Capítulo Três



NA/A nota completa lá embaixo. Aqui só para sugerir que leiam a primeira parte do capílulo ao som de Sweet Cherry Pie, ok?
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- Capítulo Três -


Merlin! O que estava fazendo ali? Vestindo aquilo?

“Respira, Hermione, respira. Você consegue fazer isso”.

Depois que o fizera assinar aquele documento de “lealdade”, Malfoy lhe contara que este era um dos locais que alguns Comensais costumavam se encontrar, para discutir alguns planos, ou apenas se divertir.

Ela esperava sinceramente que nesta noite estivessem discutindo algum plano. Já fazia duas noites que estivera observando de longe o local, e apenas nessa eles apareceram. Era agora ou nunca.

Hermione entrou no palco. Avistou a mesa dos Comensais, e Malfoy a uma mesa atrás deles. Ele ergueu o copo, brindando a ela, com um sorriso irônico.

Hermione, usando uma loira peruca channel, uma saia de pregas curtíssima, com uma camisa branca e gravata, parecendo uma colegial, se dirigiu para o centro do palco dançando sensualmente ao som de Sweet Cherry Pie, até chegar no meio do palco.

O local onde os Comensais costumavam se encontrar era um bar de strip-tease, para o desespero de Hermione e o divertimento de Malfoy.

No mesmo dia que soubera, a auror foi até o estabelecimento falar com o proprietário.

Depois de mostrar o distintivo, o assunto fluiu mais fácil, e o bar ficou mais ansioso para cooperar.

Para essa noite, pegara a peruca emprestada de uma das mulheres dali, usava uma maquiagem pesada, e a roupa nada mais era que seu uniforme extremamente modificado.

Hermione, com uma das mãos, segurava firmemente a haste prateada fixada ao centro do palco, enquanto o rodeava deslizando sensualmente.

Com a cara ensaiadamente safada, que aprendeu com as dançarinas do local, começou a tirar bem lentamente a gravata, tendo certeza que a atenção de todos estava nela. Inclusive a dos Comensais. Jogou a gravata longe, enquanto se aproximava mais da ponta do palco, e sentia mãos passarem por suas pernas, deixando notas nas suas meias.

Estava se sentindo horrivelmente suja. Se perguntava o porquê de tantos anos de estudo, se no fim, tinha que mostrar o corpo para colher informações.

Sentia-se constrangida por ter que se insinuar tanto assim. Aproximou-se da mesa onde os comensais estavam reunidos e continuou a dançar, tomando o cuidado de virar o rosto para que não houvesse nem a mais remota chance de ser reconhecida.

Ela ainda precisava encontrar um modo de ouvir a conversa entre eles. Olhou suas próprias botas de salto alto e teve uma idéia. Seria ousada demais, mas ela não tinha escolha.

Parou diante da mesa com um movimento de quadril improvisado e abaixou o tronco suavemente até que as pontas de seus dedos alcançaram a presilha que mantinha a bota firme e colada em sua perna. Estava perto demais dos comensais e finalmente podia ouvir o que tanto falavam.

Demorou-se nesse jogo de brincar com as próprias botas, levanta-se de vez em quando, mas logo voltava para seus sapatos, fazendo novas poses e movimentos. A necessidade de descobrir cada detalhe do plano daqueles bruxos a deixava mais e mais desinibida.

Ela descobriu que aquela não seria uma noite qualquer para os seguidores de Voldemort. E por isso mesmo precisava agir. No entanto, armar uma confusão naquele bar não era exatamente o que ela tinha planejado.

Decidiu que seduzi-los seria o melhor a fazer. Os homens são uns tolos que perdem suas reações diante de uma mulher sem roupa. Sorriu com esse pensamento e retomou a dança pelo palco.

Foi aos poucos agradando todos que presenciavam seu primeiro, e provavelmente único, strip-tease, em público. Voltou para os comensais e passou a provocá-los, desabotoando a camisa de colegial vagarosamente.

Fechou os olhos para não ver aquele bando de homens que ela considerava imundos, esticando as mãos para tocá-la ou colocar dinheiro entre suas mínimas vestes. Os homens se empolgaram ainda mais quando a garota abriu último botão e deixou entrever um sutiã vermelho sangue. Se afastando sempre que alguém ameaçasse tocá-lo.

Pronto! Ela havia conseguido. Tirara aqueles homens do sério e finalmente sentia que havia chegado a hora de agir. Olhou significativamente para Malfoy, que lhe respondeu com um aceno de cabeça.

