomarem o lugar, viu alguém pisando em seu peito, era o estranho de vestes verdes.

_Avisem a Voldemort que as sombras de uma nova era estão chegando e que não haverá lugar para ele nem seus lacaios imundos, pois assim eu digo. Avise-o que o Ragnarok está chegando. -Falou estranho de verde, que em seguida tocou na mulher de azul e ambos desapareceram sem fazer barulho.

Bellatrix mal conseguia se mexer, sentiu pavor, um medo maior que qualquer outro, nunca vira olhos tão perigosos quanto aqueles verdes quase demoníacos, carregados com fúria. Ela viu Lucius inconsciente a sua direita, estava quase mortalmente pálido, provavelmente em choque pela falta de sangue, em seguida ouviu mais estalos e a casa tremeu, se apresou em segurar Lucius pelas vestes e em seguida aparatar, segundos antes da Mansão Black desabar destruída, provavelmente os alicerces dela foram destruídos pela onda de energia, os comensais caídos e sem pernas foram soterrados e mortos por toneladas de madeira.


Era manhã na Toca, tudo está silencioso, somente a Sra.. Weasley estava acordada preparando o farto café da manhã alegremente, não queria nenhum de seus filhos mal alimentado, muito menos Harry e Hermione, que já eram da família. Estava feliz por eles terem voltado e fazia tudo caprichado, seguindo a receita médica da garota. Pássaros voaram ao longe perto do bosque que cercava a Toca, mas a matriarca não ligou, pois quando olhou pela janela viu Bichento correndo atrás de alguns pássaros, deveria ter sido ele, o gatinho adorava brincar no jardim.

O silêncio da cozinha foi quebrado por passadas rápidas e, em poucos segundos, lá estava o Sr. Weasley, já vestido para o trabalho. Deu um beijo de bom dia na mulher e se sentou a mesa, já pegando o exemplar do Profeta Diário e bebericou um pouco de café fresco, antes de ver a manchete e quando a viu cuspiu todo o seu café na mesa e começou a tossir fortemente, assustando a esposa.

_O Que ouve Arthur? -Perguntou Molly quase desesperada. _Algum ataque?

_Pode se dizer que sim. -Falou Arthur se recuperando depois de um pequeno período de tempo. _Veja. -Ele mostrou a manchete do jornal a matriarca Weasley, que deixou o copo que segurava cair no chão e se estilhaçar, na manchete estava o Largo Grimauld, dezenas de aurores transitavam pela foto onde se encontravam as ruínas do que um dia fora uma grande casa, ali estava a antiga sede da Ordem da Fênix, caída e destruída.

“Durante a madrugada houve um grande abalo mágico que enlouqueceu os equipamentos do ministério da magia, que também captou uma grande energia sinistra vinda de um bairro aparentemente trouxa, mas em que vivem alguns bruxos. Quando alguns aurores chegaram ao local, encontraram a Muy Antiga casa dos Black destruída. A anos o ministério vem tentando localizar a casa, mas nunca conseguiu. Segundo Afonso Leine, chefe dos aurores do Ministério da Magia, toda a magia que estava na casa fora destruída, o que causou o abalo da estrutura da mansão, os vizinhos relataram grandes tremores e som alto vindo da casa por volta das duas da manhã, alguns trouxas ficaram surpresos ao verem que ali havia uma casa, pois juravam nunca tê-la visto, o que causou grande trabalho para os Obliviadores. Também para grande surpresa dos aurores, nos escombros da casa, eles encontraram dez comensais mortos, um estava totalmente incinerado e três deles estavam totalmente retalhados, o restante, por alguma razão, teve suas pernas amputadas e morreram soterrados...”

A reportagem continuava por quase três páginas do jornal, onde apareciam relatos e testemunhas que juravam ouvir gritos, quase insanos, vindos da casa. O casal de ruivos se olhou assustado e quando ouviram o barulho de mais alguém descendo as escadas, esconderem o jornal. Fred e Jorge apareceram de repente, com caras amassadas de sono e incrivelmente quietos, se sentaram e nem ao menos ligaram para os pais, que estavam acostumados com aquilo, afinal seus filhos sempre eram assim quando acordavam. Menos de três minutos depois e os gêmeos estavam empenhados em uma guerra de cereal e não ligaram quando Rony entrou parecendo mais um sonâmbulo do que alguém que acordara a pouco tempo, os gêmeos se olharam e sorriram.

_Meu caríssimo irmão, vejo que estas cansado, venha e se sente. -Falou Fred em tom maroto, Rony parou por um instante e olhou para o irmão com os olhos sonolentos.

_O que você quer? -Perguntou Rony despertando rapidamente, sabendo que boa coisa não vinha.

_Hora meu caro irmão, como ousa imaginar que iríamos querer algo? -Perguntou Jorge que se finge de ofendido, enquanto Fred joga uma pequena aranha de brinquedo, enfeitiçada para se mexer, bem em frente a Rony, que estava sentado e distraído.

_Sei... -Rony não terminou, deu um berro e caiu para trás, branco como cera e tremendo fortemente, tudo por que viu a aranha que dançava em frente ao seu copo, os gêmeos caíram na risada.

_Meninos, não façam isso. -Ralhou a Sra. Weasley, ajudando o filho a se levantar. _Ele poderia ter se machucado feio.

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Harry se mexeu incomodado, em seguida despertou com risadas altas vindas do andar de baixo, ou seja, da cozinha, ou pensava assim. Abriu os olhos e os fechou de novo, sua cabeça estava latejando com uma força tremenda, parecia que ele havia bebido dez litros de Whisky de fogo, também tivera um sonho um tanto quanto estranho. Resolveu se levantar rapidamente antes que os gêmeos viessem tentar acordá-lo com suas maneiras tão sutis, o que lhe renderia uma boa dor nas costelas ou um banho de água fria, quando se levantou cambaleou um pouco e caiu de novo, sentado na cama.

