Encontros
Capítulo II
Encontros
"O espírito se enriquece com aquilo que recebe;
o coração com aquilo que dá."
Victor Hugo
O dia seria puxado, mas ele tentou não pensar nisso.
Após o almoço deitou-se em sua cama para continuar a leitura de “Homens representativos” de Ralph Waldo Emerson. Aqueles eram os poucos minutos que sua tia lhe permitia o descanso físico.
Sorriu internamente quando uma pergunta lhe veio à cabeça. “Qual dos seus amigos acreditaria se ele dissesse que agora lia livros?” Não importava, afinal, ele não tinha amigos.
“A única maneira de ter um amigo é ser um.”
Ele fechou fortemente o exemplar. O poeta e filósofo norte americano, morto quase no fim do século XIX, tinha mania de lhe alfinetar com frases idiotas que pareciam sua própria consciência lhe censurando.
Não era só ele, claro. Shakespeare , Aristóteles, Goethe, Albert Einstein e diversos outros que agora se mantinham calados na pequena biblioteca particular que mantinha em seu quarto, cansaram de fazer o mesmo... Não importava se o autor da obra era trouxa, bruxo, filósofo, poeta, médico, cientista... Fosse o que fosse eles pareciam ter sempre algo a apontar de errado em sua própria vida.
No começo, quando Bellatrix tornou sua leitura obrigatória e diária (sendo ela mesma a escolher cada novo livro e a firmar datas para o término da leitura), aquele era o momento do dia em que ele mais odiava. Mas agora... Agora já havia aprendido a aceitar que o errado no mundo era ele e não os outros e, desde então, os tais livros e pensadores e pensamentos, não o irritavam... Tanto.
_”Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem seu consentimento”. – disse sua tia quando ele reclamava da obrigação, citando uma tal Eleanor Roosevelt – “Leia... E vai perceber que as respostas as suas perguntas já foram respondidas diversas vezes...”. – ela passava graciosamente uma geléia em um pedaço de torrada enquanto conversavam à mesa do café – “Se você se empenhar em conhecer a mente humana ninguém nunca vai conseguir te tratar como um inferior. A pena, quase sempre, é mais eficiente que a varinha, Draco.”
Ele se perguntou se isso serviria para Lorde Voldemort também, mas achou por bem não fazer a pergunta em voz alta.
O fato é que, de todas as lições que estava tento naquele “curso intensivo” da sra. Lestrange, o gosto por ler foi a que mais o agradara até então. Por isso abriu novamente o livro e continuou da onde tinha parado, se irritando profundamente quando teve sua leitura novamente interrompida, agora por batidas na porta.
Era sua mãe. Ele devia ter imaginar.
Desde que voltara para casa, todo machucado, após ser punido pelo Lorde das Trevas sua mãe estava irritantemente protetora.
Era engraçado perceber que antigamente ele adorava toda aquela atenção, ansiava por ela até... E agora, tê-la perto o tratando como um bebê era nauseante às vezes.
Mas, se esse novo sentimento o surpreendia, a compreensão a atitude que a mãe tinha, também. Nunca fora de compreender as pessoas, era mimado demais para se importar com isso. Só que ele sabia que a atitude de Narcisa vinha do medo de perdê-lo de vez... Coisa que esteve bem próxima de acontecer e aquilo, de certa forma, amaciava seu coração e lhe dava mais paciência com a mãe.
_Está ocupado meu filho?
Ele mostrou a capa do livro que tinha em mãos.
_Lendo... A senhora sabe.
Ela entrou no quarto e ficou parada, em pé, próxima a porta, o observando.
_Me pergunto todo dia como ela fez para te fazer gostar de ler... Eu nunca consegui isso e olha que sou sua mãe.
Ele sorriu com os olhos presos as linhas das páginas.
_Ela tem métodos mais eficazes, mãe. Só isso... Não de tanta importância.
