Mais mistérios









Gina cantarolava baixinho algo que lembrava uma música famosa das Esquisitonas, enquanto tomava seu banho. Nunca tinha se sentido tão feliz na vida quanto agora. Esfregava a esponja com cuidado sobre o corpo, que balançava levemente no ritmo da música, que ela conseguia ouvir apenas em sua cabeça. Começou a imaginar como seria dali em diante, se o relacionamento deles realmente daria certo. Mas não tinha como ter pensamentos negativos depois de tudo. Ele a amava! Isso era o mais importante! “Mamãe e Hermione vão ficar insuportáveis quando souber” ela pensou sorrindo. Dessa vez tudo daria certo, ela sentia isso. Não havia mais nada para atrapalhar, nenhum maníaco assassino a solta. Teve que admitir para si mesma que passara anos da sua vida tentando se enganar, sem saber por que não achava graça em nenhum homem. Era o amor que sentia por Harry, que esteve sempre lá em algum lugar do seu coração, esperando.


Ela enxaguava o corpo, imaginando como seria namorá-lo de verdade, oficialmente, na frente dos irmãos e dos pais. Teria que ser algo sério, não teria escapatória. E na verdade estava longe de querer escapar disso. Lembrou-se dos sonhos de criança e imaginou como seria um casamento com ele. A Toca florida e cheia de ruivos animados, ele lindo vestido de preto e ela com um vestido branco. Riu da própria imaginação. Se alguém soubesse que Gina, a namoradeira que corria de compromissos, estava cogitando a possibilidade de um casamento, certamente diria que ela estava doida ou enfeitiçada. E olha que não fazia nem um dia que eles estavam juntos. Mas quando se tratava de Harry ela sempre voltava a ser a menina tola e romântica cheia de sonhos.




~~~~ §§ ~~~~





Harry trocava de roupa rápido, enquanto esperava Gina sair do banheiro pra que os dois fossem juntos até a casa dos Gamp almoçar. Com a “distração” da manhã, eles estavam obviamente atrasados, e ele feliz como nunca estivera na vida. Era torturante ter de sair daquele quarto e interromper algo tão bom e tão novo para pensar em coisas horríveis. Parecia praticamente impossível pensar em outra coisa que não fosse à mulher maravilhosa que tomava banho no banheiro ao lado, onde ele resistia bravamente em não entrar para acompanhá-la. A situação era a mais inusitada possível. No meio de um trabalho importante, após tanto tempo, eles finalmente estavam juntos.


Como um alerta sempre ligado em sua cabeça acostumada ao perigo, o senso de realidade voltou: estavam no meio de uma missão, e quem estava correndo mais risco ali era exatamente Gina. Não queria que acontecesse nada com ela, nem ser o responsável por atrapalhá-la a conseguir um cargo melhor. O sorriso sumindo do rosto, ele se levantou da beirada da cama, onde estivera sentado colocando os sapatos. Andou conformado até o espelho para analisar as vestes que usava e refazer o disfarce.


Quando encarou sua imagem refletida no espelho percebeu que a cicatriz já era visível novamente e também que as lentes, que ele se esquecera de tirar na euforia da noite, continuavam em seus olhos deixando-os irritados e vermelhos. A barba também continuava ali apesar de um pouco maior. Gina havia confessado que a achava sexy depois que fizeram amor pela manhã. Esse pensamento fez Harry abrir o sorriso bobo novamente, mas se recompôs e passou as mãos pelos cabelos e rosto lembrando que estavam atrasados. Encarou novamente sua imagem concentrando-se no que devia fazer.


Com um pouco de dificuldade, tirou as lentes dos olhos, sentindo alívio, como se um cisco enorme tivesse acabado de ser soprado dali. Com um aceno da varinha, conjurou a poção colírio que Tonks havia lhe dado quando perceberam que as lentes poderiam irritar os olhos dele. Pingou uma gota da poção transparente em cada olho, piscando com a leve ardência. Verificou que os olhos estavam menos vermelhos e a sensação de coceira havia passado e então recolocou as lentes. “Nunca vou trocar meus óculos por isso” pensou contrariado com aquele trabalho todo. Desviando a atenção dos olhos, apontou a varinha para a testa, murmurando um feitiço enquanto passava a ponta dela pela extensão da cicatriz e via esta ser “engolida” pela pele, sumindo de vista. Admirando o efeito do que havia acabado de fazer um pensamento oportuno veio a sua cabeça:


Poderia refazer aquele feitiço todos os dias e esconder aquela marca que tanto o atormentou no passado. Seus dedos instantaneamente correram para o ponto em que ela deveria estar. Ela não ardia há muito tempo. Mas não teria mais que agüentar os olhares curiosos para sua testa assim que soubessem quem ele era. Não seria reconhecido por todos os bruxos que o encarassem na rua. Teve que admitir ser uma possibilidade tentadora, mas ele não era mais um garoto que ligava para o que as pessoas pensavam e falavam. A cicatriz não era mais um incômodo. O seu antigo ponto de conexão com Voldemort agora era quase um troféu, uma lembrança íntima do passado, algo que o deixava feliz ao perceber que estava vivo apesar de tudo. Apesar daquela maldita marca que mudara seu destino para sempre, ele havia vencido.


O barulho da porta do banheiro abrindo o desligou dos devaneios. Sem conseguir segurar o impulso, deu um largo passo para o lado esquerdo, no exato momento em que Gina saía do banheiro por ali. Puxou a ruiva pela cintura e sentiu o perfume dela se misturar com o vapor e o calor do banho recém tomado. Colocou a cabeça no ombro dela, sentindo o gosto da pele úmida dos ombros nus. Ela ainda enrolada na toalha, ria de susto e alegria.

- Se você continuar assim não saímos desse quarto tão cedo – disse manhosa enquanto arrepios lhe diziam que Harry começara a beijar seu pescoço.

- O último! – um beijinho – Juro! – outro beijo – Vamos trabalhar o dia inteiro – outro beijo – Podemos aproveitar mais um pouquinho.


Ele encarou a expressão divertida e feliz dela e capturou os lábios vermelhos com paixão. Mas Gina não se deixou seduzir por muito tempo, com um enorme esforço o afastou.

- Pronto – ela riu da cara de gato que caiu da vassoura que ele fez – agora vamos nos concentrar no trabalho.


Se desvencilhando dos braços dele (que nesse momento parecia uma Lula Gigante), ela abriu o armário e começou a procurar uma veste.

- Tonks não me contou que iria mandar equipamentos e roupas e esse monte de coisas – ela disse, vendo tudo escondido no armário.

- Deve ter se esquecido de te falar – disse Harry se sentando na cama para esperar Gina se vestir – mas falou comigo. Disse que a Sra. Stone ainda estava em dúvida se nos deixava dormir aqui ou não, já que não nos conhecia, mas deixou Tonks trazer as coisas mesmo assim. E pelo jeito gostou da gente.


Ela resmungou alguma coisa que Harry não conseguiu entender enquanto ainda escolhia uma roupa. Ele tentou concentrar todo seu poder em manter a mente no plano e em tudo que eles ainda tinham que fazer, mas seu olhar recaia sobre a ruiva linda a sua frente.

- Odeio essas roupas! – ela exclamou por fim segurando um conjunto de vestes pretas com bordados verdes – me sinto trinta anos mais velha e totalmente desconfortável.

- Fica linda de qualquer jeito – Harry riu – principalmente brava.

- Não estou brincando – disse ela enfiando as vestes pela cabeça com raiva e ajeitando-as no corpo e verificando a aparência no espelho.


Mesmo sacudindo a cabeça e resmungando ela não tirou as vestes. Pegou a varinha e começou a arrumar os cabelos em um coque apertado. Harry já desistira de tentar pensar no plano e concentrava toda sua atenção em Gina. Chegou à conclusão de que todos os homens que adoravam ver uma mulher se despindo deveriam observar melhor suas mulheres enquanto se vestiam. Gina ficava encantadora passando uma poção para a pele nos braços e rosto, se maquiando, arrumando os cabelos, passando perfume... Tudo isso absorta em frente ao espelho, sem se lembrar da presença dele ali.


Quando ela finalmente terminou de colocar as jóias, ele se levantou e pegou alguns equipamentos na gaveta do armário. “Nunca se sabe quando Vomitilhas ou Pó Escurecedor Instantâneo do Peru serão necessários” pensou, enquanto entregava alguns a Gina também.


Apressando Harry, como se ele fosse culpado pelo atraso, Gina o empurrou pelas costas na direção da porta.


Harry parou abruptamente, tentando evitar pisar em alguma coisa que ele não conseguia definir, parada exatamente na soleira. Quase tropeçando pela “coisa”, ele se apoiou nas bases da porta, fincando os pés no chão. Tentando retomar o equilíbrio, ele sentiu Gina colidindo com as suas costas. Olhou mais atentamente para baixo e percebeu que era um elfo doméstico que estava ali, abaixado e com as mãos sobre a cabeça, amedrontado com o barulho e a possibilidade de ser pisoteado.

- Oi! – disse Harry finalmente recuperando o equilíbrio – tudo bem com você? Eu te machuquei? – ele perguntou ao elfo, que tirava as mãos da cabeça lentamente e se levantava.

- Tu-tudo senhor – ele tinha a voz fina característica dos elfos, muito parecida coma voz de Winky, e Harry pode notar que era do sexo feminino. Parecia ser uma elfo livre, pois usava um vestidinho branco, impecavelmente limpo. Tinha olhos azuis e traços muito finos e delicados – D-desculpe senhor, Mimi não queria estar no caminho, não mesmo, teve que ficar aqui a mando da senhora dela.

- Tudo bem Mimi, não tem problema – disse Gina saindo de trás de Harry e encarando a elfo – e por que você esperava aqui na porta do quarto?

- A senhora mandou Mimi esperar os senhores acordarem, foi sim – ela dizia olhando para os pés e apertando uma mão na outra – mandou levar os senhores para tomar o café da manhã.

- Acho que não temos tempo para café – disse Harry consultando Gina com o olhar e depois olhando o relógio de pulso que marcava onze horas.

- A senhora mandou Mimi avisar que esperava os senhores lá fora depois do café – ela arriscou um olhar medroso para os dois.

- Faz o seguinte Mimi – disse Gina se lembrando de toda a consideração que tinha aprendido a ter com os elfos através de Hermione e sorrindo – nós vamos lá pra fora de uma vez encontrar sua senhora e você encontra a gente lá com duas xícaras de chá e algumas torradas. Pode ser?

- Claro que pode senhora! – a elfo parecia feliz – pode pedir tudo a Mimi, ela faz com prazer.

- E onde exatamente a Sra. Stone está? – perguntou Harry.

- A senhora está no fundo da casa, está sim – disse a elfo eficiente – nos estábulos.


Harry e Gina não perderam tempo em sair para os jardins. Gina se arrependeu das roupas que havia colocado. O dia estava lindo, o sol incandescente, e as roupas dela sufocando-a de calor. Ela encarou Harry a seu lado e percebeu que ele sorria para ela. Sorriu de volta. A visão que eles tinham era linda. A casa ficava no alto de um morro, e dali eles podiam ver todo o jardim, que era mais lindo ainda visto de cima. Ele pegou a mão de Gina e entrelaçou seus dedos nos dela. Juntos eles contornaram a casa em direção aos fundos.


