Desentendimentos em Hogsmead

Desentendimentos em Hogsmead





Ginny acordou sobressaltada e a suar. Não se lembrava com o que tinha sonhado, mas sabia que tinha sido um pesadelo. Olhou para o lado e constactou que dormia ao lado de Sarah.

“Mas o que é que estou a fazer na cama dela?” –Perguntou-se, mas logo a seguir lembrou-se da conversa da noite anterior “Ah! Lembrei! A conversa! Então a Sarah namorava com o Zabini! Mas como isso começou? Eu nunca descobri nada! Bem, agora que penso, ela no ano passado andava muito estranha. Sempre a desaparecer, sempre de cabeça no ar. Uma noite dei por ela entrar no dormitório às 4h00 da manhã! É.. Nunca pensei! Sarah Brown conseguiu surpreender-me! Mas ela está a sofrer tanto, coitadinha. E eu sem poder fazer nada para a ajudar. Mas será que o Zabini fugiu mesmo e foi morto ou tornou-se num comensal? Hmm.. Essa história está um mistério!” – Enquanto pensava, sentiu o estômago dar sinais de vida – “Xii! Nem jantei! Estou mesmo com fome. Será que se for à cozinha não sou apanhada? Hmm.. É melhor não arriscar..” O estômago voltou a reclamar – “Aiai! Tenho mesmo que ir comer! Se não desfaleço”

Ginny dirigiu-se à porta do dormitório, desceu as escadas, saíu pelo retrato da Mulher-Gorda e acendeu um “lumus” na varinha. Andou pelos corredores com todo o cuidado para não ser vista. Uma detenção por andar a passear pela escola às 4h00 da manhã não era bom..nada bom mesmo! Chegou ao retrato que escondia a passagem para a cozinha, fez cócegas na pêra, como os gémeos lhe tinham dito quando entrou em Hogwarts, e entrou. Nem parecia ser as horas que eram. Em vez de silêncio, como seria normal, a ruiva encontrou um monte de elfos a correrem de um lado para o outro. Uns passeavam por cima das bancadas enquanto lavavam pratos e copos, outros lavavam o chão, outros cozinhavam, outros corriam de um lado para o outro com bandejas cheias de comida. Ela começou a dirigir-se à enorme mesa, que ocupava o centro da cozinha, já com o que seria servido durante esse dia. Porém, chocou com um elfo que carregava um tabuleiro com frangos, possivelmente para o almoço, o elfo caiu, o tabuleiro voou e Ginny ficou com um frango “ao colo”.

- Oh! Desculpar menina vermelha! Kolly não ver menina porque tinha franguinhos à frente! Kolly pedir desculpa á menina vermelha! Kolly portou mal! Kolly por mãos no forno ao pé dos franguinhos!

- Não! – respondeu a ruiva pondo o frango novamente no tabuleiro - Não é necessário! Eu é que não te vi.. Não te preocupes, a sério! Eu só vim aqui porque não jantei e estou a morrer de fome, e queria...

- A morrer?! A menina vermelha está a morrer?! Ohhh!! A menina vermelha está a morerrrrrr!! – Gritou o elfo

Todos os elfos se aproximaram rapidamente, seguraram nela e elevaram-na a cima das suas cabeças.

- Para a enfermaria!!! – Gritou um deles. Logo os outros todos começaram a dirigir-se para a entrada da cozinha.

Ginny não podia deixar que a levassem para a enfermaria, se não era detenção certa, e a dobrar, por andar a passear fora de horas e por destabilizar os elfos domésticos da cozinha. Sendo assim resolveu gritar o mais alto que podia.

- PAREM!!!!

Ao ouvirem o grito, as criaturas pararam automaticamente.

- Agora ponham-me no chão, por favor! – Pediu. E os elfos obedeceram prontamente.

- Eu não vou morrer! A menos que fique sem comer durante muito mais tempo. Só tenho fome!

