capítulo 13
Nota da autora: olá gente. Em primeiro lugar queria falar com a Ana, Ana Cláudia. Ana, eu não consegui colocar a capa, não sei como colocar. Fiz do jeito que você falou e não consegui. E eu queria colocar uma capa na minha fic Tempos marotos, você poderia fazer pra mim, aquilo que você fez pro outro desenho que depois eu vou tentar arrumar? Please. Caso você esqueça meu email de novo, hehe, é esse aqui: [email protected] tá?
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Hermione e Draco mergulharam e correram até o armário e se jogaram lá dentro, fechando a porta atrás deles. Harry apontou apressadamente sua varinha para a janela sussurando:
- Reparo!
E os pedaços de vidro voaram se encaixando perfeitamente na janela, como se nunca tivessem se partido. Depois, ele se atirou na cama e se agarrou a um de seus pilares, exatamente quando a porta do quarto, finalmente, abriu numa pancada forte, e Lúcio Malfoy entrou lá, pálido de raiva.
- Garoto! – ele gritou para Harry.
Lúcio parecia Draco quando este último ficava nervoso: muito pálido com duas manchas bem vermelhas na maçã do rosto. Harry imaginava que o porquê de Lúcio não abrir a porta com magia era pois preferia descarregar toda sua ira nela.
_Por que não abriu a porta? – ele perguntou para Harry furioso.
_Eu não sei. – respondeu Harry categoricamente – Talvez porque você me amarrou na cama!
Lúcio se fez de indiferente.
_ Eu esqueci disso. – ele admitiu, apontou sua varinha para Harry e falou asperamente – Finite Incantatum!
Harry deixou suas mãos caírem em seu colo propositalmente.
_Obrigado! – ele disse – Como está Nar... minha mãe?
_Ela está bem!_ disse Lúcio resumidamente.
_Eu posso vê-la?
_Não! – respondeu Lúcio – Eu preciso de sua ajuda com alguma coisa. Eu preciso descer para o calabouço e preciso que você venha comigo.
- Certo! – Harry disse, e pensando segurem firme aí no armário, seguiu Lúcio para fora da porta.
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Estava muito escuro no armário. Um lado do rosto de Hermione estava esmagado contra um tecido áspero, um de seus joelhos estava apertado contra o de Draco, e ela não estava quase sentindo seu próprio braço, que estava preso junto a mochila de Harry. Ela podia ouvir Draco respirando suavemente a seu lado, e fracamente pela porta do armário, ela podia ouvir Lúcio e Harry conversando. Ela ouviu Lúcio dizer a Harry que ia levá-lo até o calabouço e Harry concordar; depois ela os ouviu deixando o quarto, e a porta fechando atrás deles.
Draco falou primeiro. Na verdade, ele não falava tanto quanto praguejava, com grande fluência e criatividade, por causa de um bando de motivos. Seu vocabulário e imaginação impressionaram Hermione. Jamais ocorreria a ela que você pode fazer aquilo com uma vassoura.
- Certo! – ela disse finalmente – Desculpe interromper, eu estava meio que me divertindo ouvindo isso tudo, mas eu acho que deveríamos sair do armário agora. Meu braço está me matando!
_Nós não podemos sair do armário! – disse Draco categoricamente – Ele é trancado por fora!
Hermione ficou boquiaberta.
_O que você quer dizer? – ela perguntou.
A voz dele saiu aguda:
_Que parte de “Ele é trancado por fora” você não entendeu? Sinceramente! Eu pensei que você fosse inteligente!
_Um simples Feitiço do Abrimento...
_Não! – disse Draco – Esse armário é à prova dessas coisas. Quando eu era uma criança, meu pai costumava me trancar aqui quando eu me comportava mal, então eu devo saber!
_Seu pai parece ser horrível!
_Deixe minha família fora disso, Granger_ disse Draco brevemente.
- Granger?_ Hermione fez um som de exasperação – Primeiro Harry, agora você! Por que vocês dois estão agindo como se me odiasse, assim de repente? Tudo que eu fiz para Harry foi tentar salvar a vida dele, e para você, eu não sei de onde esse ressentimento vem, mas...
- Você realmente não sabe? – a voz de Draco, fria e distante, agora parecia a voz da qual Hermione se lembrava de inúmeros encontros desagradáveis em Hogwarts.
- Não! – ela disse friamente.
- Lumos!_ disse Draco e uma luz brotou na ponta de sua varinha, iluminando o interior do armário.
Hermione levou um susto. Enquanto falava com Draco no escuro, imaginava seu rosto como o de Draco. Mas, agora ela estava cara-a-cara com Harry de novo. A luz da varinha fazia com que olhos verdes brilhassem como malaquita escura, mas com um desagradável sorriso de Draco no rosto.