Os fundos da casa eram ainda mais encantadores. Um pátio arborizado, com bancos, jardins e brinquedos infantis se escondia ali. Atrás da praça eles puderam ver um estábulo enorme, todo feito de carvalho, e pastagens a perder de vista além dele. Atravessaram o pátio e entraram no local, ainda de mãos dadas. Perceberam instantaneamente que não era um estábulo comum. As baias em que os cavalos ficavam eram muito grandes, fazendo o lugar parecer bem maior por dento do que por fora. Mas o que o fazia tão diferente do comum não eram as baias, mas os cavalos: grandes cavalos alados, com a pelagem castanha reluzente. Pareciam os cavalos de raça dos trouxas, exceto pelas asas que encobriam os lados do corpo, compostas por penas ao invés de pelos. Ao lado deles, uma fêmea amamentava seu filhote, sossegada.


Mais ou menos dez cavalos, parecendo todos da mesma raça e da mesma cor, se espalhavam pelos dois lados do corredor que seguia ininterrupto até a outra saída. Ele percebeu o sorriso e a naturalidade estampados no rosto de Gina e tentou esconder seu espanto. Ele não conseguia acreditar que depois de tanto tempo ainda se surpreendesse com coisas comuns no mundo mágico.

- Eles são lindos – ela disse parando para observar o filhotinho que havia se assustado com a movimentação e se escondido atrás da mãe – tenho tanta saudade de cavalgar.

-Você já montou um cavalo alado? – perguntou Harry sem conseguir esconder a surpresa.

- Quando eu era pequena montava os cavalos da minha tia-avó Muriel – Gina continuava a andar, analisando os cavalos das outras baias, encantada – Papai nunca me deixou montar sozinha, ia sempre comigo, com medo de eu me empolgar e voar para muito longe. Mas eles eram de uma raça diferente, eram cinzentos e menores que esses.

- Então os cavalos da sua tia eram da raça Graniana – disse a Sra. Stone, saindo de uma baia atrás deles onde aparentemente estivera alimentando um dos cavalos e causando um leve susto nos dois. Ela vestia um avental sobre as vestes – são velozes e espertos, mas os meus são da raça Etoniana, maiores e mais dóceis.

- Olá Mary, não vimos você ai – disse Gina.

- Acho que vocês devem estar atrasados para o almoço, não? – disse a Sra. Stone sorrindo – Mimi fez o café da manhã pra vocês?

- Não, não dava tempo – disse Harry – mas ela ficou feliz em trazer uma xícara de chá pra cá.

- Que bom, não sei o que faria sem ela – disse a Sra. Stone se afastando deles e acariciando a cabeça de um dos cavalos – estava de folga ontem. Dou folga a ela uma vez por mês, desde que Hermione Granger começou a regulamentar o trabalho dos elfos.

- Hum – disse Harry. Era estranho ouvir o nome da amiga e não poder dar nenhum sinal de reconhecimento.


Gina soltou a mão dele e se aproximou do cavalo que Mary acariciava. Era o maior de todos ali, com feições mais fortes, e o mais agitado também, não parava de abrir e fechar as asas. Diferente dos outros, ele era completamente negro.

- Posso fazer carinho nele? – perguntou Gina a Mary.

- Claro! Ele adora o toque feminino – disse Mary que continuava sorrindo – chama-se Apolo, é o garanhão do rebanho.


Gina esticou a mão e começou a acariciar a testa de Apolo, descendo até o focinho. O cavalo esticou a cabeça, oferecendo o pescoço para que ela acariciasse ali também. Harry observava a delicadeza dela e a docilidade do animal, mas teve que admitir que mesmo já tendo voado em Bicuço e gostasse bastando do hipogrifo, preferia mil vezes as boas e velhas vassouras. Mary se afastou do cavalo e se dirigiu a Harry.

- Parece que ele gostou da sua esposa, Signus. Venha, vou lhe apresentar Hera.


Harry registrou o uso da palavra esposa pela mulher, e gostou. Esposa, sua esposa. Ainda pensando em Gina, ele seguiu Mary até o fim do estábulo, na última baia. Lá se encontrava uma égua delicada e pequena, com olhos doces e amáveis, que veio logo se aproximando da cerca, curiosa. Ela tinha a pelagem diferente dos outros animais. A pelagem castanha do dorso ia se escurecendo gradativamente. Com as canelas, boas partes das penas, as pontas das asas, o rabo, as orelhas e o focinho negros. Sem parar para pensar, ele esticou as mãos e tocou a cabeça dela, sentindo o pelo macio. Ele encarou os grandes olhos redondos e negros, dóceis, inocentes. Gostou dela imediatamente, e o sentimento parecia ser recíproco. Mary sorriu ao seu lado.

- Essa é Hera, uma das filhas do Apolo. E parece que ela gostou tanto de você quanto ele da sua esposa.

- É linda! – disse Harry impressionado – Quantos anos ela tem?

- Quatro. Acabou de ser amansada pelo meu filho nas férias, é a predileta de Hector – Mary olhava para a égua parecendo lembrar com saudade do filho – Mas se você quiser montar nela, aposto que ele não ligaria.

- Quem sabe outro dia – ele continuava acariciando a cabeça da égua, que havia fechado os olhos, parecendo gostar – não é mesmo, Hera?

- Acho melhor fazer isso hoje – disse Mary que parecia estar planejando alguma coisa – vá à casa dos Gamp montado nela. Lá não é tão perto para se ir a pé, e não se pode aparatar perto da casa. Estella pode ir no Apolo.

- Mas eu nunca montei um cavalo alado – disse Harry receoso – bom, na verdade já montei um hipogrifo, mas isso faz muitos anos.


Nesse momento Gina chegou por trás deles, abraçando Harry pela cintura.

- A Mimi está esperando lá na praça com o chá. Na verdade uma bandeja de café da manhã completa – os três riram – Vamos comer?

- Vão vocês dois, eu já tomei meu café – disse Mary – enquanto isso eu preparo os cavalos para vocês montarem.

- Nós vamos montar? – perguntou Gina confusa.

- É melhor ir até a propriedade dos Gamp a cavalo, como expliquei ao Signus – disse Mary em um tom de quem não aceita contestação. Virou-se, abriu uma pequena porteira na cerca e entrou na baia de Hera.


Harry encarou Gina e sacudiu os ombros. Sem opção, mesmo pensando que talvez houvesse outra maneira melhor de chegar ao seu destino, os dois não reclamaram. Saíram do estábulo em direção a praça para tomarem o café, que estava servido em uma mesa de pedra, embaixo de uma árvore.


Aquilo tudo estava parecendo mais uma viagem de férias do que um trabalho sério. E Gina não estava reclamando nem um pouco. Mas decidiu que no momento em que entrasse na casa dos Gamp sua cabeça estaria totalmente voltada para o plano.


Os dois terminaram o café rapidamente, e quando voltaram ao estábulo, Apolo e Hera já estavam fora das baias, arreados com selas de couro. A Sra. Stone segurava as rédeas dos dois nas mãos, enquanto caminhava na direção de Harry e Gina.

- Vamos sair daqui – disse ela – é melhor vocês montarem lá fora, ou vão bater com as cabeças no teto.


Eles saíram para o pátio e Harry ajudou Gina a montar em Apolo. Ela teve que levantar a saia das vestes acima dos joelhos para conseguir movimentar as pernas livremente, enquanto se acomodava na sela e pegava as rédeas. Harry montou em Hera. As pernas dos dois se encaixavam atrás das asas dos cavalos, que já as esticavam impacientes, ansiosas para voar.

- Segurem firme na rédea – disse Mary – e digam a eles todos os comandos: mais alto, mais rápido, direita, esquerda, essas coisas. Eles vão entender e saber levar vocês para o lugar certo. Apolo, Hera – disse ela, agora para os cavalos – Levem os dois para a casa dos Gamp. Vão!


Quando ela deu o comando, os dois cavalos começaram a correr, ganhando velocidade para o vôo. Gina olhou para Harry sorrindo, enquanto ele tentava se segurar. Apolo e Hera esticaram as asas enormes, um ao lado do outro, quase ao mesmo tempo, e alçaram vôo. Passaram por cima da casa dos Stone e eles puderam ver pastagens e mais pastagens lá embaixo. Enquanto as asas dos cavalos subiam e desciam, aumentando a altitude do vôo, Gina sentia o vento bater no rosto e uma sensação deliciosa se apoderar dela. Harry não ligava mais para seu cavalo ou para os solavancos que sentia a cada batida de asas. Admirava a ruiva ao seu lado, que tinha os cabelos se desprendendo lentamente do coque, as lindas pernas a vista, cobertas apenas até as canelas por uma bota de cano alto, e um sorriso de moleca no rosto. Ele se segurou e tornou a olhar para frente quando um solavanco mais forte quase o jogou para fora da sela.


Hera voava mais suavemente agora que eles haviam ganhado altura, as asas quase não se mexiam mais, apenas aproveitando a força do vento. Ele aproveitou para passar a mão na crina comprida dela, mas voltou a se segurar na sela olhando para o lado. Os cabelos cor de fogo de Gina já estavam completamente soltos agora e ondulavam para trás com o vento. O sorriso dela radiava alegria. Ela se virou olhando para ele também e mandando um beijo. Ele sorriu e balançou a cabeça. Os dois voltaram a prestar atenção nas suas montarias. Árvores enormes, de aparência centenária podiam ser vistas embaixo deles em intervalos regulares. Já deviam estar na propriedade dos Gamp.


Podiam ver ao longe uma casa enorme, com muitas janelas no segundo andar da parte da frente, a pintura era verde escura e o telhado de telhas escuras. Tinha uma escadaria que subia dos dois lados da casa e se encontrava no alto, enfrente a uma grande porta de madeira. Os cavalos começaram a descer, sem ser necessário nenhum comando. Estavam bem próximos do chão agora, e essa era a parte que Harry menos gostava: o pouso.


Ele se segurou mais firme na sela, esperando. Mas a graciosidade com que Hera tocou no chão amenizou o pouso. Ela cavalgou mais alguns metros antes de perder velocidade. Assim que pararam completamente, ele desceu da sela e dando tapinhas carinhosos no pescoço dela, disse:

- Muito bem Hera! Obrigado!


Ele se afastou em direção a Gina que ainda estava montada em Apolo, e a ajudou a descer. Ela ajeitou as vestes no corpo, e sorriu.

- Hum... Estella – Harry disse, achando melhor não usar o nome verdadeiro, pois já estavam no território inimigo – não acha melhor prender os cabelos?

- Ah é! – disse Gina puxando a varinha do bolso das veste e refazendo o coque com um feitiço. Não podiam abandonar o disfarce.


Ela se virou para Apolo e o agradeceu com um carinho no pescoço. O cavalo parecia se acalmar com o toque.

- E o que vamos fazer com eles – Gina perguntou.


Os dois olharam ao redor, procurando alguém, mas o lugar parecia completamente deserto.

- Bom, Mary disse que eles obedeciam a comandos. Talvez seja só pedir para eles ficarem quietos aqui esperando – respondeu Harry.


Gina voltou sua atenção para Apolo, enquanto Harry se aproximava novamente de Hera.

- Fique aqui quietinho – ela disse ao cavalo – espere até eu voltar.


Harry e Gina deram as mãos novamente e juntos seguiram até a porta da mansão.