_Não estou dando tanta importância, eu só...
_Está com ciúmes da sua irmã. – ele levantou os olhos para encará-la – Só isso...
_Não é bem assim, Draco. – ela se sentou na cadeira mais próxima – Eu não tenho ciúmes da Bella.
_Claro que tem, mãe. – disse impaciente – Você tem um ciúme imenso por ser ela a me ensinar o que preciso saber para me manter vivo e não você.
Ela o encarou com os olhos já marejados. Droga, pra que ele fora lembrar disso.
_Certo, eu estou com ciúmes disso sim. Mas o que importa é que você está aprendendo... Rápido... E que vai conseguir se manter vivo.
_Assim espero. – disse voltando os olhos para o livro, na esperança de que assim pudesse dar o assunto por encerrado.
_Draco. – ela levantou da cadeira e foi até sua cama, sentando-se do seu lado.
Ele arfou cansado, pelo visto o assunto não estava encerrado.
_Me prometa uma coisa, filho – ela pegou uma de suas mãos fortemente – Me prometa que vai se empenhar nisso... Em ficar vivo.
Ele a encarou com certo cinismo.
_É o que eu sei fazer melhor mãe, pra que a preocupação?
_Não quero que você se transforme num louco seguidor do Lorde a ponto de entrar na frente de uma Maldição Mortal por ele, entendeu?
_Louco seguidor? – ele riu – Como a tia Bella...
A expressão de Narcisa mudou para uma forma que Draco não pode diferenciar se era um sorriso de aprovação ou desagrado.
_Sua tia não tem nada de louca, Draco. Lembre-se SEMPRE disso.
E dizendo isso ela se levantou da cama e se dirigiu para a porta.
_Como assim, mãe? – perguntou, a curiosidade ainda era uma coisa difícil de controlar.
Mas Narcisa não respondeu, deixando que sua mente criasse as melhores explicações.
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_Estamos de saída, Potter.
O sr. Dursley se quer olhou na cara do sobrinho quando parou a porta da sala onde ele e os amigos conversavam animadamente.
_Aonde vão? – perguntou o rapaz firme.
Valter bufou em desagrado fazendo com que Petúnia se adiantasse a responder.
_Vamos a uma ópera, Harry. - disse com fala simpatia – O chefe do seu tio nos convidou. Não devemos demorar.
_Certo então... Boa ópera.
O casal saiu sem mais palavras.
_Vão segui-los? – perguntou Hermione.
_Claro. Sempre há alguém na porta para acompanhá-los. E, embora eles não vejam, sabem muito bem disso.
_Bom, pelo visto teremos que nos virar sozinhos. – disse ela se levantando do sofá – O que acha de prepararmos algo para comer, Gina?
_Provavelmente não vai haver nada para prepararmos Hermione – falou a ruiva – Porque, que eu me lembre acabou tudo na hora do almoço e eu duvido que a sua tia tenha comprado algo para esse bando de esfomeados que nós somos... – ela lançou um olhar de censura para o irmão.
_Eu não fiz nada demais... Estou em fase de crescimento, caramba...
_Eu tenho uma idéia melhor... – disse o moreno passando a mão no telefone ao lado do sofá onde estavam – Tem uma pizzaria trouxa aqui perto que é ótima.
_Eles fazem entregas? – o tom da amiga era um pouco áspero, mas Harry não percebeu.
_Não... Eu pensei em encomendarmos e irmos lá pegar, o que acham?
_Você não vai sair daqui. – disse Hermione firmemente.
_Mione, é na próxima esquina... Não vai haver problema nenhum...
Ela cruzou os braços incomodada.
_Peça a pizza, Harry, eu vou lá pegar e vocês ficam em casa. – disse Ron – Pronto, não precisa de estresse por causa disso.
_Você não vai sozinho. – chiou a menina novamente e a cara que Ron fez arrancou risinhos de Gina e Harry.