- Ah! Então menina vermelha ter fome! Kolly arranjar franguinho à menina vermelha! Franguinhos muito bons!

- Não, não Kolly.. Na verdade eu preferia algo mais leve.. Uma fatia de bolo de chocolate, talvez? – Disse com um sorriso sugestivo.

- Oh! Kolly ir buscar bolo de chocolate para a menina vermelha! – E em segundos, Ginny tinha uma enorme fatia de bolo de chocolate à frente.

Deliciou-se com o maravilhoso bolo e saiu da cozinha o mais rápido possivel, não fossem os elfos acharem que iria morrer porque comeu de mais. Foi em direcção aos dormitórios, silenciosamente, para não ser ouvida.

Era incrivel como a escola era tão diferente durante a noite. Tudo tão silencioso, tudo tão escuro.. Não que fosse muito iluminada durante o dia, mas pelo menos tinha imenso movimento, sempre pessoas a correr de um lado para o outro a conversarem alegremente, de vez em quando assistia-se a uma briga entre casas rivais, muitas delas tendo seu irmão Ron pelo meio, ás quais se juntava um amontoado de alunos à volta a gritar e a encoraja-los a continuar. Até nos corredores mais escondidos sempre havia um ou dois casais a agarrarem-se pelos cantos. Reparando bem, por mais que os corredores fossem escondidos, nunca estavam desertos. Mas á noite o silêncio e a penumbra instalados por todo o castelo provocavam um arrepio pela espinha a cima.

Buuu! – A ruiva deu um pulo e teve que se segurar para não gritar. Inspirou fundo tentando recuperar-se do susto, e controlar a respiração, virou-se e deu de caras com um loiro a sorrir satisfeito.

- Porra Malfoy! O que é que tu queres? Que eu tenha um ataque cardíaco?!

- Não era nada má ideia! Era um Weasley a menos.. O ar ficava mais puro. Mas isso não interessa nada.. Agora diz-me, o que anda a namoradinha nojenta do testa rachada a fazer pelos corredores a uma hora destas?! O fedorento sabe que sais assim durante a noite para passear?! Sabes que pode ser perigoso..Nunca se sabe o que poderás encontrar no meio do escuro.. ou quem..

- Vê lá como é que falas comigo seu loiro aguado!! Não tens nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer! E tu?! O que andas a fazer? Nada de muito didáctico, imagino.

- Sabes, para pobre és muito arrebitadinha! Cuidado Weasley.. Não estás a falar com o boi do teu irmão nem com o cara de cicatriz.. Essa coragem que julgas ter não assusta ninguém..

- Para tua informação, Malfoy, ou então não, porque imagino que saibas melhor do que eu até, desde que os aurores espetaram com o teu querido paizinho em Azkaban, que a minha familia anda muito bem financeiramente, já que as qualidades profissionais do meu pai foram, milagrosamente reconhecidas. Ao que parece o teu pai tinha um poder um bocado duvidoso sobre o ministro da magia.. se é que me entendes. – Disse a menina começando a ficar extremamente vermelha.

- É, sei..As noticias vergonhosas são sempre as primeiras que toda a gente tem conhecimento. Pelo menos o meu pai ainda conseguia alguma dignidade para aquele ministério, porque agora ele está tão no fundo do poço como tu e a tua e familia sempre estiveram e sempre vão estar.

- A nossa honestidade sempre nos conseguiu livrar do fundo do poço.. Mesmo quando eramos pobres nunca descemos tão baixo como vocês continuam a descer mesmo sendo tão ricos.

- Weasleyzinha, és tão ingénua! Pensas que só porque o teu pai duplicou ou triplicou o ordenado reles com que tu e a tua familia viviam, que são alguém? Lamento dizer-te mas não.. Vocês nunca vão conseguir ter a classe, a inteligência e a influência que um Malfoy sempre possui na sociedade. E sabes porquê? Porque para as pessoas sempre serás aquele ser inferior que mora num chiqueiro com um barril a quem chamas de mãe, com um incompetente amante de trouxas a quem chamas pai e com uma cambada de coelhos pulguentos a quem chamas irmãos! Sempre foi assim e sempre será! Não vai ser um estupido cargo e uns galeões a mais que vão mudar um conceito que tem séculos. – Disse o loiro com um sorriso cinico de canto de boca.