~~~~ §§ ~~~~





Eles entraram em um escritório escuro, apesar de ainda estarem no meio da tarde. Cortinas de um pesado veludo negro encobriam não só a janela, mas toda a parede. A iluminação vinha apenas das lareiras e das velas presas aos castiçais em forma de cobra. Harry e Gina se sentaram nas poltronas postadas uma ao lado da outra, enquanto Úrsula se sentava à frente deles, em uma poltrona maior e tão adornada, que mais parecia um trono. O marido dela, Edgar, sentou-se numa poltrona igual à de Harry e Gina, ao lado da mulher.


Harry estava começando a se sentir sufocado, o calor da lareira e a falta de ar circulando deixavam o lugar abafado. Gina, ao seu lado, lançava olhares esperançosos em direção à janela, pensando se valia à pena arriscar um pedido para abri-la.

- Muito bem Sr. Black – Úrsula interrompeu a distração dos dois – Já almoçamos, já mostrei minha casa e minha propriedade. Agora vamos aos negócios.

- Sim Sra. Gamp – ele disse – pode começar.


Enquanto Úrsula falava, Harry se virou para Gina, que olhava para ele, e o mais discretamente possível, acenou com a cabeça. Gina entendeu o recado.

- Quer saber minha oferta? - a Úrsula perguntou a Harry.


Enquanto os dois conversavam, Gina tentava alcançar o próprio bolso. Sentiu um doce pequeno tocar a ponta dos seus dedos. “Um nugá-sangranariz vai ser perfeito” pensou. Segurou-o nas mãos, e fingindo coçar o nariz, mordeu a parte laranja do doce e guardou a roxa novamente no bolso, esperando.

- Sim. Primeiro tenho que saber sua oferta pra ver se vale à pena – dizia Harry.


Gina sentiu algo quente escorrer do nariz, e Úrsula encarou-a assustada nesse momento, enquanto ela levava a mão ao rosto, tentando estancar o sangue.

- Mas o que é isso? – a Sra. Gamp perguntou olhando Gina com uma espécie de nojo.

- Gi... Estella? – perguntou Harry, tentando manter o tom de surpresa – É o sangramento de novo?

- Banheiro – Gina dizia com a voz nasalada – onde fica o banheiro? Rápido!

- Segunda porta a esquerda – respondeu Edgar, que parecia mais assustado que todos.


Ela se levantou correndo e saiu do escritório. Teria pouco tempo para procurar o que quer que fosse, e talvez ainda fosse perda de tempo, pois as provas deveriam estar exatamente no escritório. Os planos não estavam indo nada bem. Úrsula não saíra de perto deles nem um minuto e eles ainda não haviam conseguido investigar nada.


Ela engoliu a parte laranja do doce e limpou o rosto com um feitiço, sem nem entrar no banheiro. Andou silenciosamente até o outro lado do corredor comprido, que cortava a casa de fora a fora, olhando para trás para verificar se ninguém a havia seguido.


Quando achou que já estava fora do alcance da audição deles, começou a abrir todas as portas por que passava, uma por uma, mas eram todos quartos de hospedes cheirando a mofo, então ela fechava e rumava para a próxima, procurando o maior quarto da casa. Sentia seu coração batendo forte e a respiração falhando. Na quinta porta que abriu, visualizou um aposento amplo, com a mesma decoração de prata e veludo e tapetes cobrindo o chão que escritório que havia acabado de deixar, porém o lugar estava ainda mais escuro. Uma cama de casal, com um dossel alto, coberta por um acortinado de veludo vermelho sangue se postava no meio da parede esquerda. Uma penteadeira grande, com várias gavetas e um espelho alto ficava a um canto. Havia também uma lareira com duas poltronas acolchoadas e um divã. Gina avançou até a penteadeira e começou a abrir as gavetas com cuidado. Pentes, maquiagem, apliques de cabelo, perfumes e... Uma gaveta trancada. Será que era seguro abrir? Tinha uma péssima experiência com objetos trancados em casas de famílias bruxas antigas. Mas tinha que arriscar, era o único jeito e ela não tinha muito tempo sobrando.

- Alorromora – sussurrou.


A gaveta abriu com um estalo. Nada pulou de lá, nem mordeu, nem começou a gritar. Já era um ótimo começo.

- Lumus – ela apontou a luz da varinha para dentro da gaveta.


Só havia um potinho pequeno de... Creme anti-rugas? Que coisa mais estranha, não que Úrsula não precisasse, já estava mais pra lá do que pra cá, mas porque era um creme trouxa! E por que ela esconderia um creme anti-rugas em uma gaveta trancada? Talvez pelo fato do creme ser trouxa, ou de ela não querer admitir que tem rugas.


Mesmo pensando que aquilo não tinha nada a ver com o que ela estava procurando, Gina abriu o pote, conjurou um recipiente e derramou um pouco do conteúdo lá dentro. Guardou o recipiente dentro das vestes e devolveu o pote de creme para o lugar onde havia encontrado, trancando a gaveta novamente. Mandaria aquilo para a seção de aurores, onde eles poderiam pesquisar e identificar o que era exatamente.


Saiu do quarto, apressada. Já tinha dado tempo de ir e voltar no banheiro duas vezes. Suas mãos tremiam enquanto ela caminhava pelo corredor. Entrou novamente no escritório, tentando controlar a respiração para não perceberem que ela estava ofegante.

- Não vou poder responder isso agora – Harry dizia a Úrsula nesse exato momento – tudo bem Estella? – ele perguntou assim que avistou Gina.

- Sim Signus, o sangramento já parou.

- Mesmo assim acho melhor irmos embora – disse ele se levantando antes que Gina pudesse se sentar – você não deve estar se sentindo bem. Úrsula – disse ele se virando para a mulher que continuava sentada, parecendo irritada por não receber nenhuma resposta a sua oferta – vou pensar com mais calma, quando tiver uma decisão eu envio uma coruja.


A mulher se levantou sem dizer nada. Talvez com medo de que apenas ofensas fossem sair da sua boca caso a abrisse. Harry abraçou Gina pela cintura, querendo dar a impressão de que ela estava realmente passando mal e precisava de apoio. A Sra. Gamp esperou os dois saírem na frente e os seguiu até a porta. Mais por medo de deixá-los sozinhos andando pela casa do que por educação.


Harry e Gina saíram pela porta de entrada da mansão, murmurando um adeus seco. Eles mal haviam passado pela porta quando a ouviram bater a suas costas.

Eles desceram as escadas e Gina ia começar a dizer algo, quando Harry cortou.

- Ainda não. Espere até estarmos nos Stone.