_Então você vai comigo... Ta bom assim... Você cuida de mim e a Gina do Harry, afinal somos dois retardados e não podemos nos cuidar sozinhos.
_O Harry até sabe se cuidar, mas não tem que sair de casa. Agora, quanto a você, eu concordo com o que disse.
_Que bom... Isso significa que concordamos em algo finalmente. – olhou para o amigo – Pede a pizza, cara.
Hermione o olhou meio surpresa, não era todo dia que Ron se eximia de uma discussão com ela. E, de certa forma, isso a incomodou.
Dez minutos depois Ron e Hermione saiam para pegar a pizza calabresa que haviam encomendado.
Harry e Gina fecharam a porta rindo das últimas alfinetadas que os dois trocavam rua a baixo, e então se encararam.
O riso foi diminuindo, até virar um sorrisinho envergonhado, mais da parte dela. A ruiva abaixou a cabeça por um momento, desviando os olhos do dele, era tão difícil encara-lo e não poder fazer nada.
Voltou a levantar o olhar, Harry ainda mantinha a mesma posição.
_O que foi? – ele perguntou, parecia preocupado.
_Nada... É que... Você fez muita falta esse tempo que não nos vimos...
_Você também fez muita falta... – ele deu um longo suspiro – Mas é melhor assim Gina. Eu já te expliquei isso.
_Harry você sabe muito bem que essa sua decisão não vai me afastar de perigo nenhum, não é? Eu já estou envolvida nisso tudo até o pescoço, por vontade própria alias.
_Mas ser minha namorada vai te colocar num perigo maior ainda.
_Todas as pessoas que você se importa estão em perigo, Harry, independente de rótulos. Você não tentou afastar nem o Ron nem a Mione.
_Eles não iam me obedecer. – ele sorriu de forma triste.
Parecia tão cansado, tão mais velho... As responsabilidades estavam pesando em seu ombro como nunca antes.
_E eu? Devo te obedecer e deixar tudo como está?
Ele fez que sim com a cabeça, penosamente. E algo naquela atitude resignada dele fez com que a raiva da ruiva aflorasse.
_Quer saber, eu não vou te obedecer, senhor Potter! Não vou mesmo.
Antes que o rapaz entendesse o que estava acontecendo Gina já havia juntado seus lábios no dele e, ao contrário do que esperava, Harry aceitou o carinho avidamente. A puxou pela cintura para junto de si de continuou a beijá-la enquanto caminhavam para o sofá.
Enquanto isso Mione e Ron desciam a rua à procura da pizzaria.
_É por aqui, Ron.
_Harry disse a direita.
_Ele disse a esquerda e depois à direita. Será que você nunca consegue prestar atenção em nada direito?
Ele arfou irritado, colocou as mãos nos bolsos e fez sinal para que seguissem por onde Mione indicara.
Ela não gostou nada da atitude conciliadora, simplesmente não era o Ron que conhecia, ele havia mudado. E Hermione não era idiota, ela sabia muito bem que ele só havia mudado com ela.
_O que está acontecendo Ronald Arthur Weasley? – disse parando abruptamente no meio da rua.
Ele quase trombou nela.
_O que?
Ela olhava fixamente nos olhos dele, nem parecia que era muito mais baixa.
_O que está acontecendo? Por que está me tratando assim, posso saber?
_“Assim” como Hermione, ta maluca? – ele se virou para continuar a caminhar.
_Assim como? Você sabe muito bem o que estou dizendo Ron, assim! – ele parou de novo para encará-la, continuava a não entender, ou fingindo que não entendia – Assim, com essa indiferença.
_Não estou te tratando com indiferença. – respondeu, meio irritado.
_Claro que está, você não fala mais direito comigo. Concorda com tudo que eu digo.
_Só to tentando não brigar com você, é crime agora? Do que adianta discutir se você sempre esta certa mesmo. – olhou para frente e avistou a loja que procuravam – Viu, certa de novo. Lá está a pizzaria. Anda, vamos logo.