- Potter – disse Draco resumidamente – está sendo um babaca por duas razões. Primeira: ele detesta a idéia de ser resgatado por mim. Eu entendo isso. Eu sentiria a mesma coisa no lugar dele.
- E a segunda razão?_ perguntou Hermione, curiosa.
- Ele está com ciúmes._ disse Draco.
Hermione teve a impressão de que seu coração tinha descido até seu estômago, depois subido de novo, feito um foguete, mas até sua garganta.
- Com ciúmes?_ ela perguntou fracamente – De quê?
- Não seja estúpida, Hermione!
Hermione alcançou e apertou firmemente a mão de Draco.
- O que você está dizendo?_ ela perguntou.
A mão de Draco simplesmente ficou junto da dela, mas não se moveu.
- Eu sei que você quer ouvir isso._ ele disse – Mas é desse jeito que você quer?
Hermione parou. Era esse o jeito que ela queria ouvir que possivelmente Harry tinha sentimentos por ela (ao menos um sentimento – algum sentimento)? Pela espionagem involuntária que Draco fez na cabeça de Harry? Isso era uma violação, mesmo que fosse algo que ocorreu involuntariamente. E ainda havia a possibilidade dele estar errado.
Ela balançou sua cabeça em sinal negativo e tirou sua mão de perto da dele.
- Não. – ela disse.
- Só porque eu posso sentir o que Harry sente_ disse Draco inesperadamente – não significa que eu parei de sentir o que eu sinto.
Hermione olhou para ele.
- O que você sente?_ ela perguntou, e para sua grande surpresa, ela estava tão interessada nesta resposta quanto ela estava na resposta da pergunta anterior.
Mas Draco tinha baixado a cabeça, assim ela não poderia ver seus olhos, só a luz sendo refletida nas lentes dos óculos.
- Agora eu estou sentindo fome!_ ele disse – Estou morto de fome! Eu não como desde o almoço de ontem!
- Ah!_ exclamou Hermione, intimamente desapontada.
Ela puxou a mochila de Harry até onde ela pudesse alcançar o zíper. Ela estava agora sentada ao lado de Draco.
- Eu trouxe um pouco de comida... eu tenho aqui sapos de chocolate, cerveja amanteigada, e picles.
Draco fez uma careta.
- Eu disse que eu estava com fome, e não grávido!
Hermione abafou uma risada.
- Bem, é tudo que temos!
- Está bem! Me passe uma cerveja amanteigada! Talvez se eu beber um pouco eu não vou me importar tanto de ficar trancado nesse armário.
**
Harry seguiu Lúcio pelos corredores em zigue-zague, já familiares para ele, até que eles chegaram à Sala de Visitas, onde Lúcio abriu o alçapão e fez um gesto para que Harry fosse atrás dele. Harry foi, mas com muito cuidado para que não tocasse em nada. Ele não queria que a ausência de sangue Malfoy em seu corpo acionasse mais nenhum alarme.
A escada de pedra acinzentada dava em um lugar escuro e úmido, iluminado somente pela ponta da varinha de Lúcio. Era como um labirinto lá embaixo: passagens estreitas com várias direções diferentes a seguir, como um ninho de cobras. Harry tentava rastrear onde eles estavam murmurando “esquerda, direita, direita, esquerda aguda” para ele mesmo. Mas eles viravam tanto que Harry se deu conta de que isso era inútil.
Lúcio Malfoy falou uma única vez, quando eles estavam passando de um corredor estreito para outro, esse último decorado com um mosaico de pecinhas de mármore.
_Isso será bom para a sua educação, garoto! – Lúcio disse.
Por fim, eles chegaram à entrada do calabouço, uma gigantesca passagem em arco, de pedra, lacrada por um portão enferrujado, que era trancado por um enorme cadeado em forma de duas serpentes enroscadas. Lúcio Malfoy pôs sua mão sobre o cadeado e esse se abriu, deixando-os passar. Harry seguiu Lúcio para dentro.
Lúcio andou pela fileira de celas embarricadas, que traçavam os muros do calabouço, e parou em frente a uma, olhando fixamente para ela. Harry parou atrás dele, já sabendo o que veria.
A cela era um quarto estreito com goteiras e paredes de pedra, e um piso de pedra coberto por palha. No lado mais distante da cela, havia um banco de pedra bem baixo, sobre o qual um homem estava deitado.
Era Sirius.
_Olá, Black!_ cumprimentou Lúcio e Sirius sentou-se. Harry ficou aliviado ao constatar que tiraram a Praga do Ligamento dele. – Confortável?
