Capitulo 4



CAPÍTULO IV


Berta fora levada para o pequeno hospital de Ravine, onde ficou confortavelmente, instalada. O médico pedira uma série de exames, não devido à perna quebrada,mas por causa de sua pressão arterial.

-Acha que ela ficará boa? - Hermione perguntou a Harry enquanto esperavam pelo médico,encarando-o com um misto de preocupação e desejo.

Durante a maior parte da noite,ficaram sentados na sala de espera.Ele andava de um lado para o outro,tomando café sem parar,enquanto ela apenas fitava o espaço vazio,angustiada.

Berta era sua única parente viva.Sem a tia ficaria completamente sozinha.

-Ela é forte.Meu Deus,como detesto esperar! Nessas horas,gostaria de fumar,pois pelo menos teria alguma coisa para passar o tempo.

-Você não fuma? - Hermione perguntou surpresa.

-Não, nunca suportei essas coisas.Na verdade, sou alérgico a esse tipo de fumaça .

-Mas você bebe, não?

-Pouca coisa. Gosto de uísque com água de vez em quando,ou então de um pouco de vinho branco. Mas eu não bebo quando vou dirigir.

-Eu bebo muito pouco, um copo de um bom vinho,e é tudo.

-Acho bom.Você não tem idade suficiente para isso. - Harry falava como se fosse um tio mais velho ou coisa parecida.

-Meu pai costumava dizer que o importante não é a idade, mas a quilometragem - rebateu ela.

Ele a olhou espantado.

-E qual e a sua quilometragem,mocinha? Você me parece bastante verde - comentou ele, arrogante.

O rosto dela ficou rubro de raiva.

-Escute aqui, sr. Potter...

-Sr. Potter!

O nome dele foi repetido por um jovem médico residente que se aproximou com uma prancheta na mão,interrompendo o que seria mais uma discussão.

Após os cumprimentos,disse.:

-Ela vai ficar boa, mas seria bom que ficasse aqui mais um dia, em observação, a fim de que possamos fazer mais alguns exames.Ela está furiosa,mas acho que é melhor assim.A pressão dela estava muito alta quando chegou aqui,e ainda está.Acho que talvez tenha sido um pequeno derrame que causou a queda.

Hermione empalideceu.

-Oh,não...

O jovem médico sorriu para acalmá-la e salientou:

-É apenas uma suposição.Ela pode ter perdido o equilíbrio por vários motivos.É por isso que quero fazer os exames. Até mesmo uma infecção no ouvido ou uma labirintite podem ter provocado isso.Quero saber com certeza.Mas uma coisa é certa: ela não tem tomado seu remédio para pressão.

Harry e Hermione entreolharam-se espantados.

-Eu não sabia que ela estava tomando remédio e muito menos para a pressão - disse ele.

O jovem médico disse,com uma expressão preocupada:

-Foi o que eu pensei.A hipertensão foi diagnosticada há algumas semanas pelo Dr.Brandley.Ela não esperou nem ele preencher a receita.Parece considerá-la uma sentença de morte,o que é absurdo,não é desde que ela se cuide.

Hermione prometeu:

-Ela vai se cuidar a partir de agora,nem que eu tenha que enrolar os comprimidos num bife e empurrá-lo pela garganta abaixo.

O jovem residente sorriu abertamente:

-Você tem animais de estimação?

-Eu tinha um gato e o único modo de fazê-lo tomar remédio era enganando-o.Eu enrolava-o com uma toalha.

Harry olhou-a com uma expressão de censura.

-Isso não são modos de tratar um animal doente.

Ela olhou-o espantada.

-E como você faria?

-Eu abriria a boca dele e empurraria as pílulas pela garganta,é claro.E antes de argumentar contra,experimente enrolar um touro de meia tonelada com uma toalha!

O jovem médico cobriu a boca,para disfarçar um sorriso,quando Hermione olhou furiosa para o envolvente Sr. Potter.

-Eu vou fazer com que ela tome o remédio - Hermione tranqüilizou o doutor.Então virou-se para Harry - E não vou forçá-la pela garganta,como se ela fosse um touro de meia tonelada!

Ele perguntou ao médico:

-Quando vocês vão ter uma resposta?

-Eu terei os exames prontos no começo da tarde,e então vou conferi-los junto com o Dr.Brandley.Se puderem vir aqui por volta das quatro horas,eu já terei uma resposta.

-Obrigado Dr...?

O médico sorriu.

-Jackson.E não se preocupe - disse a Hermione - Ela é uma mulher de espírito muito forte.Eu aposto nela.

Eles pararam no quarto de Berta e encontraram-na semi-anestesiada,mas se mexendo bastante e olhando furiosa para a porta,recostada nos travesseiros.

Ela explodiu assim que entraram no quarto:

-É um ultraje! Eles não querem devolver minhas roupas.Vão me fazer passar a noite nesta geladeira.Não querem me dar comida e nem cobertor!