_Não... – ele parou novamente a encarando confuso – Eu não gosto disso.
_Disso o que Hermione? Por Merlin, qual o problema agora? Antes você reclamava que eu discutia com você, agora reclama que eu não discuto... – fez sinal para a própria cabeça como se estivesse apertando um parafuso solto – Ta maluca, é?
_Eu não gosto que discuta comigo, - disse firme - Mas gosto de você do jeito que você é... Isso, definitivamente não é você. E eu quero o meu Ronald Weasley de volta.
Ele a encarava sem mudar a expressão do rosto, foram longos segundos de espera para que Hermione obtivesse uma resposta a sua reclamação, até que finalmente, ele sorriu.
_Você é louca, Mione. – disse por fim – Sinceramente acho que nunca vou conseguir te entender... Mas também gosto de você assim mesmo. - ela rubro, ele achou melhor terminar a conversa ali mesmo – Podemos ir agora? Harry e Gina devem estar mortos de fome.
_Você é quem está morto de fome. – disse ela enquanto se puseram a caminhar novamente.
_Já disse que estou em fase de crescimento.
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Eram mais de meia noite e eles ainda estavam ali, duelando.
Seria a última vez que treinariam, por isso ele tinha que caprichar.
Já havia melhorado muito, quando começaram era impensado que ele conseguisse acerta-la algum dia, mas agora sua confiança e gestos firmes tornavam aquele fato possível e até mesmo esperado toda vez que o treino começava.
Não era fácil, mas ele já se sabia capaz e era isso que importava pois no dia seguinte sua missão começaria, ele entraria em cena.
Pensou uma palavra em latim fazendo um novo feitiço sair da varinha que a acertou em cheio.
Bellatrix foi jogada longe, bateu com as costas na parede e caiu no chão.
Ele a olhou por alguns segundos, esperando que a tia se levantasse. Como isso não aconteceu se aproximou cauteloso, varinha em punho ainda apontada para ela... Para a cabeça dela.
Os longos cabelos se mexeram e deram lugar a um olhar satisfeito e um sorriso cínico.
_Aprendeu a ter certeza que cumpriu a tarefa... Muito bom. – ela levantou com dificuldade, levou a mão à nuca, a cabeça doía por conta da batida na parede – Muito bom, mesmo.
Esse seria o maior elogio que ele conseguiria arrancar de Bellatrix, por isso sorriu satisfeito. Então, se lembrou de lhe perguntar algo.
_Tia, hoje minha mãe disse algo a seu respeito que eu não compreendi.
_E quem compreende a Cisa? Ela é sentimental demais para se tentar compreender... – disse enquanto seguia para onde seu sobretudo jazia pendurado.
_Eu sei. Mas pensei que talvez... Talvez você pudesse me explicar o que ela disse.
_Se faz tanta questão. O que ela disse?
_Que você não era louca.
Bella riu.
_Um elogio! Nossa, faz tanto tempo que não ouso um... E vindo da Cisa. Estou surpresa.
_Não me pareceu bem um elogio... – a mulher o olhou com certa curiosidade - Na verdade parecia que ela estava tentando me dizer para ter cuidado com você.
Ela parecia estar se divertindo com a discussão sobre sua pessoa.
_E você acha que ela está errada?
_Não. Eu sei que ela está certa... Você é perigosa. – ela sorriu mais satisfeita ainda e Draco pensou como sua tia tinha dificuldade para compreender o que era e o que não era elogio - E acho que sei o que ela pretendia com o que disse.
_E o que era?
Ele pensou se deveria tornar “publica” sua linha de pensamento. Decidiu faze-lo de vez.
_A senhora não é de todo leal ao Lorde... É?
No mesmo instante que terminou a pergunta percebeu que não a deveria ter feito.