O rapaz estava irreconhecível com os cabelos cortados bem diferentes do normal e um par de óculos que lhe escondiam as feições zombeteiras de sempre.

Ainda dançando, Hermione desceu do palco e foi para perto dos Comensais. Ali estavam Nott, Zabini e outros dois que não sabia o nome. O líder ali parecia ser Zabini, e foi para ele que se dirigiu.

Escondendo todo o asco que sentia com uma cara de malícia, se sentou no colo dele, ainda movendo os braços em uma estranha dança. Os outros Comensais também não tiravam os olhos dela. Agora era só esperar o Malfoy fazer a parte dele.

Hermione então olhou por sobre o ombro do Zabini e viu Malfoy e uma das moças que trabalhavam ali se beijando ardentemente.

“Não acredito que confiei nele!”, ela estava irritada, mas precisava se acalmar enquanto pensava numa forma de concluir a missão satisfatoriamente.

Na mesa, entre os vários copos vazios, que outrora continham Uísque de Fogo, estavam vários papeis que ela supôs conterem esboços para algum plano. Mas sabia que não conseguiria roubar os papeis, afinal, não tinha onde escondê-los.

Levantou do colo de Zabini, e conseguiu ler algumas palavras, e ainda disfarçando, fez uma dança especial para ele e voltou a sentar nas suas pernas, levantou de novo e conseguiu ler mais algumas palavras. Talvez não fossem o suficiente, mas tinha que sair de perto de Zabini antes que ele desconfiasse, ou pior, resolvesse “aproveitar” ela.

Continuou dançando, passou perto de outras mesas e voltou para o palco. Ainda teve que despir a saia, mas conseguiu escapar do palco com a lingerie intacta e ainda alguns trocados.

Mas queria ver se Malfoy conseguiria escapar dela com a própria pele.

x x x


- Como você pôde?! – ela gritou em pé, de frente para ele.

Quando Malfoy abriu a boca para tentar se defender, ela o interrompeu.

- Eu confiei em você! E para quê? – Hermione estava ensandecida. – Para você se agarrar com uma prostitutazinha barata!

Quando, com Hermione decentemente vestida, chegaram no apartamento desta, ele mal teve tempo para respirar, porque ela viera com toda a raiva para cima dele.

- Granger... – ele tentou mais uma vez falar.

- Eu me submeti a ficar semi-nua dançando para um bando de velhos asquerosos, Malfoy! Você só precisava fazer sua parte! – ela continuava gritando, e o estava deixando louco.

- Granger! – Draco gritou dessa vez, mas mesmo assim ela não escutou.

- Eles estão tramando algo! Eu senti isso!

- Será que o que você sentiu não foi outra coisa...

Um barulho seco estalou pelo pequeno apartamento e Malfoy sentiu a bochecha arder. Era a segunda vez que apanhava daquela sangue-ruim. E tinha que admitir que ela sabia bater.

Eles estavam bastante próximos, Draco sabia que se desse um passo para frente, praticamente ocupariam o mesmo lugar. O tapa ainda ardia em seu rosto, mas isso não o irritou. Ao contrário. A sensação da bochecha latejando ao contato com a pele da sangue-ruim somado às imagens do showzinho que ela havia acabado de dar mexeram com seus sentidos. Ele não imaginava que ela tivesse aquele corpo.

- E por sua culpa, Malfoy, eu não sei se... – mas foi interrompida por Malfoy, que a prensou na parede, beijando-a selvagemente. Hermione tentou empurrá-lo, mas ele estava no controle ali.

Draco não soube o porquê, talvez apenas para calá-la, mas de repente se viu empurrando a Granger contra a parede e a beijando. Notou que ela tentou se livrar dele, mas não conseguiu, ou desistiu, logo depois sentiu ela correspondendo ao beijo com o mesmo ardor.

Levou suas mãos até a cintura dela, tentado tirar a camisa. As mãos dela estavam em sua nuca.

Então, de uma hora para outra, se viu sendo jogado no outro lado da sala com a auror apontando a varinha para ele.

Draco a viu abrindo a boca para falar algo, mas a fechando logo em seguida, saindo sem uma palavra.

O que acabara de fazer? Beijara a sangue-ruim, e não se sentia arrependido, como esperava estar. Ela era bem diferente do que ele imaginara. Era quente, e ele não esperava uma resposta como aquela.