Ela assentiu com a cabeça e os dois seguiram em silencio até o gramado, onde os cavalos ainda se encontravam, incrivelmente quietos. Harry ajudou Gina a montar novamente em Apolo, depois montou Hera. E alçaram vôo em direção ao por do Sol.




~~~~ §§ ~~~~





As estrelas e a brisa fresca vinda da janela informavam que já era noite lá fora. Harry e Gina haviam chegado há mais ou menos uma hora e estavam no quarto desde então. Gina já havia contado a ele tudo o que aconteceu durante sua pequena excursão pela casa e os dois já haviam enviado o conteúdo do pote para a seção de aurores. Agora discutiam o que fazer e que decisões tomar a partir daquilo.

- Temos que esperar o resultado da análise, Gina – dizia Harry, que estava sentado na cabeceira da cama e a observava andar de um lado para o outro do quarto.

- Mas eu tenho quase certeza de que aquilo não é nada! – ela continuava insistindo – aquela mulher deve ser mais velha que a minha mãe! Claro que precisa de um creme para rugas!

- Mas para isso ela teria as poções embelezadoras, que são muito mais eficientes que esses cosméticos trouxas – disse Harry cansado.

- Mas é muito complicado fazer uma poção embelezadora, até para Hermione – Gina parou em frente a ele, cruzando os braços – ou todas as bruxas seriam lindas e jovens.

- Vem cá Gina – disse Harry estendendo a mão e a puxando para que ela se sentasse entre as pernas dele na cama, com as costas apoiadas em seu peito.


Assim que ela cedeu e sentou, ele a abraçou e encostou o queixo no ombro dela.

- Não adianta se desesperar – ele disse no ouvido da ruiva – nem agir sem pensar e sem saber as conseqüências. O importante é que já conhecemos a casa deles por dentro e por fora e já temos uma pista. Assim que soubermos de algo nós voltamos lá. Temos a desculpa de ainda não termos fechado o negócio.

- É tão ruim ter que esperar – disse ela emburrada – queria resolver isso logo.

- Você foi muito bem hoje e amanhã podemos procurar o Olivaras – disse Harry virando ela de frente pra ele – Eu não sabia que você estava tão ansiosa assim para se livrar de mim – ele falou tentando parecer sério e magoado.


Gina riu e o abraçou, dizendo – Você tem razão, vamos fazer tudo com calma.


Harry afundou uma mão nos cabelos ruivos e a puxou para um beijo, rindo também.





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Hermione caminhava pelo centro de Londres sozinha. Apesar de ainda estar no finzinho do inverno, apenas uma brisa agradável soprava pelas ruas, que agora, ao invés dos trabalhadores da manhã e da tarde, estava cheia de turistas e pessoas a procura de diversão em pubs e boates. Fazia mais de uma hora que saíra do St. Mungus e estava assim, andando a esmo pelo centro de Londres, enquanto esperava a hora marcada.


Ela vestia um sobretudo marrom, que lhe caia até os joelhos e era preso na cintura por um cinto. Caminhava sem pressa, deixando os pés a levarem para onde quisessem desde que não se desviassem muito do destino.


Gostava de passear pela cidade à noite, mas raramente fazia isso. Apesar de todos acharem perigoso, poucos sabiam o que era perigo de verdade e isso era algo não a incomodava nem um pouco. Agora compreendia Sirius, o padrinho de Harry, que uma vez ela mesma condenara por ser irresponsável e querer se arriscar. Gostava de desafiara a noite, queria que algo acontecesse, alguma “luta mortal pela própria alma” que a tirasse daquela vida monótona.


Sua vida estava de cabeça pra baixo. De repente, tudo que ela lutou para conseguir, tudo que ela achava importante conquistar, era nada. Tinha o que sonhara profissionalmente, mas estava mais só do que nunca e mais triste também. Prestígio, reconhecimento, trabalho... Tudo parecia tão insignificante, tão descartável. Precisava de amor, de paixão, uma família. Filhos talvez tirassem toda a monotonia da vida. Sua mãe sempre dizia que crianças tinham o poder de encantar, preocupar e ocupar os pais, mas estava tão longe de ter filhos quanto de casar.


Olhou para o relógio e viu que já eram oito horas. Assustou-se e começou a andar o mais rápido possível na direção da rua em que já deveria estar. Malfoy havia dito oito em ponto. Ela nunca se atrasava. Essa confusão toda estava mesmo bagunçando sua cabeça.


Virou uma esquina e, conferindo uma placa com o nome da rua, viu que estava no lugar certo. Recomeçou a andar com pressa, o barulho dos sapatos marcando seus passos. O lugar estava deserto, só se podia ouvir um barulho distante de música eletrônica, que vinha de um pub em uma rua paralela. O edifício que ela procurava deveria estar próximo. Checou os números ao seu lado. Só mais alguns passos. Finalmente parou. O lugar não era nada do que ela havia imaginado. Malfoy havia escolhido um prédio trouxa dos mais modernos. Deveria ter uns dez andares. O design arquitetônico todo embasado em formas quadradas. As janelas espelhadas eram tantas que a parede externa do prédio era toda em vidro.


Ela engoliu a exclamação de surpresa e se aproximou da entrada lentamente. Com certeza havia algum truque mágico para entrar, como atravessar uma vidraça ou digitar os números certos no telefone. Mas as portas de aço e vidro estavam trancadas e o lugar totalmente deserto. Não era possível ver nenhuma luz acesa lá dentro. Ela olhou para os lados a procura de alguma pista. Não havia nada, nenhum interfone, apenas a porta. Talvez tivesse que dizer algo, alguma palavra ou frase secreta. Ela clareou a garganta na tentativa e disse numa voz clara:

- Gostaria de entrar no Instituto Narcisa Malfoy – por um instante nada aconteceu, apenas o fato ridículo de ela estar, aparentemente, falando com a porta. Então...

- Boa tentativa Granger – a voz de Malfoy ecoou, parecendo vinda do teto.


Ela se assustou e olhou para cima, mas Malfoy não estava em nenhum lugar próximo. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, as portas se abriram. Ela entrou em um saguão amplo. Tudo lembrava e reproduzia, quase perfeitamente, um prédio trouxa. A pintura era de um branco puro, a decoração toda em preto. As luminárias no teto eram de vidro e a luz vinda de dentro dela parecia um fogo branco, muito brilhante. Ao seu lado esquerdo ficava um balcão de granito preto, onde provavelmente um recepcionista ficaria. Cadeiras de couro também negro, muito confortáveis, estavam enfileiradas a um canto. Ao lado delas um armário com portas de vidro, cheio de aperitivos, doces e bebidas bruxas deveria ser a sala de espera. Placas no teto indicavam banheiros, recepção e o que havia em cada andar. O lugar parecia pronto para começar a funcionar no dia seguinte.


Ela caminhou devagar, atravessando o saguão para chegar ao elevador no outro lado. Girava a cabeça para todos os lados, a procura de Malfoy e querendo ver os mínimos detalhes. Chegou ao elevador, que se abriu automaticamente. Entrou. Não havia nenhum botão com o número dos andares para se apertar. O elevador continuava parado. Ela imaginou que devesse dizer algo novamente. Se sentindo tola mais uma vez por falar sozinha, disse:

- Quero chegar até Draco Malfoy.


O elevador começou a subir. Hermione estava um pouco apreensiva, apertava uma mão na outra e mordia o lábio inferior. Depois de algum tempo, o elevador parou e as portas se abriram. Ela entrou em um corredor bem parecido com o saguão lá embaixo. A iluminação era a mesma, as paredes brancas também, somente as portas negras quebravam o brilho. Olhou para a esquerda e avistou Malfoy parado, ao fundo do corredor, enfrente a última porta. Talvez querendo combinar com a decoração, ou por simples coincidência, ele se vestia de preto da cabeça aos pés e tinha o sorriso cínico de sempre nos lábios.

