Não! Sem deveres prontos?
O quarteto se levanta da grama e resolve ir almoçar, para terem algum tempo livre sobrando após o almoço, o que era rotineiro desde o ano anterior. A regra de almoço o mais rápido possível havia sido imposta pelo colega Remo Lupin, que preferia fazer os deveres das aulas da manhã ao meio-dia, ao invés de perder noites e mais noites cansativas de extensos deveres.
Quando eles chegaram às portas do salão principal, que haviam sido abertas há apenas alguns segundos, eles adentraram, indo em direção à costumeira mesa da grifinória. Todos os espaços da mesa estavam vagos, devido à pressa dos marotos, e eles resolveram se acomodar no lugar mais próximo da saída possível. Sirius olhava a todo tempo para os lados, mas não via ninguém chegar para almoçar, o que o fez ficar um pouco apreensivo e ao mesmo tempo, se sentindo burro por concordar com a "lei de Lupin"(Como era comumente chamada pelos garotos).
- Olha isso, Lupin! - Sirius olha para seu amigo, irritado. - Só porque você gosta de fazer seus deveres no horário extra antes da aula, não quer dizer que tenhamos que nos privar dos outros!
- Vamos acabar sendo chamados de anti-sociais. - Comenta Tiago, puxando uma coxinha de galinha para seu prato, e devorando-a. - Graças ao nosso grande colega.
- Nem vem, pessoal. - Lupin terminava de comer seu pudim de carne, e estava pronto para repetir. - Vocês reclamam mas adoram copiar meus deveres de noite. Queria ver se vocês tivessem que realmente faze-las.
- A gente não copia seus deveres, Sr. John. - Sirius puxava agora o prato de bifes fritos, enquanto fazia cara de injustiçado. - Nós adaptamos ele do nosso jeito, assim ele não é uma cópia.
- Bela tentativa, Sr. Black. - Remo termina a discussão, se levantando da mesa, quando finalmente um grupo de corvinais tinha chegado no salão. - Vou fazer MEUS deveres e não vou deixar vocês copiarem.
- Bem, Sirius... - Tiago finge que não escutou Remo, virando-se para seu amigo. - Descobri que abriram vagas para o time de quadribol. - Tiago faz um sorriso, esfregando as mãos. - Quem sabe você, que é meio lerdo, tenha chance de entrar.
- Tem vaga para artilheiro? - Pergunta Sirius, também sorrindo. - É uma sorte, só tinha gente do sétimo ano na artilharia.
- Quem sabe eu não entro no time? - Pedro agora se servia pela sétima vez, devorando tudo com brutalidade. - Tem vaga para goleiro?
- Pelo amor de Deus, Pettigrew. - Tiago se vira para Pedro, com cara de que aquilo que ele havia falado era uma utopia. - Você acha mesmo que consegue entrar no time?
- E não temos vagas para goleiro. - Diz o capitão do time, chegando à mesa da grifinória. - Porque EU sou o capitão, e EU sou o goleiro.
- D-desculpe, McZaiden. - Pedro começa a tremer descontroladamente, a ficar cara-a-cara com o septanista, que se dirigia ao fim da mesa.
- Pettigrew e seus medos. - Comenta Sirius, rindo, empurrando o prato, já satisfeito. - O McZaiden se faz de mal, mas não azara nem uma mosca.
- Diferentemente da gente, não é Sirius? - Pergunta Tiago, sorrindo maliciosamente.
- E então, vamos aproveitar devidamente nosso tempo antes do início das aulas? - Sirius se levanta junto com seu amigo de óculos, enquanto Pedro pegava sobremesas, enrolava em um envelope e colocava no bolso.
- Mas é claro! - Tiago se dirige até a porta do salão, de onde vê seu maior "amigo" chegando: Severo Snape.
- Vamos pegar a capa? - Pergunta Sirius, ignorando a entrada de Snape no salão.
- Claro que vamos. - Potter se dirige às escadas, subindo-as a passos largos. - Temos que voltar antes que nosso amiguinho ranhoso saia do salão principal.
- Beleza. - Sirius e Pedro seguem Tiago, subindo rapidamente as escadas.
Os três correm muito, chegando ao segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto andar! Quando Tiago vê a bifurcação, com duas escadas diferentes, que levam ao sétimo andar, Tiago se lembra do misterioso jardim que tinha visitado pela manhã. Ele puxa seu amigo cabeludo, enquanto Pedro, extremamente cansado por ter que subir tantas levas de escadas, puxava freneticamente pequenos pedaços de bolo de chocolate do bolso, colocando-os na boca.
