Capitulo três



Bati a porta atrás de mim. Joguei-me na cama e mirei o teto. A luz da lua iluminava o ambiente.
Comecei a me arrepender das palavras que disse a Gina. Talvez tenha sido rude demais. Acho que exagerei. Nunca fui bruto daquela maneira.

Passei um bom tempo encarando o teto. Lembrando dos momentos que passei com Gina. É estranho você ter certeza de que ama uma pessoa em um momento e segundos depois, você descobre que é tudo uma farsa e passa a odiar. Senti-me um idiota. Perdi a noção do tempo, dei-me conta do mundo quando ouvi batidas leves na porta. Mandei entrar. Se fosse Gina eu iria expulsar a tapa.
A cabeça de Hermione apareceu. Logo após ela caminhava devagar até a minha cama. Eu sentei para receber a “visita”. Ela se sentou a minha frente.

- Oi. – ela murmurou.

- Oi. – respondi sem emoção na voz.

Silêncio.

- Gina esta indo embora. – ela comentou.

- Agradeceria se não falasse dela, por favor.

- Desculpe...

- Tudo bem.

Silêncio.

- Harry. – ela me chamou depois de um tempo. Erguendo o olhar já que não estávamos nos olhando. Eu levantei o meu também e nos encaramos. – Você não vai embora, vai?

Eu dei um sorriso torno para ela. Neguei com a cabeça. Eu a vi dando o mesmo sorriso que o meu. Mas por um momento que a olhei nos olhos vi que não era sobre mim que ela queria perguntar.
Mais uma vez o silêncio caiu sobre nós dois. Eu sabia que ela queria chorar, provavelmente por causa da briga que ela estava tendo com Rony enquanto eu buscava, ou melhor, arrastava Gina de volta para casa.

Eu a puxei para um abraço e ela começou a chorar entre o espaço da minha cabeça e meu ombro enquanto eu afagava seus cabelos, como sempre. Não era a primeira vez que ela aparecia no meu quarto chorando por causa de Rony. Eu precisava agir, não ficar apenas a consolando e cada vez mais a ver sofrendo.

- O que ele fez agora? – perguntei a afastando e enxugando sua lagrimas.

- Harry, desculpa. Eu sei que você esta cheio de problemas, quer ficar sozinho. Mas é que eu não sei chorar sozinha...

- Não tem problema. – eu a cortei – Para você eu sempre tenho tempo. – se ela sempre tinha tempo para mim eu também, por pior que a situação fosse, sempre tinha pra ela.

Ela forçou um sorriso e recostou sobre o meio peito e eu comecei a afagar seus cabelos novamente.

- Eu entrei em desespero depois que você foi embora. Nunca te vi com uma cara daquelas e fiquei com medo do que pudesse acontecer com você com o carro, o que pudesse fazer com a Gina. Eu liguei para o Rony ele começou a gritar comigo dizendo que eu estava o atrapalhando no treino e desligou o telefone na minha cara. Do nada ele aparatou aqui depois de alguns minutos. Eu fui brigar com ele, pois não era pra ficar aparatando se não os vizinhos iam se assustar com o barulho, mas ele já veio com ignorância pra cima de mim, dizendo que o treino foi uma droga visto que eu tinha ligado pra ele o atrapalhado... – explicava ela, contendo as lagrimas. – Eu gritei pra ele o que havia acontecido. Já que ele não me deixava falar, tive que gritar. Foi quando você chegou carregando a Gina pelo braço.

- Tudo, bem. É o suficiente. Melhor não ficar lembrando. Tente descansar. Esfriar a cabeça.

- Eu não posso! – ela disse saindo do meu afago. – Tenho que fazer o jantar, hoje é meu dia.

Eu ri.

- Hermione. Acha mesmo que alguém vai querer jantar?

- Não sei. – ela secou as lagrimas rápido. – Mas eu realmente gosto de cumprir meus deveres.