- O que achou do meu hospital, Granger? – perguntou ele assim que Hermione se aproximou.

- Ainda não vi hospital nenhum, Malfoy – ela disse com o mau humor que a acompanhava desde domingo – só uma sala de estar bem decorada.

- Uau – ele disse rindo e se virando para que ela pudesse entrar na sala – quem costuma ser rude são seus amiguinhos. Mas é claro que tantos anos de convivência com o Weasley influenciaram sua personalidade.


Hermione entrou na sala, que provavelmente seria o escritório de Malfoy, já que era do mesmo tamanho ou maior que o saguão e cheia de pinturas e esculturas que pareciam valer alguns milhares de galeões. Diferente dos outros aposentos, a sala era bem bruxa, com uma lareira ao canto e grandes tapetes. Ela se sentou na poltrona disposta enfrente a mesa, com uma raiva descomunal da última frase de Draco e começando a se arrepender de ter vindo. Respirou fundo. Não respondeu a provocação, ficou calada esperando ele se sentar.


Malfoy parou ao lado da mesa encarando-a. Hermione estava nervosa por algum motivo e ele não queria ser a válvula de escape para toda aquela raiva. Resolveu não fazer mais piadinhas.

- Você se sentou na cadeira errada, Granger – disse.

- O quê? – perguntou ela confusa.

- Sua cadeira é aquela atrás da mesa – ele disse sem conseguir conter um sorriso de satisfação – essa sala é sua e não minha.


Hermione olhou estupefata para ele durante alguns segundos, antes de responder.

- Não preciso de uma sala assim. Não vou passar tanto tempo aqui.

- Essa é a sala do diretor. Sendo ele você, vai ter que se contentar.

- Tudo bem, mas prefiro me sentar aqui por enquanto – ela disse – pode se sentar na minha cadeira.


Malfoy soltou uma risada baixa e rodeou a mesa. “Essa mania de modéstia” pensou. Sentou-se na cadeira enfrente a Hermione, a mesa entre os dois. Eles se encaravam sérios.

- Como acho que você percebeu – disse ele – está tudo pronto para o funcionamento. Faltam só os curandeiros, e é nisso que preciso de sua ajuda.

- Eu sei. Estou procurando alguns, mas os melhores estão no St. Mungus.

- Convide os do St. Mungus então – disse ele com um tom obvio – Quero os melhores.

- Mas não podemos tirar todos os bons curandeiros de lá! – disse Hermione indignada.

- Mas podemos pagar melhor. Eles têm o direito de escolher onde querem trabalhar.

- Isso é injusto! A maior parte dos bruxos ficaria sem bom atendimento – Hermione começava a se aborrecer com ele.

- Tudo bem, Granger – disse Malfoy sabendo que nunca ganharia dela em uma discussão, e não estava a fim de ouvir sermões sobre ser generoso e bom caráter. Depois cuidaria de melhorar sua equipe pessoalmente – convide-os para um trabalho de meio horário, ou convide os estagiários, como você quiser.


Hermione soltou o ar dos pulmões, que se enchiam prontos para uma discussão. Malfoy havia desistido muito rápido, parecia querer evitar brigas. Malfoy querendo evitar brigas?

- Vou fazer o possível – ela disse eficiente.

- Ótimo.


Ele tinha uma expressão diferente, não era a raiva que ela estava acostumada a ver. O que seria? Ela não saberia dizer.

- Pensei que não gostasse de trouxas? – ela disse sorrindo com ironia.

- Como?

- Não esperava que você fizesse um hospital tão perecido com os dos trouxas.

- Ah – Draco não se incomodou com a provocação – isso é o que há de mais moderno e caro hoje em dia. Acredite! Dá um ar de novidade, além de ainda ser um hospital. Não posso ter tapetes, lareiras e velas. E eu não quero que os trouxas desconfiem desse prédio.

- Sei – Hermione analisava-o séria.


Ele não respondeu. Não gostou do modo como ela o encarava, como se ele fosse um livro que ela estava curiosa para ler, descobrir todos os segredos, desvendar cada página. Agradeceu por ser um bom oclumente, não seria nada bom se Hermione descobrisse o que se passava na sua mente


Os dois se encararam em silêncio. Hermione observava os olhos cinzentos e frios como gelo. Eles não demonstravam nenhuma emoção, pareciam sólidos e opacos. Ele se recostou procurando uma posição mais confortável na poltrona.

- Não vai me mostrar as enfermarias? – perguntou ela querendo acabar com o silêncio incomodo.

- Claro – ele disse se levantando – vamos ver se você se impressiona.


Os dois seguiram pelo corredor novamente, na direção do elevador.


Malfoy mostrou todos os cantos do luxuoso hospital para Hermione. Tinha mais recursos e equipamentos que o St. Mungus, mais espaço e conforto também. E estava prestes a ter o conhecimento e tradição dos bons curandeiros de lá. Ela estava realmente impressionada. Pena que as pessoas tivessem que pagar, e caro, para desfrutar daquilo.


Duas horas mais tarde, os dois desciam o elevador até o saguão. Já deviam ser mais de dez horas e Hermione teria que trabalhar cedo no outro dia. Lembrou-se triste de que chegaria em casa e não encontraria a comida deliciosa de Gina, muito menos a própria. Não recebera nenhuma notícia da amiga desde o dia anterior quando ela saíra para a missão.

- Pensando em que, Granger? – Malfoy perguntou.

- Nada de mais – ela disse tentando disfarçar – só o trabalho amanhã.

- Aposto que só o que eu te pagarei seja mais que suficiente para viver, talvez o triplo que seu salário no St. Mungus. Deveria diminuir seu trabalho – disse ele tentando parecer indiferente, para que ela não interpretasse as palavras dele como preocupação.

- Desde quando isso é problema seu? – ela o encarava curiosa com o comportamento estranho dele.

- Desde que você é minha diretora e trabalha pra mim – ele disse, lembrando Hermione horrivelmente do menino mimado que ele fora na infância. Ele falava como se ela agora fosse propriedade dele, um brinquedo valioso.

- Muito obrigada, mas da minha vida cuido eu.


Os dois saíram do elevador e entraram no saguão. Hermione apressou o passo, se distanciando. Ele sacudiu a cabeça e soltou um palavrão baixinho, parecia lutar com um impulso interno.

- Espera Granger.


Ela parou de andar e se virou pra ele, com uma expressão de impaciência.

- O que foi?

- Olha – ele parecia arrependido de tê-la chamado, parecia procurar palavras para explicar alguma coisa – não podemos continuar brigando feito adolescentes! Vamos ter que nos agüentar de qualquer jeito.

- Estamos de lados opostos desde o primeiro ano em Hogwarts e nada pode apagar tudo que você já me fez passar. Não vou virar sua amiguinha de uma hora pra outra – ela parou para respirar, contando até dez para manter a calma e conseguir continuar falando - E é melhor esclarecer algumas coisas de uma vez. Quero uma relação mais profissional possível com você. Eu tentei ser simpática e compreensiva, porque você nos ajudou na guerra e porque eu acredito que as pessoas merecem uma segunda chance, mas não me esqueço que essa foi sua única saída para salvar o próprio pescoço. Portanto não teste minha paciência.


Hermione se virou deixando-o plantado onde estava os maxilares contraídos, com uma cara de quem havia engolido algo com o gosto muito amargo. Ela abriu a porta do edifício com um aceno da varinha e saiu pela noite.

- Sangue-ruim metida – disse Malfoy para si mesmo, enquanto observava ela sumir pela porta, mas não conseguiu conter um sorriso.




