O misterioso jardim pacífico



Mal o banquete havia terminado e Tiago e Sirius já bocejavam, mostrando sono. Lupin, com um sorriso amistoso, praticamente CARREGA os colegas até o sétimo andar, chegando lá também quebrado. Pedro, rindo dos três, chegou livre, leve e solto, mas ao chegar no sétimo andar, já estava caindo de sono. Quando o quarteto chegou no seu costumeiro quarto, todos rapidamente vestiram seus pijamas e se atiraram nas camas.

Tiago encostou suas mãos na nuca, se aconchegando com seu travesseiro, enquanto Sirius se tapava com suas cobertas, muito bem arrumadas pelos elfos. Lupin, se virando para o lado, tenta falar mais sobre as aulas, mas é interrompido pelo alto ronco do sono fingido de Sirius. Desistindo, o garoto apenas começa a encarar a madeira acima de sua cama até pegar no sono.

Em um piscar de olhos, aquela noite havia passado. Eles pareciam estar mortos, tal o aconchego daquele dormitório. Cobertas quentinhas, colchão macio e odor de lavanda, todos adicionados juntos em um único quarto resultam, como sempre, em atraso, a não ser pelo adorado, saudoso e cauteloso objeto novo do garoto Lupin.

‘TRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIING’ – Berrava o despertador, pulando para todos os lados no criado-mudo de Lupin, que se acordava calmamente, atirando o seu despertador na cara de Tiago, que se levanta em um pulo de susto, puxando sua varinha.

-ODEIO SUAS IDÉIAS, SEU BABACA! – Grita Tiago, em protesto aquele despertador dos infernos.

-Seus gritos estão mais altos que o barulho do meu despertador, Tiago. – Lupin dá uma gargalhada e puxa seu jeans, vestindo-o

-Quem foi que gritou? – Sirius se acorda, soltando um longo bocejo, enquanto o despertador aumentava seu volume, acordando Pedro que, assustado, corre para baixo da cama.

-O q-que é isso? – Pergunta o gordinho, muito assustado.

-Foi só o novo aparelho do Sr. Remo John Lupin. – Responde Tiago, revirando os olhos. – Ele finalmente achou um modo de nos acordar ao mesmo tempo.

-Eficiente, esse despertador. – Comenta Lupin, apontando a varinha para o despertador, que para imediatamente. – Vou usar ele mais vezes.

-E então, já que fomos acordados à força, vamos descer e tomar café? – Pedro agora, recuperado do susto, saia de baixo da cama, já vestido. – Estou morrendo de fome.

-Você e suas fomes repentinas. – Tiago dá um tapinha nas costas do amigo, enquanto termina de vestir sua capa, e Sirius veste sua calça.

-Meu Deus... – Sirius termina de vestir sua calça e olha para sua cama, abismado. – Desde as férias eu não dormia tão bem assim! Me sinto rejuvenescido!

-O que um dia relaxante em Hogwarts não faz, né? – Começa Lupin, criando um ar agradável, que é cortado logo em seguida. – MAS VAMOS PARAR DE BOBAGEM QUE HOJE TEM AULA! – Todos começam a rir, enquanto Sirius dá um pulo para trás.

-Vamos descer então. – Diz o garoto de cabelos compridos, lançando um olhar mortífero a Lupin, que apenas sorri e o abana. Os dois descem as escadas dos dormitórios masculinos e entram no salão comunal da Grifinória, onde dão de cara com um grupo de garotas, também do terceiro ano, que conversavam alegremente sentadas nas poltronas vermelho-vivo do salão. Ao verem os garotos, elas param de conversar, fingindo estarem caladas.

-Olá, garotas. – Diz Tiago, remexendo o cabelo com as mãos.

-Tiago Potter e sua mania de achar que está jogando quadribol todo o tempo. – A garota de cabelos ruivos, que Tiago encontrou no trem, agora brincava com ele, enquanto o resto das garotas riam. – Quem sabe você aprende a ter senso do ridículo?