Sirius rosnou, baixa e longamente, assim como um cachorro.
- Certo!_ disse Lúcio – É bom ver que você está tão orgulhoso do fato que tem sido um Animago por tanto tempo que nem consegue mais falar como um ser humano.
Sirius virou sua cabeça, para que não olhasse mais para Lúcio.
Lúcio balançou sua cabeça enojado, olhou para baixo, e puxou a manga esquerda de suas vestes, onde o esboço preto do símbolo de cobra-e-crânio da Marca das Trevas, estava impresso, e parecia uma tatuagem. Então ele levantou seu braço até sua cabeça e falou via Marca das Trevas, como se ela fosse um walkie-talkie.
- Macnair!_ ele latiu – Pedro! Onde vocês estão?
O crânio no braço de Lúcio mexeu seu maxilar, e uma voz começou a falar:
- Nós não podemos ir até o calabouço sem você!_ a voz dizia – Nós precisamos de alguém para abrir o alçapão!
- Droga!_ reclamou Lúcio. Ele olhou para Harry – Garoto, você está com sua varinha?
- Sim!_ respondeu Harry, puxando a varinha do bolso e mostrando-a a Lúcio.
- Muito bem, Draco!_ disse Lúcio, mostrando seus dentes afiados num sorriso – Eu gostaria que você tomasse conta de Black até que eu voltasse com Pedro e Macnair.Se ele se mover, ponha o feitiço da perna presa nele. Você já está na idade de começar a adquirir responsabilidades._ ele continuou – Já é hora de vermos do quê você é feito.
Harry suspeitou de que isso tinha pouco a ver com dar responsabilidade a Draco de mostrar do que ele era feito, e na verdade, Lúcio precisava de ajuda e Narcisa não estava em condições de trabalhar. Contudo, Harry não iria reclamar.
- Certo, pai!_ ele disse – Eu vou ficar aqui!
Lúcio saiu, deixando Harry no escuro, tremendo de impaciência. Logo que ele ouviu o portão fechar atrás de Lúcio, lá longe, ele se agarrou às grades e chamou:
- Sirius! Não se assuste, sou eu.
Sirius levantou sua cabeça.
- Harry!_ ele disse – O que você fez no seu cabelo? Está horrível!
Harry se engasgou de surpresa.
- Você me reconhece?
Sirius deu uma risada.
- Eu sou um cachorro, Harry!_ ele disse – Eu reconheço seu cheiro mais rápido do que sua aparência. Eu sei que você está aqui desde que eu cheguei!
Harry repousou sua cabeça sobre as grades da cela. Era um alívio ver que alguém o reconhecia, mesmo que fosse por causa de como ele cheirava.
- Todavia, se disfarçar do filho de Lúcio Malfoy é um risco terrível_ disse Sirius em desaprovação – O que você usou? Poção Polissuco?
_Eh... deve ter sido... – disse Harry.
Ele contou a Sirius, o mais rápido que podia, tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Sirius ouviu em silêncio, ocasionalmente mexendo a cabeça ou exclamando com surpresa, até quando Harry chegou à parte em que Rabicho e Macnair trouxeram Sirius até o quarto de Draco e Narcisa desmaiou.
- Narcisa_ disse Sirius pensativo – Aqui há um mistério!
- O quê?
- Narcisa – disse Sirius – era uma das mais lindas garotas de Hogwarts e uma excelente aluna, e era muito popular. E então, em seu último ano, ela ficou noiva daquele babaca nojento do Lúcio Malfoy. Ninguém conseguiu entender isso. Foi o mistério do ano, ela não suportava ele, e nem nenhum dos companheiros sonserinos dele. Narcisa_ ele continuou – estava na Corvinal.
Harry olhou Sirius severamente. Era difícil dizer, embaixo de toda aquela sujeira, sangue e lama, mas ele achou que Sirius estava um pouco evasivo.
- Você gostava dela, estava interessado nela, Sirius?
- Eu devia estar._ Sirius admitiu – Eu a conhecia muito bem, Harry. Ela era uma boa pessoa, eu apostaria nisso... mas também... eu diria o mesmo de Pedro, e olha o que aconteceu com ele!
- Então você está dizendo que eu devia..._ Harry começou, mas foi interrompido.
- Só fique de olho nela, Harry, é tudo que eu te peço.
- Esqueça-a, Sirius!_ disse Harry – A questão é que temos de tirar você daqui!
Sirius balançou a cabeça.
- Agora não._ Sirius disse – Malfoy estará de volta a qualquer instante!