_Maldita dor de cabeça. -Murmurou mal humorado, pegou os óculos em cima da mesa de cabeceira, mas não os pôs, pegou sua escova e foi até o banheiro que ficava um andar acima do quarto de Rony, ele mal via por onde andava. Chegou ao banheiro e fez sua higiene matinal, lavou seu rosto e ainda de olhos fechados tateou a pia até pegar os óculos e os pôs, ao se olhar no espelho, tudo que conseguiu ver foi um amontoado disforme e embaçado, tirou os óculos e os limpou, colocou de novo, mas deu a mesma coisa. Quando os retirou pela segunda vez, olhou para o espelho e se assustou ao ver que tudo parecia espantosamente mais claro e colorido, olhou para os óculos em sua mão e franziu o cenho, aquilo não era comum, se bem que no mundo bruxo nada era comum, resolveu deixar de lado por instantes e encarou no espelho seus olhos, que pareciam tão verdes quanto sempre ou até mais, se sentia imensamente bem, fora a dor de cabeça chata que já estava passando.

Desceu as escadas rapidamente sem notar que seus passos mal faziam barulho, parou em frente a porta do quarto de Gina, que ainda estava na casa de Luna, então o quarto só estaria ocupado por Hermione, pensou em abrir a porta, mas mudou de idéia, a amiga precisava descansar, então depois do café, ele mesmo levaria algo para ela comer.

Chegando à cozinha, notou que todos os habitantes da casa, ou quase todos, já estavam de pé, viu Rony mal humorado lançando olhares mortais aos gêmeos, que apenas devolviam com uma meia reverência, ninguém pareceu notar que ele chegara, o que estranhou, já que alguns degraus da casa rangiam, denunciando quando alguém descia. Notou também certa troca de olhares entre o Sr e a Sra. Weasley, olhou mais atentamente e, pela posição em que estava, viu o que parecia ser uma ponta do Profeta Diário, resolveu deixar de lado, qualquer coisa ele saberia mais tarde, pois Hermione também recebia o jornal.

_Bom dia. -Disse Harry, logo atrás dos gêmeos, que quase saltaram de susto e olharam surpresos para o moreno, que apenas achou graça daquilo, enquanto Rony, apesar do susto, ria até não agüentar dos gêmeos, que por um instante ficaram brancos como cera.

_Quando você chegou? -Perguntou Jorge surpreso.

_Você aparatou? -Perguntou Fred.

¬_Acabei de descer. -Falou Harry se sentando em frente a Rony, que desistiu de sua tentativa de beber suco e rir ao mesmo tempo.

_Bom dia querido! -Falou Molly com seu habitual tom maternal. _O que vai querer para o café?

_Qualquer coisas para mim está bom. -Respondeu Harry, que jurara nunca ter visto seu prato se encher tão rápido de salsichas, ovos e mais algumas coisas que só a matriarca Weasley conseguia fazer. Começou a comer em silêncio enquanto os gêmeos, recuperados do susto, tentaram colocar algo no copo de suco do moreno, que estava distraído olhando para a janela. _Se vocês colocarem isso aí, eu faço vocês beberem. -Falou Harry ainda sem olhar para os gêmeos, que ficaram surpresos. Arthur e Molly viram cada um dos filhos com uma balinha de cor roxo berrante, prontos para derrubar no copo do moreno.

_Fred e Jorge Weasley, nada disso na mesa. -Ralhou Molly lançando um olhar desaprovador para os filhos.

_Como você soube? -Perguntaram Fred e Jorge ao mesmo tempo, Harry olhou para eles e sorriu maroto.

_Vi pelo reflexo da janela. -Fala apontando para a janela, depois disso ele termina de comer rapidamente enquanto Rony parecia repetir pela quinta vez. Os Weasley não deviam ter estômago. _Sra. Weasley, será que você pode preparar algo para eu levar para Hermione?

_Ah sim, querido só um minuto. -Falou Molly, ela estava muito aérea aquele dia assim como o Sr Weasley, que pareceu despertar de repente.

_Eu já vou. -Falou o patriarca Weasley dando um beijo no rosto da mulher. _Comportem-se crianças. -Em seguida desaparatou, não demorou muito e Molly entregou uma bandeja com um farto café da manhã ao moreno, para levar à amiga.

_Se ela não acordou ainda, deixe a bandeja na mesa de cabeceira. -Recomendou A Sra. Weasley, a única resposta do moreno foi um aceno afirmativo com a cabeça.

_Eufd vyhu com xe. -Falou Rony com a boca cheia.

_Engula antes de falar. -Ralhou Molly. _E termine primeiro, depois você vai.

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Harry já estava em frente ao quarto das garotas, abriu a porta com cuidado, o quarto estava um pouco escuro, mas ele podia ver perfeitamente, mas não estranhou. Deixou a bandeja em cima da mesa de cabeceira com cuidado e olhou para amiga dormindo, estranhou ela não estar mais com a faixa no olho direito, deu as costas e foi até a janela onde abriu as cortinas deixando os raios solares entrarem, a garota se mexeu incomodada e se virou para o outro lado.

_Mione, acorde. -Falou Harry em tom baixo, tentando não assustar a amiga, estranhou um pouco ela demorar a acordar, já que ela geralmente era uma das primeiras a fazer isso. _Mione. -Chamou pela segunda vez, agora lhe tocando o ombro, uma descarga elétrica pareceu percorrer o corpo do moreno e, depois de uns segundos, Hermione abriu os olhos rapidamente, pareceu sentir o mesmo. Olhou para o lado, ainda sonolenta, e viu Harry parado. _Bom dia dorminhoca.

_Dia. -Respondeu a garota se espreguiçando, ela se sentia melhor que nunca. Notou que os olhos verdes de Harry a encaravam pensativos. _O que foi? -Perguntou achando que tinha algo errado, além é claro de ela parecer toda descabelada por acabar de acordar.

_Seu olho. -Respondeu Harry em tom baixo. _Está curado?

_Está? -Falou Hermione surpresa, tampando o olho esquerdo. _Então não foi um sonho?

_Com o que você sonhou? -Perguntou Harry estranhando o fato, mas por alguma razão aquilo lhe parecia familiar.

_Azaiel. -Falou Hermione olhando o moreno, que aos poucos demonstrou compreensão.

_Vocês sabia que são os dois únicos humanos que devem saber meu nome? -Perguntou uma voz calma, porém divertida. Eles olharam de onde ela veio e viram bichento em cima da cama de Gina, em segundos ele se tornou o demônio Azaiel. _Pelo menos nessa época e eu acho que não vai ser por muito tempo.

