Uma flor para outra flor.
Lily entrou no quarto já com as mãos sobre o rosto e chorando descontroladamente. “Potter, você é um mentiroso de uma figa! Um cara de pau de pior qualidade, isso sim!”. Ela pensava depressa. “‘Eu gosto de você, Lily! Quer sair comigo, Meu Anjo Ruivo? Aceita logo, ruivinha, eu sei que você quer!’. Ele é mesmo uma pessoa sem sentimentos! Viu o que poderia ter acontecido se eu acreditasse nele? Ele acabou de admitir que eu não passo de boneca para a estante dele...”. Lílian fitava o teto com extrema tristeza. Ela nunca admitiu gostar do James. Até porque, ela realmente não estava caída por ele. Sim, ele era um homem lindo e claro, ele tinha um sorriso de dar dó pelo Amos Diggory, mas ela sentia por ele uma raiva imensa por tudo que tinha dito. Até onde ela sabia, tudo que acontecia era que ela realmente gostava de ser o centro das atenções. Ela facilmente conseguiria sobreviver sem ele... Ou será que não? Bastou ele dizer que não queria ela, que ela passou a querê-lo. OH NÃO! “Estou mesmo gostando do James Potter. Nunca passaria uma semana sem ele sem chorar ou sentir falta” Ela admitiu para si própria. Neste momento, suas amigas entraram com pressa.
– Oh, Lily! Aposto que ele não quis dizer nada daquilo! – consolou Marlene.
– E quem disse que eu fiquei triste por aquele ser?
– Lily, está mais que obvio para nós, que somos suas amigas diga-se de passagem, que você está afim dele. – disse, com razão, Hannah.
– Ótimo... Já me tirou o trabalho de ter que admitir...
As meninas encararam a ruiva muito surpresas.
– Lily! Você está apaixonada pelo James? – perguntou Rafa.
– Na verdade sim, eu estou.
– Mas... O que você vai fazer agora?
– Tentar voltar com o Amos, horas...
– Com o AMOS? – perguntaram as três.
– Claro! Foi culpa do Potter que nós terminamos mesmo...
– Mas você não disse que gostava do James agora mesmo? – perguntou Hannah muito confusa. Marlene já tinha entendido tudo.
– Lily, Lily... Vai usar os ciúmes, né? – Lily corou como os cabelos.
– Lily! Que genial! – elogiou Hannah.
– Achava que eu ia realmente cair nas garras dele assim? Pra ele me largar como acabou de admitir que faria? Vou falar com o Amos agora mesmo! – Lílian se levantou rapidamente e foi atrás do Ex.
***
James entrou no dormitório pisando forte. Ele era mesmo um idiota completo. Tudo que ele já tinha andado com a Lily tinha escorrido pelos seus dedos. Tinha voltado à estaca zero de novo. E agora, o que fazer? Ficou um tempo pensando em tudo que já tinha acontecido. Pensou em como eles se xingavam no começo. Depois como ele percebeu que ela era linda e começou a chamá-la para sair. E mais depois, como ela ficou com uma cara esquisita quando, depois de receber um “não”, ele havia pedido para sair, então, com Hannah, sua amiga. Também quando ela ficou super vermelha ao cair no sono no colo dele no salão comunal. Será que ela sentiria sua falta se ele parasse de chamá-la para sair como ela tanto pedia? Já não sabia responder. Sua alto-estima era menor que um feijãozinho neste momento. Estava tão perdido em pensamento que não viu seus amigos entrando no quarto.
– Veado? – quem será?
– James? – perguntou Remus.
– ‘Ontas! – gritou Peter, ainda comendo uma coxa de galinha.
– Que é...? – ele abriu o cortinado.
– Porque disse aquilo, teu burro?
– Porque, Sirius, você me colocou numa saia justa!
– Mas você podia ter se declarado, horas!
James se mexeu perturbado.
– Você quer ajuda, cara?
– Não, eu cuido disso sozinho.
– Ok... Bem, o Rabicho reclamou que ainda está com fome então, eu vou com ele na cozinha, ta?
– Claro... – respondeu Pontas, ainda bastante bravo. Remus ficou no quarto.
– Não é o fim do mundo, James...
– Não? Então o que é?
– Olha, você pode consertar isso! Apenas admita para Lily que ama ela de verdade!
– EU NUNCA DISSE ISSO!
– HORA! SE ESTÁ ASSIM, NÃO PRECISA NEM ABRIR A BOCA! – respondeu Remus no mesmo tom fazendo James resmungar algo inteligível.
– Escuta, Pontas. Tudo que tem que fazer é levar ela para um lugar especial para você e contar o que sente.