Hermione riu e curvou-se para beijá-la.

-Calma,calma,você vai ficar boa.Foi o que eles disseram. Eles só vão fazer mais alguns exames.Você vai sair daqui a pouco tempo.

Isso acalmou um pouco Berta,que olhou para Harry a fim de confirmar.Ele não lhe mentiria.

-Eu estou bem? Perguntou.

-Você pode ter tido um derrame - ele respondeu com franqueza,ignorando o olhar assustado de Hermione - É isso que eles querem descobrir.

A governanta suspirou.

-Bem,eu já calculava isso.Calculava mesmo.Vocês dois vão ter que passar sem mim durante um ou dois dias - isso pareceu animá-la e seus olhos brilharam ao pensar nos dois sozinhos na casa.

Harry podia ler seus pensamentos.Naquele momento,sentia vontade de lhe torcer o pescoço,mas não podia ofender uma mulher doente.Era preciso que ela melhorasse primeiro.

-Eu cuidarei bem da irmãzinha aqui - disse ele apontando com a cabeça para Hermione,e sorriu.

O rosto de Berta encompridou-se comicamente.

-Ela não é tão jovem assim.

Indignada Hermione exclamou:

-Tia Berta! Lembre-se de minha terrível experiência!

-Oh,aquilo.Aquilo! - ela pigarreou e seus olhos se arregalaram. - Bem...

Harry prometeu:

-Eu a ajudarei a superar isso.Hermione se ofereceu para me ajudar a passar algumas de minhas aventuras com o petróleo para o papel.Não é gentil da parte dela? E nas férias! - acrescentou,exagerando um pouco.

Berta exultou.”Ótimo” Eles não estavam mais falando na “doença fatal” dele e nem no “ataque brutal” sofrido por ela.Com um pouco de sorte,eles não descobririam a verdade,até estarem fisgados um pelo outro.Ela até sorriu.

-Sim é muita gentileza sua,Mione.

Embora sentisse vontade de gritar,Hermione sorriu para tia

-Sim,bem eu achei que seria interessante ter alguma coisa para fazer.Como cozinhar,lavar,limpar e tudo mais.

Berta franziu o cenho.

-Eu lamento realmente isso - disse,indicando a perna.

Harry falou:

-Fique boa logo.E não lamente.Não importa o motivo da queda.De agora em diante,você vai tomar seus malditos comprimidos.Eu vou ficar de olho em você.Entendeu bem?

-Sim, senhor, patrão.Eu vou ficar bem.Vou fazer tudo direitinho...bem...vou tentar.

-Espero que sim - disseram Harry e Hermione ao mesmo tempo.

-Agora,vocês dois vão para casa.Deixem-me dormir.Não sei o que me deram,mas estou com sono.Mione,ele gosta de ovos mexidos com um pouco de leite.E não faça o café fraco demais.

-Não se preocupe tia.Apenas fique boa.Você é tudo que tenho.

-Eu sei - Berta suspirou quando eles fecharam a porta depois de saírem. - E é isso que me preocupa tanto. - mas eles não ouviram esse comentário.

Hermione foi resmungando até o carro.

-Você não deveria lhe contar o que o médico disse - repreendeu-o quando saíram com o carro do estacionamento.

-Você não a conhece muito bem.

-Ela é minha tia.Claro que eu a conheço!

-Ela não gosta de panos quentes tanto quanto eu.Eu gosto da verdade,mesmo que machuque,e ela também.Você não faria nenhum favor a ela escondendo a verdade. Você só tornaria o impacto pior quando a verdade aparecesse,Deus,como eu odeio mentiras! Não há nada no mundo que eu deteste mais.

De repente,Hermione sentiu que aquela declaração era muito mais profunda do que parecia,mas ela não pretendia invadir sua intimidade com perguntas.

Agora,pelo menos,entendia as tentativas da tia em casá-la.Se ela esperava morrer,podia estar preocupada quanto ao futuro da sobrinha,mas dar a ela um homem como aquele que estava sentado a seu lado era um gesto quase criminoso.

A própria idéia de estar ligada àquele tirano lhe causava arrepios,mas lhe fazia o sangue fluir mais rápido,como suas veias jamais o fizera.Não era medo do temperamento,da teimosia dele.Era o medo mais profundo,o medo de um envolvimento,de se encher de esperanças e então ser abandonada.

Do mesmo modo como Johnny Greenwood fizera: dando-lhe esperanças e então,quando ela deixara que o amor a invadisse,anunciando seu noivado com outra.

Harry Potter não era homem de se casar,mas ele não se importaria em se divertir com uma mulher e depois deixá-la.