_Então não foi um sonho. -Falou Harry olhando para as mãos, agora que parara para pensar, ele ainda sentia o sangue em suas mãos, mas não se sentiu mal por isso. _A casa dos Black...

_Totalmente destruída. -Falou Azaiel, que colocou uma mão dentro da túnica e em seguida tirou um exemplar do Profeta Diário e jogou aos dois jovens a sua frente. Hermione pegou o jornal e logo viu na capa, assim como Harry a seu lado, aos poucos as lembranças da noite anterior lhes vieram à mente. _Vocês ficaram meio descontrolados depois que o pacto foi terminado, se renderam a sua vontade de destruírem os comensais, agiram feito animais selvagens. Os únicos que escaparam foram Bellatrix e Lucius, esse último sem um braço. E devo acrescentar que a escolha para o nome de seu grupo foi muito boa.

_Agora que você falou. -Começou Hermione olhando para Harry com interesse. _Por que escolheu o nome Ragnarok?

_Meu primo há algum tempo ganhou um jogo chamado Ragnarok, é um jogo on-line. Ele ficou curioso para saber o que significava aquela palavra e, como a inteligência limitada dele não tinha capacidade para pesquisar, sobrou para mim. -Falou Harry explicando aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo. _Meus tios me mandaram saber o que significava o nome, por que eles queriam saber o que seu filho tanto jogava.

_Duda... ele aparentemente já tem uma passagem só de ida para o inferno. -Falou Azaiel em tom distraído, sem ligar para o olhar chocado dos outros. _Não me olhem assim, não sou eu que controlo o inferno, pelo menos não mais.

_Ragnarok significa “O crepúsculo dos deuses”, ou melhor, o fim do mundo da mitologia nórdica, seria o dia em que todos os deuses guerreariam entre si e se destruiriam, mas ele também pode ser interpretado como “O Crepúsculo dos Imortais”. -Falou Harry como se explicasse algo simples.

_Eu já ouvi falar disso, mas nunca me interessei em procurar algo relacionado. -Falou Hermione pensativa. _Você está ciente de que provavelmente Voldemort descubra que nós saibamos sobre as Horcruxes depois dessa nomeação?

_Que ele saiba. -Azaiel falou despreocupado. Os dois jovens olharam para ele com interesse. _As Horcruxes que vocês tanto procuram são objetos da mais pura magia negra. Até mesmo entre os demônios despedaçar a alma é algo fora do natural, magia assim tende a voltar três vezes mais forte contra quem o fez, mas como Voldemort deixou de ser humano, não creio que isso faça muito sentido e ele já despedaçou sua alma sete vezes, sendo o sétimo pedaço o que reside nele, se ele despedaçar a alma mais uma vez ele deixará de existir, se tornará algo imaterial e sem consciência de sua própria existência, menos que um fantasma e mais inferior que um espectro imaterial, não teria poder para fazer nada e nem vontade.

¬_Como você sabe disso? -Perguntou Hermione que no segundo seguinte achou sua pergunta meio idiota.

_Foi um demônio que desenvolveu essa magia e entregou para os humanos. -Falou Azaiel de forma simples. _Ele esperava que os humanos fossem seduzidos por uma promessa de falsa imortalidade e começassem a se alto destruir para consegui-la. -Ele riu como se achasse graça. _Foi um tolo, o primeiro a usar essa magia, partiu sua alma em dois pedaços e se achando poderoso o bastante quis desafiar ao demônio.

_Tolo. -Falou Harry de maneira fria. _Que poderes nós temos? Perguntou mudando de assunto.

_Diversos. Alguns são comuns aos dois, mas cada um tem sua própria habilidade, cada pessoa é diferente das outras, duas podem ter habilidades parecidas, mas nunca iguais. E alguém é sempre melhor. Não direi quais são todas as habilidades, apesar de ter uma boa idéia, eu não controlei os poderes que vocês teriam. -Azaiel parecia deliciado com sua própria criação. _Mas a visão de Hermione melhorou muito e antes que você diga que a sua também. -Falou olhando para Harry que ia falar algo. _O olho direito dela é capaz de identificar qualquer ser não humano, ou seja, demônios que geralmente se disfarçam em outras formas, inclusive a humana; a força de ambos aumentou, em Hermione eu tive de amplificar sua magia para que voltasse ao normal, mas os dois tem um tipo único de magia, uma mistura de magia humana com a demoníaca, provavelmente isso lhes dará vantagens inimagináveis sobre seus oponentes, os demais poderes vocês podem descobrir. -Em seguida ele sumiu sem deixar rastros, não demorou nem trinta segundos e Rony abriu aporta com cuidado, colocando cabeça para dentro do quarto, depois abriu com tudo fazendo grande barulho, seus olhos demonstravam surpresa.

_Hermione! -Falou Rony meio abobalhado, a amiga estava diferente, parecia ter crescido da noite para o dia, em todos os aspectos. _Você está bem? -Perguntou ainda abobalhado.

_Defina bem. -Falou Hermione sorrindo. _Estou melhor do que nunca. -Enquanto ela falava isso, não notou que Harry pegara a bandeja que trouxera e só foi notar ao senti-la tocar suas pernas. _Obrigado, estava morrendo de fome.

_Mas a medi-bruxa disse que você não deveria nem ao menos conseguir falar direito. Falou Rony se aproximando mais da amiga. _E disse que sua visão...

_Coisas inexplicáveis acontecem com a magia. -Falou Hermione brevemente, antes de tomar um suco de abóbora. _Deve ter sido algum sistema de segurança do meu corpo que me fez voltar ao normal, me lembro de ter lido algo parecido sobre isso. -Ela não mentira em ter lido algo parecido, vira em alguns livros de medicina bruxa pessoas que estavam em estado critico e de repente se curaram como se nunca houvesse se ferido.