- Hmpf!! Sabes que os Malfoy’s não têm nada disso pois até hoje só conseguiram provocar o medo em todos, por causa da ligação com artes das trevas e com aquele-que-não-deve-ser-pronunciado. Por isso digas o que disseres, não passas de uma doninha loira e convencida filho de um comensal louco, despresível e nojento, que neste momento está a pagar por tudo o que fez! Diz-me Malfoyzinho, é por ele estar preso que ainda estás em Hogwarts? É que sempre pensei que irias embora antes dos outros todos, mas sem o paizinho para te defender achas-te mais seguro ficar aqui não foi? Não era nada bom descobrirem as tuas ligações com o lado negro neste momento, já que podias prejudicar-te a ti e ainda mais ele.. Pelos vistos o dinheiro não é tudo, não é mesmo? Ele não te salva. Pois o unico que poderia fazer isso era o grande Lucios Malfoy, que felizmente, ele está a apodrecer em Azkaban! – Ginny estava quase a explodir de raiva.

- Cuidado com as palavras, Weasley.. Nunca se sabe o que poderá vir a acontecer se não tiveres cuidado com o que dizes e a quem o dizes. É melhor não te meteres nesses assuntos ou podes vir a pagar bem caro..

- Era suposto ser uma ameaça, Malfoy?! Não estás nas melhores situações para isso..

- Entende como quiseres.. Mas não vais ter sempre o namoradinho Potter para salvar o dia, por isso vê como falas..

- Lamento desiludir-te mas não tenho medo de ti.

O loiro aproximou-se e falou baixinho ao ouvido dela - Se calhar devias ter. Nem te passa o que me ensinaram a fazer durante estes anos todos.. – e dizendo isto, virou as costas, mas antes de andar voltou-se para ela de novo – Ah, e para tua informação, eu sou monitor, por isso posso andar no corredor a esta hora, ao contrário de ti, que não tens autorização, presumo.. Vai dormir, vai.. Pelo menos isso não custa dinheiro. - E desapareceu no meio da escuridão, deixando para trás uma ruiva a tremer de raiva. Ficou a olhar por instantes para o sitio onde antes estava o loiro e depois seguiu o seu caminho, profundamente irritada.

“Este Malfoy ainda vai pagar por tudo o que diz de mim e da minha familia! Ai que ódio! Como é que ele consegue ser tão desagradável? Mesmo na situação em que está continua tão ou mais convencido! Qualquer dia rebenta de tão inchado que é! Só porque é rico.. hmpf! Grande coisa! De que adianta ter dinheiro se lhe falta tudo o resto? Ai odeio-o! Odeio-o com todas as minhas forças!!”

- Gin?! O que estás a fazer fora da cama? – Alguém a tirou dos seus pensamentos, quando entrou pelo retrato da Mulher Gorda.

- Harry?! Ahm.. Eu fui à cozinha.. Estava com fome..

- À cozinha..

- Sim, Harry, à cozinha!

- E porque não foste jantar?

- Porque estava a falar com a Sarah e acabamos por adormecer as duas.

- E porque é que não te vi durante o dia todo? E porque estás tão vermelha e chateada?

- Mas isto é algum interrogatório?

- Não, Gin, mas como teu namorado tenho o direito de saber o que andas a fazer.

- Ah Harry! Queres saber? Já sou bem grandinha para ter gente a controlar-me.

- Mas não é para te controlar! É só porque eu não quero que te aconteça alguma coisa de mal!