Ela ia se levantar, mas eu a impedi segurando-a pelo pulso.

- Esquece Hermione! Não desperdice comida. Vá descansar. Se Rony quiser comer ele que prepare alguma coisa.

- Vai ser mais um motivo para briga...

- Diga que eu que mandei você não preparar nada. – a cortei. Ela silenciou. Forçou um sorriso. Levei meus lábios à testa dela depois a ponta de seu nariz. – Vá para o seu quarto. E nem pense em chorar por Rony de novo.

Ela assentiu com a cabeça e saiu do meu quarto em seguida.

Na manhã seguinte eu acordei com o barulho da chuva batendo na janela e uma tremenda dor de cabeça. O antídoto da poção do amor devia ter acabado assim como o efeito da própria. Olhei para o relógio ao lado da minha cama. Marcava seis e quinze. Tinha que chegar ao trabalho as oito. Pensei seriamente em não ir. Mas não custava me esforçar, meu treinamento estava acabando e eu nunca havia faltado uma aula sequer também porque Hermione nunca me deixara faltar. Meu sonho de formar como primeiro de meu grupo em treinamento realmente não iria se realizar se fizesse corpo mole logo nos últimos dias.
Pensei em tentar dormir novamente. Quarenta e cinco minutos... Ponderei alguns minutos. Talvez fosse pouco tempo para dormir e muito para ficar acordado.
Levantei. Olhei para o meu próprio corpo. Estava com minha calça jeans sapato preto e blusa preta, mesma roupa da noite anterior. Dormi pensando na vida. E formulando tudo que eu realmente queria ter dito a Gina.
Fui até a janela o olhei o grande rio Thames, aquele que corta boa parte de Londres. Sim, morávamos na avenida Victoria Embankment entre as pontes Waterloo e Blackfriars. Ao lado do nosso prédio havia uma área verde bem legal onde Hermione costumava ir todas as manhas de final de semana com Gina.
Eu me virei. Peguei minha toalha e rumei para o banheiro. Tomei meu banho. Vesti minhas roupas trouxas de sempre e sai do meu quarto. Aquele cheio de rosas ainda permanecia no corredor. Eu tentei não transparecer o quanto gostei de sentir aquele cheiro de manhã. Mas a minha raiva subiu quando eu descia as escadas e dei de cara com Gina que as subia. Ela parou e eu parei também. Nós nos encaramos por alguns segundos. Eu vi os olhos dela começarem a marejar.

- Pensei que já tivesse ido embora. – comentei friamente. Passei por ela descendo os últimos degraus. – Melhor você se apressar já que decidiu ir embora.

Não queria ser tão grosso, mas eu não sei, minha raiva falara mais alto naquele momento. E eu sempre me arrependia de ter dito depois que dizia. Logo depois lá estava eu novamente maquinando outras palavras cortantes.
Sei que a ruiva me acompanhou com os olhos até eu entrar na cozinha onde Hermione tomava um copo de leite e lia o profeta diário. Bichento estava em seu colo.

- Bom dia. – ela disse com os olhos fixos no jornal.

- Bom... – Eu respondi sem muito animo. Fui até a geladeira. A abri e olhei o que havia dentro. A fechei com uma careta. – Pode conjurar uma daquelas maças pra mim? – eu perguntei. Ela conjurou uma ainda de olhando fixos no jornal. – Obrigado. – agradeci pegando a maça da mão dela e indo em direção a pia. Lavei a fruta depois me sentei a frente de Hermione na pequena mesa de quatro lugares e dei a primeira bocanhada na deliciosa maça.

- Não precisa ter medo de comer as coisas pensando que há poção do amor nelas Harry. – Hermione comentou virando a pagina do jornal.

- Eu sei, mas enquanto Gina ainda estiver residindo nesta casa não quero correr o risco.

