~ Sair... Comigo?!
Mas tive uma imensa surpresa quando os reabri... Meu querido amigo fantasma, agora estava voltando ao seu estado normal. O que deu pra perceber era que ele tinha inflado cindo vezes o seu tamanho, e usou a Lilá como um pino de boliche humano.
- O que foi isso, Lilá? – Rony questionou com aquela voz mais que perfeita que só ele tinha – Misturou bebida alcoólica no café, hoje?
- Ela tá doidona! – Dino zombou quando ela tentava se levantar.
Aquilo foi simplesmente fantástico! Eu não estava nem um pouco acostumada a ter essa grande felicidade desde cedo, mas o Harry teve essa incrivel capacidade de me proporcionar esses minutos de prazer.
- Você está ferrada! – aquela coisa praticamente havia cuspido palavras no meu rosto – Ferrada, Granger!
Enganei-a que iria avançar “novamente”, o que a fez ir para trás bruscamente e tropeçar no Rony. Acho que estava mais vermelha do que os pés de tomate da horta da minha avó.
- Vamos pessoal! Cansei do showzinho CDF – isso mesmo o que você acabou de ler, aquele ruivo por quem eu estava completamente apaixonada me chamou de CDF! Mas que insolente! Praticamente o fuzilei com meu olhar mortal antes de dar as costas.
- Ele vai ver só! – o Harry que estava quieto até o ultimo momento, passou por mim decidido ao encontro do Rony.
- NÃO! – gritei no impulso tentando inutilmente segura-lo antes que cometesse qualquer besteira. Era muito injusto ele poder me tocar e eu não! A vida quase sempre é injusta para mim.
- Olha lá! – agora era o Simas que falava – Além de CDF é louca, está socando o vento! – e a patotinha riu de novo, como se eu fosse o alvo de piadas da escola! Só que eu já era... Havia me esquecido.
Aquilo sei lá, acho que foi demais para o Harry. Pois no momento seguinte ele abriu a boca e uma ventania extremamente forte saiu de dentro, atingindo-os em cheio.
Eu não acreditei que aquele fantasma teve a coragem de atingir o coitado do Rony! E agora? O que ele pensaria de mim? Eu estaria mais ferrada e estranha do que sempre fui! Odiei, odiei aquela atitude precoce do Harry.
- Hermione! Volta aqui, por favor! – o ouvia gritar atrás de mim. Mas estava tão chateada que não consegui olha-lo novamente. Entrei num corredor que já estava deserto pelo fato das aulas terem começado e senti aquela brisa fria dele, ainda atrás de mim.
- Me deixa sozinha, droga! Não adianta querer me ajudar, está bem? Ninguém pode me ajudar, eu apenas quero paz... PAZ! – hoje eu me arrependo amargamente de tê-lo tratado desse jeito. Mas eu simplesmente queria curtir a solidão no meu canto, como sempre foi até ele resolver aparecer para mim.
- Ok! Desculpa atrapalhar a sua vida, vou curtir a minha morte também em paz – e cabisbaixo ele começou a se afastar. Pensei, juro que pensei em correr atrás dele! Mas o orgulho era o meu pior defeito. Simplesmente entrei na sala pedindo licença e mesmo com a blusa molhada sentei-me no meu lugar. Pela primeira vez não consegui prestar atenção na chatice da aula... Ah, chatice também não! Daí já é demais para Hermione Granger: a CDF pobretona.
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Foi tão difícil passar o dia sem o Harry. Não que eu estivesse apaixonada por ele, é que tipo, mesmo que a gente só tenha estado junto um único dia eu sentia muita, mais muita falta de ter alguém com quem conversar.
E novamente lá estava eu. Tomada por todos os meus medos infantis... Droga! Estava me sentindo completamente mal. Por tudo, sabe? Por mais que a atitude do Harry tenha sido satisfatória com aquelas nojentas, não causou o mesmo efeito com o Rony! E agora ele havia ido embora, por culpa do meu temperamento idiota e prepotente. Não estou sendo exagerada, apesar da maioria das vezes eu ser.
Respirei profundamente quando o mar tornou a engolir o sol. Já devia estar tarde, mas eu não me importava. Eu como sempre, não me importo com quase nada... A não ser pelo fato de ter magoado a única pessoa que me fazia sentir bem. Meu coração quase saltou pela boca quando reparei quem estava me observando.
- O que você tá fazendo aqui?
- Bem – o Rony começou a achar os cadarços do tênis muito interessantes – Acho que devo desculpas a você.
- Eu? Por quê? – droga, porque eu sempre fico vermelha quando estou sobre pressão? Maldito genes de família!
- Sabe... O que falei mais cedo no colégio, aquilo não foi nada legal.
Veja como a vida dá voltas! Num momento ele estava se fazendo de gostosão para os amigos, e no segundo seguinte vinha me pedir desculpas. Eu estava tão cega de amor.
- Ah! Aquilo... Bom, não precisa se desculpar, eu realmente não me abalei – mentira – É sério... Pode ficar tranqüilo – nossa! Eu realmente falei coisas sem necessidade.
- Ótimo! – a expressão do Rony pareceu tomar uma forma totalmente diferente – Então que tal você sair comigo amanhã? Sabe, como um complemento para as minhas desculpas.