- Harry! Eu não sou de porcelana! E se precisasse de protecção, comprava um cão e não arranjava um namorado! E queres saber mais? Vou dormir! Boa noite!

- Mas Gin!

- Sem mas Harry! Xau! – E dizendo isto, subiu as escadas em direcção ao dormitório.

Entrou no quarto aos tropeções enquanto deitava fumo pelas orelhas e resmungava sozinha. Acabou por acordar a amiga que até ao momento dormia profundamente.

- Gin, porque não estás a dormir?! – Não obteve qualquer resposta. A ruiva continuava a resmungar. – Gin! O que se passa?! Pareces uma barata tonta!

- Aquele trasgo albino convencido! Estou farta dele! Que estupido! Já não posso com ele! Quem ele pensa que é para falar assim comigo? E o Harry? Quem pensa que é para me controlar como se eu fosse um animal de estimação? Estou farta deles! F-a-r-t-a!!!

- Quem? O que aconteceu? E o que tem o Harry?

- Fui à cozinha porque estava com fome, e encontrei o Malfoy no meio do corredor à vinda para cá! É tão estupido! Disse-me com cada coisa! E ainda me ameaçou! “Nem te passa o que me ensinaram a fazer durante estes anos todos!” – imitou na voz arrastada do loiro. – E como se não bastasse, quando entrei no salão comunhal, encontrei o Harry, que se acha no direito de me pedir satisfações! Ai estou farta que pensem que sou uma peça de cristal prestes a partir-se pela mais minima coisa mas eu não sou! Sou muito mais forte do que todos pensam e sei me defender muito melhor do que imaginam!

- Então foi um encontro nocturno com o Malfoy que te fez ficar assim? Tens bom gosto sim senhor! E sabes perfeitamente que o Harry só se preocupa assim contigo porque gosta mesmo de ti.

- Mas o que é que tu estás para aí a dizer?! O Malfoy é o ser mais despresível que já conheci!! E se o Harry se preocupasse em se pentear quando acorda, o mundo e eu estariamos muito melhores!

- Ok Gin, Ok.. Mas que o Malfoy é lindo, ai isso é! E tem um corpo..

- Sarah, pára! Que nojo!! O Malfoy?! Nunca na vida! Bah! Nem que ele fosse o único homem à face da terra eu teria alguma coisa com ele!

- Gin, eu não disse que ias ter alguma coisa com ele.. Eu só disse que ele era lindo.. Mas se já estás a pensar nisso..

- Sarah! Tu és louca! Sabes que mais? Vou dormir antes que vomite, e se fosse a ti fazia o mesmo!

- Estava a ver que não dizias isso! – Disse a morena deitando-se debaixo dos cobertores – Gin.. – Disse passado alguns minutos.

- Sim, Sarah.. – Respondeu a ruiva com uma voz sonolenta.

- Obrigado por me teres ouvido a bocado, e desculpa por não te ter contado do meu namoro com o Blaise..

- Sabes que podes sempre contar comigo.. E não tens que pedir desculpas, eu entendo as tuas razões, mas para a próxima podes confiar em mim..

- Eu sei, Gin, eu sei..

E voltaram a adormecer novamente, agora cada uma na sua cama.

OºoºOºoºOººD/GººOºoºOºoºO

- Gin, acorda! – Disse Sarah – Hoje é o passeio a Hogsmead..

- Tenho sono. Não quero ir! – Disse Ginny com o seu mau humor matinal. Odiava que a acordassem. Ainda para mais num Sábado tão cedo.

- Mas Gin.. Está um dia tão lindo.. E estamos à espera da visita à semanas!

- Está bem, já vou! – E dizendo isto espreguiçou-se e levantou-se, indo em direcção á casa-de-banho. Tomou um banho demorado, arranjou-se vagarosamente, e desceu com Sarah. Encontrou Harry na mesa do pequeno-almoço e sentou-se na frente dele e de Ron.

- Bom dia Ron! – Cumprimentou, ignorando completamente o moreno.