Hermione sentia que ele desprezava as mulheres,usando-as e largando-as como objetos que não se quer mais.Ela se lembrava dele dizendo que só tolerava a avó e Berta debaixo de seu teto. Isto dizia tudo.Teria que ter muito cuidado para não sucumbir aos seus encantos.Sabia que ele estava apenas brincando, só que ela desconhecia esse jogo.

Ao chegarem em casa, Hermione foi direto para o quarto.Tinha certeza de que Harry não tentaria nada, mas sua insegurança foi mais forte e ela trancou a porta.

Levantou-se ao alvorecer.Incapaz de ficar deitada trocou-se e desceu para preparar o café da manhã.

Ao passar pela sala, constatou mais uma vez que adorava aquela casa.Os ambientes pareciam captar e espalhar a luz, de modo que os cantos mais escuros ficavam iluminados e alegres.

Chegando à cozinha espaçosa e funcional, com todos os aparelhos para facilitar o trabalho,

Sentia-se super disposta.Ligou a cafeteira e fritou bacon.Quando o aroma de café encheu a cozinha, ela pôs pãezinhos no formo e arrumou a grande e elegante mesa da sala de jantar.

Harry, junto á porta, surpreende-a dizendo:

-Para que, diabos está fazendo isso?Eu não me importo de comer na cozinha.

Virando-se para repreendê-lo por tê-la assustado, Hermione teve tempo de vê-lo colocando uma camisa de linho.

O torso dele era...Incrível.De alguma forma, parecia hipnotizada pelo físico másculo.Apesar de sua idade e de estar acostumada aos homens do escritório onde trabalhava, ela nunca se sentira tão... tão... inflamada com a simples visão de um peito nu.

Percebendo a reação dela, Harry caçoou:

-É melhor fechar a boca, meu bem, senão é capaz de engolir uma mosca.

Ela se virou de novo para a mesa, com as mãos trêmulas detestando sua juventude e inexperiência, detestando aquele homem que se divertia á sua custa.

-Desculpe.Eu não estou acostumada a ver homens...Quase despidos desse jeito.

-Você devia ter me visto há uns dez minutos, antes de me levantar.Eu não durmo de roupa - ele continuou a zombar dela.

Hermione sentiu o rosto arder.Procurou disfarçar, colocando os talheres na mesa.

Harry aproximou-se por trás, deixando-a sentir seu calor, e segurou-a pelos ombros delicadamente.

-Isso não foi justo, foi? - desculpou-se ele.

-Não...Considerando o belo café da manhã que lhe preparei.

-Será que estou sentindo cheiro de bacon? - sorriu, decretando uma trégua.

-Sim, e também de pão fresco, omelete, batatas fritas e café.

-Então, o que está fazendo aí parada, mulher? Me dê comida!

Hermione sorriu, percebendo que a melhor maneira de controlá-lo era mantendo-o de estômago cheio.

Harry comeu calado sem ler o jornal, como o pai de Hermione sempre fazia.Ela o observou com curiosidade.

-Alguma coisa a está incomodando? - Ele levantou os olhos do prato.

Sem jeito, ela sorriu e explicou:

-Não realmente.É só que o único homem com quem eu tomava café da manhã era meu pai, e ele sempre lia o jornal inteirinho.

-Eu nunca leio durante as refeições - disse ele, e terminou de tomar o desjejum calmamente.Depois serviu-se de mais uma xícara e recostou-se na cadeira.Olhando direto nos olhos de Hermione, perguntou de repente:

-Por que a visão de meu peito nu a incomoda?

Primeiro, Hermione engasgou, depois, experimentou uma onda de calor com a pergunta inesperada.Sem se lembrar de nenhuma reposta espirituosa que a livrasse de uma situação comprometedora, ocorreu-lhe a velha lição de enfrentar fogo com fogo.

-Porque ele é bonito.De uma maneira muito masculina - respondeu, levantando o queixo em sinal de desafio.

-Você não sabe mentir, não é mesmo? - Harry falava mais para si mesmo, do que para Hermione.

Ela se levantou.

-Acho que é uma perda de tempo.Se já tiver terminado eu vou limpar a mesa... - e começou a recolher os pratos.

A mão dele segurou seu pulso, detendo-a.

-Você nunca foi tocada por um homem, exceto para trocar um aperto de mãos? - perguntou ele.

Querendo se mostrar mais experiente, ela respondeu insolente:

-Eu não sou nenhuma violeta murcha.Tenho quase vinte e três anos e já fui cortejada e beijada algumas vezes!

-Mas não o suficiente, e não por alguém que soubesse fazê-lo - ele a trouxe mais para perto, vencendo-lhe a resistência, e quase sentando-a em seu colo. - Por que tem medo de mim?

-Eu não tenho! - Hermione negou, mas sem muita convicção, quando sentiu que dedos sensuais acariciavam seu pulso.

