Revolta e Mistério



- CAPÍTULO OITO - Revolta e Mistério


- Harry, acorda! – disse Rony.

- Ãhn...? – resmungou Harry.

- Temos Defesa Contra as Artes das Trevas agora! – disse Rony. – ACORDA!

- Ta bom... já vou. – disse Harry, se levantando cansado.

Eles se vestiram e chegaram na sala comunal, onde encontraram Hermione, graças a Deus, sem o seu livro de animagia. Desta vez ela lia um de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Não, outra vez não... – resmungou Rony.

- Não? Não o quê? – perguntou ela.

- Lendo de novo! – exclamou Rony. – Mas vejo que já está disposta a falar com a gente de novo, não é, Mione?

O comentário deixou Hermione visivelmente irritada. Ela saiu resmungando um “Ora, só porque eu não quero ser cabeça-de-vento que nem vocês?” e foi ao encontro de Gina.

Chegando na classe de Defesa Contra as Artes das Trevas eles encontraram todos os alunos da Grifinória lá, excitados, enquanto apenas alguns alunos da Sonserina estavam presentes, visivelmente irritados.

A Profª. Gween entrou e todos olharam para ela, ansiosos por mais um “show”. Então a turminha “pode-tudo” entrou, liderados por Draco.

- O que vocês pensam que estão fazendo chegando há essa hora? – perguntou a professora.

- Nós nos atrasamos. - explicou Malfoy.

- Com o quê? – perguntou ela, mais uma vez.

- Creio que isso não seja da sua conta. – atreveu-se Malfoy.

- Ora, Malfoy, a única pessoa que tem o direito de julgar se é ou não da minha conta sou eu. Vejo que você ainda não entendeu a lição, não é? Então, acho que dez pontos a menos para Sonserina farão o favor de lembrar-lhe disso.

Crabbe, Goyle, Pansy e Malfoy entraram, fervendo de raiva.

- Bom. – começou a professora. – Agora que esses alunos fizeram o favor de se colocar no seu devido lugar, vejo que posso começar minha aula. Hoje nós aprenderemos uma importante contra-azaração, a Reflexum. Alguém pode me dizer o que esta contra-azaração faz?

Hermione levantou a mão e disse, prontamente:

- A reflexum repele quase todo o tipo de contra-azaração, embora não seja capaz de repelir azarações de nível dos N.I.E.M.s ou acima e Magia Negra.

- Parabéns! – disse Gween. – Dez pontos para a Grifinória! Bom, vamos começar: quero que formem duplas. Uma vez para cada: um lança a azaração e o outro repele. As palavras mágicas são Azarum Reflexum e o movimento preciso é de um X. Vocês devem pensar na sua varinha criando um espelho.

- Ãhn... professora? – perguntou Draco. – Podemos fazer duplas com qualquer um?

- Ora, se eu não dei instruções precisas para as duplas é óbvio que sim!

Durante todo o tempo eles ficaram treinando, e os resultados foram em geral satisfatórios. Os alunos da Sonserina haviam tido um bocado de problemas, e os da Grifinória foram bem. Até Neville fez o seu – embora não perfeito, o dele repeliu o feitiço pela metade: a azaração não chegou nele, mas também não voltou para quem a lançou.

Harry, Rony e Hermione conseguiram pleno sucesso na matéria, que agora estava muito mais interessante.

Durante a tarde eles tiveram poções. Era incrível, mas Snape parecia saber do que Gween havia feito e estava disposto a vingar-se.

Ele dera uma poção extremamente complicada: Poção Reveladora de Sonhos. Ela devia ser mexida por um número exato de vezes, cozinhada por um tempo preciso, a intensidade do fogo devia ser mudada a cada quinze minutos, mas se ficasse um grau a mais ou a menos a poção estava perdida. Ela devia ficar em um tom prateado claro, e desprender uma névoa cinza clara quando a poção estivesse pronta.

Harry foi seguindo as instruções corretamente, mas quando chegou na oitava linha das instruções, a poção começou a escurecer. Pelo menos não estava escarlate como a de Neville. A de Hermione, no entanto, estava prateada e desprendia uma leve névoa cinza.

Snape foi passando entre as classes, reclamando aqui e ali, mas quando viu a de Hermione, ficou um tempo parado analisando. Depois voltou a caminhar, porque não encontrara nada para criticar. Parou na poção de Harry.

- Potter! Isso, por acaso, é a sua Poção Reveladora de Sonhos?

Harry teve vontade de dizer: “Não, é meu almoço!”, mas se conteve, e disse:

- Sim, professor.

- E você é cego, Potter?

- Que eu saiba não... Professor. – acrescentou.

- Então leia a linha oito para mim.

- Acrescente a Hathellax, com um fogo de 12º C e mexa por dois minutos.

- Vamos ver a quantos graus seu fogo está. – disse Snape, maldoso.