- Bom dia maninha.. Ahm..Ouvi dizer que andas-te a passear na noite passada pela escola..

- O serviço coruja anda a trabalhar tão rápido assim por Hogwarts ou a fonte das tuas informações é uma criatura sem penas? – Disse lançando um olhar significativo a Harry, que percebeu.

- Olha Gin, eu não contei por mal e sim porque eu preocupo-me contigo.. Chegas-te tão perturbada ontem à noite. Sabes que eu não gosto de te ver assim!

- Harry, eu sei que por ti, ficava com o maxilar deslocado de tanto rir, mas eu não estou sempre a rir só porque tu queres! E eu não gosto que me controlem, já te disse!

- Tudo bem Gin, desculpa..

- Ok, Harry. Passou.

Continuaram a comer enquanto conversavam. O humor de Ginny foi melhorando gradualmente durante a refeição e a caminhada até às carruagens que os levariam até à vila. As carruagens davam para quatro pessoas. A ruiva dividiu a sua com Harry, Sarah e o irmão.

- Ron, porque é que a Hermione não veio? – perguntou a ruiva

- Não sei.. ela anda muito estranha.. hoje de manhã fui chama-la para perguntar o que é que se passava para ela não querer vir.. nem a cheguei a ver porque levei com um sapato na cabeça, e ela não me respondeu!

- Estranho, a Hermione mantem sempre a calma.

- Pois, por isso achei estranho! E ontem só porque comentei que ela tinha uma borbulha na testa, ela primeiro, ficou branca, depois vermelha, e em seguida chamou-me insensivel e imaturo e saiu a correr.. a chorar e não a vi mais o dia todo! Será que me deu com o sapato por causa disso?? Não era razão para tanto! Eu nem me ri muito.. Aliás podia ter sido bem pior. Já que aquilo estava péssimo mesmo!

- Ahahah! Ron eu acho que só tu é que não percebes o que ela tem!

- O que é que ela tem afinal?!

- O mesmo que tu tens!

- E diz- me lá “irmãzinha psicobruxa”, qual é o meu diagnóstico?

- Irmãozinho, ambos sofrem de paixonite aguda! Essa doença costuma atacar pessoas de sexos diferentes, ou iguais, depende.. e é muito comum nesta idade.

- Mas o que é que estás para aí a dizer? Paixonite? Que ideia ridicula!

- Não! Que ideia! – Comentou Sarah a rir.

- Pois não! – Disse Ron totalmente vermelho.

- Ron, adimite, tu e a Hermione gostam um do outro!

- Por Merlin! Que horror! Quer dizer.. não é horror.. é só que eu..

- Tu..

- Eu.. Ah não me chateiem! Era só o que me faltava ter vocês três contra mim!

- Ninguém está contra ti! Só te estamos a ajudar a auto-descobrir!

- Mas eu conheço-me muito bem! Cada partezinha minha.

- Nota-se! Admite que gostas dela! – Desta vez foi o Harry a falar.

- Não gosto!

- Gostas! Já todos notaram! Adimite se és homem!

- Harry, claro que ele não é homem! Até de aranhas ele tem medo! – disse Ginny.

- Ah! Eu queria ver se tivesses sido quase comida por um montão delas maiores que tu, se gostavas delas..

- Mas tu tens medo das mais pequenininhas!

- Não é medo! Só não gosto delas porque têm mais patas do que têm os bichos normalmente!

- Sei! És um covarde!

- Não sou!

- És sim! Nem és capaz de admitir que gostas da Mione! Tens medo dela, é isso?

- Claro que não? É só que.. que..

- Que..

- Olhem chegamos!!

- Salvo pela chegada.. – Comentou Harry dando uma gargalhada.

Sairam das carruagens, Harry e Ginny foram para um lado, Sarah foi ter com umas amigas e Ron foi à Dedosmel. Harry e Ginny iam em direcção ao Três Vassoras, quando foram interrompidos, novamente por uma voz arrastada.