Harry se sentia maravilhado com a reação que provocava nela.Durante anos, nenhuma mulher correspondera a ele daquela forma.A inocência, a resposta espontânea e instintiva dela quando ele a tocava mexiam com seus sentimentos.Ah! Se ele pudesse acreditar que Hermione era diferente...

-Calma.Eu não vou machucá-la.

-Por favor, pare - Hermione percebeu que aquilo fugia de seu controle.

Ignorando o pedido, o polegar de Harry acariciava a palma da mão dela, com movimentos lentos e sensuais.

-Eu parei de fazer jogos há muito tempo, Hermione.Do que tem medo, pequena?

-Você odeia as mulheres.Não creio que tenha algum sentimento real, alguma emoção profunda.Sinto que às vezes você me olha como se me odiasse.

-Eu me queimei uma vez e não quero repetir a experiência... Sua tia não lhe conto? - perguntou amargo.

-Conto sim,mas você não foi o único.Eu também já me machuquei...E se é assim,por que não me solta?Por que continua com isso?

Como se não pudesse evitar,Harry levou a mão macia à boca e acariciou-a com os lábios,de uma maneira que Hermione nunca imaginara.

-Por que você não me impede? - provocou-a

Tocando-a novamente,percorreu seus dedos com a ponta da língua,fazendo Hermione prender a respiração e arquejar.De repente,o corpo feminino parecia dotado de vida própria,com anseios e desejos jamais suspeitados.

Puxando-a para si ,ele disse suavemente:

- Quero ser eu a lhe ensinar as coisas que ainda não aprendeu sobre o amor.A arte de dar e receber prazer.Você corresponde a mim,e eu me sinto como um vulcão quando toco em você...

Os lábios de Hermione se entreabriam quando ela olhou para a boca faminta dele.

Ela sentiu o desejo explodindo em seus corpos quando ele a beijou e começou a acariciá-la,e quase gritou.Depois,um silêncio sensual os envolveu.Ela conseguia ouvir a respiração dele,sentia o coração bater dentro do peito,como louco.Como se estivessem em câmara lenta,Hermione sentiu os músculos das pernas de Harry se contraírem ao ser puxada para seu colo,sentiu o poder e a força das mãos dele,aspirou a máscula fragrância de sua colônia,perdeu-se dentro dos olhos que a desejavam.

Abriu os lábios com ofegante antecipação,ansiando por ele.

No momento em que a mão dele começava a deslizar pelo seu corpo,a porta da frente se abriu ruidosamente.

-Bom dia - um rapaz simpático,de cabelos ruivos,cumprimentou-os.

Ele parecia não reparar em nada,alheio ao rosto corado de Hermione e a respiração irregular de Harry,que procurou responder com naturalidade.

-Bom dia,David.Tome um pouco de café antes de começarmos a trabalhar.

-Não,obrigado,sr Potter.Para falar a verdade, eu vim lhe pedir uma licença.Como vê...Eu me casei - continuou feliz, mostrando ao patrão a aliança.

Harry olhou-o boquiaberto.Seu jovem secretário sempre parecera um rapaz tão ajuizado,daqueles que nunca fariam esse tipo de besteira.

-Ca...Casou?, - engasgou

-Bem,senhor foi um casamento meio apressado.Ela é doce e muito jovem,e eu tive medo de que ela se casasse com outro.Bem...Pensei que talvez pudesse ter duas semanas de licença.O senhor acha que pode me dispensar? Se precisar me substituir,eu entenderei. - o rapaz falou de atropelo,num fôlego só.

Harry mexeu-se na cadeira e resmungou.

-Pode ir. O que você gostaria de ganhar como presente de casamento?

O rosto de David se iluminou imediatamente.

-Duas semanas de licença.

-Está bem, você as tem.Eu segurarei seu emprego por enquanto.Agora dê o fora daqui.Você sabe que casamentos me dão indigestão - resmungou Harry e, então,sorriu.

David apertou a mão dele, aliviado.

- Obrigado,sr.Potter!

-Disponha.Eu o verei dentro de duas semanas.

-Sim,senhor!

David sorriu para Hermione,a quem não fora nem apresentado,e então bateu em retirada.Antes que o chamassem de volta.Ele conhecia muito bem seu patrão.

-Isso atrapalha tudo. O que, diabos,vou fazer com a correspondência? - Harry começou a reclamar.

Hermione o olhou,indignada com sua falta de consideração, e não se conteve:

-Tenha dó? Ele acabou de se casar.

-E daí? A única hora que ele precisa estar realmente com ela é depois que escurece.

-Ora,seu porco chauvinista!

-Por que está tão nervosa,meu bem? Está frustrada por que eu não pude terminar aquilo que comecei antes de David entrar?

Oh! Ele era mesmo uma anta! Hermione virou-se e começou a recolher ruidosamente os pratos sujos e levá-los para a cozinha.