- Eu sei disso._ disse Harry – Eu estava pensando em voltar aqui mais tarde, esta noite. A capa de meu pai está lá em cima, na minha mochila. Vai caber em nós todos. Eu deixo Draco atrás. – ele adicionou, melancólico – Mas eu preciso dele para abrir as portas. Elas só abrem para Malfoys.
A mão de Sirius estava algemada em seu próprio banco, impedindo-o de se mexer de certo modo.
- Harry_ ele disse – Eu sei que você não gosta do garoto Malfoy, mas verifique se ele vai estar usando a capa da invisibilidade, certo? Porque se o pegarem, vão pensar que ele é você. Isso vai ser o fim para ele.
A garganta de Harry secou.
- Eles estão planejando me matar, não estão?
- Pior_ Sirius disse melancolicamente – Eu ouvi Macnair e Rabicho falando sobre isso quando me trouxeram para cá. O plano era tentar me usar como isca para a Mansão Malfoy, e quando eles te pegassem, eles iam chamar Voldemort. Ele quer usar a Maldição Lacertus em você...
Sirius calou-se. O inconfundível barulho do portão do calabouço rangendo para se abrir era claramente audível pelas paredes. Harry se desgrudou das grades, e ficou com sua varinha para fora quando Lúcio, Macnair e Rabicho entraram no calabouço.
Eles ignoraram Sirius. Lúcio cumprimentou Harry com a cabeça.
- Fique aqui, garoto!_ ele disse – Eu quero que você assista a isso!
Harry apertou o punho. Ele sabia que eles não iriam machucar Sirius, já que um refém morto não é um refém, mas ainda assim, Harry não gostara do tom.
Lúcio pegou sua varinha e ergueu-a na sua frente. Macnair pegou sua própria varinha e tocou a ponta da sua na ponta da de Lúcio; depois Rabicho ergueu sua mão e a colocou no topo de ambas as varinhas.
- Dominus Vocare!_ ele disse em sua voz sibilada e guinchada.
Um jato de luz verde brotou da ponta das varinhas deles, e da mão de Rabicho. Isso tomou a forma de uma cabeça e um par de ombros. O rosto estava embaçado e indistinto, mas Harry já sabia quem era, não havia outro rosto como esse: achatado e mal, e cortada com olhos de gatos.
Voldemort.
- Mestre!_ disse Lúcio num tom agradável e hipócrita.
- Por que vocês me evocaram?_ perguntou a imagem de Voldemort numa severa e fumegante voz.
- Nós queríamos te mostrar que nós fomos bem-sucedidos no plano de capturar Sirius Black._ disse Rabicho, com o rosto gordo todo risonho – O senhor pode vê-lo?
A imagem de Voldemort virou sua cabeça para a cela onde Sirius se encontrava. Quando fez isso, seu olhar parou para examinar Harry, e ele sentiu a familiar dor na testa. Harry cravou suas unhas nas palmas, mas não se moveu.
- Eu o vejo._ disse a imagem de Voldemort – E o garoto Harry Potter? Ele foi notificado?
- Eu enviei uma coruja para a escola dele, Mestre._ disse Macnair.
- Muito bem._ disse Voldemort – Vocês fizeram um bom trabalho. Vocês serão recompensados..._ e quando eles sorriram, Voldemort adicionou agudamente – Quando tiverem ele com vocês.
Os sorrisos se desfizeram ligeiramente.
- Isso será logo, Mestre!_ disse Lúcio.
Mas Voldemort estava olhando para Harry de novo, e a dor em sua testa estava aumentando.
- Esse é o seu filho, Lúcio?_ Voldemort perguntou.
- Sim, é ele!
O olhar de Voldemort não saiu de Harry.
- Ele parece com você, Lúcio._ ele disse finalmente – Quando ele tiver idade suficiente, você o trará para mim, Lúcio?
- Claro, Mestre!
Nisso, a imagem de Voldemort desapareceu. Aparentemente, ele não era o tipo que se estendia em despedidas, o que era muito bom na opinião de Harry, pois ele tinha certeza de que, se ele fosse observado por mais um segundo pelo Lord das Trevas, a dor em sua cicatriz teria o feito cair no chão.
Ainda assim, ele estava feliz pela dor. Pelo menos isso significava que ele ainda era ele. Debaixo do disfarce, ele ainda era Harry Potter.
Lúcio, contudo, parecia agradado como nunca pareceu. Ele até colocou uma mão sobre o ombro de Harry quando eles deixaram o calabouço. Harry se virou para tentar dar uma última olhada para Sirius quando eles iam passar pelo portão, mas Sirius estava virado para a parede, e não o viu.
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