- Ora ora.. Quem eu fui encontrar por aqui!

- Malfoy, nem venhas! Não estou com a minima paciência para te aturar! – Disse Ginny irritada.

- Então ruiva?! Ontem durante o nosso encontro nocturno não me tratas-te assim!

- Encontro nocturno?! – Perguntou Harry olhando para a riuva.

- Harry, não é nada disso que estás para aí a pensar!

- Oh ruiva! Não me digas que não lhe contas-te que estives-te comigo! Que feio! Mentir assim ao namorado! Pensei que Gryffindores não mentiam! Muito feio da tua parte!

- Malfoy, cala-te! E não me chames ruiva! Eu odeio-te!

- Mas porque estás assim minha cabecinha vermelha?! Já não gostas de mim? Pensei que depois de ontem..

- Malfoy para de mentir! – Gritou Ginny.

- Mentir? Nega que estives-te comigo ontem à noite! Vá lá!

- Estive, mas sabes muito bem que não..

- Ah! Vês Potter.. Ela acabou de admitir!

- Gin, nunca pensei que me fizesses isto! Ainda para mais com o Malfoy! – Gritou Harry totalmente vermelho de raiva, e indo embora.

- Harry não acredites nele! – pediu ela suplicante

- Oh o Potter está nervoso! Porquê? Ah já sei! Porque passou de “testa rachada” para “testa enfeitada”! Ahahahah! Não te preocupes, assim em vez de seres famoso pelo teu heroísmo passas a ser mais famoso ainda por seres um heroi cornudo! – disse o loiro bem alto para o moreno ouvir.

- Malfoy, seu filho da p***! Ainda te vais arrepender do que estás a dizer! Não sabes com quem te estás a meter!

- Cuidado com as palavras Weasley! Não estás a falar com gente do teu nível.. Devias-me agradecer! Livrei-te do cicatriz!

- Do meu nível! Tenho muito mais principios que tu! Tu não tens escrupulos Malfoy! Como és capaz de ser assim!

- Assim como Weasley? Eu simplesmente tenho poder para fazer o que quero e com quem quero.. – gabou-se o Malfoy na sua pose altiva.

- Poder não é tudo Malfoy! Se continuares assim vais acabar sozinho no mundo. Nunca ninguém te vai amar, só vão estar contigo pelo teu dinheiro!

- Amor, Weasley? Amor é para os fracos como tu.. Eu sou um Malfoy, e Malfoy’s não amam, Malfoy’s não sentem! Isso é uma das muitas diferenças entre Malfoy’s e Weasley’s.. Nós conseguimos manter sempre a cabeça num objectivo e alcançamos sempre o que queremos sem pensar em sentimentos. São coisas superficiais que só atrapalham em tudo..

- Pois, eu digo-te, um dia vais sentir! Um dia vais querer que te amem, um dia vais querer amar e não vais conseguir.. Sabes porquê? Porque nunca ninguém te amou! Nem a tua mãe, nem o teu pai, nem ninguém! Porque eles só se importam com o dinheiro com a imagem e com o futuro que tu vais dar ao nome da família.. A única coisa que eles querem é que tu mantenhas tudo como sempre foi, que aumentes a fortuna e o prestigio.. E só fazes o que fazes, só estragas a felicidade dos outros porque nunca foste feliz! Porque tens inveja dos outros que têm um pingo de felicidade..Vais ser sempre aquela pessoa fria e arrogante de quem vão sempre todos fugir! E no fim, vais acabar sozinho! SOZINHO! – E dizendo isto virou costas e foi-se embora, deixando para trás um loiro extremamente chateado.

- Mas quem ela pensa que é para falar assim comigo? Eu posso ter o que quiser! Eu tenho poder! Eu vou ser sempre superior a tudo e todos porque eu quero, posso e mando! E não preciso que gostem de mim.. Não preciso de ninguém! Eu sou um Malfoy!! – disse o loiro irritado.

