Escutando Atrás da Porta
- CAPÍTULO SETE – Escutando Atrás da Porta
Desde que a profª McGonagall havia falado sobre animagia na aula, Hermione estava lendo muito. Era comum encontrá-la lendo antes disso, mas agora passava lendo a maior parte do tempo.
- Como é que ela pode? – perguntou Rony à Harry, certo dia, na sala comunal, observando Hermione lendo o mesmo livro sobre animagia, absorta em sua leitura, no outro lado da sala comunal.
Harry deu de ombros. Estava mais preocupado em fazer seu dever de poções.
No outro dia eles seguiram para a orla da floresta, onde teriam Trato de Criaturas Mágicas.
- Bom, pessoal, hoje estudaremos os Fryons. – disse Hagrid, mostrando três caixas de madeira onde se encontrava um grande número de bola-de-tênis extremamente peludas, de várias cores.
Todos se aproximaram.
- Agora alguém pode me dizer algumas características dos fryons? – perguntou Hagrid.
Hermione levantou a mão, o que não causou surpresa em ninguém.
- O pêlo do fryon possui propriedades mágicas, e é usado para fazer varinha na Rússia, país de origem do fryon. Ele é poderoso como o Unicórnio, difícil de ser morto, mas não é tão inteligente, embora perceba emoções muito mais a fundo.
- Muito bem! – disse Hagrid, orgulhoso. – Dez pontos para a Grifinória. Agora, alguém poderia me dizer se o fryon é ou não perigoso?
Rony cochichou para Harry: “Ora, é claro que são! Se não fossem Hagrid não haveria trazido-os!”.
- Os fryons, por ter a capacidade de perceber emoções, logo percebem a intenção da pessoa. Se for ruim, o pêlo macio do fryon se transforma num duro espinho, e suas propriedades mágicas viram veneno. No momento que o veneno entrar em contato com o sangue de uma pessoa, esta fica doente e passa por vários sintomas desagradáveis. – disse Hermione, prontamente.
- Bom, mais dez pontos para a Grifinória. – disse Hagrid. – E alguém poderia me dizer quais sintomas são esses?
Mais uma vez Hermione levantou a mão e falou, como se tivesse decorado o livro:
- Se for pouco veneno injetado a pessoa tem dor de cabeça, enjôo, cansaço, agitação, confusão, palidez e sonhos nada agradáveis. Se o veneno for muito, a pessoa também fica com furúnculos por todo o corpo, desmaios, distorção da visão enquanto o veneno durar, surdez parcial enquanto o veneno durar, e às vezes pode até ocorrer perda parcial de memória.
Hagrid, contente, concedeu mais dez pontos para a Grifinória, e instruiu:
- Agora peço que cada um pegue um fryon e dê comida a ele.
No lado as caixas com os fryons havia um balde cheio de pequenas ervas picadas.
- Mas, por favor, não pensem em nada ruim enquanto estiverem com um fryon na mão! – advertiu Hagrid.
A aula transcorreu normalmente e logo chegou a hora do almoço. Os alunos se retiraram e só Harry, Rony e Hermione ficaram para ajudar Hagrid com os fryons.
- Muito interessante Hagrid. – disse Hermione.
- Obrigado Hermione. – respondeu Hagrid, visivelmente contente. – Você se saiu muito bem!
Hermione ficou vermelha, mas contente.
Eles estavam voltando para o castelo quando viram Pansy Parkison comentar, provocativa, com Malfoy:
- Trinta pontos por puro egoísmo.
- É, aquela sangue-ruim pensa que pode esnobar todo mundo só por que sabe! – começou Malfoy. – Uma egoísta na verdade, que não deixa os outros responderem só para continuar com fama de sabe-tudo.
Harry cochichou “Calma!” para Mione, mas era tarde demais. Ela já estava frente a frente com o pessoal da Sonserina, e disse:
- Pelo menos eu não sou tão burra a ponto de ter que gozar dos outros para me fazer de inteligente. Cresce um pouco Malfoy, e depois venha falar alguma coisa.
Malfoy ficou vermelho e o pessoal da Sonserina ficou furioso, embora Goyle tenha dado uma risadinha ao ver a cara de Draco.
Os três amigos saíram da escada e Harry e Rony foram parabenizando Hermione até a mesa da Grifinória.