Harry seguiu-a momentos depois,parecendo um pouco culpado,por ter descontado nela sua própria frustração.E num tom de conciliação,falou:

-Eu tenho que ir dar uma olhada em meu poço no terreno de Draco Malfoy.Acha que é capaz de atender ao telefone?

-Hum,hum! - e,para provocá-lo,foi até o telefone de parede. - Vê, isto aqui é o fone.Quando o telefone toca, trimm, a gente levanta o fone do gancho e fala bem aqui...Alo!

-Oh, santo Deus! O que quero dizer é que ele toca o dia todo, com gente querendo saber a respeito de tudo, desde compras de gado, convites sociais e reuniões de diretoria!

-Eu trabalho em escritórios desde os dezoito anos - ela falou ainda se controlando.

-Você sabe escrever a máquina?

Irritada, Hermione achou que já era demais:

-Como espera que eu mantenha a casa limpa,que cozinhe,que cuide de seus telefonemas,que responda sua correspondência e vigie tia Berta,tudo ao mesmo tempo Sr.Potter?

-Bem,se você não é capaz de fazê-lo,eu vou contratar uma cozinheira,uma arrumadeira,uma enfermeira e uma secretária...

Hermione imaginou como Berta reagiria a isso e fuzilou-o com o olhar.Depois,lembrou do esforço da tia em casá-los e falou:

-E partir o pobre coração de tia Berta,contratando vários estranhos para nos manter separados?

Harry riu e então a mediu lentamente.

-Deus me livre de ter alguma coisa que nos separe.

-Você não tem um poço de petróleo para inspecionar?

Ela tentava mantê-lo afastado,mas sem muito sucesso.

Ele cruzou os braços e respondeu:

-Tenho vários,alias.Mas no momento,prefiro olhar para você.

-Pois eu prefiro que você não olhe - disse ela, concentrando-se na louça.

-Eu gosto da maneira como você reage a mim,Hermione. Gosto do modo como seu corpo começa a tremer quando eu me aproximo.Se eu voltasse a beijá-la,como há alguns minutos,nós teríamos que ir lá para dentro,para o escritório...E aí eu nem sei se conseguiria parar.E,já que é assim,acho que seria melhor você praticar maneiras de me desencorajar. Berta não vai circular muito por aí até a perna dela melhorar.Portanto,você e eu vamos ficar um bocado na companhia um do outro.Acho melhor que você termine sua estada aqui,sem eu lhe mostrar os lençóis da minha cama.

O discurso dele irritou-a e Hermione se virou com as mãos ensaboadas apoiadas na pia,e desafiou-o:

-Você é mesmo tão bom de cama como fala?

Ele assentiu lentamente,sustentando seu olhar,com o rosto muito sério.

-Um homem não precisa se envolver emocionalmente para fazer sexo... bem,e eu sou bastante experiente.

-A mim, me parece que o homem que fica se gabando é porque não tem autoconfiança - desafiou-o de maneira infantil.

Sem se abalar,Harry avisou-a:

-Eu não sou desse tipo, e só a estou prevenindo.Entende?

Desistindo de demonstrar um conhecimento que não possuía.Ela confessou:

-Talvez você tenha razão,mas nunca pude conversar sobre isso com meus pais,e as moças que conheci tinham uma visão distorcida do sexo, por dormir com vários namorados.Eu... Acho isso... Repugnante, de algum modo.Quer dizer ... Dormir com alguém é muito intimo, e, para isso é preciso conhecer o outro e estar envolvido. Eu não poderia...Fazer simplesmente isso sem amar.

A ingenuidade e inocência dela mexiam com Harry. Ele a observava,e enlouquecia-o a vontade de tocá-la.

Ao se dar conta da reação que esse simples pensamento provocara, comentou, sem poder se conter:

-Que loucura!

Hermione,que não percebera nada,estranhou:

-Não é essa a expressão que a maioria das pessoas usa. As mulheres me acham frígidas,e os homens fogem de mim como se eu fosse uma prega.Ser virgem parece um defeito insuportável,e a maioria das pessoas me acha antiquada.

-Se você sabe tudo isso,porque não vai para a cama com alguém? - Harry não compreendia tantos pudores.

-Oh! É claro.Agora só falta você me perguntar se eu não sabia que a pílula libertou a mulher. As mulheres podem dormir fora todas as noites sem nenhuma conseqüência,só que amor e envolvimento são coisas que nem a mais liberada das mulheres consegue evitar querer.

Ele a olhava pasmado.

-Você não deve ser deste século!

Ela sorriu francamente,e mudando de argumento,continuou:

-O que você acharia de se casar com uma mulher e ouvir sobre todos os seus antigos amantes? Encontrá-los de vez em quando? Perguntar-se se o bebê é realmente seu? Quer dizer,se ela dormia por aí antes do casamento,o que vai impedi-la de fazer a mesma coisa depois? Se a promiscuidade é válida,o adultério também não é?