Pega no pulo! Meu Deus! O garoto que eu amava havia me pedido desculpas e ainda por cima estava me convidando para sair! De repente, parecia que mil borboletas pulsavam dentro do meu estômago, e olha que eu sempre pensei que isso fosse expressão de falar. Não soube como explicar, mas o Harry tinha sumido da minha cabeça naquele instante.
- Sair? Eu e você? Juntos?
- Hum... É isso que duas pessoas fazem quando querem se conhecer melhor.
Corei novamente e me senti muito quente. Porque eu nunca conseguia falar algo divertido quando é pra falar algo divertido?
- Ah, tudo bem, a gente sai então. Está certo, concordo... Então, iremos sair! – acho que nunca gaguejei tanto assim na minha vida.
- Então, 8:00 horas está bom para você?
- Sim! Claro! – esbanjava um sorriso de orelha a orelha.
- Ok! Então eu passo aqui pra te buscar – e após isso ele começou a vir na minha direção! Prendi todo o ar que eu possuia em meus pulmões.
Então ele beijou a minha bochecha. Céus! E eu aqui imaginando que pela primeira vez iria ser beijada. Sim, eu nunca, em nenhuma hipótese, havia colado os meus lábios nos de um garoto! E daí? Algum problema? E enquanto eu pensava nisso o Rony me deu um tchau e virou as costas sumindo de vista.
- Então a musica que você estava cantando era para ele? – a voz do Harry saiu um pouco rouca atrás de mim.
- Você tava aí o tempo todo e nem me disse nada? – fiquei indignada com isso! Não conseguia acreditar que aquele fantasma presenciou todo o meu nervosismo.
- Responde. A música era para ele, não é?
Foi aí que eu me toquei! O Harry ficou me vigiando o dia inteiro. Se não fosse isso como ele saberia que eu estava compondo no chão do meu quarto? É estranho eu sei, mas pelo menos eu sabia fazer uma coisa em especial.
Eu amava cantar! Há algo de errado nisso? Ou uma pobretona como eu, também, está proibida de mostrar a voz que herdou da mãe?
- Não acredito! Porque você ficou me vigiando, hein? Nunca ouviu falar em vida privada?
- Ah Hermione, não vem com essa agora! Você queria que eu fizesse o que? Não agüentava mais voar por aí. Fiquei com tédio!
- Ah tá! Agora toda vez que você ficar entediado resolverá grudar a mim o dia inteiro? Espera que eu faça o que? Aplauda essa atitude? Isso foi péssimo da sua parte.
- Eu só estava comentando sobre o que eu ouvi, ok? Não é motivo para você fazer uma tempestade onde apenas há uma rajada de vento!
- Como a que você produziu em cima do Rony e dos amigos dele?
- Eles mereceram! Você sabe muito bem disso.
- Quantas vezes eu tenho que te lembrar que tudo o que me fazem, não importa?! Mais que droga Harry, você não precisava se incluir assim na minha vida.
- Estranho... Pois eu percebi muito bem que você adorou quando eu zombei com as supostas pessoas na qual você não se importa. Porque com ele é diferente, hein?
- Porque eu o amo! Você não percebe? Eu nunca vou ter ele, Harry... Justamente por eu ser estranha e criticada! E aquilo que você fez com o coitado não me agradou nem um pouco, mesmo! Pois reduziu as minhas chances a zero, e agora que eu tive a incrível oportunidade de sair com ele, você chega como se fosse a pior coisa do mundo! – nunca me imaginei gritando assim com alguém. Meus olhos estavam em lágrimas, meu coração doída, minha cabeça rodava. O que estava acontecendo comigo? Porque eu me comportei assim?
- Será que você não percebe que ele é um completo idiota e está contigo apenas para machucá-la?
- Talvez o amor seja um pouco cego. Mas eu não vou perder a oportunidade de ser feliz, nem que isso cause o meu sofrimento – Eu sabia perfeitamente que não gostaria nenhum pouco de ser machucada.
- Essa não é a Hermione que eu conheço.
- O que você quer que eu faça, Harry?! Ele finalmente se tocou que eu existo!
- Porque pensou que foi você quem derrubou a grudenta daquela garota, na qual ele certamente odiava! Tudo bem então, vá em frente! Só digo uma coisa: você não precisou se mostrar superior para eu te notar – e como na ultima vez ele sumiu da minha vista.
- Harry! Volta aqui! – dessa vez eu o chamei, mas pareceu não adiantar muita coisa. Ele não me respondeu. E de repente, não sei como, meu coração deu uma estranha reviravolta.
Parecia que estava sangrando por dentro. Por que aconteceu isso? Droga! Porque a gente estava brigando desse jeito?! Eu o conheci ontem, mas por que eu não consiga tirar o meu pensamento dele? Enquanto os porquê's assolavam a minha cabeça, começou a nevar. Corri para casa e me tranquei no quarto, me encolhi de tal jeito nas cobertas, que todos os membros do meu corpo de uniram, e novamente eu chorei. Não conseguia conter as lágrimas! Quando tudo parecia estar dando certo, chega esse fantasma que estava se tornando um grade amigo, e torna as coisas ainda mais difíceis. Uma vontade imensa de permanecer ali para sempre me subiu pela cabeça. Enquanto o sono não vinha escutava o vento soprando lá fora, até o vento podia passar despercebido, por que eu não? Então acabei dormindo com total inveja do vento.
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