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Aquele dia na Toca foi uma festa, os Gêmeos nem ao menos foram trabalhar, a notícia que Hermione estava completamente curada foi repassada para todos os membros importantes da ordem. A garota passou metade da tarde trancada em seu quarto sendo examinada por uma equipe de curandeiras da ordem. Estas ficaram surpresas em constatar que ela aparentava estar muito melhor do que antes, os reflexos estavam acima do normal, o coração batia normalmente e o furo no pulmão desaparecera, para falar a verdade eles notaram que a garota realmente parecia ter sido reconstruída por inteiro.

_Se alguém tiver a mesma saúde que você, pode ter certeza que não é normal. -Falou a Medi-bruxa antes de sair do quarto.

_Você não sabe o quanto. -Falou Hermione, que ficou quieta um pouco. Por recomendação ela deveria ficar na cama, pois o estado poderia ser passageiro, mas não ficaria ali parada, depois de um tempo quieta, começou a ouvir algo como sussurros e estranhou, olhou para os lados e não encontrou nada, nem mesmo Bichento ou Azaiel ou seja lá, como ele se chamava. Então se concentrou mais e ouviu a voz da Sra. Weasley, que demonstrava alívio e agradecia muito ao que parecia ser a medi-bruxa, esta por fim dava recomendações à matriarca Weasley. Em seguida, ela ouviu mais sussurros vindo do andar de cima, no quarto dos gêmeos, notou que eles estavam planejando uma nova brincadeira, ouviu a voz de Harry que parecia estar no quarto de Rony e este parecia estar comentando com o moreno o quanto ela estava bonita e mais algumas coisas que preferiu não ouvir, então tampou os ouvidos, respirou fundo e aos poucos os sussurros se foram. _Preciso tomar um ar. -Murmurou Hermione se levantando e foi até o banheiro onde lavou o rosto agradecendo mentalmente pelo quarto de Gina ser uma suíte. Voltou para o quarto e olhou para o malão pensando se seria uma boa idéia, depois de um tempo ela deu de ombros e o malão se abriu sozinho. _Ok, isso está estranho.

Ela suspirou e viu alguns livros dentro, então resolveu testar se aquilo não era somente magia involuntária pelo seu novo estado, então ela nem ao menos se concentrou e todos os livros saltaram para fora do malão, ela ergueu uma sobrancelha em sinal de curiosidade. Ergueu a mão direita e a girou no ar, os livros se separaram e formaram um círculo, em seguida começaram a girar como uma roda. Ela estava achando aquilo até que divertido, enquanto olhava para os livros estendeu a mão para o malão e algumas vestes saltaram para a cama e caíram perfeitamente arrumadas.

_Querida, eu estou entrando. -Falou a Sra. Weasley a porta, o que assustou Hermione. Ela fez um movimento rápido com a mão direita e os livros voltaram rapidamente para o malão. _Querida, não devia estar de pé.

_Eu estou bem. -Falou Hermione sem muita convicção. _Eu ia me trocar para dar uma volta no jardim.

_Então vá tomar um pouco de ar, os meninos estão lá em baixo. -Falou a matriarca, saindo do quarto em seguida.

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Hermione descia os degraus da Toca sem notar que os degraus que rangiam, não mais faziam isso. Ela ia em direção da cozinha quando notou alguém sentado na sala, reconheceu os cabelos negros e desalinhados de Harry e estranhou o fato dele estar ali quieto, aparentemente olhando para o vazio, ao invés de estar jogando quadribol ou fazendo outra coisa.

_Por que você está aqui sozinho? -Perguntou Hermione. O moreno não pareceu se assustar com a aproximação silenciosa dela.

_Estou pensando no que nós fizemos ontem. -Falou Harry. Então Hermione notou que aos pés do amigo estava a edição do Profeta Diário, as lembranças vieram em sua mente como facas, ela se sentou ao lado do moreno e lhe segurou a mão.

_Não foi culpa sua, nós não estávamos em pleno controle. -Falou Hermione mesmo que não tivesse tanta certeza do que dizia.

_Está enganada. -Falou Harry, seu tom era sombrio e um tanto quanto assustador. _Eu queria fazer aquilo, eu queria matá-los, fazê-los implorar, era isso que eles mereciam. Mas não estou pensando em mim, mas sim em você. -Falou Harry, agora olhando para ela. _Eu arrastei você para esse meio e tenho certeza que em meu caminho estará uma trilha de sangue, não por eu ter feito aquele pacto ou deixado de ser propriamente humano, eu já tinha decidido trilhar um caminho de sangue antes mesmo de aceitar o contrato, para falar a verdade eu intimamente já havia escolhido isso ao ver o corpo de Sirius desaparecer no Véu. Eu quis matar e torturar Bellatrix, mas então eu me fechei dentro de mim mesmo, me apeguei às palavras ingratas de Dumbledore, de que o amor me salvaria, tentei fazer disso verdade, tentei ver o lado bom, mas conforme o tempo passou, eu não consegui mais me apoiar naquelas palavras, o amor não me salvará de Voldemort, no ministério pode ter ajudado, o amor me ajudou muito, me deu forças, mas...

_Foi o desejo de vingança que fez superar a dor. -Terminou Hermione olhando para o teto, ela sabia o que o amigo queria dizer, apesar de nunca ter sentido algo como ele sentiu. _Você não me arrastou para nenhum caminho, no momento em que nos metemos em encrencas pela primeira vez, eu soube que ficar ao seu lado não seria fácil. Claro que nem em meus mais fortes devaneios imaginei que Voldemort retornaria, mas sabia que há vários como ele. Qualquer um deles iria querer você, o único que não caíra perante o Lorde das Trevas o único que sobrevivera a mais mortal das maldições. Eu soube que seu caminho seria árduo e eu quis te seguir, queria ver você trilhando esse caminho, queria estar presente, mas depois de um tempo eu abandonei algumas partes disso, eu não queria mais só estar presente, eu queria mais, não só ver como ajudar! Inclusive tenho certeza de que se você tivesse mais tempo, poderia ter recusado o contrato, poderia ter se tornado grande, o bruxo mais poderoso de todos os tempos. -Ela fez uma pausa, seu tom era calmo. _No momento em que você empurrou Rony atrás de mim no primeiro ano, a partir do momento em que lutou com um trasgo, eu soube que o seu destino é a grandeza.

_Mesmo assim eu quis machucar, quis que eles sentissem medo, mas você...