~~~~ §§ ~~~~





Rony se encontrava em uma situação extremamente desconfortável. Estava ajoelhado na cozinha do Largo Grimauld, com a cabeça enfiada dentro da lareira. Seus joelhos já estavam moídos de tanto suportarem seu próprio peso esmagando-os contra o chão de pedra. Mas a única coisa que ele podia ver era a cozinha d´A Toca e sua mãe falando sem parar.

- Está tudo bem sim, mãe.

- Mas a Gina sumiu! O Harry também! – Molly andava de um lado para o outro, nervosa – você não tem nenhuma notícia dos dois?

- Eles estão trabalhando – Rony dizia cansado – Não se preocupe, estão juntos.

- Mas onde? Fazendo o quê? – a Sra. Weasley remontava a aparência e a atitude freqüente na guerra.

- Eu não sei. Mas Tonks está controlando todos os passos dos dois. Não estão correndo perigo.


Ela envelhecera e emagrecera bastante desde o começo da guerra. Rony achava que isso se devia a toda a preocupação e pressão que ela foi brigada a passar. Alguns cabelos brancos já começavam a se instalar entre os vermelhos. Ele estava cansado, mas teve que admitir que adoraria entrar de corpo inteiro pela lareira e abraçar a mãe apertado. Estava com saudades do abraço de urso. Queria confortá-la e ser confortado. Precisava mais do que nunca do colo dela.

- Posso ir até ai?

- Claro Rony – ela exclamou preocupada com a voz triste dele – mas o que você tem? Aconteceu alguma coisa?

- Nada. Espera um minuto.


Ele tirou a cabeça da lareira e se levantou esticando as pernas e massageando os joelhos. Pegou um pouco de pó de Flu nas mãos e jogou na chama da lareira. Entrou nela e disse: A Toca. Teve a sensação conhecida e horrível de estar rodopiando em alta velocidade.


Ele saiu da lareira na cozinha da casa tão conhecida. Espanou a fuligem dos ombros com as mãos e encarou o rosto preocupado da mãe. Andou com pressa os últimos passos que os separavam, parecendo muito menor que seu tamanho normal, e a abraçou. Os dois se apertaram com um carinho que só mãe e filho conheciam. Mas ela estava ainda mais preocupada com ele.

- Nunca conte isso a Fred e Jorge – ele disse.

- Eu nunca contei. Não vai ser dessa vez, Rony – ela se afastou do filho e acariciou os cabelos e o rosto dele – sente-se aqui, vou preparar algo para você comer.

- Papai não está aqui? – disse ele se soltando da mãe e sentando em uma das cadeiras da mesa.

- Está trabalhando – disse Molly já acendendo o fogo embaixo de uma panela e começando a preparar algo para o filho – estou sozinha, querido.


