Capitulo dezessete
Meu corpo todo tremia, o pedaço de pergaminho apertado em minha mão, firme! Eu realmente nunca gostei de corredores. Já era a terceira tentativa. Dessa vez tinha quer ser o apartamento onde Hermione estava. E algo me dizia que dessa vez era realmente o dela.
Não era nada confortável e aconchegante ao extremo, mas dava para se viver tranquilamente, sozinho, é claro. Apesar de pequeno o lugar parecia acolhedor. Mas de qualquer forma imensos corredores não ajudam uma pessoa que está a ponto de ter um surto se sentir acolhido.
Parei de frente para uma porta simples de madeira bem cuidada. Havia gravados os números 112 na porta. Parecia bastante movimentado o seu interior e meu coração saltou ao ouvir sua voz. Era sua voz! Mal podia acreditar.
- Não comprei pizza! Mas que diabos! É tão difícil entender isso? Não! Não! Esta ficando louco?
Parecia estar ao telefone, eufórica e estressada. De qualquer forma era a sua voz e isso parecia corroer a vontade que eu sentia de a ver. Meu dedo foi direto a campainha ao lado da porta e o som de “blim-blom” ecoou pelo corredor onde havia o 111, 112 e 113.
Escutei ela gritar “um minuto” do lado dentro do apartamento. Não sei se era pra mim ou pra quem estava no telefone com ela. Mas de qualquer maneira preferi que fosse pra mim, assim podia explodir de alegria ao saber que depois de tanto tempo ela estava se dirigindo a mim, de uma forma abstratamente complexa, mas psicologicamente correta. Isso não está certo!
Ouvi a chave da porta girar e eu seria capaz de dizer que eu não conseguia mais pensar. Seus cabelos enrolados e seus olhos castanhos apareceram e o tempo pareceu parar nesse momento. Eu a olhei, linda como sempre. Seus cabelos caídos sobre os ombros até a sua cintura, seus olhos castanhos... Sua boca rosada...
Ela ficou parou estática por uns segundos deixando o telefone que estava em sua mão cair e se quebrar, porém ela não pareceu ligar nem um pouco para tal feito. Um brilho passou por seus olhos e eles logo começaram a marejar. Num solavanco ela se atirou em meu pescoço me abraçando forte e sussurrando um “Harry...”.
Eu retribui o abraço a apertando com força como se ela fosse meu oxigênio naquele momento.
Ficamos tempo o suficiente abraçados para poder sentir um ao outro e quando nos afastamos a primeira coisa que houve foi o contato visual o que eu sentia falta, muita falta.
- Como sabe que eu esta... – ela realmente havia começado a falar e simplesmente terminaria se eu não tivesse a beijado naquele momento.
Meus lábios estavam novamente colados nos macios dela. E isso já estava sendo bom para mim, mas não ótimo. Estava com medo de aprofundar o beijo, mas ela não resistiu, não empurrou ou fez qualquer outra coisa dissesse que não queria. Então eu não me limitei a deixar meus lábios somente grudados no dela o tempo inteiro e eu finalmente provei o seu gosto. Não sei definir, é somente ótimo, e se eu não o provar todo dia sou capaz de ter um surto!
Eu odiei Rony naquele momento por ter a provado primeiro, me arrependi, por Cho, Por Gina, Por Mel e por outras mulheres em minha vida que nunca, e eu repito, nunca me fizeram sentir arrepios em um beijo tão simples e cheio de amor como o nosso, meu e de Hermione.
Não sei exatamente quanto tempo durou, foi somente devagar e eu queria explorar sua boca e sentir o seu gosto. E eu posso dizer que isso entrou no ranking dos melhores momentos da vida de Harry Potter.
Nos separamos devagar e eu tinha seu lábio inferior presos entre meus dentes antes de finalmente selar um ultimo beijo e depois nos olharmos nos olhos por um tempo indeterminado.
- Senti sua falta... – foi o que saiu de mim numa voz rouca e grossa.
Continuávamos nos olhando. Meus braços em volta de sua cintura e os dela repousados distraidamente no meu peito.
No que eu considerei por segundos ela havia ficado na ponta do pé e agora ela me beijava tão desesperadoramente que eu simplesmente não tive tempo de raciocinar qualquer ponto, virgula, exclamação ou interrogação em minha mente. Simplesmente retribuía na mesma intensidade que ela pedia. E nós já estávamos dentro do seu apartamento quando percebia a porta bater atrás de mim.
Sem que eu pudesse calcular meus movimentos a virei pressionando-a contra a porta que acabara de bater a tempo de sentir as mãos geladas dela começarem a percorrer por debaixo da minha blusa.