_Eu quis tanto quanto você. –Confessou Hermione. Harry a olhou surpreso. _Por quase sete anos eu vi você carregar um fardo maior do que podia carregar e, mesmo assim, ninguém poderia ajudar. Vi você sofrer sem eu poder fazer nada, eu me senti impotente, senti raiva de mim mesma, senti ódio dos comensais, de Voldemort. No quinto ano você perdeu Sirius, quando eu acordei na enfermaria e soube eu experimentei pela primeira vez o ódio o mais puro, não aquele infantil que eu sentia só de te observar, mas o mais forte. Eu quis ir atrás de Bellatrix, quis ir atrás de Lucius Malfoy, quis que eles sofressem pelo simples fato de te fazer sofrer. -Ela suspirou, nunca dissera nada a ninguém. _No momento em que eu soube de Azaiel, no momento que eu soube que não poderia nem ao menos tentar ajudar, eu não pude ficar parada.

_Eu sinto muito. -Falou Harry mais uma vez, mas não tinha nenhum tom sombrio nem triste em sua voz. _Confesso que me sinto bem por você ter me seguido, mas...

_Sem mais. -Falou Hermione sorrindo. _Vamos deixar esse assunto para lá, eu escolhi esse caminho e pronto, não adianta pensar mais nisso. -Ela viu o sorriso que o moreno abriu. _Adivinha! Eu descobri dois poderes.

_Quais? -Perguntou Harry interessado.

_Se concentre, respire fundo e tente ouvir o que Rony está falando. -Falou Hermione vendo o moreno fechar os olhos por um segundo.

Harry fechou os olhos ao ouvir o que a amiga falou e os abriu de novo, rapidamente. De repente ele conseguia ouvir os pássaros, ao longe os passos apreçados nos andares acima, provavelmente da matriarca Weasley arrumando a casa, ouviu vozes maliciosas planejando uma brincadeira e então ouviu o que parecia ser um resmungo, era Rony e estava reclamando a sua demora, então por fim tudo se silenciou.

_Nossos sentidos foram aparentemente ampliados. -Falou Hermione em tom pensativo. _Mas para não sofrermos com eles, nós conseguimos controlar de certa forma, não creio que seja 100%, mas o suficiente. Provavelmente conseguiríamos ouvir até mesmo as batidas do coração dos pássaros lá fora se assim quisermos.

_Estou feliz por poder controlar isso. -Falou Harry. _Afinal, tem coisas que eu realmente não preciso ouvir.

_Como o que o Rony falou enquanto vocês conversavam no quarto dele? -Perguntou Hermione em tom casual. Harry a olhou surpreso. _Não ouvi tudo. -Acrescentou rapidamente.

_Ainda bem. -Falou Harry a fazendo ficar levemente curiosa.

_Há outro. -Falou rapidamente a garota, tentando desviar seus pensamentos do que exatamente os amigos conversaram. _Veja. -Ela olhou para o jornal que ainda estava aos pés do amigo e este começou a flutuar. _Aparentemente telecinese, a capacidade de mover objetos com a mente. -Falou depois de um tempo, pegando o jornal ainda no ar. _Tente. -Harry olhou fixamente para o jornal e este se mexeu um pouco, por fim de repente ele disparou para o alto, batendo com força no teto. _Você precisa de prática.

_Eu simplesmente pensei que precisava colocar tanta força quanto se faz fisicamente. -Falou Harry vendo que o poder da mente era realmente forte.

_Quando partiremos? -Perguntou Hermione depois de um tempo em que vira Harry ficar quieto.

_Hoje, ao anoitecer. -Falou o moreno. _Eu consegui esconder a mochila no quarto de Rony, o arco ainda está lá, nós temos que aparatar para Paris, algumas coisas nossas ainda estão lá e nossas diárias ainda estão contando no hotel, depois temos de voltar para o Golden Hotel.

_Pelo tempo que a poção ficou lá, provavelmente nem em quinhentos anos o ministério ou qualquer um poderá saber que alguém fez magia ali. -Falou Hermione e viu Harry se levantar, se levantando com ele. Só então os dois perceberam que suas mãos ainda estavam unidas, elas as separaram rapidamente, um olhando para o lado oposto do outro.

_Eu tenho de desgnomizar os jardins junto com o Rony, ele já deve estar soltando fogo pelas ventas. -Falou Harry em tom vago.

_Eu vou com você. -Falou Hermione.

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_Cara, esse foi longe. -Falou Rony, orgulhoso por conseguir arremessar um Gnomo para além de vinte metros, nos jardins da Toca. _Faz igual. -Desafiou o ruivo. Harry, que já o estava ajudando a cerca de meia hora ou mais, pegou distraidamente um Gnomo no chão e começou a girá-lo, olhou de relance para um canto onde Hermione lia um livro pesado e depois que se cansou de girar o Gnomo, o soltou. Este foi ganhando altitude e distância rapidamente até que quase desapareceu da vista dele e de Rony, caindo a mais de cinqüenta metros. _Cara, essa só pode ter sido sorte. -Falou Rony.

Harry olhou para as mãos, sabia que não era sorte. Ele estava distraído e usou um pouco de força a mais para tacar o pobre gnomo, olhou de relance para Hermione que também o observava, tivera sorte de ainda estar distraído, provavelmente poderia ter tacado o gnomo mais longe que aquilo. Ele procurou se concentrar mais para não cometer a mesma falha que antes e agora todos os seus gnomos não passavam dos vinte metros, fazendo Rony se gabar e dizer que o primeiro que o moreno lançara foi por pura sorte.

_Vamos embora ao anoitecer. -Falou Harry como se lembrasse de algo importante, o ruivo o observou. _Vamos para Paris e depois de volta para Londres, ficamos mais tempo fora do que imaginamos, temos de voltar antes que desconfiem e resolvam abrir o apartamento.

_Queria me despedir dessa vez. -Falou Rony em tom triste.

_Vá lá dentro e avise sua mãe, diga para ela não falar para a ordem, eles porão vigias no nosso encalço, eles poderiam nos seguir até Paris e até o Hotel já que não poderemos aparatar dentro do apartamento. Fale para ela que se ela contar, aqui será o último lugar que viremos se precisarmos de ajuda e, se ela falar que você a está ameaçando, diga que fui eu quem falou isso.

