Brigas em Quantidade
- CAPÍTULO DEZ -Brigas em Quantidade
Depois que Rony salvara Hermione dos dementadores o clima entre eles ficava constrangedor, tanto que no outro dia Mione nem olhou para eles na sala comunal: passou direto e foi tomar café sozinha.
Durante as aulas Harry fazia de tudo para tentar manter um diálogo, mas isso era quase – se não totalmente – impossível.
Harry, desde a versão de Hermione sobre o acontecido, sempre duvidara que a garota havia se “esquecido” de mencionar algo, mas ela e Rony afirmavam que aquela era a história verdadeira – e completa.
Naquela manhã eles foram até a sala de transfiguração, onde a profª Minerva começou seu discurso:
- Hoje começaremos a aprender a conjurar coisas. Tentaremos conjurar algo bem simples, como uma agulha ou um palito. O feitiço da conjuração é um dos mais difíceis do currículo escolar de transfiguração. Sugiro que, antes de aprenderem a conjurar, dêem uma revisada no feitiço de desaparição, do ano passado, pois o feitiço de conjurar nada mais é que o inverso deste.
“Estudem a estrutura dos dois feitiços, e para aqueles que tiveram dificuldades no feitiço da Desaparição, estudem, pois precisarão dele agora. – o olhar severo de McGonagall mirou todos na classe, e Neville chegou a se encolher um pouco. A professora fez um aceno com a varinha em direção ao quadro negro e disse: - agora, podem começar. No quadro está a estrutura dos dois. Comecem pelo que quiserem.”
No final da aula, Hermione conseguira conjurar trinta e sete agulhas, enquanto Harry conjurara apenas vinte e três, e Rony, dezenove. Depois desta aula, tiveram feitiços, onde o minúsculo Prof. Flitwick (em cima de uma pilha de livros) explicava a teoria do feitiço Bobo-alegre.
- Como vocês podem ver nas fotos – disse o professor se referindo às fotos do livro – a pessoa atingida pelo feitiço fica com muita vontade de rir continuadamente e perde o juízo-crítico. Parece pouco, mas cuidem: muitas pessoas foram levadas a fazer coisas muito estúpidas, dos quais se arrependeram por anos, por causa deste feitiço. Ele só pode ser desfeito pelo Finite Incatatem, e enquanto este não seja acionado, o feitiço do Bobo-alegre tem duração indeterminada. Formem duplas ou trios e se revezem lançando o feitiço.
Harry, Rony e Hermione se juntaram e foram treinar. Este momento rendeu inúmeras gargalhadas por causa das coisas estúpidas que a pessoa enfeitiçada se dispunha a fazer. Hermione, muito forte em relação a feitiços, não fez coisas tão idiotas, mas mesmo assim rendeu uma história e tanto. Rony e Harry, no entanto, dominados completamente pelo feitiço, fizeram loucuras que seriam lembradas para sempre pelos amigos.
Com um dever e tanto para fazer, os três subiram para a torre da Grifinória depois da janta. Duas horas depois Hermione já havia feito meio metro a mais do que McGonagall pedira e estava começando o trabalho para a aula de feitiços, enquanto Harry e Rony mal estavam na metade do extenso dever de transfiguração. Hermione foi a primeira a acabar, e Harry logo aproveitou:
- Ah, Hermione, vai, me ajuda... este dever é extenso demais!
- Harry, se você prestar atenção, verá que não há nada de difícil nisso.
- Você fala isso porque é inteligente! Você acha legal esfregar isso na nossa cara?
Harry tocara no ponto certo. Com um meio-sorriso, Hermione disse, mais para convencer a si própria do que qualquer outra coisa:
- Ah, ta bom, que mal isso vai fazer?
E assim a garota corrigiu o dever do amigo, dizendo-o, de uma forma ou outra, as respostas certas.
- Mione, será que você poderia...
- Ah, não, Rony, eu vou dormir. – disse ela.
A sala comunal já estava vazia, e a garota não demonstrava nenhum vestígio de sono.
- Mas Mione...
- Ah, Rony, não dá para você fazer sozinho uma vez, para variar?
Rony, um tanto quanto estupefato com a reação da amiga, disse, as orelhas ficando vermelhas:
- E você também podia ser gentil!
Hermione olhou-o com um olhar que beirou o desprezo, e saiu.
- Porque ela tem que ser assim? – perguntou Rony.