Talvez eu não estivesse mais calculando qualquer movimento meu ou eu ao menos sabia se estava em minha sã consciência. Só sei que não houve simplesmente um começo ou um quem levou tudo aquilo. Simplesmente seu que houve um final, o começo é um tanto quanto complexo.
*-/-*
Fechei o chuveiro fazendo com que o barulho da água batendo no chão e escorrendo até o ralo secasse. Conjurei uma toalha e a enrolei nos quadris, conjurei outra menor a usando para secar os cabelos enquanto saia do banheiro.
Era capaz de não sentir meus pés tocarem o chão enquanto andava. Como se minha cabeça não fizesse parte do meu corpo e como se cada membro meu não tivesse ossos. Me sentia leve e em parte... completo.
Olhei para a cama e lá estava ela. Deitada de bruços com o lençol até a cintura deixando suas costas nuas a vista. Suspirei lentamente e quando me dei conta havia esquecido de secar os cabelos com a toalha menor. A joguei sobre os ombros e caminhei até a cama onde me agachei e passei a observar a respiração calma de Hermione.
Sentia tanta falta daqueles traços, era tão bom poder sentir seu cheiro novamente. Abri um pequeno sorriso ao me lembrar da noite em que passei com ela. Um tanto quanto confusa, mas nunca me senti tão completo em minha vida.
Meus dedos alcançaram seu rosto e o toquei levemente tirando alguns cachos que tampavam a visão daquele rosto lindo a minha frente. Eu realmente e amava e agora, depois de tudo, não havia como ou forma alguma de lutar contra isso.
Ela se mexeu devagar e eu tirei minhas mãos de seu rosto, talvez tenha a feito acordar. E realmente a fiz acordar. Ela abriu vagarosamente os olhos passando a me focar. Seus olhos nunca estiveram tão brilhantes quanto naquele dia. Ela estremeceu puxando rapidamente os lençóis até o queixo e se encolhendo.
- Está frio. – sussurrou quase para si mesma tentando se aquecer nos lençóis.
Eu sorri me levantando e indo fechar a janela que fazia o ar de uma madrugada gélida percorrer o pequeno quarto, porém bastante confortável, de Hermione. Caminhei novamente até a cama e me sentei.
Hermione se sentou também puxando os lençóis junto consigo. Aninhou-se em mim escondendo seu rosto em meu pescoço enquanto eu passava meus braços pela sua cintura e a abraçava.
- Sabe, Mione. – comecei em tom baixo. – Acho que quebramos o limite da nossa amizade.
Ela sorriu contra o meu pescoço.
- Sim. Nós quebramos. – um silêncio se estendeu. – Foi bom... – ela comentou.
Nós rimos.
- Posso dizer o mesmo que você. – disse. Ela tirou o rosto do meu pescoço e passou a me focar. Nós nos olhamos tão profundamente nos olhos que eu quase entrei em transe. Aquilo me trazia uma sensação de paz. E sentia falta de poder me afundas no mar castanho de seus olhos. Eram quase um refugio, me sentia seguro quando podia olhar naqueles olhos, me sentia tão intimo dela quanto qualquer outro namorado que ela teve. Era como se aqueles olhos fossem abertos só para mim. Toquei seu rosto e lhe beijei levemente nos lábios. Nos afastamos e ela voltou a recostar a cabeça em meu peito, eu suspirei e a abracei mais forte. – Sabe... Quando você foi embora percebi que... nós tínhamos uma vida perfeita juntos. Eu era feliz com você ao meu lado e que mesmo assim eu não aproveitava, quero dizer, não te aproveitava. Eu na verdade, sempre me imaginei com você. Qualquer plano que se passava em minha mente pra minha vida e pro meu futuro você esta incluída e de repente você vai embora. Eu quase tive um surto, é como não saber ser eu mesmo sem você. Eu pensei em milhões de coisas para te dizer quando te encontrasse novamente, mas a única coisa que eu realmente quero dizer agora é que eu te amo.
Um silêncio entre mim e Hermione nunca me incomodou tanto quanto aquele. Hermione afastou de mim passando a focar novamente meus olhos. Nunca me senti tão aliviado quando percebi um sorriso aparecer vagarosamente em sua face.
- Eu também te amo. – ela quase sussurrou.
Engraçado como eu não pensei em mais nada a não ser beijá-la. Ouvir aquilo dela foi como recuperar tudo que havia perdido durantes todos os meses que ela esteve fora. Principalmente minha felicidade.
Nós começamos tudo de novo, e acredito que não seria conveniente continuar a descrever isso em detalhes.
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