-Olá, garotas, falavam de mim? – Pergunta Sirius, abafando os protestos silenciosos de Tiago, em fúria.

-Claro, Black. – Mégara se pronuncia, se levantando, mas logo se atirando no sofá denovo. – Que não. Você sinceramente acha que não temos mais nada para fazer?

-Bom, vocês sabem que eu sou sempre o assunto de Hogwarts. – Sirius tenta completar, fazendo um charme, mas é totalmente desbancado pelos risos histéricos das três garotas, que não conseguiam parar de gargalhar.

-Você, o assunto? – Mégara tentava falar, enquanto ria cada vez mais. – Você realmente não sabe de nada mesmo, não é? O assunto do dia é Amos Diggory!

-Amos.. quem? – Pergunta Lupin, se intrometendo. – Sem querer me meter no assunto, claro.

-Diggory, um gato da Lufa-Lufa. – Fala a última garota, que ainda não tinha se pronunciado. – Ele é tão bonito e romântico. – Ao terminar de falar, suas maçãs do rosto se ruborizaram.

-Amos Diggory? – Pergunta Tiago, enciumado, enquanto Lílian fechava os olhos, em transe.

-Sim! Ele convidou a Lily para sair! – Finalmente Mégara conta por completo a história que causava tantos burburinhos. – Não é fofo?

-Na verdade, é meio idiota. – Tiago agora sentia um dragão de rabo córneo húngaro despertar em sua barriga, e ele se sentia muito deprimido. – Vamos tomar café, então?

-Vamos, cl... – Lupin é interrompido, ao ser puxado pela gola da camisa até a saída do salão, por um Tiago bufante.

Correndo, o garoto de óculos redondos se dirige até as escadas, de onde desaparece de vista, enquanto os outros três garotos olhavam sem entender nada.

-O que aconteceu com ele? – Sirius olha para as escadas, achando que seu amigo era louco. – Ele pareceu triste e bravo ao mesmo tempo.

-Acho que sei o que está acontecendo. – Lupin dá um sorriso agradável, deixando Sirius um pouco mais calmo. – Mas agora ele precisa de um tempo sozinho.

-E então, vamos tomar café logo? – Pedro põe as mãos na barriga, que roncava fortemente.

-Como você consegue ter tanta fome assim, cara? – Sirius não conseguia acreditar como o amigo tinha tanto espaço no estômago. – Eu estou com o jantar de ontem na barriga, ainda!

-Vamos. – Lupin ignora o que Sirius fala, se dirigindo ao salão principal, enquanto é acompanhado por seus dois colegas, que conversavam sobre a nova formação dos chudley cannons.

Lugar onde está Tiago

Tiago havia descido as escadas apenas como um contratempo. Ele foi correndo até a uma escada alternativa, se deparando com a estátua de Barnabés, o amalucado. Ele contemplou a estátua, e viu que ele estava sendo machucado por trasgos, tendo certeza de que certo, aquele bruxo não era. Ele voltou a pensar em Lily, a garota ruiva, e no tal Diggory, da lufa-lufa. Quanto mais ele tentava se acalmar, mais aquela fera que estava adormecida desde que ele havia nascido se demonstrava. Ele já começava a suar, e começou a andar de um lado para o outro, em frente à estátua, pensando em Evans de mãos dadas com o lufano. Após andar três vezes de um lado para o outro, ele se sentou ao lado da estátua, e se desatou a chorar. Ele sabia que aquilo iria acontecer, ele já tinha vivido uma situação com tanta raiva, por isso resolveu se afastar um pouco dos amigos. Ele não sabia direito o que tinha feito ele ficar com tanta raiva desta vez, Lílian Evans era apenas uma garota normal como todas as outras. Não, ela tinha um brilho especial, isso ele tinha que reconhecer, mas mesmo assim, ele não sabia o que estava havendo.

