O Pacote Misterioso
CAPÍTULO 2 - O PACOTE MISTERIOSO
Hogsmeade parecia à mesma coisa de sempre. Sol brilhando no céu anil. Muitas pessoas. Hordas de alunos mal educados correndo pra todos os lados sem a orientação de um adulto sério. Começa a se arrepender de ter pisado ali. Os olhares caíam sobre ele. Era a última coisa que queria numa manhã daquelas: estar perto de tantos alunos,.
Decidiu resolver o problema o quanto antes e assim ficaria livre para voltar ao castelo e fazer o que bem entendesse em seu escritório. Até mesmo ler aquele artigo sobre o bezoar. Entrou no Três Vassouras e pediu um uísque. Estava em missão, mas o que? Era sua folga, um homem tem o direito de fazer o que bem entender em suas folgas. Mesmo que seja beber uísque de manhã. Sentiu um cutucão no ombro e uma voz irritante e esganiçada:
- Hey Tio... Sabe eu sou menor de idade, você poderia comprar um pouco de uísque de fogo pra mim?
Snape olhou por sob os ombros um aluno do primeiro ano,Lufa-Lufa.
- Tio é a p...
O garoto saiu antes de ouvir o restante da frase que ecoou no recinto num daqueles momentos de silêncio indesejado.
Olhou de relance para Rosmerta no balcão enquanto sorvia um gole do líquido. Certo que não era a mulher dos seus sonhos, mas também não era de toda feia, comparando com o restante que havia disponível no lugar. Um bando de velhas com dentes sujos (quando ainda tinham dentes), senhoras casadas e o restante em sua maioria alunas E a última coisa que queria era ser acusado de pedofilia. Traidor já era uma grande acusação pra agüentar por agora.
E no mais não tinha tanta sorte com o sexo oposto ultimamente, considerando que a maioria estava morta ou presa, ou pior casada com outro. Realmente isso não era sorte. Deu mais uma espiada no balcão e viu que Madame Rosmerta também o olhava. Interiormente Snape pensava que ela não tinha muita escolha, afinal quem poderia resistir a ele? Tomou o restante do uísque, e retirou algumas moedas para o pagamento, enquanto pensava como deveria se aproximar da mulher. Não que ele iria pedi-la em casamento, e tampouco ela fosse uma donzela a espera do seu príncipe. Mas em todo caso tinha que ter um pouco de tato e ser discreto.
- Bom dia... – disse tentando encontrar um tom de voz adequado e tentando não jogar nenhuma cantada barata pra cima de Rosmerta, mas foi logo interrompido.
- O Professor Dumbledore disse mesmo que viria. Aqui está o pacote! – respondeu rápida, talvez imaginando as intenções de Snape.
Com um largo sorriso, Madame Rosmerta entregou um pequeno pacote embrulhado em papel pardo um tanto quanto encardido. Contrariado Snape pegou o pacote e sem nem dizer obrigado saiu do local.
- E pensar que eu... Quase... Argh!E rosmerta se fazendo de difícil... Desde quando aquela mulher é difícil?
Não tinha coragem de dizer nem pra si mesmo o que teria feito há quase dois segundos atrás. Tinha sido realmente um idiota de pensar em bancar o Don Juan, coisa que estava bem longe de ser. Desviou esses pensamentos rápido, era realmente embaraçoso lembrar que pensara em investir numa simples dona de bar de um vilarejo. Patético.
Agora era o embrulho que chamava sua atenção. O que haveria de ter ali? O pacote era pequeno e leve. Resolveu ir andando para ter mais tempo de investigar o embrulho. Afinal depois que entrasse no castelo o pacote iria para a mão do dono. Procurou o remetente, algum endereço ou pista do que poderia ser aquilo. E nada encontrou. Curioso.
Ao ver que alguns alunos o encaravam apertou o passo. Empunhou a varinha com rapidez e se fez invisível em um piscar de olhos. Com nojo viu Potter e seus amiguinhos estúpidos. Ele parecia aturdido com seu sumiço.
- Aposto que Snape está tramando algo. Vocês viram aquele pacote? Aposto que deve ser algo que Voldemort mandou levar para Hogwarts. E agora perdemos a pista...
Teve a vaga sensação que Hermione Granger percebeu sua presença ali, pois os olhos dela não saiam de cima dele. A garota olhava intrigada em sua direção, mordendo o lábio com força, com a testa levemente franzida, provavelmente pensando alguma frase o suficientemente inteligente para defender o professor, como sempre fazia.
- De novo Harry? Dumbledore confia em Snape e isso é o suficiente! Por favor, podemos voltar? Não terminamos nem nossas cervejas amanteigadas. Será que podemos ficar um dia sem nos preocuparmos com seja lá o que for que o professor Snape está fazendo?
A garota tinha dado grande ênfase à palavra professor, como se quisesse dar uma pista da presença de Snape.
- Ele queria ser visto. Ele passa quase que pulando e segurando um cartaz com luzes piscando escrito: Hey olhem!Eu tenho um pacote e estou levando para o castelo. Tralalá. Impeçam-me! – disse Rony com uma péssima imitação da voz de Snape e com a qual somente Harry riu.
Snape teve vontade de se revelar naquele instante e matar os três. Talvez não a garota, afinal ela tinha um olhar de censura pra cima do pequeno “ferrugem” e do “salvador do dia”. Assim que viu os garotos se distanciando, aparatou ainda invisível para os portões do castelo.
- Aquela Granger... Se não fosse “Sangue Ruim”, minha aluna, tão nova e desse um jeito naquele cabelo... Talvez... AH! Que diabos estou dizendo? Devo estar desesperado para pensar em uma coisa dessas... Daqui a pouco considero até a hipótese de aceitar aquele chá com aquela desvairada da Trewlaney.
Parecia haver uma multidão na sua cabeça discutindo sobre a sua sanidade mental. Tomara sol demais na cabeça. Só pode. A cabeça de novo se encheu dos mais variados pensamentos, que iam desde “Que será que comerei no almoço?”; “Será que Narcisa se sentia solitária sem Lúcio?” a “Por que eu ainda estou solteiro? Eu sou um ótimo partido... Todos deveriam me amar!”.
E nessa hora lembrou-se que ainda estava invisível e uma carruagem apressada chocou-se contra ele. Em cheio.
Comentários (1)
meu vc escreve muito bem! prende a gente cara! a nota deveria ser mais que cinco, sem brinkdera!
2013-04-12