- Aqui! - Fala pausadamente Tiago, também cansado da correria. - O jardim!
- Sr. Potter... - Sirius olha pros lados e não vê nenhum jardim. - Aqui não tem nenhum jardim.
- Tem sim! Naquela direção! - Diz o garoto, apontando para uma parede vazia. - Tinha uma porta ali!
- Você não ta bem, cara. - Sirius começa a puxar Tiago para o outro lado do sétimo andar.
- Para, Sirius! - Grita Tiago, puxando a gola de sua camiseta das mãos do amigo, fazendo ele quase escorregar. - Eu tenho que te mostrar esse jardim!
- E o Ranhoso?
- Tinha me esquecido! - Potter dá um tapa na testa, correndo para o outro lado do sétimo andar, puxando seu amigo pela gola. - Vamos logo!
- Sirius! Tiago! - Brada Pedro, ficando para trás novamente, ofegante. - Decidam-se logo!
A dupla de amigos rapidamente chega ao dormitório da Grifinória e pega a capa de invisibilidade, descendo rapidamente as escadas até o terceiro andar. Quando eles estavam descendo a leva que os levava para o segundo, foram parados por um risonho Pirraça, o poltergeist.
- E então, Potinho. - Começa o fantasma, soltando uma risada esganiçada. - Como vão as marotices?
- Pirraça! - Grita Tiago, levantando as mãos aos céus. - Você pode me ajudar!
- Ajudar em quê? - Sirius agora tinha certeza que Tiago não estava bem. - O pirraça só atrapalha!
- Ajuda? - Pirraça fecha a cara, se virando diretamente para o garoto de óculos. - Em que você ACHA que eu posso ajudar?
- Você pode me mostrar aquele jardim no sétimo andar! - Completa ele, afoito. - Aquele, perto da estátua do bruxo sendo batido por trasgos!
- Jardim? No sétimo andar? - Pirraça olha para Tiago, rindo da sua cara. - Não existe jardim em lugar que não seja o térreo, seu idiota!
- Argh... - Tiago corre em direção às escadas, enquanto pirraça se dirige até a sala de troféus, para fazer um estrago qualquer. - O pirraça nunca ajuda ninguém, como pude chegar a este ponto?
- Sei lá, cara. Você não está muito bem, eu acho. - Sirius olhava para Potter com jeito de desconfiado. - Que tal ir à ala hospitalar?
- E perder a primeira aula dupla de Defesa Contra as Artes das Trevas? NEM SONHANDO! - Os garotos agora chegavam ao primeiro andar e enfim, o térreo. Quando eles novamente adentraram no salão principal...
TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM - O sinal toca no castelo, e eles se entreolham, se achando dois palhaços, subindo novamente as escadarias.
- Terceiro andar novamente... - Sirius retira o suor do rosto e continua a subir as escadarias do segundo para o terceiro andar. - Já não sinto mais minhas pernas...
- Tiago, Sirius! - Lupin se encontrava na frente da sala de aula, abanando os dois, sorrindo. - Finalmente terminei o dever de Astronomia.
- Bom pra você. - Resmunga o garoto de cabelos compridos, entrando diretamente na sala e se sentando bem na frente, deixando espaço para Potter. - Pena que eu vou ter que fazer um parecido, quando chegar no salão, e nem vou poder copiar de você.
- Ei! - Remo segura Sirius pelo ombro, se sentando atrás dele. - Eu só disse aquilo porque vocês estavam reclamando! Vocês podem copiar de mim, sim, eu não me importo.
- Oba. - Exclama Tiago, sem emoção. - Pelo menos não vou passar a noite a claro.
- Falando com essa emoção, dá vontade até de... - Começa Lupin, mas é interrompido pelo novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, que descia as escadas de sua sala particular rapidamente, com um sorriso animado no rosto. - Quem é ele? - Resmunga ele a Pedro, que havia acabado de se sentar a seu lado, suando e resmungando palavrões e maldições a seus amigos, que não tinham o esperado.
- Eu me chamo Herbert Finnigan! - Responde rapidamente o professor, deixando Lupin vermelho. - Sem mais delongas, quero que comece logo a aula, porque temos muito conteúdo pela frente. - Completa ele, se virando para o quadro, sob resmungos e palavrões dos alunos, prevendo que ao menos a primeira aula seria prática, fazendo o professor rir. - Vocês achavam que a aula seria prática? - Ele dá mais uma gargalhada histérica, saindo da frente do quadro. - E É! - Ele aponta a varinha para o quadro-negro e faz movimentos esquisitos, fazendo ele sair da parede e criar vida, aterrorizando os alunos. - Vamos ver o que vocês aprenderam.
