O Motivo de Rony
- CAPÍTULO ONZE -
O Motivo de Rony
No outro dia, os dois continuavam de mal. Foram até o salão principal tomar café, e logo um bando de corujas entrou voando pelas janelas, e uma coruja-das-torres deixou o Profeta Diário no colo de Hermione.
A garota abriu e a medida com que ia lendo, seu queixo ia caindo.
- Ah, não... – resmungou ela. – Leiam isso. – e passou o profeta aos amigos.
Uma grande manchete dizia:
E O PROFETA DESCOBRE O QUE O MINISTRO VEM TENTANDO ESCONDER!
Repórteres do Profeta descobriram, recentemente, fatos que o Ministério da Magia vem tentando ocultar. Veja alguns deles:
*Depois do fracasso do Ministro em Junho deste ano, quando um bando de Comensais da Morte invadiu o Ministério, o ministro Cornélio Fudge botou alta segurança. Mas parece que isso não adiantou muito, pois há dois meses o Ministério sofreu uma nova invasão, e desta vez um funcionário foi levado pelos Comensais. Perkins, que trabalhava na Sessão do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas nunca mais foi visto, e há quem diga que os seguidores de Você-Sabe-Quem o mataram. Só nos resta saber o motivo.
*Dois trouxas foram assassinados misteriosamente durante o dia, no centro de Londres, esta semana. Nenhum bruxo estava presente na ocasião, e os trouxas que viram o assassinato dizem que foi instantâneo: um vulto vestido de preto apareceu de repente, e, com uma luz verde ofuscante, os dois trouxas morreram. Não resta dúvida de que o feitiço foi o Avada Kedavra, mas nos resta saber quem lançou-o. Afinal, o Ministério não havia prendido os Comensais em junho?
*Gilda Kirk, uma funcionária do gabinete de Fudge, desapareceu no mês passado sem deixar vestígio. Assim como com Berta Jorkins, ninguém levou a sério seu desaparecimento. Mas será que assim como Berta, Gilda também vai morrer nas mãos de algum Comensal?
*Há duas semanas Christian Fiderline tirou uma semana de férias, e disse que iria para Majorca. Mas ele ficou três dias há mais do planejado; como ele trabalhava no Departamento de Mistérios (uma sessão oculta do Ministério onde os trabalhadores são chamados de Inomináveis), foram procurá-lo em Majorca. Para surpresa de todos, ele não foi encontrado lá, mas apareceu no Ministério há dois dias. Qual será a causa do desaparecimento prolongado? E porque ele não estava em Majorca?
*Edward Brond, um dos bruxos mais importantes do Ministério, diz ter visto três pessoas encapuzadas no Cabeça de Javali. Supostamente elas teriam saído dali e ido até um campo ali perto, onde teriam assassinado um bruxo do povoado bruxo de Hogsmeade. Mas tudo na frente de um funcionário do Ministério?
O Profeta ainda tem suas dúvidas em relação aos acontecimentos, mas pode apresentar algumas certezas, tais como: Fudge estava querendo abafar estes casos; se este era seu objetivo, podemos supor que são obra de Você-Sabe-Quem; será que o Ministério está fora de controle? Será que devemos eleger outro Ministro da Magia?
Qualquer um que souber de algo, por favor, nos envie uma coruja, para que possamos informá-los em primeira mão o que está acontecendo no mundo da magia.
De boca aberta, eles se entreolharam, e assim, apavorados, foram para a aula de História da Magia. Enquanto o Prof. Binns narrava as importantes invenções mágicas, Harry, Rony e Hermione formulavam suspeitas sobre o que teria realmente acontecido.
- Este Perkins... eu conheci ele! – exclamou Harry. – Vi ele na sala do Sr. Weasley quando eu fui na minha audiência, lembram?
- E... ele parecia... importante? – perguntou Hermione.
- Olha, para ser sincero não. – respondeu-lhe Harry. Isso deixou Hermione desapontada.
Logo o sinal bateu e eles foram almoçar. De tarde seguiram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e encontraram uma Gween pálida e aflita.
Ela começou sua aula:
- Pessoal, quero que... bom, treinem a Reflexum um pouco mais, OK?
- O que será que houve? – cochichou Hermione para os amigos. – Em geral a aula dela envolve uma explicação sobre a teoria e ela está sempre com feitiços novos!
- Pois é... – disse Rony.
- Reparem que ela está pálida e nervosa. – falou Harry. – E suando um pouco, também.
Eles treinaram durante um bom tempo, e logo o final da aula chegou. Eles chegaram perto da professora, e Harry perguntou:
- Professora, o que houve?
- Nada, Harry, não se preocupe. Só uns problemas na Ordem, só isso. – disse a professora.
- Você é da Ordem? – perguntou Rony.
- Sim, eu sou. – disse ela, sorrindo. – Agora vão, devem ter muita coisa para fazer.
Eles saíram e se dirigiram ao salão principal, onde jantaram. Depois, Harry e Rony foram até a torre Grifinória, enquanto Hermione foi até a biblioteca.
Harry e Rony já estavam há algum tempo na sala comunal, fazendo os deveres, quando uma Gina chorosa entrou pelo buraco do retrato.
- Gina! – chamou Harry.
A garota se virou.
- O quê?
- Vem aqui...
- Ah, não...
Mas Harry adiantou-se e segurou o braço da garota.
- Harry, não quero ficar aqui, não quero encontrar com... ai... – e uma lágrima rolou pelo seu rosto.
Harry sentiu um aperto no coração. Não queria que isto estivesse acontecendo com Gina.
- Rony, vem aqui. – chamou Harry. Rony chegou e Harry continuou – então vamos até o dormitório dos garotos e você nos conta o que aconteceu, ta bom?