Tudo o que ela dizia fazia sentido e o perturbava.Alisson dormia fora.Não só com ele,mas, como ele descobriu depois, com pelo menos dois de seus conhecidos. Ele franziu a testa ao pensar nisso.Sim ele já havia se perguntado isso.

Hermione então concluiu secamente:

-Eu não sou de outro século,sou apenas alguém que acredita em um pouco de dignidade e decência.E no amor!Não se preocupe comigo,daqui a alguns anos eu serei apenas uma solteirona considerada puritana e moralista.

-A não ser que você se case...

Ela riu tristemente,voltando a lavar a louça,e comentou,depois de uma pausa:

- Os homens não se casam com mulheres com as quais não dormiram.Pelo menos não hoje em dia. Eu não sinto arrependimento por pensar assim,mas encaro os fatos. Não sou nenhum ideal de beleza,além disso,sou magra demais,e não sei flertar. E, como você mesmo disse ,sou uma principiante quando se trata de intimidade. Tudo indica que vou cultivar rosas.Sim... É o que vou fazer.

Harry não estava mais ouvindo.Ele olhava para os cabelos escuros e lustrosos de Hermione,e gostaria que ela os usasse mais compridos,como na fotografia que vira.

Ela era inteligente e dissera a verdade.Praga de mulher!

Não gostava da atração que sentia por ela.Não gostara do modo como ela o fizera tremer quando trocaram aqueles beijos.

Mas Hermione nunca saberia disso. O que ele precisava era exorcizá-la de sua mente.Sim,era isso mesmo. O que precisava era se livrar da obsessão que sentia por ela.

Desencostando-se do batente da porta,falou:

-Já vou embora.Estarei de volta às três e meia para ir ao hospital com você.

-Eu vou telefonar para lá enquanto isso.

-Faça o que achar melhor - respondeu seco,e saiu sem nem dizer adeus.

Hermione achou a atitude dele um tanto estranha,mas Harry era estranho.

Ela se concentrou no serviço,pois não queria pensar mais nele e no que acontecera no café da manhã.

Quando chegaram ao hospital,Berta estava sentada ao lado da cama,vestida.

-Já não era sem tempo.Me tirem daqui!Eles engessaram minha perna,concluíram que foi a labirintite que me fez cair e também me deram alguns comprimidos para baixar a pressão. Se vocês não me tirarem daqui agora mesmo,vou pular pela janela! - concluiu exasperada.

-Com isso? - perguntou Harry,apontando para o pesado gesso em sua perna.

- Sim,com isso,diga a ele que estou falante sério,Mione.

Hermione fazia força para não rir.

-Você parece um bocado séria.

- É o que estou vendo.Onde está o médico? - perguntou Harry.

- Ele virá a qualquer momento - disse Berta.

-Eu vou procurá-lo - disse Harry,saindo do quarto.

-Como vão as coisas? - Perguntou Berta,olhando a sobrinha atentamente.

-Que coisas? - perguntou Hermione com um ar inocente.

-Vocês ficaram sozinhos a noite toda! Ele tentou alguma coisa?

-Bem, ele tentou ligar para alguém,mas acho que não conseguiu - Hermione fez de conta que não entendeu.

-O que quero saber é se ele tomou liberdades com você!

- Tia! Depois de saber “daquela experiência” por que passei,nunca! - representou,fazendo-se de chocada.

A tia parecia desconsolada.Também não era nada bom Harry estar tão irritado.Vai ver que os dois discutiram,pensou.

Precisava sair logo dali e fazer alguma coisa antes que fosse tarde demais e todo seu plano fosse de água abaixo!

Harry voltou minutos depois,carrancudo.

-Eu o encontrei.Ele disse que você está bem e que não teve um derrame.Você teve alta. Já cuidei de tudo.Vamos embora.

-Mas nós precisamos de uma cadeira de rodas... - começou Hermione.

Entregando-lhe a bolsa de Berta,ele ergueu a governanta nos braços e saiu com ela no corredor,tendo no rosto uma expressão que desafiava qualquer um a contestá-lo.

O quarto de Berta ficava no andar térreo do rancho Três Forcados e, apesar de todos os protestos,ela foi imediatamente para cozinha e começou a preparar o jantar.

Com as mãos nos quadris, Harry olho-a furioso e perguntou:

-Quer voltar para o hospital? Vá já para a cama!

-Eu posso cozinhar com a perna quebrada.Minhas mãos estão perfeitamente bem, e eu nunca usei os pés para fazer comida! - protestou Berta.

Ele suspirou furioso.

-Hermione pode fazer isso.

-Mione está respondendo suas cartas. Ela não pode fazer tudo.E com David de licença...

-Maldito David! Que hora mais infernal para se casar!

Berta olhou-o furiosa,até que ele resmungou alguma coisa e foi para o escritório.