Quando ele olhou para o lado, em uma parede reta, ao lado da estátua de Barnabés, ele enxergou uma porta que não estava ali quando ele tinha chegado. Pouco assustado, pouco corajoso, ele resolveu ir sorrateiro até a porta, descobrir o que tinha por lá. Quando abriu a porta, viu um grande jardim, repleto de bancos, borboletas e animais, como Unicórnios. O vento soava calmamente, fazendo um som agradável ressoar pelo ar. Tiago entrou, pisando na grama, e viu que aquela grama era toda verde, sem nenhum defeito. Ele estava no paraíso, e aquilo tudo era realmente perfeito. Ele resolveu se sentar em um dos bancos, onde ficou deitado, vendo os unicórnios apostarem uma corrida, até um lago, que ele ainda não tinha percebido que existia. Ele se levanta do banco e anda até lá, enquanto a porta começa a se fechar lentamente, sem que ele perceba.

Quando Tiago começa a ver a água límpida do lago, ele sente uma vontade quase que incontrolável de toca-la. Ele se deita à beira do mesmo e começa a brincar com a mão na água, escutando o som suave que ela emitia. Aquele era o lugar mais calmo que ele já havia conhecido, mas ele nunca tinha ouvido falar de um jardim em pleno 7° andar, pois era meio esquisito. De repente, ele se lembrou que hoje seria o primeiro dia de aula e, que se faltasse, ele iria ficar em detenção nas próximas semanas. Ele se dirigiu a porta e a abriu, saindo e passando pela estátua. Quando ele se virou, para gravar a porta, ela tinha desaparecido.

Estarrecido com o que tinha acabado de acontecer, ele correu, triunfante, até o salão principal, para contar a seus amigos de um dos segredos de Hogwarts, talvez um dos mais maravilhosos do castelo: Um jardim pacífico no sétimo andar. Quando ele corria pelas escadarias do terceiro andar, viu um rosto muito conhecido dele. Severo Snape, mais conhecido(para os marotos, ao menos) como ranhoso, estava parado em frente à uma estante de livros de adivinhação. Seu rosto pálido e seus cabelos extremamente oleosos o tornavam uma pessoa inconfundível. O garoto de óculos redondos se esconde atrás das pequenas estátuas que antecediam a sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, enquanto Snape puxava um livro, fazendo a estante de livros se mover para a esquerda. Tiago olhou para o lugar onde snape estava, e viu um túnel, provavelmente mais uma passagem secreta de Hogwats, mas que Snape tinha descoberto. O garoto se dirigiu até a estante para ver qual livro o inimigo havia puxado mas, por incrível que pareça, todos os livros eram iguais, e Tiago não tinha a mínima idéia de qual das centenas de livros ele tinha que puxar. Desistindo, o garoto preferiu ir ao salão principal comer alguma coisa antes que...

TRIIIIIIIIIIM – ...o sinal toque. Com a barriga roncando, Tiago correu o máximo que podia até as escadarias que levavam ao térreo para encontrar seus amigos, pois não sabia nem que aulas ele teria no primeiro dia. Quando ele descia os degraus, muito cansado, Lupin o vê e começa a rir.

-Aonde você estava? – Pergunta ele, sorrindo. – Parece que você perdeu seu tempo descendo até aqui.

-Eu estava pensando em “coisas” – Responde Tiago, não querendo prolongar o assunto. – Porque eu perdi meu tempo?

-Astronomia, à primeira hora. – Sirius mostra seu papel ao colega, que apenas põe a mão na testa, se sentindo um burro. – Vai ter que subir tudo denovo! – E todos começaram a gargalhar, exceto Tiago, que estava cansado demais para isso.

-É aula com que casa? – Tiago olha novamente no papel de Sirius, que por sua vez dá os horários para seu amigo. – Lufa-Lufa? Ah, não.

-Parece que veremos nosso amigo Amos Diggory. – Diz Tiago, esfregando as mãos.

-Não começa, cara. – Lupin tenta persuadir o garoto a não fazer o que estava pensando, mas desiste antes mesmo que o amigo responda. – Ah, não. Faz o que você quiser, eu não sou seu pai para mandar em você.

-Ele ta aprendendo a lidar comigo. – Ironiza Tiago, fazendo Sirius rir. – Há um tempo atrás você tentaria argumentar, não é John?