- Entendo... – ela falou começando a prestar atenção novamente eu alguma coluna feita por algum bruxo. – Talvez Gina não seja merecedora de tanto desprezo.

- Eu sei que não. Sempre me arrependo de minhas palavras depois que as falo. – Dei outra mordida na maça.

- E depois fica maquinando piores não é? – Perguntou ela divertida virando novamente a pagina do jornal.

- Como sabe?

- Talvez porque já tenha passado esse tipo de situações com Rony.

Eu ri. Era incrível ter amigos como Hermione. Ela sempre faz você se sentir à-vontade em qualquer lugar e em qualquer situação.

Rony entrou na cosinha. Parecia estar de péssimo humor. Foi até o fogão e ficou o mirando depois se virou para Hermione que continuava lendo seu jornal tranquilamente.

- Por que você não fez meus ovos com bacon, Hermione? – Rony perguntou sem emoção na voz.

Eu lancei um olhar mortal a Rony que ele não percebeu.

- E porque eu deveria fazer? – indagou Hermione calma sem tirar os olhos do jornal. – Acho que a regra aqui é: Cada um faz o seu café.

- Mas você sempre fez meus ovos com bacon. – eu via a raiva dele aumentar.

- E você sempre reclamou por estarem ruins. – ela continuava calma, lendo o seu jornal, na sua.

- Será que dava pra você parar de ler essa droga e prestar atenção em mim! – Rony gritou puxando com força o jornal da mão de Hermione.

- Hei! Será que dá pra não gritar com ela! – Eu me alterei. Uma coisa era ver Malfoy gritando com ela, outra era ver Rony.

Rony me jogou um olhar surpreso. Mas depois vi as pontas de suas orelhas começarem a ficar vermelha, e isso não era um bom sinal.

- Como é?

- Mandei não gritar com ela! – repeti. Acho que naquela hora Hermione viu que não iríamos chegar a um bom lugar.

- Tudo bem, Harry. Eu faço o ovo do Rony... – Ela disse se encaminhando para a geladeira.

- Ah, não vai mesmo! – a segurei pelo braço. – Poderia me deixar a sós com Rony um minuto, isso já está passando dos limites. – Vi Rony revirar os olhos.

- Harry...

- Por favor, Hermione!

Ela olhou nos meus olhos como quem diz “Vou te matar se fizer besteira!”. Eu lancei uma olhar de “confia em mim”. Ela pareceu entender.
Soltei o braço dela e ela saiu lentamente da cozinha.

- Senta! – Eu disse friamente a Rony quando escutei a porta bater atrás de mim, ignorei a raiva que ele transparecia no rosto. Ele não sentou. Eu não mostrei a minha falta de paciência, percebi também que naquele meu tom nós não chegaríamos a nada. – Rony, por Deus! Eu apenas quero conversar com você! Será que você poderia sentar pra termos uma conversa civilizada? – insisti.

Rony ficou parado alguns segundos. Não sei o que se passou na cabeça dele, mas sei que depois de alguns segundos de mera reflexão ele sentou pesadamente da cadeira da mesa da cozinha, ainda sem me encarar.

- Ah Rony! Melhore essa cara! – eu me sentei a sua frente. – Somos melhores amigos. Qual é? Quero conversar com você como amigo. – Eu tentei deixá-lo o mais a vontade possível, assim ele poderia se abrir comigo. Ele me encarou ainda com a cara fechada. Eu pesei os ombros soltando um muxoxo. Fechei os olhos, mostrando que eu realmente estava muito sem paciência, e que aquela atitude dele estava sendo realmente bastante infantil. Acho que ele percebeu que minha cota já havia esgotado.

- Ah... Harry... Tudo bem. – ele disse meio constrangido. – Estou sendo infantil. Desculpe-me.

Eu levantei o olhar. Lacei-lhe um de “Que bom que percebeu”.

- Rony, o que está havendo com você e Hermione? – fui logo direto ao assunto, meu tempo realmente era curto e logo eu teria de ir trabalhar.