Harry, por demais acostumado com as rotineiras brigas dos amigos, ficou quieto. Pegou o trabalho de Rony e, comparando com o seu (revisado por Hermione), corrigiu o possível.
Mas no outro dia os dois não fizeram totalmente as pazes. Ficaram se implicando por um bom tempo.
A relação entre eles só foi melhorar um tempo depois, numa aula de Trato das Criaturas Mágicas.
Eles foram chegando até a orla da floresta quando viram um animal mais ou menos do tamanho de um boi, mas muito parecido com algum tipo de dinossauro. Na realidade, como os três amigos logo perceberam, ele era a mistura de vários tipos de dinossauro, só que em tamanho menor. Os três se entreolharam. Sabiam da queda que Hagrid tinha por animais um tanto quanto “monstruosos”, mas trazer uma réplica de dinossauro era demais.
- Eu sei o que é isso! – cochichou Hermione.
- Que novidade... – reclamou Rony.
- Pelo menos não sou ignorante! – respondeu a garota. – Mas voltando ao assunto, isto é um Saurus. Os saurus são répteis semelhantes a dinossauros, só que em tamanho menor.
- Hum, deu para notar! – exclamou Rony, cujas orelhas ainda estavam vermelhas por causa da fala de Hermione.
- Olá pessoal! – disse Hagrid. – Estes são Saurus, répteis semelhantes a dinossauros, só que em tamanho menor. Reparem nos pêlos da cauda: são vermelhos! Isso é por causa da magia presente neles: é uma magia do amor!
- Ah, ta, esses bichos horríveis com magia do amor? – resmungou Pansy Parkinson.
Harry, Rony e Hermione olharam feio para ela, e agradeceram por Hagrid não ter ouvido.
- Não tem nada mais inteligente para falar, Pansy? – disse Hermione, pelo canto da boca.
- É que eu não quero me fazer de sabe-tudo. – respondeu ela.
- Hermione não precisa se fazer de sabe-tudo! Ela simplesmente sabe, é diferente. – respondeu-lhe Rony. – Ao contrário de você, que tem um cérebro minúsculo... aliás, será que tem mesmo?
Os alunos da grifinória deram risadinhas, e Draco, Crabbe, Goyle e Pansy olharam feio para eles. Por um instante, Harry pensou que a briga entre Rony e Hermione havia acabado, mas no instante seguinte...
- Hermione, será que não dá para você ser menos egoísta e me deixar ver o bicho? – disse Rony.
Hermione olhou feio para ele, mas não saiu dali.
- A magia do amor presente na cauda do Saurus – continuou Hagrid. – é muito eficiente, mas difícil de se conseguir, pois os saurus são ariscos e não se deixam capturar. Devo lembrar-lhes que qualquer tipo de poção, feitiço ou magia do amor é proibido em Hogwarts, por isso os Saurus não serão de maior utilidade para vocês.
A aula continuou tranqüila, e logo chegou a hora do almoço. Depois do almoço tiveram outra aula tranqüila e Harry e Rony foram para a sala comunal – mas Hermione não fora.
Os dois amigos ficaram fazendo os deveres até tarde da noite, quando Hermione chegou.
- Ah... – resmungou ela, um tanto quanto desapontada. – Vocês ainda estão acordados...
- Valeu pelo incentivo, Mione. – disse Harry.
- Não é isso, é só que... bom, esquece. – disse ela.
- Mas aonde é que você se meteu? – perguntou Rony.
- Bom, embora não seja da sua conta, vou lhe dizer: estava na sala da profª. McGonagall.
- Prefere ela do que nós, agora? – continuou Rony.
- Do que você sim! – respondeu ela.
- É, cada dia você está pior. – disse Rony, com desgosto.
Harry, não agüentando ver a briga, saiu de lá e foi até Gina.
- Agora eles passam a maior parte do tempo brigando...
- Não sei porque, se meu irmão gosta da Mione! – resmungou Gina.
- É, eles se gostam, mas mesmo assim vivem brigando! – continuou Harry.
- Hum...
E assim se seguiu: Rony e Hermione brigando cada vez mais.
E Harry e Gina conversando – agora já haviam esquecido a briga dos amigos – sobre assuntos diversos, e se divertindo muito.
Quando já havia passado meia hora, Harry se levantou, chegou no meio dos dois, e disse, decidido:
- Agora deu! Vão dormir, chega de brigas.
Os outros dois subiram para os dormitórios, envergonhados.
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