-É REMO, POTTER! – Grita Lupin, ficando vermelho.

-Calma, Johnzinho. – Continua Tiago, dando gargalhadas.

-Você sabe que eu não gosto do meu segundo nome. – Lupin se reconstitui, enquanto começa a subir as escadas para o terceiro andar.

-Ah, qual é. Você vai ter que aceitar, John. – Também brinca Sirius, rindo. Pedro, que não tinha coragem para mexer com seus amigos, apenas ria da brincadeira.

-Ah, vão catar coquinho. – Lupin puxa sua mochila e dela tira um livro, que começa a ler.

-Ah, não! Lupin e seus livros! – Grita Tiago, levando as mãos à cabeça. – O mundo acabou!

-Não enche, Potter. – Termina Lupin, voltando a seu livro.

-UIUIUIUI – Gesticula Sirius, rindo. – A bichinha ficou estressada!

-PAREM, DROGA! – Lupin atira seu livro no chão e aponta seu dedo para a testa de Sirius.

-Ah, você é muito sério, Remo. – Fala Sirius, fingindo estar falando normalmente. – Você devia entrar no clima!

-Eu vou é apressar o ritmo, porque senão não chegaremos na aula a tempo. – Lupin apressa o passo e se separa dos marotos, com cara de poucos amigos, deixando os três calados, até chegarem na torre de astronomia. Quando todos finalmente haviam sentado com suas respectivas duplas(Sirius com Tiago e Remo com Pedro), Potter ficou procurando com os olhos o tal garoto que as meninas haviam falado. Sem saber ao mínimo uma de suas características, Tiago teve que recorrer à informações de Sirius, se virando para o colega.

-Cadê o Amos, Sirius? – Pergunta Tiago, olhando para os lados, para ver se a profª já havia chegado. – Pensei que ele fosse bem destacável.

-Não, ele na verdade é um CDF. – Fala Sirius, com desprezo. – Mas ele não é do terceiro ano. Eu tentei te falar, mas você saiu correndo aquela hora. – Se explica o garoto, sorrindo. – E na verdade, eu tenho problemas maiores no momento do que um lufano.

-Oh, certo. Obrigado por ajudar muito. – Tiago tira os óculos e limpa suas lentes, os colocando novamente, enquanto pensa. – Por falar nisso, que problema é esse?

-Ah, foi nas férias... – Começa Sirius, olhando para seu amigo. – Chegou um... – o garoto é interrompido pela professora, que chegou voando de vassoura, já que tinha se atrasado. – Ah, depois eu te conto. – Completa ele, perdendo a coragem.

-Bom-dia, alunos... – Começa a professora, montando magicamente seu telescópio.

três horas depois

As aulas da manhã tinham finalmente acabado, e o quarteto finalmente voltava ao salão principal, ambos famintos, após as chatas primeiras aulas. Tiago ainda não acreditava que tinha sobrevivido a um “combo” de uma aula de Astronomia, uma aula de História da magia e pra completar, uma aula de adivinhação. Eram onze horas e eles tinham uma hora antes do almoço, e depois mais uma hora antes da volta às aulas. Após um pequeno confronto entre os quatro, quando cada um queria ir para um lugar diferente, todos concordaram em ir descansar ao ar livre, nos jardins de Hogwarts próximos ao lago. Tiago, jutamente com Sirius e diferentemente de Lupin e Pedro, estavam anormalmente entusiasmados com esse tempo livre. Enquanto Remo e Pedro se dirigiam aos jardins, Tiago e Sirius se desculparam, dizendo que iriam ao banheiro, mas se dirigiram, correndo, ao salão comunal da grifinória, de onde tiraram da lata vela e surrada a tão ilustre capa de invisibilidade.

-E então, quem vamos assustar primeiro? – Pergunta Tiago, soltando um sorriso maroto. – Qual a sugestão?

-Os nossos coleguinhas de quarto? – Sugere Sirius, esfregando as mãos, em um gesto maligno. – Seria uma boa dar uma lição neles.