Começou a caminhar até ao Três Vassouras, para se encontrar com os seus amigos armários.

“Bem, ao menos isto tudo serviu-me de alguma coisa! O “santo Potter” ficou muito em baixo! Mesmo como eu gosto de o ver.. E é bem feito para aquela nogentinha feiosa! Embora eu ache que eles formam o casal perfeito.. Mas como eles estavam felizes e eu não gosto deles, prefiro vê-los assim.. É sem dúvida muito melhor..!”

- Hey, Malfoy! Olha só para aquele! Está aqui à 15 minutos e já despejou 7 canecas de cerveja amanteigada! Coitado.. está mesmo mal! – Disse Crabe, quando viu o loiro entrar no bar.

- Deve estar! Afinal eu acabei com o namoro dele com a pobretona da Weasley! Deviam ter visto a cara dele! É heroi mas fica assim por uma rapariga.. Amor é para os fracos! E o cicatriz é fraco..

Draco dirigiu-se até ao moreno, que estava sentado no balcão com 8 canecas vazias á frente e uma cheia na mão.

- Olha o testa rachada a afundar-se na bebida porque a namoradinha o traiu.. comigo!!!

- Vai-te catar Malfoy! Deixa-me em paz! – disse o moreno com a voz arrastada por causa da bebida.

- Calma Potter! É só para veres que faças o que fizeres, eu ganho sempre! Podes ser o heroi da sociedade, mas contra mim nunca vais poder nada.

- Malfoy, és um prevertido!

- Obrigado pelo elogio! Já me disseram.. E tu Potter, és um retardado que se arma em heroi só porque foi alvo de uma enorme sorte! Tu és nada Potter! Um simples idiota que acredita que é heroi só porque as pessoas dizem.. Nem uma mulher és capaz de prender a ti!

- Estás a abusar Malfoy..

- Ui! o Potter está a tentar mostrar que é corajoso? És vergonhoso..

- Eu avisei! – Disse o moreno enquanto se levantava a cambalear. Chegou-se ao pé do loiro e deu um soco no nariz dele. Malfoy foi projectado contra o balcão, mas logo ficou direito e retribuiu o soco de Harry na cara dele. Porém este caiu e não voltou a endireitar-se, devido à bebedeira. Draco sorriu, limpou o pouco sangue que tinha do nariz e saiu do bar em direcção às carruagens. 30 minutos depois estava de volta à escola. Desceu até às masmorras e deitou-se para descansar, adormecendo pouco tempo depois, satisfeito.

OºoºOºoºOººD/GººOºoºOºoºO

Após procurar o namorado por toda a vila, Ginny entrou no Três Vassouras e deparou-se com Harry esparramado no meio do chão a rir à gargalhada e com a mão na cara. A ruiva correu até ele.

- Harry! O que aconteceu? Porque estás esparramado no meio do chão?

- Gin! Meu amor! Sabes o que aconteceu?? O Malfoy bateu-me! Ahahah! Mas eu bati-lhe primeiro no nariz e ele voou porta fora! Parti-lhe o nariz! Mas ele voltou cá dentro e ia-me bater mais mas eu dei-lhe um pontapé no estômago e depois parti-lhe uma garrafa na cabeça! Eu espanquei-o e ele só me acertou uma vez!! Mas eu estou bem! Ahahah!

- O quê Harry? Andas-te à porrada com o Malfoy? Tu estás bebado!!

- Sim! Por causa de ti!! Ah! Não estou nada! Hey! Lembrei! Gin, porque é que me traíste? Porque ele é loiro? Se é por isso eu pinto o cabelo cor de palha! Gin! Tu és como os cavalos!!

- O quê??

- És!! Gostas de palha!!!Ahahahah!! Por isso é que me trocas-te!! Ahahah és uma cavala!!