Gina aceitou e foi guiada por eles até lá.
Eles se sentaram na cama e Gina disse:
- Terminei com o Dino...
Harry sentiu um alívio, mesmo sem saber porque, e teve vergonha deste seu sentimento.
- Mas o que houve? – perguntou Rony.
Gina ficou vermelha.
- Eu não sei... a gente não tava dando certo... acho que eu não gostava dele... na realidade fui eu que terminei com ele. – disse ela.
- E porque a tristeza, então? – perguntou Rony.
- Deixa de ser insensível, Rony! – disse ela.
E assim, saiu do quarto, as orelhas ainda um pouco vermelhas.
Hermione chegou tarde, e Bichento logo pulou para seu colo.
- Este gato está cada dia mais inteligente! – exclamou a garota.
- Outra vez na sala de McGonagall? – perguntou Rony.
- Te interessa? – respondeu ela.
- Sou monitor, lembra?
- E eu monitora-chefe. – retrucou a garota.
- Mione, será que dá para você fazer o favor de nos falar? – disse Harry.
- Eu estava estudando Animagia com a Profª. McGonagall. E vou amanhã também. Pena que “Animagia: Passo a Passo” não esteja disponível para trazer para os dormitórios... terei que buscá-lo novamente amanhã na biblioteca...
- Mione, será que você poderia falar com a Gina? – disse Harry.
- Ãhn? – disse Mione. – Com a Gina? O que houve?
- Ela terminou com o Dino. – explicou Harry.
- Ah... – com um suspiro, Hermione subiu para o dormitório das meninas.
O outro dia amanheceu meio nublado, afinal já estavam quase no fim de outubro. Naquela manhã, Dumbledore se levantou na hora do café e disse:
- Teremos um baile no dia 31 de Outubro para os alunos do quarto ano para cima. Arranjem pares, OK?
Todos bateram palmas, contentes por ter uma festa para ansiar.
Rony estava meio nervoso e ansioso, e Harry não sabia ao certo porque. A aula da manhã fora tranqüila, com Rony e Hermione se implicando o tempo todo. Rony, estranhamente não apareceu para o almoço, mas não quis dizer para Harry o porquê. A aula da tarde fora um pouco difícil, com uma atrapalhação a mais: as implicâncias dos dois amigos, claro!
Antes de ir para a torre da Grifinória, os amigos jantaram – Rony comeu um bocado a mais do que o normal, porque não almoçara. Hermione partiu na direção da biblioteca enquanto os outros dois iam para sala comunal.
Eles ficaram fazendo os deveres, e quando terminaram já era quinze para a meia-noite, e ninguém mais estava na sala comunal.
Então Rony abriu a mochila e tirou um livro que fez Harry perguntar:
- Porque você pegou-o? E como? Hermione disse que não era possível trazê-lo para o dormitório!
- Pedi permissão para Gween e Madame Pince foi obrigada a me dar... – disse Rony, cujas orelhas estavam em fogo.
Nas mãos do garoto encontrava-se o único exemplar de “Animagia: Passo a Passo” da biblioteca.
Então o buraco do retrato se abriu a Hermione entrou, furiosa.
- Vocês acreditam que alguém foi na bibliote... foi você! – exclamou ela, apontando para o livro no colo de Rony. – Eu não acredito, você sabia que eu queria ele, que eu precisava dele!
Rony ficou vermelho e se encolheu na poltrona.
- Pelo menos me diga o porque desta sua... desta sua... desta sua traição! – continuou ela, cada vez mais brava.
- Eu vou saindo... – disse Harry.
- Não! – disse Hermione. – Pode ficar.
Harry olhou-a assustado. Ela estava visivelmente furiosa.
- Vai ficar encolhido aí? Covarde! Não sei nem como foi escolhido para a Grifinória, covarde assim.
- Peraí, Hermione agora você pegou pesado. – disse Harry. Mas ele fora completamente ignorado.
Rony levantou-se e disse, trêmulo:
- Então você queria saber porque eu peguei o livro?
- Queria saber porque você quer destruir a minha vida! – respondeu Hermione.
- Menos drama, Mione. – disse Harry, que foi ignorado novamente.
- Eu... eu... – mas a voz faltou a Rony.
- Você o que, hein?! – continuou Hermione, cada vez mais brava. – Você quer implicar comigo, brigar comigo, você é tão egoísta! Você fica dia mais... cada dia mais... cada dia pior!
Rony estava vermelho, e um pouco apavorado, não sabia o que dizer.
- Mione, eu... desculpa... eu não pensei... – tentou dizer ele.
- Não pensou? – disse ela. – É você, pensa só em você, não é? Você é tão...
Mas o que Rony era tão ninguém chegou a saber. Do nada – e com uma coragem que nem Harry foi capaz de explicar – Rony foi chegando mais perto de Hermione, segurou na sua cintura, e lhe deu um beijo.
Seus lábios quentes se tocaram e eles sentiram como se o chão tivesse desaparecido. Um frio surgiu na barriga dos dois, que estavam vivendo aquele momento mágico. Ela passava a mão sobre os cabelos ruivos do garoto, que alisava seus volumosos cabelos.
Harry se sentia constrangido de estar presenciando um momento destes... foi saindo de fininho.
Os rostos dos dois se separam um pouco e Rony disse, gentil:
- Eu peguei o livro na esperança de que você viesse para a sala comunal. Daí eu poderia ficar um pouco mais ao teu lado.
- Você não sabe quanto tempo eu esperei para ouvir isto... – disse ela.
Harry sentiu uma felicidade enorme de ver os amigos assim. Juntos. Felizes. Então, depois de ouvir esta última parte, saiu da sala comunal e foi dormir.
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