Jogou-se no sofá com um olhar estranhamente satisfeito e deu uma risada alta.

x x x


“Merlin! O Malfoy me beijou! E eu correspondi!”, pensou enquanto andava de um lado para outro em seu quarto, tentando se acalmar. Fazia forças para odiar aquela atitude, dizendo a si mesma que ele fora um perfeito cafajeste, na esperança que isso a fizesse esquecer que havia gostado do beijo. Para piorar sua situação, não conseguia esquecer esse detalhe: Malfoy beijava muito bem.

Hermione sentou na cama, com as mãos na cabeça. Não era hora de pensar nisso. Precisava primeiro descobrir os planos dos Comensais. Eles não estavam presos porque ninguém conseguiu provar o envolvimento deles com Voldemort.

E era isso que estava tentando fazer, pegá-los em flagrante.

Mas aquelas palavras não faziam o menor sentido, ainda mais juntas: Lua... Proibida... Escuridão... Hogwarts... Espelho... Sacrifício...

Elas não tinham ligação nenhuma!

Hermione escreveu as seis palavras em um pergaminho, e ficou olhando para elas por um momento, mas nada lhe vinha a cabeça. Com a varinha, fez as palavras trocarem de lugar, mas nem assim conseguiu ter uma idéia.

Teria que falar com o Malfoy, ver se ele sabia de algo que envolvesse aquelas palavras.

Lua... Hogwarts... Proibida... Sacrifício... Escuridão... Espelho.

Leu mais uma vez. Precisava criar coragem para encará-lo, porque, mesmo tendo sido ele quem a beijara, ela correspondera com a mesmo vontade.

Talvez o melhor a fazer seria fingir que nada tinha acontecido.

Foi com isso em mente que saiu do quarto para falar com Malfoy.

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Fazia mais de horas que estavam curvados sobre os livros, procurando algo que pudesse ajudar na investigação. Por mais tarde que fosse, os dois não pareciam cansados.

Para espanto de Hermione, Malfoy era um ótimo companheiro de pesquisas. Ficava em silêncio a maior parte do tempo, apenas fazendo alguns comentários relativos ao assunto.

A mesada cozinha estava repleta de livros, pergaminhos, penas, anotações antigas... além de uma jarra de suco de abóbora, para servir de refresco para aquela noite quente.

- Acho que encontrei algo aqui. – Malfoy falou, entregando para ela o livro enquanto apontava o trecho certo.

“Feitiço Obtentor (Magia Negra) – criador desconhecido.

Essa magia proporciona a quem a usa alcançar o que mais deseja. Antigamente era usado para obter poder sobre outrem, também foram noticiados casos envolvendo o feitiço para conseguir a afeição de uma pessoa.

Para resultados mais satisfatórios é necessária a completa ausência de luz, bem como ter presente um recipiente contendo o desejo ou a imagem do mesmo.

É considerada magia negra, não apenas por fazer que algo não siga seu curso natural, mas também por exigir o sacrifício de um puro para a realização do feitiço.”

- Eu ouvi meu pai falar dele algumas vezes. Ele dizia que serviria para conseguir o poder necessário.

- “Poder necessário?”

- É como ele falava. Dizia que poderia te dar poder suficiente para qualquer intento. – suspirou cansado – Mas não consigo ver ligações entre as palavras...

Hermione já não estava mais escutando. Toda a sua atenção estava voltada para as palavras que ela mesmo escrevera.

- Lua, escuridão... – murmurou. – Claro!

Malfoy a olhou sem entender.

- Claro!

- O que está tão claro?

- Só pode ser o eclipse da lua! É durante a noite, e a única luz que estará escondida! “Completa ausência de luz.”

- Certo. Quando é o próximo eclipse? – Malfoy já tinha perdido o ar de enfado e estava bastante interessado.

- Daqui a cinco dias. – respondeu consultando algumas anotações.

- Já?

Ela nem deu atenção. Estava mais uma vez interessada apenas nas quatro palavras restantes. “Sacrifício, Hogwarts, Proibida e Espelho”.

Draco apenas a observava enquanto isso. Ela era boa nisso, não era a toa que tinha as melhores notas em Hogwarts. A Granger realmente se dedicava às pesquisas.

Mas a imagem dela apenas de lingerie e o beijo invadiam seus pensamentos. Não podia negar que a sangue-ruim até que era gostosa, e nunca teria imaginado ela correspondendo ao beijo daquela forma. Tudo bem que depois ficara com hematomas nas costas, por causa da “queda”.