- Harry eu não te troquei! Ele mentiu! – Disse ela tentando levanta-lo.

- Gin! Larga-me! Não me toques! Vai ter com o Malfoy, vai!

- Mas Harry..

- Vai Gin! Ah! E está tudo acabado entre nós!

- Mas Harry! Tu não sabes o que dizes! Tu estás bebado!

- Estou bebado mas não gosto de ser corno manso!! Por isso esquece-me!

- Ainda te vais arrepender!

- Nunca! Tu é que te vais arrepender por trocares um moreno de olhos verdes lindo, por um loiro deslavado!

- Harry tu não estás bem! Queres saber? Fartei-me de ti e dessa tua mania de não me deixares falar! Fica aí a rastejar no chão que é onde estás bem! – Disse a ruiva muito chateada indo embora.

- Rastejar no chão dá-me mais honra do que ser corno! – Gritou o moreno enquanto ela abria a porta do bar.

Ginny foi até às carruagens muito irritada. Não acreditava que o seu namoro com Harry tinha acabado de uma maneira tão estupida. Porque é que ele nunca a ouvia? Porque é que ele nunca a deixava explicar-se? Porque é que ele acreditava sempre mais nos outros, ao ponto de preferir acreditar no seu pior inimigo do que nela? Era demais! Ela sempre odiara que a controlassem, que quisessem mandar nela, nunca deixou os seus irmãos fazerem isso e ia deixar um namorado? Não! Não mesmo! Estava farta do Harry e da sua mania de super-protecção. Por mais que gostasse dele, gostava muito mais da sua independência. E se lhe perguntassem se estava triste, ela diria que, afinal nem estava tanto assim, que no fundo o que sentia era alivio e liberdade novamente. Não conseguia chorar se quer. Talvez não amasse mesmo o moreno, como lhe havia dito a amiga. Talvez não soubesse ainda o que era realmente o amor. Talvez o que sentia por Harry fosse só uma enorme vontade de poder ter ao seu lado o heroi do mundo mágico, ou apenas um fascinio pelo menino que sobreviveu, como todas as meninas de Hogwarts sentiam, ou a admiração que toda a papulação sentia. Pelos vistos tinha andado enganada quanto aos seus sentimentos até ao seu 5º ano.Fosse o que fosse, não estava a sofrer tanto com o fim do namoro como sempre pensou que iria sofrer. Era como se o encanto tivesse desaparecido a partir do momento em que começaram a namorar ou a partir do momento em que as discuções e as desconfianças começaram. Mas, apesar de tudo não estava arrependida, isto tudo tinha servido para ela se livrar da sua obsessão pelo menino que sobreviveu, o que para ela era um enorme alivio. Ironicamente até agradecia ao Malfoy por a ter ajudado a descobrir tudo isto e a por um fim na sua relação, embora lamentasse a maneira como acabou. Afinal sentia um grande carinho por Harry e não queria perdê-lo como amigo. Agora ia começar de novo, iria esperar pelo seu verdadeiro amor. Ela tinha a certeza de que ele iria aparecer algum dia, afinal, todos têm direito a viver um grande amor durante a sua vida, o segredo está em saber aproveita-lo e ser feliz, e definitivamente, o dela não era Harry Potter.
E foi com estes pensamentos que chegou ao castelo, que se deitou e que adormeceu.




Continua..



N/A.:

Eu acho que voces não gostaram do primeiro capítulo da minha fic.. não comentaram! Mas como sou chata, eu insisto..

E aqui terminou o namoro da Ginny e do Harry.. Espero que gostem do capitulo. Ele ficou bem grandinho!

Esqueci-me de exclarecer no inicio da fic que a Ginny está no 5º ano e o Draquinho, o Harry e os restantes estão no 6º. A fic não segue a ordem dos livros, já que o 6º livro saiu à imenso tempo e não tem nada a ver com ela.

É isso.. espero que gostem mais deste..eu quero reviews!!

BjnhZ*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.