Hermione trabalhava com o computador.Tentava apagar um erro e estava quase maluca,procurando decifrar a linguagem que a maldita máquina lhe mostrava.Na verdade,nunca tinha mexido com aquele equipamento e estava confusa.

Batendo a porta depois de entrar,Harry resmungou:

-Eu não posso fazer nada quando à sua tia.Ela está sentada com a perna esticada na banqueta,preparando uma torta.

Hermione comentou com um ar inocente:

-Não é de admirar que você não possa fazer nada com ela.Seu estômago não deixa.

Ele ignorou a provocação e perguntou:

-Como está indo?

-Já que perguntou,Harry, será que você não podia me arranjar uma máquina de escrever?

-O que você pensa que é isso aí? Que tipo de máquina vocês usam no escritório onde trabalha?

-Uma máquina de escrever manual.

-O que?

-Uma máquina de escrever ma...

-Foi isso que pensei ter ouvido.Era só o que me faltava!

-Bem, até me contratarem, um dos homens fazia todo o trabalho de escritório a mão, mas depois que eu comecei, compraram uma máquina de escrever manual, achando que era a coisa mais moderna que havia.

Ele apontou para o computador.

-Eu trabalho com equipamentos modernos.Isso é até mais rápido que uma máquina de escrever eletrônica, e pode-se gravar aquilo que se escreve. Pensei que você soubesse usá-lo.

-Bem... Eu sei ligá-lo.

Ele se moveu atrás dela e espiou por cima de seu ombro.

-Foi só isso o que você fez até agora?

-Eu só estou aqui há uma hora.Levei um tempão para descobrir o que colocar nas fendas grandes.

Ele corrigiu pacientemente:

-Disquetes.Disquetes de programação.

-Que seja, mas saber o nome dessa coisa não vai me ensinar a operá-la.Você poderia me mostrar como funciona? - Hermione levantou os olhos castanhos para ele, tão confiantes que Harry se esqueceu de tudo mais.Ela tinha um jeito de olhá-lo que fazia seu sangue ferver.

-Pode? - insistiu ela, perdida em seus olhos verdes.

Ele tocou em seu rosto suavemente com o polegar, movendo-o por sua boca, explorando sua maciez sentindo seus lábios, até que se abriram de maneira sedutora.

-Posso o quê, Mione? - perguntou ele roucamente.

Olhando-o nos olhos,Hermione viu que ele a desejava e correspondeu ao olhar,querendo sentir os lábios dele nos seus.

Harry curvou-se lentamente e ela aspirou o perfume sensual de sua colônia.

-Sua pele está quente.Posso senti-la ardendo - murmurou ele,ao acariciá-la no rosto.

Hermione pôde sentir os músculos fortes sob a camisa branca ao se agarrar aos braços másculos quando seus lábios se tocaram de leve.

-Me morda - sussurro Harry, brincando com a boca delicada,provocando-a.

Ela não sabia nada,mas queria ,desesperadamente agradá-lo, o momento era de magia,e ela queria mais.

Hermione mordicou-o de leve,fazendo-o rir suavemente.Sentiu a mão dele descer pelo seu corpo até a cintura.

Harry beijava-a no rosto,nos olhos,na testa,enquanto seus dedos deslizavam por sobre o tecido fino do vestido de Hermione.

-Oh...- ela gemeu roucamente,quando a língua dele invadiu sua boca.

-Desabotoe minha camisa - Harry murmurou, roucamente.

Então,puxou as mãos trêmulas de Hermione para os botões restantes.Até afastarem o tecido da camisa.Como se tivessem vontade própria,tocavam o torso musculoso,fazendo-a suspirar ao sentir o contato dos pêlos escuros e espessos.Nunca havia tocado um homem daquele jeito.Harry sabia disto e ficou ainda mais excitado.

Ele mordeu o lábio inferior de Hermione com pressão lenta e ardente.

-Baixe as mãos para minha cintura - disse.

Ela o fez,deliciada por vê-lo estremecer ao seu contato e gemer com a carícia suave.Afastou-se um pouco para olhar o rosto masculino e viu os olhos verdes ardentes de desejo.

-Hum,é tão gostoso! - disse ele,com uma risada rouca.

Ela repetiu a carícia,e os músculos dele se contraíram de prazer enquanto ela os acariciava.Sentia-se toda mulher,sentia todas as sensações,que chegaram ao auge quando Harry começou a acariciar-lhe os seios.

Estremecendo,Hermione fitou-o,tonta de prazer e medo.

- Você nunca foi acaricida assim? - perguntou ele, com os lábios encostados nos seus.

-Não.

-Berta não está longe daqui. E nós não vamos fazer nada, só quero tocar em você, sentir sua reação e deixar que sinta a minha. Deixe-me ensiná-la.

-Oh, mas eu não devo...

-Por que não? A força do desejo está em nós com intensidade e beleza.