_Fiquei presa me Askaban por anos por ser leal a ele, garoto. – disse seca – O que te leva a imaginar que não sou?
Ele deu de ombros.
_É que... Bom, às vezes a impressão que tenho é que servi-lo não é tudo que te motiva nessa vida, estou errado?
_Claro que não. – disse enquanto dobrava a manga direita da veste – Matar trouxas também me motiva muito. – e deu-lhe um sorriso maquiavélico.
Ele acenou positivamente entendendo que a tia mentia. Era quase uma senha entre eles, algo que haviam estipulado sem palavras, quando ela ainda lhe ensinava Legilimens.
Em uma das pouquíssimas lembranças que ele conseguiu vasculhar, Draco a vira fazer o mesmo gesto com uma certa pessoa, há muito anos atrás. Ele fora o único a compreender que o sorriso se tratava de uma dica; havia algo mais a ser dito, mas que não se podia dizer no momento.
_Ansioso pela sua missão? – ela perguntou enquanto dobrava a manga esquerda e se dirigia a porta.
Ele a acompanhou, pegando a camisa que ficou pendurada em uma cadeira no caminho.
_Mais ou menos.
_Você está preparado para ela, Draco. – falou com decisão.
Os dois saíram da sala que ocupavam e seguiram pelos corredores da mansão.
_Eu sei, mas nada disso que aprendi com você vai adiantar se eu não puder se quer chegar a usar. – disse resignado, não estava sendo pessimista, apenas sabia que a sua maior limitação seria outra – Eles jamais vão confiar em mim.
_Use seu cinismo e não terá problemas. – respondeu firme – Eles vão confiar em você e eu sei exatamente como. Na hora certa você terá um trunfo que fará o menino confiar cegamente em você.
_Trunfo? Que trunfo?
Ela lhe deu um novo olhar maquiavélico.
_Na hora certa, Draco, na hora certa.
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_Não devíamos estar fazendo isso... – sussurrou, quando já estavam deitados no sofá, se beijando, a algum tempo.
_Caramba, Harry da para parar de se preocupar com Voldemort.
Ele riu e dessa vez era possível perceber a alegria no gesto.
_Quem está preocupado com Voldemort aqui? Eu estou preocupado é que o seu irmão vai chegar a qualquer momento.
Foi só falar para a porta da sala se abrir.
Os dois deram um pulo para se recomporem. Não haviam feito muito mais do que trocarem beijos calientes, mas mesmo assim foi fácil para Mione e Ron perceberem que algo havia acontecido assim que os encontraram descabelados no sofá da sala.
_Está tudo bem? – perguntou Ron, sem entender.
_Ah, está... Está sim, cara. – disse Harry levantando e pegando a pizza da mão do amigo – Gina, pega talheres para a gente na cozinha. – pediu.
Ela acenou positivamente e seguiu para o outro cômodo, com Herniome atrás, para ajudá-la a trazer os copos.
Ron observou a irmã desaparecer pela porta, depois voltou a olhar para o amigo que já abria a caixa sobre a mesinha de centro.
_Ta tudo bem mesmo?
_Ta cara... Ta sim.
O outro deu de ombros. Não queria se meter na vida afetiva do amigo, até por que isso significava se meter na vida afetiva de sua irmã também, o que ele sabia de longe que significava dor de cabeça.
Na cozinha, após conseguir arrancar uma longa explicação do que estava acontecendo na sala, Mione começou a contar a conversa que tivera com Ron no percurso da pizzaria.
Gina riu.
_Eu ainda vou ser madrinha desse casamento. – disse.
_Pare de besteiras, Gina. – ela se pôs pensativa – Por que acha que seu irmão fez isso?
_Isso o que?
_Mudou comigo.
Ela deu de ombros.
_Só há duas opções Mione, ou ele realmente estava cansado de perder as discussões para você ou queria chamar a sua atenção. Eu na verdade acho que foram pelos dois motivos.