-Boa idéia, Sr. Black. – Potter faz uma profunda reverência a Sirius, que ri. – Vamos logo, antes que eles sintam a nossa falta

-Eles devem ter sentido assim que saímos. – Sirius e Tiago vestem a capa juntos. Por serem pequenos, as capa sobrou folgadamente nos dois, enquanto uma grande parte começava a arrastar no chão, fazendo eles terem certeza de que conseguiam andar até três pessoas daquele tamanho juntas. Eles seguiram, invisíveis, até os jardins, onde encontraram Pedro à beira do lago, com seus pés afundados, brincando com um dos animais marinhos dali, que eram excessivamente amistosos. Sirius olhou para o lado e viu Lupin, na sombra de uma árvore, lendo seu livro(o mesmo que ele havia aberto após o café da manhã), para o desprezo dos dois garotos.

-Quem vai primeiro? – Cochicha Tiago, enquanto Black fazia uni-duni-tê.

-Remos John Lupin. – Bradou ele, confiante. – Qual será a peça?

-Que tal aquele livro se rasgar, e a gente aparecer do nada na frente dele? – Sugere Tiago, soltando uma gargalhada muda.

-Boa!

Sirius e Tiago correram cautelosamente até Remo, que nada percebeu, devido à concentração gasta no livro. Sirius tira a varinha do cós das calças e sussurra um feitiço, fazendo o livro se rasgar em pedaços na frente de Lupin que, por sua vez, puxa a varinha e aponta para a testa de Sirius, sentindo a capa.

-Boa idéia pegarem esta capa idiota para me assustar, rapazes. – Fala Lupin, rindo. – Pena que isso não vai funcionar contra mim. – Ele termina, puxando a capa com a varinha.

-Ah, droga. – Sirius sai debaixo da capa, desolado. – Como você soube?

-Os dois marotos hiper-ativos de Hogwarts saírem juntos para ir ao banheiro? – Lupin mostra a brecha que os dois tinham deixado, enquanto os dois davam um tapa na testa, se achando dois burros. – Só podia dar nisso.

-Quem mais vamos assustar? – Pergunta Tiago, ainda embaixo da capa de invisibilidade.

-Ranhoso? – Pergunta Lupin, como se fosse uma boa idéia que eles deixassem-no descansar um pouco.

-Quando você não nos agüenta mais você nos dá ótimas idéias, Lupin! – Fala Sirius, sorrindo. – Adorei.

-Eu também. – Consente Potter.

-E o Amos Diggory? – Pergunta Lupin, restaurando magicamente seu livro. – Como vai?

-Não entendi sua pergunta, Lupin. – Fala Tiago, mostrando um olhar mortífero ao colega, que para com as brincadeiras, voltando a seu livro.

-Eu também não. – Sirius começa a prestar atenção em Pedro, que tentava fugir dos tentáculos da lula, que, incansável, queria o jogar a força no lago.

-Vamos descansar um pouco, então, Sirius?

-Vamos. – Sirius e Tiago se jogam na grama, fechando os olhos.

-Santo Deus. – Lupin levanta as mãos para os céus, pedindo um minuto de sossego. – Que cruz! – Ele termina, puxando seu livro novamente.

-Hem, Sirius. – Tiago tenta puxar assunto, entediado, porém cansado. – O que você ia me dizer na aula de Astronomia?

-Ah, sim, eu tinha me esquecido. – Sirius revira os olhos, logo olhando para o céu. – Estávamos tomando o café da manhã na minha muy amada mansão dos black, quando a revoada de corujas começou. – Ele gesticula, como se estivesse vivendo novamente aquele momento.