Rony ficou calado enquanto ela cozinhava algo que cheirava maravilhosamente a salsicha com ovos. Tinha uma saudade imensa da comida da mãe, sempre achou que na Irlanda se comia mal. Olhou ao seu redor, reconhecendo cada canto da casa que não via desde o Natal anterior, nove meses atrás. Continuava aconchegante e modesta. Mas agora vários móveis e equipamentos novos em folha, que ajudavam a Sra. Weasley na arrumação da casa, se espalhavam pela cozinha e sala. Sentiu-se relaxado como não se sentia há muito tempo. Ali ele era o filho, o protegido, o poupado, aquele que apenas recebia os cuidados. Podia esquecer um pouco os problemas e receber o carinho da mãe sem culpa.


A Sra. Weasley colocou um prato enorme e cheio de salsichas e ovos a sua frente e uma caneca com suco de abóbora.

- Obrigado mãe.

- Desde quando precisa agradecer Rony? E você está muito pálido e magro. Aposto que continua comendo besteiras.


A Sra. Weasley observava preocupada o filho, que comia calado. Ele era sempre diferente quando estavam sozinhos, só os dois. Era nesses raros momentos que ela via que o filho era um bom menino, cheio de suas próprias preocupações. Tinha um orgulho maior do que poderia dizer de Rony, ele havia se provado várias vezes um homem corajoso, de bom caráter e bom coração. E era nesses momentos a sós também que ela se sentia mais mãe e mais preocupada com ele. Talvez fosse uma das únicas pessoas que conhecia esse Rony por trás do rapaz alegre, despreocupado, atrapalhado e encantador. Ela, Harry e Hermione.


Vendo-o triste assim, tinha quase certeza do motivo. E esse motivo tinha o mesmo nome de sempre: Hermione Granger.


Rony comia com a pressa de sempre, como se alguém fosse enfeitiçar o prato para que ele saísse voando. Terminou de comer e encarou a mãe. Parecia o mesmo menino que ela vira partir pelo expresso de Hogwarts aos onze anos.

- Eu sei que você não vai me contar exatamente o que aconteceu – ela disse – mas uma boa conversa com ela é sempre a melhor saída.

- Nesse caso mãe – ele disse mais cansado que nunca – eu tentei, mas quem não quis conversar foi exatamente ela.

- Tenha paciência com a Hermione, Ronald – ela disse sem conseguir disfarçar a exasperação.

- E quem disse que estou falando dela?

- Como se eu não o conhecesse desde que estava na minha barriga.


Não tinha como esconder nada de sua mãe mesmo. Por que as mães sempre sabem tudo? A sua então, poderia ensinar Adivinhação em Hogwarts se quisesse.

- Vocês dois ainda vão se casar – ela dizia numa voz cheia de certeza, de quem conhecia tudo sobre a vida.


Rony se assustou com a afirmativa dela. Encarou-a confuso e revoltado por alguns minutos.

- Ela está mentindo, me escondendo alguma coisa, não confia em mim – ele disse com raiva e tristeza misturadas – nunca me casaria com alguém que não me acha importante e inteligente o suficiente para saber de algum segredo.

- Vocês dois tem é que parar de ser teimosos, parar de agir como crianças, isso sim – disse ela voltando a ser a mãe que dá sermões – pense nela, antes de pensar em você. Só assim conseguirão se acertar.

- Mas é só o que eu faço! – disse ele aborrecido de estar levando um sermão aos 22 anos.

- O que quero dizer é que você tem que tentar compreendê-la – ela se levantou e recolheu o prato dele – ela só te esconderia algo por um motivo muito bom. E eu aposto que ela está sofrendo tanto, ou mais, que você.


Rony se levantou da mesa, atordoado com as palavras da mãe. Ela se aproximou dele e disse no tom duro com que educava os filhos:

- Se você a ama tanto quanto pensa que ama, deveria se preocupar mais com ela. Ela deveria ser a coisa mais importante e preciosa, e você estaria ao lado dela nesse momento, tentando conversar e entender. Sem confiança e sinceridade não se constrói nenhum relacionamento – ela apontou o dedo para o rosto do filho, e disse mais duramente ainda – já está na hora de crescer e assumir responsabilidades Ronald Weasley.


Ele se sentiu tão menino naquele momento, que esteve prestes a subir para o próprio quarto. Foi então que se lembrou que não morava mais ali. Nervoso e confuso,pegou um pouco de pó de Flu nas mãos e rumou para a lareira. Molly o observava sem mudar a expressão, sabia há muito tempo que às vezes só sendo dura uma mãe conseguia colocar os filhos no caminho certo. Ouviu Rony resmungar alguma coisa como “até minha mãe defende a Mione” e disse cortando:

- Não se esqueça de mandar notícias do Harry e da sua irmã!