Ela olhou para a porta que dava para a sala, como se quisesse ter certeza que nem ele nem Harry escutavam.
_Você acha?
Gina fez que sim, sorridente.
_Bom, isso realmente não importa mais agora...
_Como assim?
_Nada. Nada não.
_Negativo mocinha... Você praticamente me obriga a contar TUDO sobre a minha vida, agora trate de abrir essa boca e falar o que está acontecendo.
_É que... – ela parecia sem graça – O Vitor me escreveu.
_O jogador de quadribol? – Gina lembrou-se do ciúme terrível que o irmão sentia do cara – E daí?
_Ele disse que está vindo para a Inglaterra. Para ajudar o Harry e...
_E...
_... Casar comigo.
Gina soltou um palavrão típico dos Weasley, bom, pelo mesmo dos irmãos Weasley porque se sua mãe a escutasse dizendo aquilo ela certamente estaria com a boca cheia de sabão agora.
_Você vai casar com ele?
_Eu não disse isso, Gina. Disse apenas que ele vem com essa intenção, mas nunca disse que o namoraria, que dirá que me casaria com ele...
_Mas você NÃO vai casar com ele não é? Essa possibilidade não está se quer passando pela sua cabeça, está?
Houve um longo silencio, até que Harry entrou na cozinha perguntando o porque da demora.
_Nada, estávamos apensas fofocando, não podemos?
Ele riu.
_Vocês vão ter a madrugada toda pra conversarem sozinhas no quarto, Gina. Parem de nos excluir e venham comer, anda.
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Nunca haviam entrado em um camarote do teatro municipal de Londres antes. Era lindo.
Petúnia, que já estava se encantando desde a entrada soltou uma escamação maior do que a normal quando a esposa do chefe de Valter lhe disse que todos os móveis eram feitos de ouro.
_É lindo, sra. Lindo, absolutamente lindo.
A outra sorriu simpaticamente.
_É, lindo é realmente uma palavra que resume tudo por aqui.
Enquanto isso Valter se encantava com um gole da bebida que o chefe oferecia.
_Charutos, Dursley? – perguntou o homem. Logicamente ele aceitou.
_Nunca soube que a senhora e o seu marido freqüentassem lugares tão chiques.
_Ah Petúnia, a muito que você não sabe sobre nós... – a mulher segurou-lhe a mão amigavelmente – Mas tenho certeza que esse encontro irá nos aproximar – Ah, o espetáculo já vai começar.
As luzes se apagaram e a cortina começou a abrir, junto com ela a orquestra iniciou a música que tinha um tom particularmente alto quando a personagem principal adentrou o palco.
_Estupore!
Valter tomou um susto quando seu patrão apontou a varinha para o nada e outro maior ainda ao escutar algo caindo ao seu lado.
A mulher ao lado de Petúnia se agachou discretamente puxando o pano que cobriu o Auror que os acompanhava.
_Pelo visto tinha alguém seguindo vocês. – disse.
Petúnia estava completamente gelada, não achava palavras para explicara aquela situação.
_Nós, é... Nós...
_Estavam sendo vigiados. – disse o chefe colocando a varinha sobre seu colo – Nós sabemos Dursley, nós sabemos.
_Como assim? Sabem o que?
_Que seu sobrinho mantém vocês presos e sob vigilância total. – disse a mulher voltando discretamente para o seu lugar – Estamos aqui para ajudá-los, não se preocupem.
Valter não podia acreditar, estava ali sentado com dois bruxos nojentos.
_Ajudar? Vocês são iguais a ele! – chiou.
_Potter está buscando dominar o mundo bruxo, senhor Dursley, não queremos isso.
Ele olhou desconfiado para os dois.
_Viemos lhes ajudar a se livrar dele... Mas para isso vamos precisar da sua ajuda primeiro, senhor Dursley. – disse a mulher.
_E o que exatamente teríamos que fazer?
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