Flashback de Sirius

Em uma casa extremamente mal-cuidada e escura, com todos os móveis fedendo a mofo, exceto os preciosos itens de seus ancestrais, mais precisamente na peça que eles chamavam de “cozinha”, onde havia no centro uma mesa redonda de madeira barata, e as paredes pintadas de preto, que já começavam a descascar, havia um garoto sentado em frente à mesa. Um garoto que estava deixando seu cabelo começar a crescer, quando faltavam quinze dias para a volta à Hogwarts. Ele parecia sonolento e confuso ao mesmo tempo. Era uma bela manhã, que não dava para ser vistas da casa, pois ela não tinha janelas. Sirius aguardava ansiosamente sua mãe trazer sua xícara de café com leite quando, de repente, sua mãe, uma senhora vestida com um chambre verde com detalhes em prata chega na peça, com uma xícara em mãos. Ela atira a mesma na frente de Sirius, molhando a camiseta branca que vestia.

Encucado, Sirius puxa sua xícara e bebe todo o café nela contido, estranhando a atitude pensativa de sua mãe que, para ele, era um trasgo vestido com uma roupa remendada verde.

-Sabe. – Começa ela, autoritária. – você vai trocar de escola, vai pra Durmstrang.

-Não, não vou. – Ele a contraria, virando os olhos. – Vou ficar em Hogwarts.

-Você é uma vergonha para os Black. Você entrou na casa inimiga dos Slytherin! – Brada ela, batendo na mesa.

-Que seja, não vou me mudar. Se você me forçar, iniciarei uma rebelião nesta casa. – Ameaça ele, com um sorriso maligno.

-Duvido que você consiga.

-Ah, duvida? – Sirius rapidamente pega sua varinha e começa a fazer feitiços de ataque iniciais, que são facilmente rebatidos por sua mãe.

-Só isso? – Pergunta ela, rindo. – Essa casa te faz mal, seu idiota.

-Não, também tem isso! – Sirius corre e puxa uma panela, que estava fervendo um caldo cinza, que parecia ser uma poção doméstica. – Tome! – Ele atira no corpo da mãe, fazendo seu chambre ficar, em diversas partes, estragado.

-VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE FEZ? – Grita a mãe, histérica pelo estrago feito em seu chambre. – Esta peça de roupa foi usada por sua bisavó! – Ela, em um ataque de fúria e ao mesmo tempo com os braços queimados, ordena: - Fora de minha casa! Você não é mais bem-vindo à Nobre casa dos Black! Considere-se Desertado!

-Não estou nem ligando. – Fala ele, pegando suas coisas e saindo de casa, rapidamente. – Vocês só preservam bobagens nesse moquifo. – Antes de sair, sua mãe o correu aos gritos e azarações.

fim do flashback

-Então, você não tem mais onde ficar? – Pergunta Tiago, entendendo a situação

-Poisé, passei os últimos dias pré-hogwarts nas ruas, vagando rumo ao nada.

-Mas e aquela foto do profeta diário? – Agora Tiago tinha se lembrado da foto, que havia sido tirada há pouco tempo.

-Foi tirada ano passado, Potter. – Diz ele, desgostoso ao lembrar de tal fato. – O negócio é que estou sem teto.

-Que tal ir morar lá em casa, parceiro? – Sugere Tiago, tendo em vista que se ele fosse morar na sua casa, eles teriam ao menos alguma coisa para se fazer nos dias de férias

-Claro! Mas... Será que seus pais deixam? – Pergunta Sirius, envergonhado.

-Mandarei a eles uma coruja hoje, depois das aulas da tarde, certo?

-Certo! – Concorda Sirius, se sentando na grama.

-Pessoal, almoço daqui a quinze minutos. – Avisa Lupin, puxando seu despertador da mochila.

Tiago, Sirius, Lupin e um recuperado Pedro(que havia há pouco se salvado dos gigantescos tentáculos da lula carente) agora levantavam acampamento e se dirigiam novamente ao castelo de Hogwarts, após uma pequena pausa de descanso, para o almoço. Todos famintos, cansados e chateados com as primeiras aulas, mas com uma pontinha de esperança: As próximas aulas do dia seriam bem agitadas. Ao quarto e quinto horário, aula dupla de Defesa contra as Artes das trevas, uma de trato das criaturas mágicas e por fim, uma aula de Herbologia. Aquela tarde realmente prometia.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.