- A Floresta Proibida de Hogwarts! – ela exclamou tirando-o de seus devaneios.

Draco apenas ergueu as sobrancelhas em resposta. O que tinha a Floresta Proibida de Hogwarts?

- Malfoy! A Floresta Proibida! É o local! – ela já tinha levantado, e estava andando de um lado para outro enquanto gesticulava. Draco se levantou também e se escorou na mesa com os braços cruzados.

- Qual é o ser mais puro que existe? – ela continuou.

- O unicórnio. – ele respondeu automaticamente.

- Exato! E onde sabemos que tem unicórnios? – ela não o deixou responder. – Na Floresta Proibida, em Hogwarts!

- Certo, cinco palavras. E o “espelho”?

Hermione o fuzilou com o olhar. A única palavra sem ligação era o espelho. Mas não conseguia ver onde ele se encaixava.

Continuou andando enquanto pensava alto nos próximos procedimentos a serem feitos. Teria que falar com McGonagall, sobre o que pretendia fazer na floresta...

- Ainda bem que os estudantes...

Mas o que era bom para os estudantes ela não chegou a dizer.

Mais uma vez fora pega de surpresa. Uma boca pressionava selvagemente a sua, exigindo passagem, enquanto se sentia sendo encostada nada gentilmente na parede. Duas mãos fortes percorriam suas costas, e tentavam tirar sua camisa.

Hermione não soube quando nem porque, mas quando viu, estava correspondendo com a mesma intensidade. Uma de suas mãos estava na nuca dele, enquanto a outra tentava tirar a camisa dele de dentro da calça.

Ainda o beijando, empurrou ele para a outra parede. Uma de suas mãos passando pelas costas dele, por baixo da camisa. As mãos dele não estavam em posição muito diferente, e seus lábios estavam deixando rastros de fogo pelo pescoço da bruxa.

Foi quando ela recuperou a razão, se afastando dele e arrumando a camisa. Ficou de costas. Estava envergonhada e não sabia o que dizer. Só sabia que ele beijava bem demais. Sacudiu a cabeça, ainda evitando se virar e encará-lo.

Droga! O que dera nele para beijar de novo a sangue-ruim?

Sim, ela era bonita, não podia negar, ainda mais depois de vê-la com aqueles trajes sumários, mas ainda era a sangue-ruim Granger!

E o pior de tudo é que se ela não tivesse se afastado, não sabia onde aquilo terminaria. Porque ele não tivera a menor propensão de se afastar dela.

Droga!

Mas pelo menos ela estava na mesma situação que ele, Draco percebeu enquanto a via alisar pela enésima vez a saia. Aproveitou que ela estava de costas para arrumar sua camisa também.

Hermione respirou fundo mais uma vez. Onde estava sua coragem grifinória? Porque junto dela não estava desde que tomara consciência do que fazia com Malfoy e se afastara dele.

Tinha que falar com Draco. Draco? Desde quando é Draco? Tinha que falar com Malfoy, tudo tinha que estar certo para dali cinco dias, e isso incluía Malfoy.

Resolveu mais uma vez ignorar o acontecido e se virou de frente para o rapaz. Mas preferiu não tê-lo feito. O desgraçado a estava olhando com uma cara safada, que a faria corar se não tivesse tanto auto-controle.

- Bom, Malfoy, você vai ter...

Ele a olhou indiferente enquanto escutava as ordens. Mas estava incrédulo, ela mais uma vez ignorara o que acontecera, e nem ficara vermelha com o seu olhar.

Tinha que prestar atenção aos planos.

Os sol já estava nascendo quando os dois, depois de discutirem todos os pontos necessários, foram dormir.

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NA²/ Então, o que acharam? Devo confessar que a primeira cena saiu ao acaso... Era para acontecer naquele bar, mas a Mione não teria participação, mas enquanto eu escutava a música, a cena foi se desenrolando na minha mente... Eu espero muitas reviews!!!! De verdade!!!! Quanto mais, mais rápido sai o capítulo!!!
Ah!!! Agradeço a todos que torceram por mim no vestibular. Eu passei em segundo lugar no meu curso!!!
Agradecimentos especiais para Monalisa Mayfair e eduarda pirini pedro que deixaram lindas reviews!!!!
Comentem e Votem!!!!
Até o próximo capítulo!

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Comentários (1)

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