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Eram por volta de seis e dez da tarde, o céu já estava ficando escuro, a Senhora Weasley chorava no ombro de seu marido, mas logo o soltou para abraçar os três jovens que acabavam de descer as escadas. Fred e Jorge estavam em um canto, quietos, e quando viram a mãe soltar a Harry, logo puxaram o moreno para o canto.

_Não sabemos o que vocês estarão fazendo. -Falou Fred.

_Mas queremos que vocês levem isso. -Completou Jorge, entregando uma maleta preta.

_Aqui dentro estão artigos altamente perigosos das Gemialidades Weasleys. -Falou Fred.

_Produtos que nem mesmo nós poríamos a venda. -Falou Jorge. _A maleta é magicamente ampliada, cada produto está catalogado e tem as anotações de como reproduzi-los.

_Tomem cuidado. -Falou Fred. _E se fizerem mamãe chorar por vocês se ferirem ou pior...

_Nós matamos vocês. -Falaram os gêmeos ao mesmo tempo e bem sérios, o que era um tanto estranho. _Confiamos em vocês.

_Obrigado. -Falou Harry em tom sério . _Isso será útil, acredite, e não se preocupe, nós vamos nos cuidar melhor e se quiserem saber como estaremos agindo, é só lerem os jornais. -Quando ele disse aquilo soube que os Gêmeos não tinham esse costume, mas o fariam.

_Em que partes dos Jornais? -Perguntaram os Gêmeos ao mesmo tempo.

_Os Obituários. -Respondeu o moreno em tom baixo e frio, os gêmeos se arrepiaram e em seguida ele deu as costas, foi até seus amigos, recebeu mais um abraço da senhora Weasley e uma recomendação de cuidado do Sr. Weasley.

_Cuide do Rony. -Falou o Sr. Weasley. _E não morram. -Ao ouvir aquilo a matriarca chorou mais ainda, se apoiando mais uma vez no marido. Os três jovens se olharam, sabiam que nada poderia ser dito naquele momento, então três leves estalos e eles desapareceram deixando a toca para trás. _Eles vão ficar bem Molly.

_Eles são tão jovens. -Falou Molly ainda entre soluços. _Não deveriam ir atrás do perigo, deviam estudar e arrumar empregos, deviam não se preocupar com isso.

_Eu me orgulho deles pelo fato de não ficarem parados. -Falou Artur. _Não importa onde eles estejam ou estariam, a guerra iria alcançá-los e eu não quero que eles fiquem esperando como nós ficamos. Nunca me esquecerei de Brian. -Fred e Jorge que ouviram aquilo ficaram apreensivos, Brian, segundo seus pais, fora o sobrinho mais novo dos Wealey’s, filho de um dos irmãos de Artur, tinha apenas dois anos quando fora torturado e morto por comensais, só sabiam disso, pois seu pai lhes contou orgulhoso como seu irmão acabou com os comensais que fizeram aquilo. _Dessa vez a nova geração está pronta Molly, e eles não ficarão parados enquanto o mundo cai a sua volta.

_Eles não serão como nós. -Falou Molly parando de chorar aos poucos.

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O dono do pequeno Hotel em Paris ficou surpreso em ver seus três hospedes que haviam desaparecido por um curto período de tempo, chegou a pensar que eles tiveram algo a ver com a tentativa de assalto no Louvre, mas descartou a idéia ao ver a imagem dos assaltantes na TV, eram pessoas que ele nunca tinha visto na vida. Os jovens pagaram as diárias e deram até dinheiro a mais e saíram sem chamarem um Táxi. Um deles deixara uma camisa horrorosamente rocha berrante com bolinhas verdes cair, o atendente pegara a peça de roupa e correra para fora, afinal eles ainda deviam estar ali tentando pegar um táxi, mas quando saiu não os encontrou.

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_Olá senhor Potter. -Falou Robert, que estava no Hall de entrada do Golden Hotel. _Algum imprevisto?

_Muitos, Robert. -Falou Harry em tom amigável, ele notou certa movimentação e alteração de voz na recepção. _O que está havendo aqui?

_O Prefeito de Londres vai ter que se hospedar aqui por uns dois meses, pois sua casa sofreu um ataque terrorista. -Falou Robert. _Deu em todos os jornais, tentaram invadir a mansão e explodiram bombas no jardim e algumas dentro da casa.

_Interessante. -Falou Harry. _Fiquei longe de lugares com mídia durante esse tempo. -Explicou rapidamente.

_O mais estranho de tudo é que nenhum terrorista foi achado e nenhum rastro de bomba foi encontrado, parece que eles sumiram no ar. -Falou Robert estranhamente. _Pra mim isso é coisa de bruxos, isso sim.

_Você acredita em bruxos? -Perguntou Hermione interessada, o homem se mexeu incomodado.

_ Foi só uma maneira de falar senhorita. -Disse Robert evasivo. _Bom, tenho de ir ao serviço. -Disse rapidamente, pois uma campainha tocou, ele correu até o balcão e pegou algumas malas do chão, outro carregador pegou o restante e os dois subiram pelo elevador de funcionários, enquanto isso Harry, Rony e Hermione subiam pelo elevador principal.

_Segurem o elevador, por favor. -Alguém pediu, uma voz jovem, Harry segurou a porta do elevador impedindo que ela se fechasse, mas logo se arrependeu mortalmente por ter feito aquilo, ali estava a garota um palmo mais baixo que ele, loira e muito bonita. Cindy Smithers exibia um sorriso pequeno nos lábios que só aumentou ao vê-lo, sem ligar para os dois acompanhantes do rapaz.

_Harry, que surpresa boa! -Falou Cindy, em seguida entraram dois adultos no elevador. Um homem alto, magro, cabelos bem alinhados de cor loiro escuro, a pele branca, mas não tanto quanto a da mulher ao seu lado, que parecia a copia fiel de Cindy, somente alguns anos mais velha, no entanto se olhasse atentamente notaria que os olhos dela não eram tão claros e os cabelos levemente mais escuros. Ela olhava para os jovens com interesse e era muito bonita.