- Pronto para a diversão, Sr. Black? - Tiago se levanta, fazendo posição de durão virado para o lado do quadro.
- É claro, Sr. Potter. - Sirius também se levanta, encostando as costas nas de Tiago, também fazendo cara de durão para o 'monstro'
- Nos somos a... - Começam os dois em coro, enquanto Lupin começa a fazer movimentos com a varinha.
- Finite encantatem! - Grita ele, fazendo o quadro cair no chão, sem vida. - Pronto. - Lupin assopra a varinha, fazendo Tiago e Sirius ficarem em fúria, depois de fazer aquela posição ridícula.
- Muito bem, senhor... - Começa o Professor, querendo saber o nome de Lupin.
- Remus J. Lupin! - Fala ele, contente.
- Ou seja, o nosso Johnzinho! - Grita Sirius, fazendo todos os presentes rirem, até o professor.
- Dez pontos para a grifinória pelo excelente feitiço, e mais cinco pela boa piada do nosso aluno aqui na frente. - Fala o professor, ainda feliz pela piada. - Hoje, nós vamos estudar os...
- Aula prática, né? - Resmunga Tiago, chateado, pegando alguns pergaminhos, pena e tinteiro.
Duas horas depois
- Oh, sim. - Sirius saía da sala de aula de DCAT(Abreviação de Defesa Contra as Artes das Trevas) chateado e com os pulsos doendo. - Que GRANDE aula prática.
- Eu gostei do professor. - Comenta Lupin, ajustando a gravata. - Ele me pareceu ser um bom professor.
- Só porque foi paparicado, não é Sr. John? - Diz Tiago, incrédulo. Para ele, aulas de DCAT tinham que ser SEMPRE práticas.
- Ah, ele soube explicar bem sobre os trasgos. - Retruca Lupin, bravo com a afirmação do amigo. - E não foi só porque eu executei uma mágica perfeita, sr. Potter, foi porque parece que ele sabe bastante da matéria do terceiro ano.
- Vamos, amigos? - Se manifesta Pedro, vendo que todos já haviam passado do grupo, e já estavam quase chegando nas estufas.
- Putz! - Grita Lupin, saindo correndo, enquanto é acompanhado por seus amigos.
Eles rapidamente já conseguem recuperar o tempo perdido e já se encontram nos jardins de Hogwarts, todos cansados. Tiago olha para o lado e vê diversos alunos do primeiro ano da Grifinória aprendendo a montar uma vassoura, no campo de quadribol, enquanto um sorriso alegre solta de sua boca.
- Estamos presenciando o futuro do quadribol dos "leões" - Começa o garoto, com os olhos brilhando. - Isso não é lindo?
- Que momento de viadagem. - Sirius tenta falar, mas tem um acesso de risada, quando vê a professora de Herbologia, Sra. Fridget, apressando a entrada dos alunos. - Vamos logo ou não entraremos na sala de aula!
- Ah, ela me espera! - Diz Tiago, remexendo o cabelo, chegando à porta das estufas. - E aí, professora?
- TIAGO! - Grita ela, quase amassando o garoto com um abraço. - Que bom que você veio à minha aula hoje. Agora todos, vamos nos sentar.
- Como ela gosta de você. - Comenta Lupin, estarrecido, sentando ao lado de seu colega de óculos redondos. - Chega a ser esquisito.
- Ela e minha mãe são grandes amigas. - Tiago solta um sorriso maligno. - E é CLARO que eu me aproveito disso.
- Seu safado! - Cochicha Sirius, se sentando ao lado de Pettigrew e atrás de Tiago, também sorrindo. - Não sabia que você tinha um vínculo de amizade com essa professora.
- Claro que tenho, Sirius. - Potter se vira para trás, piscando o olho. - Para quem você acha que eu vou começar a pedir autorização para a seção reservada?
- Er... - A profª Fridget sequer se animava a pedir para o filho se sua amiga parar de conversar. Todos os outros alunos se encontravam calados, prestando atenção em cada palavra da professora, que dá um pulo, histérica. - TODOS! Vamos parar de conversar! - Todos olham mais fundo para ela, pasmos, enquanto Lupin fica muito vermelho e pede desculpas.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!