Durante a tarde eles tiveram História da Magia, onde o prof. Binns falou sobre o Conflito dos Centauros, em 1816; depois, Rony e Harry tiveram a tarde livre enquanto Hermione seguia para a aula de Aritmancia.
Os dois amigos foram até o campo de quadribol, onde voaram e treinaram um pouco, depois jogaram várias partidas de Snap Explosivo e Xadrez de Bruxo.
Harry estava perdendo lindamente para Rony quando Hermione chegou.
- Como foi a aula? – Harry perguntou.
- Ótima! Profª Vector está cada vez mais maravilhosa! – comentou Hermione, excitada. – Ah, não! Esqueci do meu livro na biblioteca... – disse ela.
- Pode deixar que eu busco... – disse Harry. – Estou buscando uma desculpa para me livrar de perder pela quinta vez para o Rony hoje.
Os outros dois riram. Hermione então descreveu o livro para Harry, que saiu logo depois.
Caminhou até a biblioteca, falou com Madame Pince que logo lhe deu o livro que ele pedia.
Estava voltando tranqüilamente quando escutou a voz da Profª Minerva, vindo de uma das portas entreabertas do corredor:
- Eu não acredito! Ele lhe avisou, mas mesmo assim você insistiu!
- Não foi por querer! - respondeu outra voz, que Harry reconheceu como a de Gween.
- Você sabe que ninguém pode descobrir que é você e me deixa largado por aí uma coisa dessas? – ralhou McGonagall.
- Ah, Minerva, você foi minha professora, eu sempre te admirei pela tua inteligência! Esperava que a usasse agora para ver que foi um descuido!
- Mas então preste mais atenção nas coisas que você faz! – disse Minerva, visivelmente menos brava.
- Eu não entendo porque todo este sermão.
- Não entende? Pergunte então para Dumbledore!
- Mas foi só um pedaço de pergaminho!
- Um pedaço de pergaminho que poderia botar tudo a perder!
- Ah, Minerva, seja mais flexível!
- Flexível?
- Você sabe que eu não botaria tudo a perder!
- Não, eu não sei senhorita! E trate de ser mais cuidadosa!
Com um suspiro irritado Gween concordou, e Harry achou melhor sair dali de perto.
Rumou para a torre da Grifinória, e entrou arfando.
- Harry, onde esteve? – perguntou Rony.
- Já estava pensando que você havia perdido meu livro! – disse Hermione aliviada.
- Não, não perdi seu livro. – respondeu Harry.
- E então? – perguntou Rony.
- Foi algo muito mais interessante e importante que me fez atrasar.
- O que? – perguntou Rony.
Então Harry narrou detalhadamente o que acabara de ouvir.
- Uau... – exclamou Rony.
- Hermione? – perguntou Harry, ao ver a amiga quieta.
- Harry, eu só acho que aí há muito mais coisa do que podemos perceber. – disse ela, pensativa.
Os dois garotos se entreolharam.
- Bom, eu vou dormir.
Dizendo isso, Hermione pegou seu livro e partiu para o dormitório feminino.
No outro dia eles partiram para a aula de Transfiguração, e Harry se manteve de cabeça baixa. Eles estudaram mais sobre animagia e a professora, por mais incrível que pareça, não deu dever de casa.
Depois, eles seguiram para as masmorras onde tiveram que encaram um Snape mal-humorado e nervoso.
No almoço não viram Hermione, e ela ficou quieta durante toda a aula de feitiços, onde eles estavam aprendendo o Feitiço da Desilusão.
Neville, que estava treinando em Dino, acabou fazendo ele ficar totalmente colorido.
Hermione conseguiu desiludir Rony por completo, mas este fez Hermione ficar listrada: desiludida, não-desiludida, desiludida, não-desiludida...
Na janta, todos estavam morrendo de fome, mas Hermione meramente comeu e já saiu da mesa.
Harry e Rony estranharam, mas continuaram a comer.
Depois da janta eles partiram para o salão comunal, esperando a ajuda de Hermione para o dever de poções (uma redação sobre os ingredientes da Poção do Amor, que embora proibida em Hogwarts, estava no currículo escolar), mas não encontraram-na.
Então, foram obrigados a fazerem os deveres sozinhos.
Depois, um corrigiu o do outro – embora isto não tivesse dado muito efeito – e eles foram dormir, discutindo sobre o porquê da desaparição de Hermione.
Chegando lá, deitaram, e dormiram quase imediatamente.
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