– Falando assim até parece fácil...
– Mas é fácil! – mentiiiiira – Eu garanto que ela vai acreditar... Ela pode estar com medo cara! Por isso não admite que gosta de você!
– Quem te garante que ela gosta de mim?
– Bem... Isso já está mais que obvio...
– Mas porque ela tem medo? Medo do que?
– Hora James! Use sua cabeça! Coloque o Tico e o Téco para funcionar aí na sua cachola! Pense com seus botões!
– ... Siim...?
– Do que você mesmo disse agora! De você não amar ela e acabar largando ela depois de dois dias no máximo!
– Mas eu não vou fazer isso!
– ENTÃO CONTA PARA ELA! – gritou Remus, já de saco cheio da burrice do amigo.
– Remus, – disse James depois de uns segundos pensando – você é gay?
– MERLIM, MAS É CLARO QUE NÃO!
– Desculpe... É só que você entende muito disso...
– Não é tão difícil assim entender. Fazer é mais complicado.
– Ixx.. Então eu to ferrado! – James riu. Remus se levantou com um sorriso e saiu do quarto. Pontas esqueceu que ainda tinha o fone de ouvido quando começou a escutar uma doce voz de mulher cantando:
“It must have been love but it’s over now
It must have been good but I lost it somehow
(Provavelmente era amor, mas agora já acabou
Provavelmente era bom, mas eu perdi de algum jeito)”
James balançou a cabeça como uma tentativa de espantar a musica e, automaticamente, ela foi substituída por outra. Uma que poderia até ajudá-lo mais tarde. Uma voz de homem, bem parecida com a do próprio maroto, disse: Nx zero – Razões e Emoções.
“Dizer, o que eu posso dizer
Se estou cantando agora pra você ouvir com outra
pessoa
É que às vezes acho que não sou o melhor pra você
Mas às vezes acho que poderíamos ser
O melhor pra nós dois
Só quero que saiba
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois, não importa
Por você posso esperar
Sentir, o que posso sentir
Se em um segundo tudo acabar não vou ter como fugir
É que às vezes acho que não sou o melhor pra você
Mas às vezes acho que poderíamos ser
O melhor pra nós dois
Só quero que saiba
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar, posso esperar...
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar, posso esperar
Posso esperar, posso esperar...”
***
– Amos! Ei, AMOS!
– Lily! Ah, oi!
– Amos, precisamos conversar. – Lily caprichava na cara de desesperada. Sentia até um pouco de pena do Diggory.
– É claro, Lily – disse entrando numa sala vazia – o que foi? Eu posso ajudar?
– Na verdade, pode! Amos, me desculpe por beijar o Potter durante o nosso namoro! Eu juro que não fui eu que o beijei, de verdade! Ele é obcecado por mim, ou sei lá, e vive me encurralando nos corredores, mas agora sei que não irá mais acontecer, eu juro! Já resolvi esse problema! – terminando e já quase sem ar, foi se aproximando do ex até falar bem baixinho em seu ouvido – Você me perdoa?
– E-eu... L-Lily... N-não sei o q-que dizer! Eu...
– Diz que sim... – ela falou acariciando seus cabelos e com a voz rouca. – Por favor...?
Amos Diggory sorriu o canto dos lábios e a beijou. Ele pode senti-la sorrindo também entre o beijo, mas com certeza não era pela razão que ele pensava. Ela estava feliz em comprovar que, definitivamente, James beijava muuuuito melhor. Também estava contente por colocar seu plano em prática. Beijou Diggory mais um pouco e subiu para o dormitório. Hannah e Rafa já se preparavam para dormir.
– Gente! Uhuuul! Tem alguém em casa? – Lily chamava felizmente ao entrar no quarto.
– Nossa! Que felicidade! Conseguiu o Amos?
– Mas é claro!
– Convencida! Agora me da licença que eu tenho um encontro... – comentou Marlene.
– Encontro? – Virou-se Lily – Com quem?
– Com o Sirius! – disse Rafa rindo.
– Poxa! Eu ia fazer suspense! – riu Lene.
– Bem, divirta-se! – desejou Hannah, que já se deitava.
– E, divirta-se! – acompanhou Lily.
– Quebre uma perna! – gritou Rafa. Só quando a amiga já tinha saído de vista, ela adicionou – de verdade!
A piadinha provocou risada nas outras meninas. Todas foram dormir contentes. Até Lene que, Lily percebeu, só chegou depois de uma e meia da manhã.