_Conhece eles querida? -Perguntou a mulher, logo depois de apertar o botão do penúltimo andar, logo abaixo da cobertura.

_ Harry estudou comigo no primário. -Falou Cindy em um tom de boa garota que fez Hermione ter nojo, principalmente pelos olhares maliciosos que ela lançava a Harry, que parecia alheio a tudo. _Creio que já sabe o que aconteceu com minha casa.

_Eu fiquei sabendo agora a pouco. -Falou Harry em tom neutro, seu porte e olhar lembravam o de alguém que era acostumado a viver no mundo dos negócios, o que atraiu a atenção do homem que parecia ser o pai de Cindy, ou seja, o prefeito. _Estive fora do país a negócios e não pude acompanhar as notícias com tanta freqüência.

_Você não é muito jovem para administrar negócios? -Perguntou o Prefeito em tom calmo e sério. Olhando atentamente o moreno, se lembrou de um menino baixinho de roupas muito largas, que parecia viver de favor com os tios... realmente aquele rapaz ali uma vez fora aquele menino.

_Quando eu completei dezessete anos tive que assumir a herança de meus pais, que até o momento estava sob responsabilidade de administradores designados. -Falou Harry calmamente, não sabia tanto assim sobre os negócios dos Black, mas sabia que eles tiveram empresas no mundo bruxo que ainda continuavam funcionando.

_Seu nome é Harry Potter, não é? -Perguntou o prefeito, levemente interessado, e viu o aceno afirmativo do rapaz. _Nunca ouvi falar de um Potter no mundo dos negócios.

_A família de meu pai era reservada não gostava de aparecer muito em público. -Falou Harry dando a entender que era discreto e reservado. _E o nome dos Potter não é muito pronunciado a mais de quinze anos. _Está no penúltimo andar? -Perguntou mudando de assunto.

_Sim. -Falou a mulher estranhando os três jovens não descerem ainda do elevador. _A cobertura parece que estará ocupada por uns seis meses.

_Eu fico pensando em quem reserva um quarto de hotel para tanto tempo. -Resmungou o prefeito. Harry sorri divertido e olha para os amigos, viu Rony que parecia estar se divertindo em andar de elevador, coisa que o moreno não entendia, também olhou para Hermione que parecia não gostar da companhia.

_Não vai descer Harry? -Perguntou Cindy um pouco antes de o elevador sair do antepenúltimo andar. O moreno apenas sorriu, não demorou muito e o elevador parou no penúltimo andar, o prefeito e sua esposa desceram seguidos de uma Cindy hesitante, os três viram quando o moreno apertou o botão da cobertura e ficaram chocados por ele estar acima deles.

_Até mais Cindy. -Falou Hermione em tom provocativo, antes das portas se fecharem.

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Três Horas se passaram desde que Harry, Hermione e Rony entraram na cobertura, o ambiente estava repleto de fumaça, que logo foi varrida com um aceno de varinha, que Harry fez. Eles haviam esperado para ver se alguma coruja aparecia ou algum auror, mas não houve nada, ou seja, a poção funcionara perfeitamente. Depois disso os três se empenharam em ler os livros que tinham para ver se encontravam algo que pudesse destruir a Horcrux, que não fora tocada desde que Hermione fora controlada por ele, ou seja, ainda estava na mochila.

_Desisto. -Falou Rony que parecia chateado com o livro grosso que estava em seu colo. _Não tenho paciência para ler tudo isso. -Ele olhou para Harry com interesse. _Como você destruiu o diário?

_Presa repleta de veneno de basilísco. -Falou Harry em som normal. _Talvez algo tão forte quanto o veneno de basilísco possa destruir, mas não queria danificar o arco.

_E por que não usa a maldição da morte? -Perguntou Hermione depois deles terem ficado quase cinco minutos calados. _Vejam bem, nós estamos tentando destruir o pedaço de uma alma, podemos fazer isso destruindo seu recipiente, mas não queremos fazer isso, então usaremos a maldição da morte que matará tudo que é vivo, inclusive o pedaço de uma alma.

_Podemos tentar. -Falou Rony já animado com um fim para aquilo. _E o feitiço que o cara de cobra colocou no arco?

_Provavelmente será destruído com o pedaço da alma dele. -Falou Harry. _O feitiço deve estar sendo sustentado pelo pedaço da alma. -Ele olhou para o teto distraidamente pensado no que fazer. _Traga o arco, vamos tentar. -Falou Harry. Logo Rony trouxera a mochila, antes mesmo de ela abri-la, Harry e Hermione sentiram a presença maligna da alma de Voldemort, por alguma razão sentiram asco, era como se aquilo fosse nojento. O ruivo pegou o arco ainda enrolado na capa de invisibilidade, em seguida com um movimento rápido o deixou cair no chão, o som foi abafado pelo tapete.

_Quem vai lançar o feitiço? -Perguntou Rony.

_Tem de ser alguém que realmente deseja matar Voldemort ou o pedaço de sua alma. -Falou Hermione. Ela e o ruivo olharam para Harry, que já tirava a varinha de seu bolso. Os dois se afastaram enquanto o moreno ficou a menos de dois passos do arco, um frio sinistro passou pela espinha dos dois amigos que observavam, antes mesmo do moreno recitar as duas palavras malditas.

_Avada Kedevra. -Harry não se assustou com o tom sem vida de sua voz, ele queria matar aquele pedaço de alma, queria que Voldemort sentisse isso, era um desejo que vinha do fundo da alma. Um clarão forte, o apartamento pareceu tremer com força, então quando o clarão passou, um fiapo de fumaça negra saiu do arco, que estava intacto. A fumaça não subiu ficando constante no local, então olhos vermelhos apareceram dentro da fumaça por alguns instantes, antes de um grito de ódio e agonia encher o apartamento, a voz de Voldemort ecoou por todos os cantos. Harry sentiu uma dor imensa em sua cicatriz e se curvou levemente para frente, fechando por alguns segundos os olhos, e pôde jurar ver o rosto branco perolado de Voldemort em sua mente, então por fim desmaiou.