Hermione tentava argumentar para si mesma que aquilo não fazia sentido,mas seu corpo e sua mente estavam neste doce delírio.

Ela mordia seu lábio inferior enquanto os dedos se fechavam em volta de um mamilo ereto. Hermione queria gritar de prazer,mas Harry a estava beijando,alucinado com a resposta tão ardente e espontânea.Os gemidos e os tremores de Hermione o estavam levando à loucura.

Harry a deitou no sofá. E deixou que ela sentisse seu peso.

Hermione ofegou quando seu vestido foi desabotoado,e seus olhos se abriram.Brilhando de desejo.Sua boca estava inchada,as faces vermelhas,o olhar arrebatado.Sentia o mamilo roçando a palma da mão de Harry,enquanto ele a beijava no pescoço,e mordiscava a orelha delicada.

Abaixando a parte superior do vestido,Harry encantou-se com os seios rosados e intumescido. Era como se nunca tivesse olhado uma mulher antes, Hermione era linda. Os seios, perfeitos,cabiam na palma de sua mão.

Hermione percebia todo o encantamento e prazer dele ao tocá-la como se fosse algo muito precioso. E sentiu-se querida.

Harry pegou o mamilo entre o polegar e o indicador,e sentiu sua dureza. Levantando os olhos,fitou-a fascinado.

-Quero beijar seus seios, mas você precisa se controlar querida. Berta está por perto.

Hermione tremia. Ela o queria.Timidamente,levantou as mãos e emoldurou o rosto dele, puxando-o de leve para si.

-Venha,eu...Eu não vou gritar.

-Então diga: “me prove” - disse ele,seduzindo-a com o olhar.

Ela corou violentamente e baixou os olhos para esconder o embaraço.

-Virgem - murmurou ele,também tremendo. - Oh, eu te desejo tanto!

A boca dele desceu sobre o seio firme e jovem,e ele soltou um gemido rouco de prazer.

Agarrava-se a Harry, presa nessa doce agonia, sentindo o seio em chamas com aquele contato.

Com um grunhido rouco, ele se afastou,tentando se controlar.

Ela ficou deitada sem se mover,toda desejo e frustração,fraca demais até para se cobrir.

Depois de algum tempo,ele respirou fundo e a olhou. E seu olhar deslizou sobre ela como se fossem suas mãos, detendo-se em todos os lugares onde sua boca tinha estado.

Ela recolocou lentamente o vestido,sem falar.

-Você entende por que eu parei? - perguntou ele suavemente, afastando-lhe o rosto.

- Sim...Acho que sim.

-Eu a assustei?

-Não

-Eu a agradei?

-Como se você não soubesse...Jamais sonhei que isso pudesse me acontecer.

Ele se sentia incrível.Novo,renascido.Tocou de leve no rosto dela,como se estivesse sonhando. Curvando-se,beijou-a suavemente nos lábios.Era diferente de todo os beijos que já havia experimentado na vida. Quando se afastou dos lábios dela teve que se levantar.

Apontando para o computador ,disse,com um sorriso amargurado:

-É melhor voltar ao trabalho.Eu não vou tentar lhe ensinar. Meu corpo não permite que eu chegue perto de você sem fazer exigências impossíveis para nós dois, de modo que você vai ter que se virar sozinha. Droga,você é uma feiticeira?

Ela se levantou,alisando o vestido e dando um jeito nos cabelos.

-Para falar a verdade, até uns cinco minutos atrás, eu pensava que era a Senhora Drácula.

-Agora você sabe quem realmente é, não é mesmo?

Ele estava em pé,observando-a com a boca um pouco inchada,a camisa aberta,e as mãos nos quadris estreitos.

A visão dele ainda lhe tirava o fôlego.

Voltando rapidamente ao computador,ela se sentou e manteve os olhos fixos na tela.

- Eu vou terminar isso até a hora do jantar, se puder - prometeu.

Harry sorriu consigo mesmo.Levou um tempão para deixá-la, lutando furiosamente entre o desejo e os sentidos e a mente,que insistia em provar que Hermione só estava interessada naquilo que ele possuía.

As mulheres nunca o quiseram pelo que era.Por que Hermione seria diferente?

Mas porque ela reagia com um ardor tão doce,a menos que o desejasse tanto quanto ele a desejava?

Não. Desejo era uma coisa,e amor era outra.Ele amara sua mãe e Alisson, e ambas foram oportunistas e egocêntricas,pois só quiseram usá-lo.Como podia confiar em Hermione depois disso?

Apesar de tudo,ela o incomodava terrivelmente...Harry já não se sentia mais seguro quanto ao seu próprio julgamento.



Obs:Aí está o capitulo 4 como prometido...Capitulo 5 só no sábado!!!!Atualizo "Da mágia..." até segunda!!!Espero que tenham gostado do capitulo de "Cilada..." Bjux!!!!

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