Ele pareceu pensar por alguns minutos. Abriu a boca umas duas vezes, e logo depois fez uma careta. Aproximou-se mais de mim.

- Ela não quer ir mais pra cama comigo. – murmurou num sussurro quase inaudível.

Eu arregalei os olhos e soltei um assobio baixo e lento.

- Oho. Isso é péssimo! – eu finalmente disse fazendo uma careta. – Mas será que não é porque você a anda tratando um pouco...
mal demais?

- Ela só dá atenção para aquele elfos idiotas e aqueles livros de bruxaria avançada. Ela esqueceu de mim, cara! – disse ele com uma expressão quase desesperadora.

- A quanto tempo vocês não... você-sabe-o-que... ? – Acho que eu já lhes informei sobre o meu grande senso de curiosidade.

Rony olhou um pouco para os lados.

- Sei lá, cara. – disse sussurrando. – Há meses! Eu conto nos dedos às vezes que nós... você-sabe-o-que, desde que mudamos pra cá!

- Rony, o que você realmente sente por ela?

Ele fez uma cara de quem “Nunca pensei nisso...”. Endireitou-se na cadeira. E pensou... pensou... pensou...

- Acho que a amo. – ele finalmente disse. Eu fiz uma careta. – Ok. Eu não sei. Na verdade você sabe que eu estou com ela porque era o que todo mundo esperava, não é? Todo mundo achando lindo que assumíssemos uma paixão repentina um pelo outro depois de todas as nossas brigas, ou talvez porque sempre esteve nas entrelinhas que pos trás de como agíamos um com o outro existia um romance quase louco. Só que na verdade não existia. O nós basicamente criamos isso de tanto todos falarem.

- Quer dizer que a base do relacionamento de vocês é o que os outros falam?

- Talvez sim. – ele disse com a mão no queixo e olhando para cima, com aquela cara de pensativo de sempre.

- Hermione gosta muito de você. Ela sempre chora quando vocês brigam.

Rony riu. Eu fiquei sem entender o porque do riso. Fiquei com raiva por alguns segundos.

- Hermione não chora porque me ama. Hermione chora porque casais que se amam choram quando brigam. Ela criou essa imagem na cabeça e todas as vezes que brigamos, ela chora como desculpa de dizer que me ama.

Eu balancei a cabeça negativamente. Aquilo era um absurdo.

- Escuta... Por que vocês não tentam sentar e conversar? Tentam resolver essa situação. Mas uma conversa que eu digo é uma conversa civilizada. Tentem não começar um bate-boca. – eu olhei no relógio. – Bem, meu trabalho me espera. – disse me levantando. Peguei minha maçã e sai da cozinha deixando meu amigo refletir sobre o que devia fazer.

Encontrei Hermione ao pé da escada. A expressão febril. Eu ia em direção a porta, mas eu não podia sair sem me despedir. Sabia que ela estava completamente louca pra saber o que havia conversado com Rony.

Eu parei perto da escada e ela veio até mim, com aquele andado nervoso e o olhar de suplica. Ela parou na minha frente e mordeu o lábio inferior mexendo aquela perna nervosa.

- Relaxa. – Eu disse calmo e lhe dei um beijo na testa. – Espero que conversem. – eu dei um sorriso. Vai dar tudo certo. Vamos? – Bem, acho que eu não expliquei direito. Hermione também trabalhava, naquela época, no ministério, sendo mais especifico, no departamento para a regulação de criaturas mágicas. Quarto andar.

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N/A:
Gentem....eu sei q esse cap num tah lah essas coisas....mas vamos aos enfins....malz ter demorado um tikinho pra postar...mas eu aposto q tem fic aki q demora....

obrigada pelos coments....e perdoem-me os erros de port...como eu disse....to precisando de um beta....
bjão...

continuem comentando^^
=**

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