***
James se levantou e se espreguiçou. Já sorrindo, se levantou e se dirigiu ao banheiro. Depois, desceu e sentou-se no sofá do salão. Só então, percebeu que ainda eram nove horas da manhã. Mesmo assim, continuou lá. Quem sabe a Lily não aparecia mais cedo hoje? Ele pretendia filar aula para mostrar para Lily o único lugar que, se ele tivesse tido a opção, não teria contado para os marotos. Um lugar que ele “cultivou” (ao pé da letra) como todo o carinho. Como se tivesse lido sua mente, Lily apareceu descendo as escadas.
– Bom dia, meu lírio!
– Evans, Potter. E-V-A-N-S!
– Ok, Lily..
– Arg... Você vai ficar aqui?
– Não...
– Ótimo, então eu vou.
– Não, você não vai...
– Quem é você para me dizer se vou ou não, Potter?
– Lily, – de repente, o maroto pareceu estranhamente sério e encarou a menina – posso te pedir um favor?
– Não.
– Se você deixar eu te levar para um lugar, eu nunca, NUNCA mais apareço dentro do seu raio de visão, se você quiser. Eu juro. – ele disse ignorando o olhar da ruiva.
– Se eu não for morrer nesse lugar nem ficar cega...
James sorriu. Pegou a menina pela mão e saiu carregando-a.
– E a gente vai para onde, posso saber?
– É surpresa! – e com estas palavras, ele lançou um feitiço para cobrir os olhos de Lily.
– Potter, tire isso já!
– Já estamos chegando! – James checou o mapa do maroto e virou para a direita. Depois para a esquerda e para a direita de novo. Deu de cara com um quadro. – Espera aí, Lily...
O quadro mostrava um casal de bruxos de antigamente na frente de um grande terreno gramado. James sussurrou no ouvido do homem da pintura algo que fez o quadro se mover para o lado, deixando a mostra uma longa escada para cima. Pontas puxou Lily devagar até em cima e , quando chegaram, tirou o pano em seus olhos.
– Seja bem vinda ao meu jardim secreto, meu anjo!
– P-Potter! Isso é... É lindo!
Estavam agora no terraço de uma torre não muito alta do castelo. Para todos os lados que Lily olhava, tinham grandes quantidades de flores de todos os tipos, inclusive da rosa que James a havia mandado. Havia também flores com usos medicinais e pequenas arvores do lado de também pequenos arbustos. A ruiva estava maravilhada. Nunca na vida ela tinha visto algo tão lindo. Atrás dela, James sorria orgulhoso. Quando lily estava quase virando para James para perguntar o porque dele ter trazido ela ali, uma musica começou a tocar.
“Dizer, o que eu posso dizer
Se estou cantando agora pra você ouvir com outra
pessoa
É que às vezes acho que não sou o melhor pra você
Mas às vezes acho que poderíamos ser
O melhor pra nós dois
Só quero que saiba
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois, não importa
Por você posso esperar
Sentir, o que posso sentir
Se em um segundo tudo acabar não vou ter como fugir
É que às vezes acho que não sou o melhor pra você
Mas às vezes acho que poderíamos ser
O melhor pra nós dois
Só quero que saiba
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar, posso esperar...
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar
Entre razões e emoções a saída
É fazer valer a pena
Se não agora depois não importa
Por você posso esperar, posso esperar
Posso esperar, posso esperar...”
Era uma espécie de Pop Rock, mas que combinava, de certa forma, com o jardim. James virou para ela com um olhar bastante expressivo.
– Preste atenção na letra, Lily. Pensei em te escrever uma musica, quando descobri esta daí... Acho que ela diz tudo o que eu queria dizer.
Quando a musica acabou, Lily se virou para James. O mesmo se encontrava ajoelhado no chão. Ele pegou sua mão gentilmente e disse.
– Lílian Evans, eu te amo.
Os segundos de silêncio que se seguiram, Lily não conseguia saber se eram por causa da falta do que dizer, ou da quantidade de coisas para dizer e não ter jeito de dizer tudo. Devagar, James se levantou e se aproximou da menina, enlaçando-a pela cintura. Lily ficava entre enlaçá-lo também, ou parar tudo ali mesmo. Antes que pudesse se decidir, James a estava beijando. Ah, que beijo! Ela não tinha como não corresponder. Ainda com as mãos paradas, apesar de que agora estavam muito suadas, ela retribuiu a demonstração de afeto iniciada pelo menino. Quando ele se afastou, ela encontrou coragem para falar.
– James, eu na posso. – se virou e, com lágrimas escorrendo, desceu rapidamente. Ela não se sentia confortável beijando o moreno enquanto ainda namorava o Diggory e aquela musica, só vez ela se sentir mais culpada.
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