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O urro de dor de Voldemort encheu sua fortaleza, um urro de agonia que nenhum comensal ouvira de seu lorde, era como se uma besta saísse do inferno, então, por fim, cessou. Voldemort estava arfando em seu trono, a sala escura ao ser redor parecia se mexer, seus olhos vermelhos expressavam dor e medo, um medo imenso da morte, ele se julgara imortal, mais uma vez algo se mexeu, só que no chão, duas figuras se mexendo ou melhor, tremendo incontrolavelmente.

_MALDITO. -Urrou o lorde negro, sua voz ecoou pelos corredores de seu quartel general, o urro de fúria era pior do que o de dor, ele levantou os olhos mirando as duas figuras no chão, uma parecia estar sem braço. _RABICHO. -Não precisou nem de três segundos, pois o comensal baixo e de olhos aquosos já estava dentro da sala, a pouca luz que entrou naquele local o fez tremer pelo estado lamentável de Bellatrix e Lucius, mas não concentrou seu olhar neles por muito tempo. _Leve esses malditos daqui antes que eu resolva matá-los. Eu não quero ninguém aqui ou eu juro que arrancarei sua pele fio por fio. -Rabicho fez uma reverência exagerada, quase perdendo o equilíbrio, não ousara falar nada. Fez um aceno com a varinha, que estava sendo segurada com uma mão prateada, os corpos de Lestrange e Malfoy flutuaram e logo os três deixaram a sala. A escuridão reinou quase que por completo, nenhum humano comum conseguiria enxergar muito além de um palmo, mas Lorde Voldemort não era mais um humano, ele se alto denominava um ser superior, um imortal, um deus.

_Vejo que destruíram uma Horcrux. -Falou uma voz arrastada e sem vinda vindo das sombras. O Lorde negro olhou para a esquerda, era como se ele tivesse visão noturna, mas a cor predominante era vermelha. Ele viu um homem alto de cabelos escuros e olhos extremamente claros e vestes estranhas.

_Galahad. -Murmurou o mestre negro em tom de desagrado.

_Nossa que recepção. -Falou o ser andando pela sala sem se importar que Voldemort o acompanhasse com os olhos. _Faz anos que não nos vemos e você recebe um velho amigo desse jeito.

_A última vez que eu te vi, foi um dia antes que eu tentasse matar o Potter. -Falou o lorde negro. _Você sabia o que ia acontecer. -O tom friamente acusatório do lorde não afetou nem um pouco Galahad.

_Sim, sabia tanto que lhe avisei para mandar outro fazer o trabalho. -Disse Galahad ainda andando pela sala. _Mas o todo poderoso lorde das trevas queria fazer com suas próprias mãos, você pagou caro por não ouvir aquele que lhe deu o segredo da imortalidade.

_O queres aqui? -Perguntou Voldemort.

_Fiquei sabendo que forças maiores entraram na guerra. -Falou Galahad. _Esse novo grupo que se instalou ainda parece ser pequeno, mas creio que crescerá, a guerra será mais divertida, meus irmãos estão ansiosos por sangue humano. -Galahad pareceu se esquecer por um momento de Voldemort. _Você sabe o que significa Ragnarok?

_Uma profecia nórdica que prevê o apocalipse. -Falou Voldemort como se aquilo fosse óbvio. _Os trouxas acreditariam nisso, mas eu não.

_A palavra Ragnarok é mais antiga do que você possa imaginar, veio de tempos em que eu ainda caminhava entre os deuses, tal palavra significava “O Crepúsculo dos Imortais”, isso quer dizer a morte dos imortais. Esse grupo veio com um nome poderoso e com tal nome declarou guerra não só a você, mas a todos que se julgam imortais e entrarem no caminho deles. -O tom que demonstrava uma felicidade macabra saía dos lábios do homem contente. _Deuses, Demônios, Amaldiçoados, Espectros e Bestas, todos sabem desse significado, todos se encontram nessa mira, uma guerra nunca antes vista está para surgir, o sangue há de manchar o solo e um novo fim há de vir para esse mundo.

_E eu reerguerei um novo começo das ruínas decadentes e do solo sangrento, eu reerguerei tudo perante meu nome e farei todos se curvarem. -Falou Voldemort em tom maníaco.

_Vim lhe oferecer meus serviços mais uma vez. -Falou Galahad. _Um pedaço de sua alma já era. Eu proponho um negócio.

_Negócio? -Perguntou o Lorde.

_Sim. Eu deixarei quatro... -O ser ficou quieto por um instante e um sorriso maior surgiu em seus lábios. _Quer dizer, três de meus irmãos aqui, protegendo o restante de sua alma...

_Existem mais seis pedaços. -Se indignou o lorde.

_Você só sentiu a perda dessa última Horcrux, por que o ser que a destruiu queria que você soubesse que ele estava chegando. -Falou Galahad. _O diário, o anel e o Arco estão destruídos, agora falta o Medalhão que foi roubado e está desaparecido, sua cobra de estimação, Nagini, e você sabe qual é sua última Horcrux, além de você mesmo. -Os olhos de Voldemort demonstravam perplexidade, não sentira a perda de seus pedaços. _Vamos aos negócios, em troca dessa proteção eu quero a alma de alguém que lhe jurou lealdade.

_Alguém específico, ou pode ser qualquer um? -Perguntou Voldemort com desinteresse.

_Eu quero a alma de Draco Malfoy. -Disse Galahad, a voz dele ecoou pelas paredes, o silêncio se instalou como se o lorde pensasse no negócio, até que um sorriso frio nasceu em seus lábios finos deformando mais ainda seu rosto ofídico.

_Ele é seu.

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N/A: Boa leitura e desculpem a demora aconteceu algumas coisinhas aqui....t+

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Comentários (1)

  • rosana franco

    A alma do Draco cara o Lorde realmente nem pergunta se o coitado quer?Bom mas é ele quem manda então seja feita a sua vontade.Qd ele vão se lembrar de novo de RAB e do medalhão?Vamos la qual é a ultima Horcrux?Não é o Harry né?Se eu fosse a Cindy não brincava com a sorte.Achei super legal os dois HH com poderes juntos eles são demais,e por favor junta logo eles se bem que acho que o Rony vai se afastar qd isso acontecer.

    2011-03-24
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