O professor botou o medidor de temperatura, que indicou 14º C.

- Ora, ora, Potter, não és cego, apenas burro. – disse Snape. – 13º C até é perdoável, agora 14?? Temo que tenha que retirar 20 pontos da Grifinória.

Harry escutou um “Calma” vindo de Rony e se conteve de perguntar como se fazia Veneno Instantâneo.

Mas Hermione levantou-se e disse:

- Professor, você não devia ensinar Harry, e não insultá-lo?

Snape virou para ela. Sua expressão era como se ele tivesse acabado de descobrir que ganhara na loteria.

- Ora, ora, a sangue-ruim resolveu se pronunciar.

Hermione baixou a cabeça e voltou a trabalhar em silêncio.

- Vai ficar calada agora? Acovardou-se?

Hermione continuou calada.

- Fale! – berrou Snape.

Mas Hermione continuou calada e Harry pôde jurar que viu lágrimas escorrendo pelo rosto da amiga.

- Quer ficar calada agora? Metida sempre, exibida e sabe-tudo. Mas agora prefere calar-se? Pois bem, por negar uma ordem de um superior, desconto 50 pontos da Grifinória.

Aí foi demais. O sangue subiu à cabeça de Harry e ele apenas levantou-se e disse:

- Está com raiva de alguma coisa e resolveu descontar em Hermione?

- Calma... – sussurrou Rony.

- Ah, acho que não sou bem eu que estou com raiva. – disse Snape.

- O que você quer dizer com isso? – perguntou Harry, já prevendo onde isso ia chegar.

- Ora, não fui eu que perdi um miserável, fedorento e inútil de um padrinho.

Ninguém viu mais nada. Um jarro vermelho saiu da varinha de Harry, e Snape caiu inconsciente no meio da sala.

Draco se levantou, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, Harry disse:

- É melhor você se sentar e deixar sua boca bem calada, se não quiser ficar igual – ou pior! – do que ele! – e indicou Snape com a cabeça.

Draco se sentou e ninguém mais teve coragem de se levantar. Harry, Rony e Hermione se levantaram e foram até a cabana de Hagrid. Lá, contaram ao amigo o que havia acontecido, e ele preveniu-os:

- Olha, eu sei que o Prof. Snape está errado, mas aconselho vocês a não se meterem com ele. Ele anda estressado ultimamente e pode se revoltar de verdade se isto se repetir. Se é que ainda não se revoltou...

Com este conselho eles voltaram ao castelo, onde jantaram. De noite, Harry foi saudado na sala comunal por todos. Eles haviam contrabandeado comida da cozinha e faziam uma festa-surpresa a Harry, pelo seu desempenho com o detestável professor de poções. Então, depois de muita festa, muitos parabéns e muita diversão, Harry finalmente foi dormir.


Harry estava andando pelo corredor mal-iluminado do Departamento de Mistérios. Ele abriu a porta ao fundo, mas não se encontrava na sala circular azul. Ele estava numa sala quadrada, com uma lareira acesa, sentado em uma poltrona macia. Do seu lado estava uma cobra, e na sua frente se encontravam umas dez pessoas.

Uma delas, uma figura masculina baixa, de ombros curvados e uma expressão de terror no rosto disse:

- Sim, acho que é ela.

- Acha? Apenas acha? – resmungou Harry, numa voz fria e cortante.

- Sim, ela está onde você supôs.

- Quero certeza! – berrou Harry. – Não posso atacá-la sem provas, e você sabe bem disso!

- Milorde, desculpe o velho Rabicho, mas ele não tem acesso a tudo agora que Malfoy está em Azkaban.

- Mas isso logo vai mudar. – disse Harry, mais tranqüilo. – Logo, logo, os dementadores se juntarão a nós e libertarão nossos aliados!

- Oh, milorde, sim, milorde! – resmungou o homenzinho.

- Mas por enquanto, eu tenho que te agüentar, verme desprezível! Crucio!

Rabicho então começou a se contorcer de dor no chão, e Harry levantou a varinha quando Rabicho perguntou:

- Mas porque me castiga, milorde?

- Por acaso lhe devo explicações? – bradou Harry.

- Não, milorde, oh, não! Não você, o melhor, o maior de todos.


- HARRY! ACORDA!!!

Harry abriu os olhos. Estava suando, deitado no chão do dormitório, com seus colegas de quarto em sua volta.

- O que aconteceu? – perguntou ele.

- Nós nos acordamos com seus gritos e viemos acudir. – disse Neville.

- Estou bem, estou bem. – disse Harry. – Rony, vem me ajudar com este livro.

Rony logo entendeu o recado e foi até o amigo, que falou:

- Esqueci de praticar oclunência ontem à noite, e sonhei com Voldemort.

Rony olhou-o assombrado.

- Você tem que contar isso a Mione!

- Eu sei. Vamos, vou contar a ela. – disse Harry, saindo do dormitório já vestido.

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