Ele desapareceu pela lareira.



~~~~ §§ ~~~~





N/A: Oi!

Mil desculpas pela demora gente!
Eu realmente esperava ter postado antes, mas não deu...
Lembrem-se que eu ainda estou no meu tempo de quinze dias!
Mas eu realmente odeio fazer isso com vocês, até porque a pressão acaba estourando em mim e na minha beta, coitada. Jana seu trabalho é maravilhoso!

Estou muito, mas muito feliz mesmo! Graças a vocês a fic já tem mais de 110 votos e mais de 350 comentários!

E semana passada eu ganhei um presente que me deixou realmente mais feliz ainda. A Patty criou uma comunidade no Orkut para a fic! Quem quiser participar:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=38919331

Vou passar a postar coisas sobre a fic lá, inclusive pesquisas e projetos, além de avisar sobre novos capítulos. Ok?


Agradeço a cada um que contribuiu para a minha felicidade!

MUITO OBRIGADA!


Quanto ao capítulo, para quem reclamava que os outros estavam pequenos, acho que esse compensou, foram 25 páginas de word. É um capítulo sem muito romance para a tristeza de muitos... Mais um daqueles em que tenho que explicar muitas coisas e desenvolver o roteiro. Demorei a escrever exatamente por isso, mas uma coisa compensou a outra, né?

A parte de ação H/G me deu um trabalho enoooorme, e eu ainda não estou segura quanto a esse capítulo, reescrevi várias partes milhões de vezes, consertei daqui, melhorei dali, com a ajuda da Jana, mas ainda não sei se ele está realmente bom. Então espero que vocês me digam sinceramente sua opinião e onde eu posso melhorar. Ok?


Obs.: As raças de cavalos alados, Graniana e Etoniana, estão no livro Animais fantásticos e onde habitam.


Bjoo gente!

COMENTEM!

VOTEM!

Ana Fuchs



Respostas aos comentários:


Danielle Cristina Pereira: Ah... Que bom que você gostou! Mas vamos com calma, R/H vai ter que esperar um pouquinho... rsrs. Bjo

Caroline Oliveira: Te deixei mais ansiosa? Espero que não esteja querendo me matar pela demora, desculpa mesmo... Valeu à pena esperar? Bjo

LiLi Negrão ( Liz): Oi Liz! Depois de um momento H/G, sinto muito em informar que R/H ainda vai demorar um pouquinho... Ok? Bjoo

Clara Se você é H/G roxa, não deve estar querendo me matar tanto quanto os R/H. Ufa! E desculpa pela demora desse. Bjo

Tonks Butterfly: Oi Tonks! Infelizmente não vai ser todo dia que teremos uma atualização relâmpago, mas vou fazer de tudo para ser o mais rápido possível. Quanto à parte NC da noite H/G, não sei se vou postar não... Ninguém mostrou muito interesse, mas, se mais pessoas quiserem, eu posto. Ok? Bjoo

Cici: Que bom que está amando! Desculpa a demora Cici! Bjo

Dibiela: Oi Dibiela! Infelizmente esse demorou um pouquinho... Mas vou postar o próximo assim que puder! Bjo

Lily* Rouwood: Muito obrigada Lily! E fique tranqüila, pelo menos por enquanto não tenho nenhum plano D/H, nunca imaginei Hermione fazendo uma coisa dessas. O que não significa que o Draco não vá atrapalhar um pouquinho as coisas... Bjoo

Bruna Radcliffe: Fique tranqüila! Não vou parar de postar não, amo escrever essa fic! Bjo

Gina M Black: Obrigada! Bjo

THAIS DOMINGOS DOS SANTOS RODRIGUES: Sim, a idéia de a Gina ser virgem era exatamente por ter tido vários namorados. Se fosse um só, por muito tempo, dificilmente eu poderia fazer isso. Ah! Eu também acho os goleiros ótimos capitães! E a maioria tem aquela cara de sério e bravo... aiai. Mas infelizmente estamos de lados opostos dessa vez, já que eu sou cruzeirense doente. Espero que isso não cause nenhum conflito... rsrs. Bjo Thais! Muito obrigada!

Saula Guerra Braga: Você deve estar querendo me matar pela demora... Desculpa mesmo! Juro que fiz o possível! Muito obrigada Saula! Bjoo

Drika Granger: Oba! Agora você é que me fez dançar a conga com seu comentário, afinal de contas a aprovação da expert em H/G conta muuuito! E que bom que você está gostando mesmo ela sendo mais R/H. Bjoo Drika! Não me abandone!

LUISÂO (Luis H. R. Almeida): Pois é Luis. Muita confusão vem por aí com o quadribol e com o Draco... Seu olfato é realmente bom!

Cris marota: Não, eu não sou santa. Sei que atrasei nesse, mas prometo que faço o possível para adiantar os outros! Bjo Cris!

Ana Potter: Obrigada Ana! Sempre que puder eu atualizo mais rápido.

Paula Sales: Obrigada Paula! Espero que continue acompanhando! Bjo

Pandora Potter: Ah... Eu não conhecia a música, mas tem tudo a ver mesmo, deve ter ficado lindo! Estou pensando em fazer alguns capítulos songs daqui pra frente... Vamos ver. Bjo

Nathalia Granger Weasley: Um casal já foi sim... Eu acho. Mas vamos esperar um pouquinho por R/H. Bjo

Agatha Mingorance Pinheiro: Que bom que gostou!

Bela Black: Esse ruivo é ciumento mesmo, né? Claro que ele vai morrer de ciúme do Malfoy! Rsrs. Bjo

*Mari Granger*: Eles vão ficar juntos sim! Quando é o que eu ainda não posso dizer... Bjo

Lirio: Que bom que gostou Lirio!

Fabizbrasil: Oi Fabis! Fico super feliz que esteja gostando e muito obrigada pelos elogios! Bjoo

Anne Santos: Obrigada Anne! É bom saber que tem pessoas acompanhando e apoiando, viu? Espero que não tenha me abandonado depois da demora... Bjo

patty escossio/ fic: as mesmas perguntas: Oi Patty! Amei seu presente mesmo! Mil vezes obrigada! Bjo

Debora Miranda de Barros: A intenção era deixar a parte H/G o menos vulgar possível. Gosto de cenas mais românticas, sem deixar de ser picantes. Que bom que você gostou Deh! E obrigada por participar da comu! Bjão

Uanda ElvePotter: Oi Uanda! Você não sabe o quanto eu fico feliz quando alguém diz que minha fic é uma das suas favoritas! E eu também amooo R/H! Obrigada! Bjo

Hermione Jean Granger: Tenho outra fic sim: http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=19280 Pra dizer a verdade, eu prefiro a DT, mas dá uma passadinha lá, talvez você goste. Bjoo

Amanda Regina Magatti: Oi Amanda! Te invejo por ter encontrado tempo pra ler a minha fic, e fico super agradecida! Prometo que assim que eu tiver um tempinho vou lá ler a sua, que, aliás, parece ser ótima! Bjo!

Juliana Dias Erthal: Não se preocupe Juliana! Draco e Hermione não vão ter um caso. Ele bem que vai tentar, mas... Bom, muito obrigada, viu? Por participar da comu e divulgar a fic! Bjoo

Expert2001: Que bom que gostou Expert!

Susy Freire Soares: Oi Susy! Mil desculpas pela demora! Sei que é horrível esperar... Bjoo

*Amanda Volpato Weasley Grint*®: Que bom que gostou! O romance está começando a esquentar, calma... Bjo

#Belle Sarmanho#: Oi Belle! Amei sua sinceridade, porque só assim a gente sabe se está melhorando, estagnando ou regredindo... Espero ter subido mais um degrauzinho com esse capítulo, mas eu acho que não, estou um pouco cismada com ele. De qualquer forma, continue sendo sincera, viu? E muito obrigada por apostar na fic! Bjão

Rayane de Castro Guedes : Obrigada Rayane! Bjo

taciana weasley : Oi Taciana! Gostou tanto assim? Obrigada! Rony e Mione ainda chegam lá, só um pouquinho de paciência. Bjo

Renata Freire: Obrigada Renata! Bjo

*ThaisPotter*: Tomara que acidentes assim ocorram sempre! Seja bem vinda Thais! Muito obrigada! Bjoo

Ann Ross: Infelizmente a rapidez na atualização não é comum não. E coitadinha da Gina, ela é saidinha, mas é romântica e não teve nenhum namoro sério, exatamente por isso... Mas que bom que você gostou do momento dos dois! E o Rony e a Mione vai dar um rolo mais ou menos como você disse, quem mandou serem tão orgulhosos? Valeu Ann! Bjão

Daniela Paiva: Muito obrigada Daniella!

Diana Watson : Oi Diana! Valeu mesmo! Desculpa pela demora, meu objetivo nunca foi matar vocês de curiosidade... rsrs. Bjo

Teresa: Hahaha! Tadinho do Rony, ele também sofreu com o Krum... Mas eu concordo, o que ele fez com aquela Lilá foi bem pior... Mas acho que você deve ter gostado da volta do Malfoy. Acertei? Muito obrigada Teresa! Bjos

And GW : Calma And! Ainda tem muita água pra rolar... Bjo

< b> Kamilla Siqueira Santos Não sei se você vai ler essa resposta logo, já que ainda não tinha lido os outros capítulos, mas agradeço mesmo assim e espero que goste! Bjo

Vivian Pinheiro: Ah... Eu achei que ia ser legal ela virgem... Que bom que você gostou! Bjo

Jéssica Holanda de Castro: Vou me dedicar a Rony e Mione sim. Não se preocupe! Bjo

(ಌ)LY: Ah... Valeu! Bjo

May Weasley¹²: Muito obrigada May! Fiz tudo que eu pude mesmo pra cena h/G ficar legal. E continue me desejando bastante inspiração, porque ajuda muito! Bjo

Emmy WeasLey: Espero que já tenha chegado até esse capítulo. E muito obrigada!

Srta. Mari Potter: Ah... Que bom! Sinal que eu estou melhorando!

apcr: Oi Paulinha! Sumida! Muito obrigada! Não some mais não! Bjo

kariny : Eu fico muito feliz em ser a primeira fic que você leu, porque a primeira a gente nunca esquece! Obrigada Kariny!

Paloma_olimil: Tão rápido? Uau! Que bom! Muito obrigada Paloma, pena que eu não fui tão rápida pra postar. Continue acompanhando! Bjo

Lau Brambilla: Oi Lau! Ufa, esse demorou! Mas espero que tenha gostado, porque eu amei o da sua fic! E não ameace a Jana... rsrs. Ela não tem culpa, fez tudo o que pôde mesmo. Bjão!

ThiTi Potter: Você sabe o quanto eu fico feliz quando vejo um comentário assim? Muuuuuuito mesmo! É o que faz a gente ter mais vontade de escrever! Muito obrigada! Mas não se preocupe, o segredo da Mione vai ser revelado, e não é algo monstruoso, a não ser pra ela, que é exagerada, né? Mas ainda vem muita confusão por ai, então fique atenta! Bjão Thiti!

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